sábado, 21 de dezembro de 2019

Concerto de Natal

Assisti ao Concerto de Natal na Paróquia do Divino Espírito Santo. Primeiro tocaram os excelentes Adélia Issa (soprano) e Edelton Gloeden (violão) que interpretaram lindas canções. Adélia contou que várias canções referem-se ao pastorzinho ruivo que tornou-se um religioso quando adulto.
Crédito da foto: Gal Oppido

Programa:

Joaquín Rodrigo (1901-1999) – Villancicos:
Pastorcito Santo (Lope de Vega)
Coplillas de Belén  (Victoria Kamhi)
Aire y Donaire  (Victoria Kamhi)
Agustín Barrios (1885-1944) – Villancico de la Navidad – violão solo 
Denis Apivor (1916-2004) – Hush-a-ba Burdie (canção escocesa)
Carlos Guastavino (1912-2000) – Por los campos verdes de Jerusalén  (Juana de Ibarbourou)
J.S. Bach (1685-1750) – Gavottes I – II – violão solo
Francisco Mignone (1897-1986) – Nana (cantiga de ninar)
Tradicional Francesa – Les Anges dans nos Campagnes
Tradicional Catalã – El Noi de la Mare – violão solo
Tradicional Espanhola – Campanas de Belén   
Ernst Mahle – Natal (Vinícius de Moraes)
Depois apresentou-se o Coral do Museu de Arte Sacra de São Paulo, uns 50 músicos, mais o maestro André Rodrigo. O grupo cantou músicas sacras e tradicionais de Natal.
Programa:
Lord make me to know – William Byrd
If ye love me – Thomas Tallis
Ave Maria – Furio Franceschini – arr. Heitor Villa-Lobos
Bambino Divino – Gian Paolo Dal Dosso
Ave Verum Corpus – Wolgang Amadeus Mozart
Gesù Bambino – Pietro Yon
Noite Feliz – Franz Gruber – arr. Damiano Cozella
As Quintas Culturais do Divino foram criadas para levantar recursos para o restauro da paróquia. A Officina de Restauro que vem fazendo o trabalho liderado pela Titina Corso que prepara jovens para o ofício. 



Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Gentleman Jack

Assisti a série Gentleman Jack (2019) de Sally Wainwright na HBO Play. É uma série original da BBC. Resolvi ver do que se tratava essa série e acabei assistindo. Gostei bastante! É baseado nos diários de Anne Lister, uma homossexual britânica rica.

 A série narra o período que Anne Lister volta a sua cidade natal, Hallifax. De personalidade forte, ela assume os negócios da família já que seu pai estava envelhecido e esquecido. Ele continua conselheiro dela, mas ela passa a cuidar da propriedade.

Me incomodou logo no começo o tom jocoso. A protagonista fala com as câmeras, faz piadas, esse tom ameniza durante a série. Por Anne Lister ser forte e espirituosa, nem parecia que tinha sensibilidade atrás da casca de fortaleza, talvez os seus diários tivessem mesmo esse olhar sarcástico, debochado, mas pode ter sido uma licença poética da série e se foi isso, foi dispensável.

O tema é muito delicado para ser levado na brincadeira, só se era o modo da autora escrever que justificaria o tom da série. Mas apesar desse tom, a série aborda temas muito importantes, que infelizmente ainda tornam-se muito necessários. Anne Lister era uma mulher forte, que cuidava dos negócios da família de modo enérgico. Mesmo sendo ridicularizada pelos poderosos, eles acabavam dobrando-se nas negociações, porque ela não se intimidava quando eles queriam se aproveitar dela ou intimidá-la por ser mulher.

Anne Lister acaba se apaixonando por sua vizinha, outra rica jovem, mais nova que ela, de saúde muito frágil, por ser muito solitária e melancólica. As duas eram muito ricas, fato que acho que ajudava em não serem queimadas em fogueiras ou enforcadas, como faziam com casais homossexuais na época. Mesmo que a Anne Lister fosse hostilizada, espancada quando estava em lugares escondidos, a sociedade fingia aceitar porque elas tinham dinheiro. Mas as duas não fugiam da pressão social para casarem, sem falar nos caça dotes. Suranne Jones está ótima como Anne Lister. Gentleman Jack era como Hallifax se referia a Anne. Sophie Rundie está muito bem como a sensível Srta. Walker. Alguns outros do elenco são:  Gemma Jones, Timothy West, Joe Armstrong, Tom Lellis, Vincent Franklin, Gemma Whelan, Lucy Blake, Shaun Dooley, Albane Courtois, Amellie Bullmore, Amy-James Kelly e Peter Davison. A temporada tem 8 episódios e estão preparando a segunda.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Miss Sloane

Assisti Miss Sloane (2016) de John Maden no Telecine Play. No Brasil está como Armas na Mesa. Inacreditável a incapacidade do brasileiro em não manter o nome original e dar juízo de valor tendencioso ao título.

Embora seja um filme específico sobre o sistema de votação e lobby americano, cabe em qualquer lugar já que fala muito de persuasão, independente se a opinião que você muda no outro é para uma boa causa ou para algo que você acredita. A protagonista é uma grande lobista, ela conseguiu melhorar a opinião pública a favor das armas após o atentado de Columbine. Mostra que quando você manipula pode-se ter um bom resultado mesmo por aquilo que seja monstruoso. Claro, se ela concordasse, mas o filme mostra que não importa o que você concorda, que importa é o faturamento de grandes empresas, mesmo que isso coloque em risco a vida das pessoas. Começa com ela sendo julgada por políticos por suas atitudes e o filme vai mesclando momentos de sua carreira antes com um grupo a favor de armas e depois com outro contra. Ela não pensa duas vezes em mudar de lado só pelo desafio de vencer. Nos dá a impressão que para essa lobista tanto faz, desde que ela vença, não importa que lado que ela está defendendo, que não importam suas convicções e sim o poder de persuasão e chegar aos resultados para que foi contratada.
Mesmo que o final seja bastante catártico, bem ao estilo americano, gostei muito do filme por debater muitos temas, inclusive o poder da oratória. Com o desemprego no Brasil, proliferaram coachings de tudo quanto é assunto falando em fórmulas mágicas, basta como você fala ou se coloca na sociedade que alcançará sucesso. E o filme mostra a fragilidade desse discurso reducionista. Jessica Chastain está ótima, mas todo o elenco é muito bom. Duas assistentes da personagem se destacam: Gugu Mbatha-Raw e Alison Pill. Os textos são incríveis e de difícil execução. Ágeis, o tempo todo os personagens tem embates com temas complexos, com marketing agressivo. O roteiro é de Jonatan Perera.

O elenco tem muitos atores consagrados: Mark Strong, David Wilson Barnes, John Lithgow, Michael Stuhlbargh, Douglas Smith, Sam Waterson, Raoul Bhaneja e Jack Lace.

Beijos,
Pedrita

domingo, 15 de dezembro de 2019

O Castelo de Vidro de Jeannette Walls

Terminei de ler O Castelo de Vidro (2005) de Jeannette Walls da Coleção Folha Mulheres na Literatura. Não sabia do que se tratava o livro, a Liliane do Paulamar comentou que viu o filme que quero ver agora. Jeannette Walls é uma jornalista americana que resolveu contar nesse livro a sua história.

O livro começa com Jeannette aos 3 anos. Ela está no fogão cozinhando uma salsicha pra comer. Seu vestido pega fogo. A mãe achava que os filhos tinham que se virar. Ela é artista e não largava o que fazia pra cuidar dos filhos, cuidar não era uma palavra usada por esses pais. Pai alcoólatra, os filhos passavam todo o tipo de privações, fome, abandono, falta de asseio. Como o pai vivia em confusões, eles mudavam-se direto fugindo de algo. Faziam escola aos picadinhos. Mas os pais eram informados, incentivaram a leitura,  ensinaram algumas lições, do jeito torto deles amavam os filhos. O nome do livro, Castelo de Vidro, era mais um dos sonhos do seu pai, ele o tempo todo dizia que ia construir um Castelo de Vidro pra eles morar. Nem comida à mesa punha e ainda roubava dinheiro da família para os seus projetos e bebida. Às vezes acho que os filhos conseguiram superar essa infância turbulenta pela união entre os irmãos que se ajudavam muito. Aos treze anos Jeannette percebeu que tinha que sair dali. Primeiro ajudou Lori que foi com 17 anos para Nova York, depois ela seguiu para a cidade, e seus outros dois irmãos depois.

Inacreditavelmente os seus pais foram depois. Com o tempo, acabaram indo morar nas ruas. Muito interessante quando a autora conta sobre os pais irem morar em uma ocupação. Lá eles encontram pessoas como eles, que viviam de modo precário e que se sentiram parte de um grupo. Interessante também que apesar de todo o abandono que os pais proporcionaram aos filhos eles não guardaram rancor e se reconciliaram com o seu passado. Muito bom também que apesar de toda a desestruturação que viveram eles conseguiram se aprumar e ter uma vida digna, rompendo com aquele modelo de gerações de violência, abusos, abandono e vícios. Parece que uma irmã somente não conseguiu se aprumar, a mais nova, mas o livro deixa em aberto. Ela muda-se para a Califórnia e a autora não tem mais notícia dela, talvez agora já tenha. Estou tentando achar se em algum lugar fala do destino da irmã que ficou parecida com os pais.
 
Beijos,
Pedrita