sábado, 21 de maio de 2011

Joana D´Arc

Assisti a estreia da peça Joana D´Arc da Cia. Teatro de Incêndio no Teatro Bibi Ferreira. Essa montagem se baseou em um texto alemão de Friedrich Von Schiller de 1801, traduzido especialmente para esse espetáculo por Mario Vitor Santos. A direção geral é de Marcelo Marcus Fonseca. Achei esse texto bem mais religioso. O texto é muito bonito, rebuscado, difícil e denso. Tenho menor identificação com o lado religioso desse espetáculo.Tenho dificuldade de acreditar que um Deus apoiaria um único lado de uma guerra e um único povo, mesmo que a França estivesse perdendo.

Fiquei impressionada com a força cênica da atriz que interpretou Joana D´Arc, a Liz Reis. Bela, delicada, ela cresce em cena, fica forte e poderosa, gostei demais do trabalho dela. Joana D´Arc é um espetáculo ousado com 20 atores em cena, inclusive o próprio diretor. Os outros do elenco são:: André Latorre, Wanderley Martins, Luis de Tolledo, Thiago Molfi, Urias Garcia, David Guimarães, Cláudio José, Sonia Molfi, João Sant’Ana, Caio Blanco, Giulia Lancellotti, Robson Monteiro, Marcus Fernandes, Talita Righini, Paulo Solar, Louis Caetano, Vander Lins e Eraldo Junior. Joana D´Arc fica em cartaz até dia 4 de agosto.



Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Persépolis

Assisti Persépolis (2007) de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud no Max. Eu queria ver essa animação desde que vi uma chamada nos canais HBO. Marjane Satrapi é uma iraniana que vive e viveu vários anos na França. Ela conta a sua história e os conflitos no Irã. Foca muito o início do fundamentalismo islâmico. Ela teve uma infância normal, era um país até atribulado, com algumas prisões, mas todos se vestiam como em qualquer outro país, usavam saias, joias, cabelos curtos. Com o fundamentalismo as mulheres tiveram que usar os véus que aumentavam de tamanho a cada ano. Eram paradas por policiais e reprimidas se corriam, já que seus quadris faziam movimentos indecentes. Os homens continuaram a se vestir com calças apertadas, mas passaram a poder massacrar e espancar as suas mulheres. O analfabetismo foi uma grande chave também para manipular e massacrar a população. Fica fácil dizer que algum Deus mandou isso ou aquilo se a pessoa nem sabe ler e nem sabe pensar para ver que é manipulação e não fé.

Marjane era uma menina de família de classe média, que tinha um tio que foi preso várias vezes e depois executado. A quantidade de pessoas executadas foi assustadora. Depois veio a guerra do Irã e Iraque e começou a faltar tudo. Marjane acaba criando problemas na escola porque ela questionava as absurdas leis, os pais acham melhor enviá-la para estudar na França. Ela iria ficar na casa de um parente, mas  quando ela chega na França, alegam não poder ficar com a menina e a depositam em outro lugar. É dolorido quando ela se sente estrangeira na França e estrangeira no novo Irã.

Os desenhos são simples e criativos, só são coloridos em algum momento. Realmente não dá pra contar essa história com cores, é uma história desprovida de cor. Muito triste o que um país faz com as pessoas e sua liberdade. E a violência que usa para fazer valer um fanatismo oportunista e cruel. Algo que dá muito realismo a animação é a rebeldia da protatonista. Ela não atenuou as características rebeldes seja na infãncia ou adolescência. As vozes são de vários atores famosos: Catherine Deneuve, Chiara Mastroianni e Simon Abkarian. Persépolis ganhou vários prêmios: Bafta para os diretores por Melhor Primeiro Trabalho e Melhor Adaptação e Prêmio do Júri em Cannes.


Beijos,

Pedrita

terça-feira, 17 de maio de 2011

Objeto Gritante

Assisti Objeto Gritante da Cia. Maurício de Oliveira e Siameses e Duda Paiva no Teatro de Dança. Eu queria muito ver esse espetáculo. Essas imagens do cartaz são de bonecos de espuma de Duda Paiva, um artista brasileiro radicado na Holanda que ganhou vários prêmios internacionais. Paiva é um dos grandes  nomes do teatro de objetos europeu. Maurício aparece inicialmente com essas cabeças. A forma corporal como ele trabalha essas máscaras, a mobilidade delas é fascinante e agonizante. Está na apresentação com ele Ditto Leite. O cenário traz fios que são alterados durante a apresentação.

A relação com os animais é muito atual e surpreendente. A forma como a sociedade atual lida com os animais estão sutilmente mostradas no espetáculo. A genialidade de Maurício de Oliveira é impactante. Em um momento os dois dançarinos se transformam em dois idosos. A mudança corporal imediata nos momentos que são ora eles ora os idosos é incrível. As fotos são de Jônia Guimarães. Esse espetáculo fica em cartaz até o dia 29 de maio e os ingressos custam somente R$ 10,00, bem menos que um cinema.


Beijos,

Pedrita

domingo, 15 de maio de 2011

Désirée

Assisti Désirée (1954) de Henry Koster no Telecine Cult. Eu tinha adorado o livro da Annemarie Selinko que inspirou esse filme que passei a querer ver depois que o li. Gostei! Se o livro já era romanceado, essa característica foi acentuada no filme, mas independente disso é um bom filme e mostra um pouco da história. Com ângulos estranhos, olhares românticos, mas a essência está ali. Marlon Brando é Napoleão e ele realmente é um impressionante ator. Ele muda claramente no amadurecimento do personagem. Diferente da atriz que faz a Desirée, a Jean Simmons.

Desirée conheceu Napoleão jovem. O irmão dele casa com a sua irmã. Ela depois casa com um General de Napoleão que passa no futuro a ser o rei da Suécia e ela a rainha. O que me agradou no livro e um pouco no filme é que é a história sob a ótica das mulheres. Mesmo que romanceando um pouco Napoleão, ele usou quem pode para alcançar os seus objetivos. Depois de usar sua mulher para subir rapidamente ao poder, ele se divorcia de forma humilhante dela para se casar com uma que lhe tivesse filhos. Mesmo que seja romanceado o olhar de Désirée, ela larga o marido na Suécia para viver na França por um longo período. No elenco ainda estão: Merle Oberon,  Michael Reinne e Elizabeth Sellars.  O filme teria muitas externas, até são bem feitas para a época, mas mesmo assim não é um grande filme.


Beijos,
Pedrita