quinta-feira, 19 de maio de 2011

Persépolis

Assisti Persépolis (2007) de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud no Max. Eu queria ver essa animação desde que vi uma chamada nos canais HBO. Marjane Satrapi é uma iraniana que vive e viveu vários anos na França. Ela conta a sua história e os conflitos no Irã. Foca muito o início do fundamentalismo islâmico. Ela teve uma infância normal, era um país até atribulado, com algumas prisões, mas todos se vestiam como em qualquer outro país, usavam saias, joias, cabelos curtos. Com o fundamentalismo as mulheres tiveram que usar os véus que aumentavam de tamanho a cada ano. Eram paradas por policiais e reprimidas se corriam, já que seus quadris faziam movimentos indecentes. Os homens continuaram a se vestir com calças apertadas, mas passaram a poder massacrar e espancar as suas mulheres. O analfabetismo foi uma grande chave também para manipular e massacrar a população. Fica fácil dizer que algum Deus mandou isso ou aquilo se a pessoa nem sabe ler e nem sabe pensar para ver que é manipulação e não fé.

Marjane era uma menina de família de classe média, que tinha um tio que foi preso várias vezes e depois executado. A quantidade de pessoas executadas foi assustadora. Depois veio a guerra do Irã e Iraque e começou a faltar tudo. Marjane acaba criando problemas na escola porque ela questionava as absurdas leis, os pais acham melhor enviá-la para estudar na França. Ela iria ficar na casa de um parente, mas  quando ela chega na França, alegam não poder ficar com a menina e a depositam em outro lugar. É dolorido quando ela se sente estrangeira na França e estrangeira no novo Irã.

Os desenhos são simples e criativos, só são coloridos em algum momento. Realmente não dá pra contar essa história com cores, é uma história desprovida de cor. Muito triste o que um país faz com as pessoas e sua liberdade. E a violência que usa para fazer valer um fanatismo oportunista e cruel. Algo que dá muito realismo a animação é a rebeldia da protatonista. Ela não atenuou as características rebeldes seja na infãncia ou adolescência. As vozes são de vários atores famosos: Catherine Deneuve, Chiara Mastroianni e Simon Abkarian. Persépolis ganhou vários prêmios: Bafta para os diretores por Melhor Primeiro Trabalho e Melhor Adaptação e Prêmio do Júri em Cannes.


Beijos,

Pedrita

6 comentários:

  1. Foi um filme que vi e me marcou muito as questões levantadas, tem a característica de ser uma obra que retrata uma pessoa que é e vive num mundo islâmico mas que o vê numa perspectiva ocidental. Merceria uma réplica de como uma emigrante islâmica a viver em Paris fica interdita de usar véu e com isso se sente violada publicamente...

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  2. É um dos meus desenhos prediletos, idêntico ao livro.Vale a pena procurar por eles.

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  3. Pedrita, eu vi esse desenho há algum tempo e amei. É muito bem feito, interessante, um relato que não pode deixar de ser ouvido e visto. Achei genial mesmo. Não sabia que as vozes eram desses artistas, que bom vc ter contado. Beijo e bom fim de semana.

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  4. Nossa! Adorei seu blog! Você leu Cidade do Sol de Khled Hosseine? É de arrepiar os cabelos, porém de um realismo poético que a gente não sabe explicar como o autor conseguiu.
    Recentemente estive na França. Lá tem um número enorme de mulheres de preto, com grandes olhos tristes, aparecendo na fresta do véu. Só vendo...
    Tenho também no meu blog este gatinho preto simpático que ronrona e mia de um jeito que corta o coração da gente.
    Prazer em conhecer seu blog!
    Um grande abraço

    Maria J Fortuna

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  5. foi grande a repercussão desse post. não tinha ideia q tanta gente tinha visto essa animação.

    geocrusoe, concordo.

    enaldo, é uma ótima animação mesmo.

    aanamaria, realmente tem q ser visto.

    mjfortuna, não li esse livro. obrigada pela visita.

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  6. eu li o livro/quadrinhos. ainda não consegui ver a animação.
    as creio que deve mesmo ser muito bom.
    a crueldade de alguns povos sobre seu proprio povo é uma incognita para mim....

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