sábado, 13 de fevereiro de 2016

Mandela: O Caminho para a Liberdade

Assisti Mandela: O Caminho para a Liberdade (2013) de Justin Chadwick na HBO Signature. Eu coloquei para gravar. Há mais um filme sobre Mandela, ouvi críticas negativas sobre os dois, mas quero ver o outro também. E ler a biografia. Gostei bastante, vou depois pesquisar o que questionaram. Esse é baseado na autobiografia de Nelson Mandela, Idris Elba está muito bem como Mandela. O diretor é inglês.

Eu conhecia pouco da história de Mandela. Tinha admiração, tinha lido matérias, visto entrevistas, mas não sabia detalhes. Sabia que Mandela tinha ficado 27 anos na prisão, muito triste. Boa parte em uma cela solitária, tinha contato com outros presos, fazia serviços pesados, mas a maior parte do tempo sozinho e afastado da população, em um presídio na ilha. Mandela era advogado, defendia os negros nos tribunais e conseguia algumas vitórias. Como em As Sufragistas, Mandela luta pela melhoria de vida dos negros pacificamente. Até acontecer um massacre dos negros, principalmente mulheres e crianças que são assassinadas, a maioria pelas costas em uma manifestação pacífica. Mandela então resolve se unir a um grupo para fazer ataques e desestabilizar o governo vigente.

No filme vi que o primeiro casamento foi mais tumultuado. Sua mulher era religiosa e não gostava de confusões. É quando conhece sua esposa guerreira que tudo melhora. Ela não só o apoia como se torna militante. Infelizmente o sistema a destrói. Eles a torturam tanto, machucam tanto, que ela fica com um ódio sem precedentes. A distância também destrói o casamento. Ainda me assusto com o que os homens podem fazer uns com os outros e com o que podem fazer para destruir os outros. Winnie Mandela é interpretada brilhantemente por Naomi Harris.

Alguns outros do elenco são: Tony Kgoroge, Riad Moosa, Zolani Mikva, Simo Mogwaza, Fana Mokoena e Terry Pheto. A trilha sonora é muito impactante. Mandela: O Caminho para a Liberdade ganhou vários prêmios como de Melhor Filme no Festival de Munique

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Sétimo

Assisti Sétimo (2013) de Patxi Amezcua no TelecinePlay. Adorei! Gosto muito dos dois atores, Ricardo Dárin e Belén Rueda. Eletrizante e me surpreendeu. O tempo todo achamos: será que é? Mas o desfecho é totalmente diferente do que imaginávamos. O diretor também assina o ótimo roteiro.

Ricardo Dárin interpreta um advogado atrasado para uma audiência, que não sai do celular, ele vai buscar os filhos para levá-los a escola na casa da ex. Ele não aceita assinar os papéis na correria, as crianças adoram brincar de descer as escadas correndo, ele como sempre deixa, apesar das reprimendas da ex e desce de elevador. Eles moram no sétimo andar. Mas as crianças nunca chegam no térreo. Ele fica desesperado. Muito bem feita a tensão, a angústia, o ritmo do filme. Gostei muito também que a maioria tem telhado de vidro, quase todo mundo tem algum problema, um comportamento corrupto,ou  questões com a justiça ou erros irreparáveis.

Na agonia ele passa a infernizar os vizinhos. Um policial que ele se desentendeu passa a ajudá-lo. Ele é interpretado por Osvaldo Santoro. O porteiro também ajuda, interpretado por Luis Ziembrowski.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

As Benevolentes - Uma Anatomia do Mal

Assisti a peça As Benevolentes - Uma Anatomia do Mal no Teatro Arthur Rubinstein na Hebraica. Impressionante! Tudo maravilhoso! O texto é de Jonathan Littell, dirigido pelo incrível Ulysses Cruz. É um texto contundente, um monólogo de um oficial da SS na época da Segunda Guerra Mundial. O livro é extenso e quero ler, a peça focou no primeiro capítulo e pincelou alguns trechos. Eu queria muito ver e a vontade aumentou depois que vi a entrevista de Thiago Fragoso no Metrópolis da TV Cultura. A questão do mal é um tema que me interessa. Tentar entender o mal, se é que é possível. Inclusive quero ler de Hannah Arendt sobre a Banalidade do Mal. A peça aborda um pouco desse tema.

Foto de Rogério Louzada

Thiago Fragoso simplesmente arrasa e todo o em torno é impecável para transformar o espetáculo em algo magnífico e sufocante. Excelente iluminação de Caetano Vilela que nos sufoca. Igualmente o som de Laércio Salles, ora é gravado, ora é do ator aumentando o desconforto. Os cenários de Veronica Valle são montados e desmontados pelo ator que tem um trabalho corporal e físico exaustivo. Peças transformam em um quarto de criança, vigas vão sendo colocadas e o sufocamento vai aumentando. 

Então o texto que é insuportável, vai ficando claustrofóbico. Sim, o personagem cumpriu ordens, mas admite ter exagerado no final. Na adolescência brincava na floresta de enforcamento. Absurdamente inteligente e manipulador, convence um oficial a ter relações com ele. Manipulava dizendo que não podiam fragilizar o exército com risco de doenças, ele concorda que o homossexualismo é abominável, mas pela segurança dos segredos de guerra não podiam se expor com outras pessoas, precisavam ficar entre eles. E em um crescente, a manipulação chega até nós, mente quem diz que nunca irá matar, ninguém sabe se irá matar em algum dia. Fala da decisão de Hitler em exterminar os deficientes e lembra que uma enfermeira preparou o paciente, um médico deu o diagnóstico, o da câmara de gás executou a ordem e que todos se eximem de suas culpas porque não mataram, todos dizem que não foram eles. O personagem nos torna cúmplices e começamos a nos sentir culpados e nesse clima a peça termina.
Fotos de cena de Patrícia Cividanes.

Beijos,
Pedrita