quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Santos Dumont

Assisti a série Santos Dumont (2019) de Pedro Mota Gueiros e Gabriel Mariani Flaksman na HBO Go. A direção é de Estevão Ciavatta e Fernando Acquarone. Eu queria muito ver. Excelente! Queria conhecer em mais detalhes a história do Pai da Aviação que sofreu muito preconceito por ser latino e bastante reservado.

Logo no início, na França, ele se une ao clube da aviação que tinha grande rejeição com ele. A França queria que um francês fosse o primeiro criador do avião, então relutavam muito em dar prêmios a Dumont. O aviador também acreditava que suas invenções era da humanidade, portanto não as patenteava. O dinheiro dos prêmios ele dava aos engenheiros e profissionais que trabalhavam com ele, já que era rico e não precisava do dinheiro. João Pedro Zappa está muito bem como Santos Dumont.
Na infância é interpretado por Guilherme Garcia e mais velho por Gilberto Gawronski. É uma série linda, com direção de arte muito bem cuidada. Incríveis as réplicas dos aviões, as cenas com as tentativas dos voos. O elenco todo é ótimo. Os pais do Dumont foram interpretados por Bianca Byington e Leo Wainer. Juliana Carneiro da Cunha faz uma participação especial como a Princesa Isabel. No elenco ainda estavam Miguel Pinheiro, Thierry Tremouroux, Pedro Alves, Jean Pierre Noher, Joana de Verona, Carlos Carretoni, Mathieu Sintomer, Amanda Richter, Marcos Breda, Paulo Reis e Selma Egrei.

Santos Dumont ficou muito triste que seus inventos serviram para a guerra. Se pensarmos que recentemente um drone matou um político, não é de admirar que utilizassem a aviação para o mal. Muito triste! São 6 episódios. Achei o último confuso e atropelado, uma pena porque a série é linda.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

John Wick

Assisti John Wick (2014) de Chad Stahelski na TNT. Eu comentei com o 007 sobre o Hotel Artemis, e ele disse que esse roteiro do hotel para bandidos, usado como hospital, com regras claras como não poder matar no estabelecimento, estava no filme John Wick e insistiu muito que eu visse. Ele adora o Keanu Reeves, eu não sou tã fã desse ator. No Brasil está com o péssimo nome John Wick De Volta ao Jogo, como se fosse uma continuação e não o primeiro. O 007 continua insistindo que eu veja os outros, sim, vou ver se assisto, sem pressa, não é o gênero que mais gosto. O hotel em Hotel Artemis é o protagonista, com a médica. Em John Wick, o hotel é um momento do filme, que é voltado todo para o protagonista. O roteiro é de Derek Kolstad.

John Wick é um bom filme de ação, mas eu não tenho muita paciência com excesso de lutas, corridas de carros, as indústrias de armas e de automóveis devem amar esses filmes. De qualquer forma o eixo central do filme é bom. John Wick acaba de perder a esposa. Ela envia pós morte um cachorrinho pra ele, para consolá-lo no luto.

Ele vai abastecer o carro, um garoto mimado cisma com ele, quer comprar o carro e o cachorro. Pela negativa do John Wick, o jovem prepara um flagrante na casa dele, rouba o carro e mata o cachorro com requintes de crueldade. O ator que faz o mimado é Alfie Allen, que ficou conhecido por Game of Thrones.

John Wick resolve se vingar e descobrimos que ele volta ao mundo do crime. Que era e é um profissional do crime muito respeitado porque tem muitas regras morais, como se isso fosse possível. Daqueles filmes que tentam justificar que dependendo dos crimes, podemos matar, para lavar a honra. São inúmeras cenas de ação, muito bem realizadas, mas exageradamente cansativas. O elenco tem outros nomes importantes Michael Nyqvist, Williem Dafoe, Ian McShane e Dean Winters. E outros nem tanto, mas com bons personagens: Adriane Pallick, Bridge Moynahan, John Leguizamo e Lance Reddick



Beijos,
Pedrita

domingo, 12 de janeiro de 2020

Alma Despejada

Assisti a peça Alma Despejada no Teatro Folha. É com a maravilhosa Irene Ravache, com texto incrível da Andréa Bassitt e delicada direção de Elias Andreato. Que peça linda!

Uma mulher, quer dizer, uma alma, vai ser despejada da sua casa. Finalmente a casa que a mulher viveu foi vendida, seus objetos vão embora. E a alma vai se despedir do local. Assim, a personagem lembra de sua vida. Adorei ela falar das palavras, que mudar uma única letra muda todo o sentido. Na narração descobrimos que na infância ela tinha paixão pelas palavras, estimulada pelos seus familiares, algo que acontecia muito e pouco acontece hoje em dia. E esse brincar com as palavras, letras, seguiu na sua vida. Li que Clarice Lispector era muito ligada as palavras, ficava sempre procurando uma palavra que realmente expressasse o significado do que queria dizer. Eu tenho esse fascínio igual por palavras, me encantei na hora pela peça nesse momento. E, ah, os objetos. Sou fascinada pelos objetos. A personagem ouvia que tinha que desapegar, como ouço isso.
Fotos de João Caldas Filho 
A peça é muito feminina e fala muito do universo da mulher. Ela era professora, mas acabou enriquecendo, porque o marido enriqueceu, mas mesmo assim o dinheiro continuava sendo juntado. Ela fez o que muitas mulheres infelizmente ainda são aconselhadas a fazer, a fingir que não veem, fingir que concordam. Como ela mesma diz na peça, ela fingia que não via, dizia que estava tudo tão bem assim. Para não ter conflito, para viver em paz, muitas mulheres são aconselhadas a não contrariar o marido, a fingir que concordam. A personagem pelo jeito preferia não fazer perguntas. É muito raro que alguém mude de classe social. Se o marido ficou rico, sim, pode ser porque teve muita sorte nos negócios, mas na maioria das vezes é porque algo no processo não está certo. Na época do café, os cafeicultores ficaram milionários porque usaram mão-de-obra escrava. Não tinham gastos com funcionários, não gastavam com acomodações e alimentação descente. É muito difícil alguém enriquecer tratando e pagando bem funcionários, não sonegando impostos. E a  personagem conta depois o motivo, o marido se envolveu em corrupção. 
A peça parte do pressuposto que há almas e que elas podem voltar e ver suas vidas depois. Então a personagem fala que há um ajuste de contas logo após a morte e que todos nós erramos e vamos ter que ter contato com os nossos erros. Sim, ninguém é perfeito. No verniz social a gente até tenta. Foi muito legal que na peça eu encontrei a Andreia Inoue do Papeando, blog que gosto tanto. É a primeira peça que vejo em 2020. Alma Despejada fica no Teatro Folha até 28 de março.

Beijos,
Pedrita