sábado, 9 de novembro de 2013

Equador

Terminei de ler Equador (2003) de Miguel Sousa Tavares da Editora Nova Fronteira. Quando terminei de ler Rio das Flores e coloquei no blog, comentaram que eu deveria ler Equador, que é considerado um de seus melhores livros. Eu tinha amado Rio das Flores e ainda diziam que esse é melhor? Quis ler. Veio uma ótima promoção, 50% de desconto no valor do livro em uma livraria virtual, comprei. Na capa dessa edição diz que vendeu mais de 230.000 exemplares em Portugal. É realmente incrível. Eu comprei exatamente dessa belíssima capa que é de Antonio Belchior sobre um postal antigo da cidade de S. Tomé da coleção particular de João Loureiro.


Obra Jogo de Cartas (1935) de Almada Negreiros

Nosso protagonista é português e um rico filho de um empresário. Ele vive tranquilamente sem saber o que faz, sai com amigos, vive a larga. Com o falecimento de seu pai ele acaba assumindo a empresa, sem escolha. O pai trabalhava com navios que ele vê sempre do seu escritório, mas nunca se interessou em ver na prática o que acontece, vive na parte burocrática da empresa e continua saindo com os amigos e vivendo sem compromisso. O Rei de Portugal o procura e solicita que ele venha a ser Governador de S. Tomé e Príncipe, ilhas africanas sob domínio de Portugal. O Governador precisa verificar e informar que os proprietários de terras precisam ter livres os negros que trabalham em suas lavouras. S. Tomé e Príncipe vive do cultivo do Cacau e os proprietários ganham muito dinheiro. Em breve chegará nas ilhas um enviado inglês para atestar se realmente Portugal não tem mais mão-de-obra escrava. No período que o livro é retratado, o Brasil já alforriou os seus escravos. Aqui já começaram a substituir a mão-de-obra negra pela italiana. Em S. Tomé e Príncipe os negros são livres, recebem salários, tem contratos, podem ir embora, mas tudo indica que é mais fachada do que realidade.

Obra Maternidade (1935) de Almada Negreiros

Nosso protagonista sabe que será muito difícil dizer não a um pedido do Rei de Portugal, mas também o desafio lhe atrai. Em S. Tomé e Príncipe ele vive toda a hostilidade dos proprietários de terra que fingem que não castigam com chicote e maus tratos os negros. Os negros continuam vivendo em senzalas e se alimentando de farinha e água. Tanto que o índice de mortalidade é muito alto. Equador é um livro belíssimo. Miguel Sousa Tavares pesquisou todo esse período, há uma lista bibliográfica que foi utilizada para a pesquisa. Esse autor gosta de mostrar momentos históricos e criar personagens ficcionais. Ele entretêm e informa.  A complexidade humana, a fragilidade humana, a prepotência, é um livro apaixonante. Equador é maravilhoso!

Tanto o pintor bem como o compositor são de S. Tomé e Príncipe e viveram no período que o livro foi retratado.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Menino e a Liberdade

Assisti a ópera O Menino e a Liberdade no Theatro São Pedro. A obra é baseada no conto de Paulo Bonfim com libreto de Jorge Coli e música de Ronaldo Miranda. A direção musical e regência foi de Roberto Duarte, com a Orquestra do Theatro São Pedro, direção cênica de Mauro Wrona e os cenários de Duda Arruk. Foi a estreia mundial dessa ópera. Uma graça o menino Ivan Marinho.

No elenco estavam Luciana Bueno, Inácio de Nonno, Sebastião Teixeira, Flávio Leite, Carolina De Comi e o trombonista Ricardo Pacheco

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Tudo Pelo Poder

Assisti Tudo Pelo Poder (2011) de George Clooney no Telecine Touch. Resolvi ver porque tenho lido que o George Clooney tem investido em projetos que questionam o meio em que vive. Achei estranho do filme estar no Telecine Touch e fiquei com receio de ser muito banal, mas é excelente! No início George Clooney interpreta um candidato a governador. Ele faz um discurso, eu estava com sono e fiquei com receio que o filme todo ia ser por aquele caminho e que ia deixar pra ver outro dia. Mas Tudo Pelo Poder toma um rumo interessantíssimo. O nome original é mais interessante mas não serve no Brasil, The Ides of March, mas o nome encontrado no Brasil é péssimo.

George Clooney não aparece tanto. Boa parte do filme passa com os responsáveis pela campanha. Dois grandes atores Ryan Gosling e Philip Seymour Hoffman. O personagem do Ryan Gosling acredita muito no candidato, trabalha por paixão. Ele é convidado pelo Philip Seymour Hoffman a trabalhar na campanha. Me incomoda essa transformação de políticos em heróis nas campanhas. São pessoas comuns que representam na política, esse exagero de palmas, como se fosses deuses, me incomoda profundamente.

O roteiro é muito bom e é baseado no livro Beau Willmon, Farragut North. O elenco continua incrível. Paul Giamatti interpreta um profissional da oposição. Evan Rachel Wood a estagiária. Alguns outros são Jeffrey Wright, Marisa Tomei e Max Minghella.



Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A Bala na Agulha

Assisti a peça A Bala na Agulha de Nanna de Castro no Tucarena. A direção é de Otávio Martins. Impressionante! Claustrofóbico! Maravilhoso! E que elenco! Eduardo Semerjian simplesmente arrasa como o Chico Valente que é um ator premiadíssimo, mas em um momento difícil profissional. Alexandre Slaviero interpreta muito bem um jovem ator de televisão, acostumado com a fama instantânea. Denise Del Vecchio aparece como a grande atriz Célia de Castro. Como é linda e talentosa!

Seria a montagem de Esperando Godot, mas Chico Valente resolve fazer uma peça de arena para os leões, onde o jovem ator será a vítima para o delírio da plateia. E lá estamos nós assistindo esse espetáculo que não vai mais acontecer e vendo outro espetáculo protagonizado por Chico Valente. Com uma arma eles fazem vários embates, enquanto os atores renomados volte e meia trocam suas falas por grandes obras do teatro que o jovem ator nunca ouviu falar. Por estarmos em uma arena várias vezes a arma está apontada para nós, é angustiante. Teve um momento que a arma fica esquecida em um banco e eu tive vontade de ir lá buscar e ajudar a segurança de todos. Incrível como embarcamos na farsa. 

A Bala na Agulha é uma peça incrível onde vários fatores unidos nos trazem um espetáculo maravilhoso. Além do elenco e direção, eu tive vontade de ver essa peça pelo belíssimo cenário. Eu tinha visto em algumas matérias na televisão trechos e tinha ficado fascinada com a iluminação que é de Pedro Garrafa e o cenário, com o banco para balançar, as árvores de Cláudio Soferini. Não conhecia o texto da Nanna de Castro e me surpreendeu. Adorei a direção do Otávio Martins, incrível! Belíssimos  e engenhosos os figurinos de Marichelene Artisevskis. Tudo é impecável e inesquecível! A Bala na Agulha fica em cartaz até o dia 1º de dezembro.

Beijos,
Pedrita

domingo, 3 de novembro de 2013

A Entidade

Assisti A Entidade (2012) de Scott Derrickson no Telecine Premium. Eu procurava na grade de programação pelo controle remoto um filme pra ver, gosto desse gênero, resolvi assistir. No começo pensei em desistir, achei muito pesado, mas insisti mais um pouco. Há uma questão que achei bem interessante e atual, um escritor de livros policiais se muda com a família para uma cidade onde teve assassinatos monstruosos. Ele está com a reputação abalada. Lançou um único livro de muito sucesso, os outros dois foram fracassos retumbantes.

Ele vai mais além do que ir na cidade dos assassinatos, ele aluga a casa onde teve os crimes monstruosos, esconde da mulher e ainda leva os dois filhos juntos. A filha diz que mais uma vez vai sofrer na escola por estar envolvida no que há de mais hediondo na cidade. E o pai acha certo expor as crianças assim. Ele só pensa no seu sucesso, no seu ego e fica tentando convencer as crianças que elas precisam aceitar, mas não conta em que casa está.

A Entidade acaba sendo um filme um pouco pesado demais, se torna sobrenatural em um determinado momento. E não só eu questiono esse pai, como questiono quem fez o filme, já que as crianças são expostas a questões muito pesadas. Eu não deixaria um filho meu participar desse filme. No elenco estão: Ethan Hawke, Juliet Rylance, Fred Dalton Thompson, James Ransone, Michael Hall D´Addario, Clara Foley, Victoria Leigh e Ethan Haberfield.

Beijos,
Pedrita