Assisti Divertidamente 2 (2024) de Kelsey Mann da Pixar na Disney. Tinha tempo que queria ver, até porque concorreu ao Oscar.
A protagonista agora é adolescente e novas emoções surgem. A ansiedade quer tomar conta de tudo, quem não se identifica? Surgem então a vergonha que eu mais me reconheci, a inveja e o divertido sarcasmo clássico de adolescente. A alegria deu ataques de positividade tóxica. Ela resolve jogar para baixo do tapete os maus momentos, no sistema delas é lá pro fundo, para o esquecimento, mas como não esquecemos, é claro que dá muito, mas muito ruim. Bom que ela acaba entendendo que não dá pra tentar apagar momentos difíceis, erros, e sim lidar com eles.
A protagonista vai para um acampamento. Ela é fera no Rockey e vai tentar ser escalada.
Assisti A Vilã das Nove (2024) de Teo Poppovic da Star+ na Disney. Não tinha ideia da existência desse filme. É um filme redondo, com ótimo roteiro bem original. Foi uma grata surpresa!
No começo há trecho de várias histórias fragmentadas. Levamos um tempo para entender os pedaços e juntar o quebra-cabeça. A história que entendemos mais é a da protagonista da ótima Karine Teles. Ela está se separando do pai (Negro Leo) de sua filha adolescente (Laura Pessoa). Ela é professora vocal, tem muitos atores como alunos.
Tem uma história do passado que temos dificuldade de juntar os pedaços, até que surge a novela com a Vilã das Nove interpretada pela ótima Camila Márdila. O elenco é todo incrível. Quem escreve a novela é o genial Antonio Pitanga. Ele distribui folhetos para que pessoas contem suas histórias pra ele ver se mistura em suas novelas.
Aparece então a personagem da Alice Wegmann e subentendemos que ela que contou a sua história e que a protagonista é a vilã das nove sob o olhar amargurado da jovem. Que trama bem realizada. Eu adoro arte dentro de arte, nesse é novela dentro do filme. Nós vemos pedaços dos capítulos, as filmagens e ainda vemos o passado lembrado por vários ângulos. Muito bom. São vários momentos, núcleos, então o elenco é numeroso e talentoso: Otto Jr., Felipe Rocha, Murilo Sampaio, Valentina Bandeira, Ãngela Rabello e Túlio Starling.
Assisti The Parenting (2025) de Craig Johnson no Max. Porque sábado é dia de fantasminhas. Estava meio receosa com esse já que é comédia, mas é fantasminha com comédia. O roteiro é de Kent Sublette e tem todos os ingredientes que eu adoro, principalmente um suspense com explicação lógica ao final. Muito bom!
A premissa já é boa. Um casal convida os pais para um fim de semana em uma linda casa que eles alugam. Um quer pedir o outro em casamento, mas mantém esse desejo em segredo. Eles são ótimos Nik Dodani e Brandon Flynn. E claro que a casa é mal assombrada.
Os atores são ótimos. Um casal é mais conservador, Brian Cox e Edie Falco.
O outro casal são Lisa Kudrow e Dean Norris. Juntam-se a eles, Vivian Bang. Quem aluga a casa é Parker Posey.
Assisti Nightbitch (2024) de Marielle Heller na Disney. Esse filme nem entrou nos cinemas no Brasil, foi direto para o streaming. É um filme inacreditável sobre maternidade. Tenho gostado muito da forma realista como os filmes atuais falam mais abertamente sobre a maternidade. O filme é inspirado no livro de Rachel Yoder que quero ler, mas não tem ainda no Brasil.
A protagonista ama profundamente o seu filho. Vive para o serviços domésticos e para a maternidade. Mas está claramente exausta, solitária e sobrecarregada. Um dos mais impressionantes papéis da incrível Amy Adams. Ela concorreu a Melhor Atriz no Globo de Ouro com Fernanda Torres que ganhou por Ainda Estou Aqui.
O marido, Scoot McNairy, aparece de vez em quando, fica um ou dois dias. Ele vai levar o filho para o banho e faz o que muitos maridos fazem, fica pedindo coisas que poderia pegar a cada minuto. Fica claro essa demanda porque ela cuida sozinha e ela que tem que fazer tudo, não dá pra chamar ninguém. Demandar o que o outro tem que fazer também é exaustivo. De manhã ela está lavando uma pilha de louças e ele pergunta se ela fez o café, depois quanto pó de café coloca. Era só olhar para a mesa e ver que não estava posta com o café. Os dois decidiram antes do parto que ela ia viver a maternidade na sua totalidade, sem ajuda, que ia parar de trabalhar, ela é uma renomada artista plástica e que o filho só iria para algum lugar quando chegar a hora da escola. Os dois não redefinem essa loucura com o passar do tempo. E vão se sentindo obrigados a continuar os seus papéis. Só depois que descobri que o filho dela é interpretado por gêmeos, Arleigh e Emmett Snowden. A sincronia com a atriz é tanta que cheguei a pensar se não era filho dela, mas não são.
O filme tem uma forma peculiar de contar essa história. Cada vez mais isolada. ela começa a se transformar em um cachorro. Por esse argumento foi colocado como terror, mas não é, continua um filme sobre família, patriarcado e principalmente sobre maternidade. São apenas umas licenças poéticas muito, mas muito fortes para mostrar o sufocamento dessa mulher que perdeu totalmente a sua liberdade e ninguém vem resgatá-la, só os cachorros.
Ela acaba procurando programações pra mães e odeia um grupo de leituras. Ao final todas as mães representam os seus papéis de amorosas, tolerantes, que nunca pensaram outra coisa a não se mãe. Quando ela começa a dizer os sentimentos escuros que tem, ela descobre que não está sozinha, todas elas tem igualmente pensamentos ruins, momentos difíceis e passam a ficar amigas, é muito emocionante. É só quando elas falam do que é ruim, é que começam a deixar de ser personagens delas mesmas.