Assisti The Parenting (2025) de Craig Johnson no Max. Porque sábado é dia de fantasminhas. Estava meio receosa com esse já que é comédia, mas é fantasminha com comédia. O roteiro é de Kent Sublette e tem todos os ingredientes que eu adoro, principalmente um suspense com explicação lógica ao final. Muito bom!
A premissa já é boa. Um casal convida os pais para um fim de semana em uma linda casa que eles alugam. Um quer pedir o outro em casamento, mas mantém esse desejo em segredo. Eles são ótimos Nik Dodani e Brandon Flynn. E claro que a casa é mal assombrada.
Os atores são ótimos. Um casal é mais conservador, Brian Cox e Edie Falco.
O outro casal são Lisa Kudrow e Dean Norris. Juntam-se a eles, Vivian Bang. Quem aluga a casa é Parker Posey.
Assisti Nightbitch (2024) de Marielle Heller na Disney. Esse filme nem entrou nos cinemas no Brasil, foi direto para o streaming. É um filme inacreditável sobre maternidade. Tenho gostado muito da forma realista como os filmes atuais falam mais abertamente sobre a maternidade. O filme é inspirado no livro de Rachel Yoder que quero ler, mas não tem ainda no Brasil.
A protagonista ama profundamente o seu filho. Vive para o serviços domésticos e para a maternidade. Mas está claramente exausta, solitária e sobrecarregada. Um dos mais impressionantes papéis da incrível Amy Adams. Ela concorreu a Melhor Atriz no Globo de Ouro com Fernanda Torres que ganhou por Ainda Estou Aqui.
O marido, Scoot McNairy, aparece de vez em quando, fica um ou dois dias. Ele vai levar o filho para o banho e faz o que muitos maridos fazem, fica pedindo coisas que poderia pegar a cada minuto. Fica claro essa demanda porque ela cuida sozinha e ela que tem que fazer tudo, não dá pra chamar ninguém. Demandar o que o outro tem que fazer também é exaustivo. De manhã ela está lavando uma pilha de louças e ele pergunta se ela fez o café, depois quanto pó de café coloca. Era só olhar para a mesa e ver que não estava posta com o café. Os dois decidiram antes do parto que ela ia viver a maternidade na sua totalidade, sem ajuda, que ia parar de trabalhar, ela é uma renomada artista plástica e que o filho só iria para algum lugar quando chegar a hora da escola. Os dois não redefinem essa loucura com o passar do tempo. E vão se sentindo obrigados a continuar os seus papéis. Só depois que descobri que o filho dela é interpretado por gêmeos, Arleigh e Emmett Snowden. A sincronia com a atriz é tanta que cheguei a pensar se não era filho dela, mas não são.
O filme tem uma forma peculiar de contar essa história. Cada vez mais isolada. ela começa a se transformar em um cachorro. Por esse argumento foi colocado como terror, mas não é, continua um filme sobre família, patriarcado e principalmente sobre maternidade. São apenas umas licenças poéticas muito, mas muito fortes para mostrar o sufocamento dessa mulher que perdeu totalmente a sua liberdade e ninguém vem resgatá-la, só os cachorros.
Ela acaba procurando programações pra mães e odeia um grupo de leituras. Ao final todas as mães representam os seus papéis de amorosas, tolerantes, que nunca pensaram outra coisa a não se mãe. Quando ela começa a dizer os sentimentos escuros que tem, ela descobre que não está sozinha, todas elas tem igualmente pensamentos ruins, momentos difíceis e passam a ficar amigas, é muito emocionante. É só quando elas falam do que é ruim, é que começam a deixar de ser personagens delas mesmas.