sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Na Trilha do Cinema

Assisti 3 episódios da série Na Trilha do Cinema no Curta! Agora há um recurso da ClaroTV que permite solicitar gravar todos os episódios de um programa, espero que repitam e eu possa ver os primeiros. Está disponível para assinantes do CurtaOn. André Abujamra que apresenta e ele também já fez várias trilhas pra filmes. É um tema que adoro, amei o programa. O primeiro que vi é com outro gênio das trilhas, o Antônio Pinto. Eu amo suas trilhas, a Eu na Rua de Nine Days está nas minhas playlists. É dele a trilha maravilhosa de Central do Brasil, Abril Despedaçado, Primeiro Dia, Marighella.

O segundo que vi foi com Flavia Tygel. Foi muito descobrir quais trilhas eram dela. Me emocionei muito com o relato de As Polacas que quero muito ver. Ela trabalha com uma diretora do meu coração, a Susanna Lira e fez a trilha para o impactante Torre das Donzelas.

 
O último foi muito divertido, Abu entrevistou Abu. Inclusive Abu é o responsável pela trilha de A Melhor Mãe do Mundo que acabei de ver e amei e de vários filmes da Anna Muylaert. O compositor falou em mais detalhes as trilhas de Carlota Joaquina que acaba de ser relançado e Carandiru.



Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

A Melhor Mãe do Mundo

Assisti no cinema A Melhor Mãe do Mundo (2025) de Anna Muylaert no Reag Belas Artes. Foi no projeto Folha que eu amo. Primeiro passa o filme e depois a diretora e a atriz principal conversaram com o público. Eu amo saber detalhes, então é maravilhoso esse formato. E o mais incrível ainda é que é gratuito! Estava lotado! O filme foi ovacionado ao final. 

Inacreditável o trabalho da Shirley Cruz, que atriz. Começa com ela na delegacia denunciando o marido que a bateu. Ela é catadora de materiais recicláveis. Ela vai trabalhar, vai em casa, pega os filhos, põe na carroça e segue para a casa de seus primos em Itaquera. E vai trabalhando pelo caminho com os filhos. Demais as crianças, Rihanna Barbosa e Benin Ayo. O filme começa com uma música maravilhosa na voz de Negra Li. A bela trilha sonora é de André Abujamra.

Ela leva dias até chegar na casa da prima em Itaquera. Lá é acolhida com os filhos, bem tratada, mas infelizmente a família tem uma cabeça ultrapassada. A prima diz que casamento é assim mesmo. Ela é Luedji Luna. E pior, avisam o ex. O ex não é pai de nenhum dos filhos da catadora. Os filhos tem pais diferentes. E é o maravilhoso Seu Jorge. O filme mostra a dificuldade que é sair de relações de abuso quando ainda há amor. Ela ama muito o marido, que não é marido no papel e tem dificuldade de se libertar da sedução dele.
Me emocionei demais com a personagem da Rejane Faria. Ela está em situação de vulnerabilidade como a Gal, vende bandeiras na rua. E é ela que diz, do jeito dela, que a Gal não pode aceitar a violência. Ela é Munda e conta que vive na Ocupação 9 de julho, que vai enviar o seu contato, que se a Gal quiser, ela ajuda no processo. 

É na Ocupação 9 de Julho que Gal encontra acolhimento e ajuda pra recomeçar. Ela é apresentada ao apartamento que vai viver com os 2 filhos, tem fogão, alguns móveis e vai ter ajuda até conseguir se estabelecer e poder colaborar. Quando se restabelecer, a regra é seguir e abrir espaço pra outro que precisa. Eu estive exatamente nessa ocupação há uns anos e fiquei impactada com a quantidade de mães cheias de filhos. Uma me contou inclusive que não conseguem alugar apartamentos com tantos filhos.
Ao final, na conversa estavam Shirley Cruz, Anna Muylaert e Rihanna Barbosa, mediadas pela jornalista da Folha, Catarina Ferreira e com a psicanalista Vera Iaconelli. Eu venho acompanhando notícias do filme faz tempo. Adoro acompanhar bastidores nas redes sociais. Então gosto muito desse programa da Folha, pra saber um pouco mais. Todos nós estávamos muito emocionados! Shirley contou que fez um trabalho corporal para puxar a carroça. Que falou com catadoras do Cambuci. Falaram da seleção das duas crianças. Rihanna já trabalha como atriz.

Anna contou como foi a seleção do Benyo com 5 anos na época e que na primeira cena no chafariz no centro, ele não queria fazer. Anna conversou com ele, disse que sim, eles podiam ir embora e foi conversando até que ele concordou e depois passou a entender o que seria atuar e se soltou. Ele é uma graça. Shirley contou que ela e Rihanna, deixavam Benyo atuar livremente. Anna disse o personagem que foi improviso a maior parte do tempo.

Em casa eu vi a entrevista da Shirley Cruz no Conversa com Bial na GNT e soube mais histórias do filme.


Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Ronaldo Miranda - Piano Concerto

Ouvi o álbum Ronaldo Miranda - Piano Concerto (2025) pela Naxos no Spotify. Que álbum! Absurdamente impactada! Que obras! Ronaldo Miranda está entre os maiores compositores da atualidade! Linda capa do álbum.

E a interpretação foi só com grandes artistas. Com a excelente Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sob regência do ótimo maestro Fábio Mechetti e com o incrível Eduardo Monteiro ao piano. O resultado não podia ser mais maravilhoso! 
Eu cheguei a acompanhar fotos e trechos pelas redes sociais na época das gravações, ansiava bastante pelo lançamento.
Lindíssima a obra Piano Concerto em 3 movimentos, Tenso, Grave e Lúdico. Embora muito diferente da obra Macunaíma do compositor, me lembrou bastante, pela força visceral. É algo que se sente no corpo e que interpretação dos músicos, orquestra e piano. Já ouvi inúmeras vezes. Horizontes tem também  3 movimentos, A Partida, A Espera e A Descoberta e é uma obra que causa desconforto, muito interessante! A que ficou mais conhecida e difundida do álbum foi Piano Concertino, em dois movimento, Alegro e Alegretto, mas foi mesmo a primeira que gerou críticas contundentes em elogios. Foi uma grata surpresa a Variações temporais (Beethoven). Não conhecia!

Ronaldo Miranda na foto de Vânia Laranjeira
Foto do acervo pessoal do compositor feita na época da gravação do álbum que está disponível em todas as plataformas. Da esquerda para a direita, Fábio Mechetti, Eduardo Monteiro e Ronaldo Miranda.

O álbum Ronaldo Miranda - Piano Concerto da Naxos está disponível nas plataformas de streaming.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Causeway

Assisti Causeway (2022) de Lila Neugebauer na AppleTV+. É um bonito filme sobre amizade! O  nome no Brasil, Passagem, não tem nada a ver.


 

Começa com a personagem da Jenniffer Lawrence, que está sublime, Linsey, muito debilitada de cadeira de rodas sendo entregue a uma senhora, a Sharon, da ótima Jayne Houdyshell. Muito interessante! Lynsey teve um grave acidente quando era militar na guerra do Afeganistão. Ela contrata então Sharon pra cuidar dela no período de reabilitação. Sharon conta que cuidou de uma pessoa e quando ela se foi, ela resolveu se inscrever para ajudar na reabilitação de pessoas. Lynsey fica na casa da Sharon, no aconchego de um lar bem equipado, com quarto próprio e passa a ter ajuda pra tudo, tomar banho, vestir, comer. Sharon tem carro e dirige e leva a jovem nos médicos, na fisioterapia. Bem diferente daqui. Lynsey fica em uma casa que a recebe, não uma profissional que vai a casa dela. Quando Lynsey se acha pronta ela volta para a cidade dela. Para a péssima relação com a mãe que se preocupa com a filha até se distrair e ir fazer outra coisa. Linsey tem uma prateleira lotada de remédios e a mãe parece nem perceber. Só sabemos o que de fato aconteceu na consulta médica de Stephen McKinley Henderson.
E é nessa ausência de tudo que ela conhece James. Brian Tyree Henry está incrível também. Ele tem uma oficina mecânica e a ajuda com a picape velha da mãe. Ela arruma emprego de limpadora de piscinas. A mãe fica perplexa. E Linsey tem que explicar que pelo problema dela, é o que ela pode fazer. Ele sofreu um acidente de carro e não tem parte de uma perna. A amizade deles é difícil, os dois são machucados pela vida. Mas é muito bonita a construção do afeto entre eles. Filme muito bonito.
Beijos,
Pedrita

domingo, 3 de agosto de 2025

Cícera

Assisti a peça Cícera do grupo Contadores de Mentiras no Encontro Paulista de Teatro de Grupo na Refinaria Teatral. Nossa!! Que espetáculo!! Maravilhada!!

Fotos de Valéria Félix

É um monólogo com Daniela Santana, responsável pela criação e dramaturgia. Ela começa vendada com movimentos, enquanto, vozes e cantos aparecem. Ela é Cícera e começa a contar sua história. Que trabalho corporal impressionante! É a história de muitas Cíceras, batalhadora no Nordeste, vem para São Paulo com as quatro filhas, é assaltada na rodoviária. Aqui em São Paulo tem a quinta filha. Ela trabalha com fumo de corda. Tudo é mágico, só assistindo! 

Incríveis os objetos de cena que vão ganhando vida para contar cada momento. Eles colocam uma lona. A cenografia é de Daniela e Cleiton Pereira. A iluminação de Samuel Vital
Ao final eles conversam com o público e Daniela contou que a Cícera era a mãe dela e ela a quinta filha que nasceu em São Paulo. Que o grupo foi com a mãe pra Alagoas, sem contar pra ela que estavam anotando tudo para o espetáculo. Que as vozes iniciais eram da Cícera e irmãs, dos que contaram as histórias pra eles, das músicas que cantaram. Muito emocionante!
O teatro estava abarrotado, nunca vi tanta gente lá, muita emoção. Uma família do bairro levou uma panelona com pipocas e pacotinhos pra presentear o público, foi uma alegria só. Cícera serve café no meio da peça. Tudo muito acolhedor! Que noite inesquecível!


O Encontro Paulista de Teatro de Grupo está terminando. Hoje ainda tem espetáculo e oficina e semana que vem também, sábado e domingo. Um grupo diferente cada dia. Nem acabou e já estou com saudade! Tudo gratuito! Que sonho!
Beijos,
Pedrita