sábado, 7 de outubro de 2017

Morgan

Assisti Morgan (2016) de Luke Scott no Telecine Play. Que filme interessante! Nunca tinha ouvido falar. Gostei muito! É mais de ficção científica. Gostei demais da abordagem filosófica do roteiro que é de Seth W. Owen.

Começa com uma executiva chegando em uma casa isolada. Ela fala ao celular e recebe instruções da sua missão. Há um protótipo que está dando problema. O chefe quer que ela avalie o grupo que cuida dessa criação que tinha agredido violentamente uma mulher. A executiva é interpretada por Kate Mara e a criação por Anya Taylor-Joy.

Logo essa investigadora descobre que o grupo que cuida da criação misturou os sentimentos. Tratam a criação como filha. Ela nasceu no local. Está com 5 anos mas já tem aparência de adolescente. Então o grupo todo releva a violência que a criação provocou. Tem pena e uma infinidade de sentimentos paternais. Ainda no elenco estão: Michael Yare, Rose Leslie, Toby Jones, Vinette Robinson, Boyd Holdbrook, Michelle Yeoh, Jennifer Jason Lee e Paul Giamatti.

As discussões filosóficas são muito interessantes. A executiva é hostilizada o tempo todo por tratar friamente a criação. E o desfecho é muito surpreendente. Gostei demais!

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

A Despedida

Assisti A Despedida (2016) de Marcelo Galvão no Canal Brasil. Sempre quis ver esse filme, mas relutei porque é um tema muito delicado, difícil. Que filme lindo! Como conduziram bem cada segundo, cada momento. Que preciosidade! Mereceu todos os elogios e prêmios que recebeu.

Em uma manhã o protagonista levanta com todas as dificuldades da idade. Vai ao banheiro, se veste impecavelmente e resolve sair com seu andador. O filho quer impedir, mas ele é categórico que quer ir sozinho. Após caminhar pela cidade, quitar sua dívida em um bar, ele segue para um apartamento e aguarda. 

Sua amada chega. É lindo como ela é discreta as limitações dele. Finge não perceber as dificuldades. Mas o ama profundamente, cuida dele, sem deixar o fervor e o desejo de lado. Os dois estão deslumbrantes: Nelson Xavier e Juliana Paes. Belíssimo filme, lindíssima direção. Fiquei muito emocionada! O filme é inspirado em uma história real. A Despedida ganhou vários prêmios. No Festival de Gramado, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Diretor e Melhor Fotografia de Eduardo Makino. A música é a lindíssima Esses Moços de Lupicínio Rodrigues.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

O Nascimento de uma Nação

Assisti O Nascimento de Uma Nação (2016) de Nate Parker no TelecinePlay. É um filme difícil de assistir. Incomoda, entristece. A perversidade do homem sempre me assusta. É baseado em um fato histórico, quando negros se rebelam e matam inúmeros brancos e são também mortos posteriormente enforcados. Nate Parker está impressionante como o pastor, ele ganhou Sundunce de Melhor Ator por sua interpretação. Além de dirigir, o ator colabora no roteiro. 

O protagonista é Nat Turner, um escravo que na infância aprendeu a ler a Bíblia e passou a pregar para os negros. Ele vivia em uma fazenda onde era tratado um pouco melhor que nas outras. Assustador quando o pastor da cidade diz que decidiram que o pastor negro iria pregar para os negros em outras fazendas. O dono gosta porque passa a ganhar dinheiro por isso.  O patrão do Nat foi interpretado por Armie Hammer.
O filme é muito inteligente nas críticas a escravidão. Como os brancos torturavam e matavam sem nenhum pudor, mas acharam um absurdo a revolta. Nat Turner é idolatrado pelos negros. Há um outro filme em preto e branco. Tenho curiosidade de ver. Alguns outros do elenco são: Penelope Ann Miller, Aja Naomi King, Anjanue Ellis, Colman Domingo, Jackie Early Haley, Dwight Henry e Esther Scott.

Beijos
Pedrita

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Jack Reacher

Assisti Jack Reacher (2012) de Christopher McQuarrie no TelecinePlay. Eu nem sabia da existência desses filmes. No fim de semana começou o seguinte, comecei a ver e não queria largar, mas logo percebi que deveria ser alguma continuação. Terminando descobri que só tinha um antes, e no Now vi que dava pra assistir. O filme é baseado no livro de Lee Child.

O segundo é bem melhor. Esse é muito longo e forçado. Mas mesmo assim são dois filmes bons de ação. Esse poderiam ter encurtado uns 15 minutos a meia hora. Dá uma preguiça aquela corrida de carros. Ele com um carro velho e os bandidos com carros novinhos. Muito forçado também o homem que não tem os dedos e pede para o rapaz comer o seu próprio dedo. Como não consegue atiram nele. Desnecessário e chato. Tensãozinha pra adolescente babaca. Ah, esse homem sem os dedos é interpretado de forma caricata por Werner Herzog, não creio.

E aquela luta final, patético. A mocinha sofredora está lá presa e Jack Reacher coloca a arma no chão para lutar de porrada. O filme o tempo todo tenta mostrar que Jack Reacher é um super herói, vence de 5 lutadores ao mesmo tempo, que é bom de briga, ai que canseira. Mas a trama central é boa. Um homem mata à distância inúmeras pessoas, parece um assassino em série. Esse assassino chama Jack Reacher que acha que o atirador é culpado, mas ele começa a investigar e vê que é uma armação. O desfecho do maluco que arquiteta tudo é bem fraco. Mas dá pra assistir. Ainda mais se quiser ver o segundo que é bem mais interessante. Além do Tom Cruise de super herói, tem no elenco: Rosamunde Pilke, David Oyelowo, Richard Jenkins, Jay Cortney, Alexia Fast, Robert Duvall e Josh Helman.

Beijos,
Pedrita

domingo, 1 de outubro de 2017

Léxico Familiar

Terminei de ler Léxico Familiar (1963) de Natalia Ginzburg da Coleção Mulheres Modernistas da Cosac Naify. Quando a editora disse que ia fechar as portas pipocaram promoções com seus últimos livros de 50% de desconto, sem custo de frete. Comprei alguns. É uma belíssima edição! Gostei demais do livro!

Esse livro conta um pouco da história da autora, principalmente de quando  morou com os seus pais. Natalia Ginzburg viveu em períodos difíceis da história da Europa. No fascismo com a perseguição sistemática de quem era contra o regime e da Segunda Guerra Mundial. De família judia, teve uma educação austera, principalmente de seu pai que exigia nota 10 com louvor, mas mesmo quando os filhos tiravam essa nota dizia que tinha feito o que era obrigação. Pão duro, vivia bravo com os gastos da sua esposa. Há muitos diálogos e divertidíssimas as frases clássicas de seus pais. Sua mãe estava sempre insatisfeita onde morava, eles chegaram a se mudar bastante. Ela casa-se com um homem que já tinha sido preso duas vezes por suas ideias. A mãe fica preocupada. O marido continua sendo preso até morrer na prisão depois da Segunda Guerra Mundial. Ginzburg era o sobrenome do marido. O livro termina quando Natália Ginzburg casa novamente e muda de cidade.


Obra Praça da Itália (1913) de Giorgio de Chirico

Trecho de Léxico Familiar de Natalia Ginzburg

“O menino era judeu, e fora colocado pelos pais na escola pública; porém, pediram à professora que fosse dispensado das aulas de religião. Um dia a professora não estava na classe e tinha uma substituta no lugar dela, que não fora avisada, e quanto chegou a aula de religião, admirou-se ao ver o menino pegar a pasta e preparar-se para sair.
- Você aí, por que está saindo? – perguntou.
- Estou saindo – disse o menino – porque sempre vou para casa quando há aula de religião.
- E por quê? – perguntou a substituta.
- Porque eu – respondeu o menino – não gosto de nossa senhora.
- Não gosta de nossa senhora! – gritou escandalizada a professora.
- Vocês escutaram, crianças? Não gosta de nossa senhora!
- Não gosta de nossa senhora! Não gosta de nossa senhora! – gritava a classe inteira, então.

Os pais tinham sido obrigados a tirar o filho daquela escola.”

Beijos,
Pedrita