sábado, 7 de novembro de 2015

Ponte Aérea

Assisti Ponte Aérea (2015) de Julia Rezende no TelecinePlay. Eu queria ver esse filme no cinema, perdi. Achei que era um filme romântico bonitinho e me surpreendi com um roteiro maduro, inteligente. Gostei muito, mas detestei o final. Espero que tenha Ponte Aérea 2. Os dois protagonistas estão em um voo que precisa pousar em Confins e esperar o tempo melhorar. Eles se conhecem no hotel, se atraem, beijam e transam. No dia seguinte ele vai embora antes dela acordar e ela descobre que ele parte em um voo antes.

Ela é de São Paulo, ele é do Rio de Janeiro. Ele vai para São Paulo porque o pai está em coma e vê uma matéria com ela e eles se reencontram. Ela é uma alta executiva, acabou de ser promovida a diretora de marketing de uma grande agência. Ele um artista plástico tranquilo, despojado, sem grana. Ela com muita grana. Essa diferença não é diferença no começo, mas os estressa depois. Eu adoro esses dois atores, Letícia Colin e Caio Blat. Estão ótimos. Fiquei com uma aflição enorme no gatinho no apartamentão de janelonas sem tela. Por sorte era só um gato de cena e ele não mora lá.

Os dois que aparecem mais, mas há outros bons atores no elenco: Emilio de Melo, Felipe Camargo, Silvio Guindane e Martha Nowill.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Um Castelo na Itália

Assisti Um Castelo na Itália (2013) de Valeria Bruni Tedeschi no Telecine Cult. Não se animem muito com o poster e com o nome, não é tão interessante quanto parece. Quase larguei, mas estava curiosa e fui até o fim que não mudou muito também. Dá pra ver, mas não tem nada a ver estar no Cult só porque é europeu, não é cult, caberia melhor no Touch. Eu gravei e vi depois.

Um Castelo na Itália é a história de dois irmãos. Eles tem um castelo mas estão falidos. O irmão está muito doente e a irmã foi atriz, até se saiu bem, é reconhecida nas ruas, mas não quis continuar. A mãe também é viva. Eles não querem se desfazer dos bens e do conforto. Um rapaz jovem se interessa pela atriz e eles tem um relacionamento conturbado. É um filme de decadentes.

Lindos os dois atores Louis Garrel e Fillipo Timi. A diretora faz tudo, é a protagonista, dirige e escreve o roteiro. Omar Shariff faz uma participação de amigo como ele mesmo. A mãe é interpretada por Marisa Bruni Tedeschi. Ainda no elenco Céline Sallette, André Wilms e Xavier Beauvois.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O Camareiro

Assisti a peça O Camareiro de Ronald Harwood no Teatro Porto Seguro. A direção é de Ulysses Cruz. Eu queria muito ver esse espetáculo, tinha visto entrevistas e nesse teatro eu pago meia entrada porque tenho Porto Seguro, não só no ingresso do teatro, para dois convites, como para o estacionamento. Que espetáculo incrível.

O projeto é do Kiko Mascarenhas que faz O Camareiro e convidou o Tarcísio Meira. Eu já tinha visto uma peça com o Kiko Mascarenhas, o incrível O Zoológico de Vidro, a melhor peça que vi naquele ano. Nunca tinha visto o Tarcísio Meira no palco, que incrível, que ator. Kiko Mascarenhas também está maravilhoso. Tarcísio Meira faz um grande ator conhecido principalmente por seus personagens Shakesperianos. Ele está com problemas de memória e precisa encenar naquela noite o famoso Rei Lear. É O Camareiro em sua dedicação profunda que lembra o tempo todo qual será o personagem da noite, as falas, a hora de entrar em cena.

Tudo é incrível. Amei os cenários de André Cortez. Gostei demais da solução para o palco da ficção. Nós vemos a coxia e de costas o palco, como se também estivéssemos na coxia. Também gostei da solução do personagem anunciando os próximos espetáculos. Era a noite de Rei Lear, no dia seguinte seria de Ricardo II, depois Hamlet e novamente Rei Lear. Encenam regularmente várias peças de Shakespeare, em dias alternados, que fantástico. 

O texto é excelente. Esse ator está muito sozinho. Ele é casado, mas a sensação que temos é que a esposa está por interesse. Insuportável a insensibilidade dela de falar com ele quando ele está exausto tentando descansar entre um ato e outro. A jovem atriz também está interessada em um papel, ela na verdade dança em um cabaré e teve a oportunidade de fazer um personagem. Até mesmo o que faz o bobo da corte tenta conseguir um papel maior. Parece que só mesmo o camareiro e a produtora é que amam esse homem, mas esse ator os esquece. O período também é terrível, Segunda Guerra Mundial, há bombardeio na cidade, alguns atores do espetáculo foram presos. O elenco todo é incrível. A esposa é intepretada pela Chris Couto. A produtora pela maravilhosa Karin Rodrigues. A jovem aspirante atriz por uma atriz que adoro, a Karen Coelho. Ela também está em O Zoológico de Vidro. O bobo da corte por Silvio Matos e o especialista em efeitos especiais por Ravel Cabral. Eu entrei logo que liberaram a porta, quem fizer isso terá um presente maravilhoso. O Camareiro está limpando a coxia e preparando o espaço para o início da peça. Deliciosos momentos para aquele pouco público que já entrou no espaço, quase um espetáculo particular. Tudo é muito inteligente em O Camareiro que fica em cartaz até 13 de dezembro. Está lotando então é preciso comprar os ingressos com antecedência.
As fotos são de Gal Oppido


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Gilda

Assisti em DVD Gilda (1946) de Charles Vidor. O 007 me presenteou com o DVD no meu aniversário, sempre quis ver e agora consegui. Sim, Rita Hayworth mais linda como nunca, canta muito bem, desengonçada dançando. A parte do jogo, do cartel é bem realizada, mas a Gilda é uma mulher criada ao desejo do homem, totalmente irreal. Apesar de linda, desejável, sedutora, ela é mulher de um homem só, só pensa em casar e não tem interesse em dinheiro.

Esses itens já bastavam, mas ela ainda apanha e é colocada em cárcere privado. Para se vingar vai ao cassino cantar, vestida lindamente. Imagino o fetiche dos homens com esse filme de possuir literalmente essa mulher. Ter uma mulher estonteante que apanha e ainda canta, que não pensa em dinheiro, que só quer casar, só ama um homem só, que se ajoelha ao agressor, enfim...

E o marido dela, o dono do cassino, interpretado pelo George Macready é bem mais interessante que o Glenn Ford. O filme Gilda subestima a inteligência das mulheres. E o final é surreal, parecem que não sabiam como terminar. O policial, interpretado por Joseph Calleia, diz que vai fingir que não sabe de nada e deixa o casal continuar com o casino e com o cartel. Isso porque o protagonista estava jurado de morte pela máfia.

Beijos,
Pedrita

domingo, 1 de novembro de 2015

Pina

Assisti Pina (2011) de Wim Wenders no Arte 1. Esse filme foi elogiadíssimo. Eu não vi o 3D infelizmente, queria ter visto nos cinemas, mas não consegui. Espero que alguma mostra passe novamente em 3D e eu consiga ver. É incrível! É um filme sobre a bailarina e coreógrafa Pina Bausch (1940-2009). Que filme maravilhoso!

Eu tinha visto um espetáculo da Pina Bausch em São Paulo e ficado impactada. O filme impacta mais ainda. Só vendo mesmo para compreender a amplitude de sua obra. Não só os bailarinos dançam, mas tudo é feito para interagir. Várias coreografias utilizaram os elementos, terra, água, quase como outros bailarinos do espetáculo. Fortíssimo o que os bailarinos dançam na terra. E magnífico o que utilizam a água. Há pedras também. Os bailarinos falam, mas Wim Wenders é genial. A voz deles fala e eles ficam em silêncio. Alguns estão há anos na companhia. Uma diz que está há 22 anos. Fico imaginando a integração de um grupo unido tanto tempo. Dois gênios Wim Wenders e Pina Bausch.

Há cenas no palco e outras ao ar livre que foram gravadas em uma cidade da Alemanha. Que locações lindas, que coreografias. São no meio da cidade, no trem, em um campo com pedras, flores, árvores. Gosto das atitudes dessa coreógrafa, além da dança há movimentos que impactam, dialogam.

Falaram bastante sobre a coreografia do café. Nessa foto está a Pina Bausch. As cadeiras e mesas estavam ali para atrapalhar. Wim Wenders é igualmente genial. Vimos uma maquete da coreografia do café que passa a se mexer e vira filme. Vai e vem e nós mesmos somos iludidos em alguns momentos. Além dos números feitos especialmente para o filme, passam alguns vídeos com a Pina Bausch, algumas fotos, mas o diretor é muito inteligente e mescla surpreendentemente na trama. Há uma brasileira na companhia, a Morena Nascimento. Todos os bailarinos falam do pouco que a Pina Bausch falava, mas as poucas frases são impactantes. A trilha sonora é incrível. O documentário ganhou muitos prêmios e foi muito elogiado quando passou no Brasil. Foi muito elogiado inclusive pela qualidade do 3D e como essa tecnologia pode somar em um filme como esse.

Beijos,
Pedrita