sábado, 14 de janeiro de 2023

Firestarter

Assisti Firestarter (2022) de Keith Thomas no TelecinePlay. É a superestreia de hoje, para minha felicidade liberaram no Now bem antes. Porque sábado é dia de fantasminhas, ah, é verdade, esse filme é de terror, mas sem fantasminhas, mas é muito bom porque o roteiro é ótimo, baseado no livro de Stephen King que quero ler.


 

Acho que o grande trunfo dessa adaptação, e são várias, é a garota, Ryan Keira Armstrong que é ótima, além de linda. Eu me lembro vagamente da outra adaptação que tinha Drew Barrymore no papel da menina e que estava muito bem também.

O filme é todo entrecortado pelo tempo. Começa com a menina bebê, depois vai ao passado dos seus pais. Eles faziam faculdade e foram recrutados para uns experimentos em laboratório que deu tudo errado. Eles pelo menos sobreviveram, eles tem poderes mas fazem mal a eles mesmos e ainda geraram a filha com poderes violentos. Zac Efron é o pai e Sydney Lemmon a mãe. Alguns outros do elenco são e Gloria Reuben, Michael Greyeyes e John Beasly.
Dá muita pena da menina, ela é mais uma vítima daqueles experimentos. O filme fala muito da ganância do ser humano em fazer pesquisas que ninguém nunca tentou, mesmo que façam mal as pessoas. É um texto muito profundo. Vou dar uma olhada quando estrear no Telecine porque achei o filme muito escuro, ruim mesmo de visualizar as cenas. Talvez na telona não ficasse tão ruim. É um filme visualmente muito, mas muito feio, parece filme antigo sem tratamento.
Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

As Feras de Roberto Arlt

Terminei de ler As Feras (1996) de Roberto Arlt da Iluminuras. Comecei a ler esse livro quando lia o anterior, As Benevolentes, porque esse dava pra carregar, mas a leitura não andava porque eu fico sempre pensando que queria ler o livro que está em casa. Comprei esse livro em um sebo perto de casa que não existe mais.

O marcador de livros é da Livraria Cultura.

A caixinha foi um presente de uma amiga.

Obra O Tanque Branco de Antonio Berni

São contos ácidos, desconfortáveis. O autor escreve muito bem e tem um estilo muito peculiar. Gostei bastante!
 
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Don´t Worry Darling

Assisti Don´t Worry Darling (2022) de Olivia Wilde na HBOGo. Que filme! Muito impactada! O excelente roteiro é de Katie Silberman.

Tudo indica que é aquela época do estilo americano de viver (American Way of Life). Um casal ultra mega apaixonado vive em uma casa deslumbrante. Os dois estão ótimos, lindos e talentosos, Florence Pugh e Harry Styles. O personagem dela é muito complexo. No bairro há outros casais jovens, lindos e bem casados. Os maridos saem pra trabalhar em belos carros conversíveis e coloridos. Elas ficam cuidando do lar, cozinhando, se vestindo deslumbrante pra recebê-los, sempre fazendo festas em piscinas, jantares, ótima comida, muita bebida, ótima música e muita felicidade! Elas sempre estão ouvindo uma rádio local, com textos do prazer do lar, motivacionais. A trilha sonora é maravilhosa e está no Spotify.
Uma moradora do bairro, Kiki Lanes, está insatisfeita com o lugar. Falam que ela está doente e se recusando ao tratamento. A outra jovem se solidariza e passa a ficar intrigada com o que a jovem diz. Com isso ela passa a questionar e investigar o lugar.

O filme fala muito de feminismo e é desconcertante. A jovem que questiona o lugar passa a ser chamada de louca, que precisa de tratamento, e o mesmo passa a acontecer com a outra que passa a investigar o lugar. Elas são felizes lá, todos dizem, riqueza, luxo, boas companhias, muitas festas, amor. O casal apaixonado não quis ter filhos e ela começa a ser pressionada a querer, deve ser isso que falta pra tirar ela da loucura. A diretora interpreta a melhor amiga da protagonista. Alguns outros do elenco são: Chris Pine, Gemma Chan, Nick Kroll, Sydney Chandler e Tymothy Simons.
Vou falar detalhes dos segredos do filme: Eu fiquei muito horrorizada com o que de fato aconteceu. Ela casou com um marido fracassado. Ela, médica, trabalhava muito, e amava o que fazia. Ela chegava depois de 30 horas de trabalho e ele não tinha feito nada pra ele e ela comerem. Ele diz que não sabia o que ela iria querer. A casa uma bagunça completa, ele desleixado, sem nada fazer. Cabeça vazia, oficina do diabo. Ele passa a ouvir uns vídeos motivacionais, de que ele é capaz sugerindo outro modo de vida. Aí ele tem a ideia brilhante de, sem o consentimento dela, colocar vídeos nela com ela dormindo, pra levá-la a aquela realidade virtual machista. Os homens trabalham e elas cuidam da casa. Mas é tudo realidade virtual, portanto ele continua não trabalhando. Sim, há furos, mas diante dos horrores violentos contra as mulheres, o filme se torna fundamental. Com os vídeos que colocam nela, ela é programada mentalmente a mudar a história dela. Ela não sabe mais que é médica, acha que sempre foi dona de casa e que ele sempre foi rico e bem sucedido. Todas aquelas mulheres aprenderam que conheceram seus maridos no trem quando um bilhete caía. Todas as histórias parecidas, machistas e de ricos. Mas de fato, ela e o marido deplorável continuavam naquela casa caindo aos pedaços, ele continuava sem asseio algum. E na realidade virtual, ela finalmente era o que o marido vagabundo queria, uma mulher pra viver somente pra ele. Aterrador! Sim, o filme deixa o final aberto. Eu quero acreditar que ela acordou porque há o som dela acordando, e que ela pode retomar a sua vida e se possível casar novamente com um homem trabalhador, batalhador como ela. Acho que esse filme deve ter incomodado muito homens, porque como a maioria da crítica é masculina, eles só se atem a divergência dos dois atores na vida real, no período das gravações.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

As Benevolentes de Jonathan Littell

Terminei de ler As Benevolentes (2006) de Jonathan Littell da Alfaguara. Desde que vi a peça com essa obra, queria ler. O post está aqui. São 896 páginas, então era uma obra cara pra adquirir. Finalmente em um feira do livro virtual a obra apareceu com 50% de desconto e pude adquiri-la. Que livro, que obra difícil! Me revirei por dentro. Essa capa é baseada na obra de Lucio Fontana e é belíssima! Geocrusoé também falou desse livro aqui.

O marcador de livro foi uma amiga que me presenteou, tem um trecho da obra Tenture de Saint Etienne de Colijn de Coter.

 

O livro conta a Segunda Guerra pela ótica do carrasco. É insuportavelmente contundente. A crueza desse monstro nos revira por dentro. Eu fiquei bastante surpresa com a condensação do livro na peça. Usaram muito o texto filosófico inicial e alguns pontos específicos. A peça é maravilhosa! Muito bem adaptada. Mas o livro é uma verdadeira saga, com uma riqueza de detalhes desconcertante.

Defensores da Fortaleza de Brest  (1951) de Piotr Krivonogov

Após o texto filosófico inicial, começa a saga do protagonista pela sua ascensão no Nazismo. Assim que começa as ações e vai em locais por onde a guerra passou ele tem vômitos, dores de cabeça, pesadelos, insônia. Tanto que é enviado a um sanatório, onde oficiais estressados iam se restabelecer.

Obra No Caminho para o Campo de Concentração de David Friedmam

O nazista passa a ser um exímio relator. Começa a ser elogiado pelos chefes, receber condecorações e subir. Jonathan Littell (1967) é americano, formou-se na França e trabalhou em grupos humanitários da Ação contra a Fome trabalhando na Bósnia, Chechênia Congo e Afeganistão. Em 2001 passou a dedicar-se aos estudos da Segunda Guerra para escrever o livro em francês. É perceptível a compreensão do autor pelas rações. O protagonista visita os campos de concentração e faz todo um planejamento pra melhorar as rações nos campos. A obra fala muito de corrupção, dos desvios dos mantimentos. Como se fosse possível em tempos de guerra, com escassez de alimentos, que os carregamentos chegassem como foram enviados ao seu destino. Mostra muito a utopia dos organizadores, que em suas casas confortáveis, onde nada faltava, achavam que organizar as rações resolveriam muitas questões. 
Obra O Bunker (1944) de Halina Olomucka

Inclusive o personagem conhece Mengele em Auschwitz. Se ele conhecesse os métodos de Mengele saberia que o médico costumava deixar as pessoas passando fome pra ver o quanto suportavam.
O livro fala de inúmeros relatórios, reuniões, de modo patético, querendo criar logísticas para resolver suas questões. As rações eram para os judeus aptos ao trabalho. Com o tempo, começa a faltar mão-de-obra e os nazistas passam a querer que os judeus exerçam as funções, mas mortos de fome, cheios de doenças, não conseguiam. E os nazistas passam tempos em reuniões infindáveis, relatórios imensos, para tentar soluções de aumentar o desempenho deles. A obra mostra o quanto os militares de altos escalões viviam completamente alienados da realidade. Em uma segunda visita do personagem à Auschwitz, ele encontra mais confusão que antes, já que o envio de vítimas é absurda, e não há condições de executar qualquer uma das ordens dos burocratas, igualmente insanas. Inclusive no começo o autor mostra como foram aperfeiçoando as técnicas abomináveis de execução. Que começavam com tiros em valas, depois caminhões com gás carbônico voltado para as cargas, até chegar aos fornos monstruosos. Mostram os burocratas comemorando o aumento de produtividade, leia-se, o aumento de extermínios em larga escala.

Obra A Contagem em Auschwitz (1944) de Mieczyslaw Koscielniak 

É um livro indigesto, mas muito, muito necessário. Primeiro para que fique claro que Hitler não fez aquelas barbaridades sozinho. Inúmeros oficiais tinham prazer naqueles horrores, achavam necessário matar os judeus, deficientes, ciganos e homossexuais. Esterilizar pessoas. O extermínio só foi possível porque uma infinidade de pessoas tinha prazer em massacrar os outros, porque outra infinidade cumpria ordens sem menor remorso e outra infinidade por pura covardia. Essas barbáries só foram possíveis porque um bando de lunáticos seguiram fielmente as ordens e os extermínios. Inclusive o autor mostra o quanto a maioria justificava que os judeus que eram culpados de tudo o que lhes acontecia, como alguns fundamentalistas evangélicos fazem hoje em dia no Brasil. Como hoje em dia também, inventavam uma infinidade de mentiras dos judeus. Se algo acontecia, sempre diziam que os judeus que tinham feito, que tinham matado. Os judeus já estavam em guetos, severamente vigiados, mas sempre davam um jeito de culpar os judeus por tudo de ruim que acontecia na guerra. Obra mais que necessária nos dias obscuros que estamos vivendo!


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Sing

Assisti Sing (2016) de Garth Jennings no TelecinePlay. Tinha tempo que queria ver essa animação, mas tenho olhado pouco o local dos filmes infantis. É uma graça, adorei!


 

Um produtor cultural falido e endividado, como a maioria dos produtores culturais no momento, resolve fazer um show de calouros para conseguir dinheiro pra pagar as suas dívidas e sobreviver. Vem cantor de tudo quanto é lugar. É animal que não acaba mais, uma delícia!

Uma graça e bem editado no começo mostrando a vida de cada um dos que virão a ser os protagonistas. A porquinha é uma exímia dona de casa com seus 25, isso mesmo, 25 filhos. O gorila que ajuda o pai e sua gangue em roubos, enfim, são vários e muito fofos.

A elefanta que é tímida e tem medo de cantar. Desnecessária a destruição do teatro. Essa exigência do gênero de criar catarse tornou a animação muito artificial e bem chatan essa parte. Por sorte passa logo. Uma delícia o show final. Que a cultura sempre vença!

Beijos,

Pedrita