quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Don´t Worry Darling

Assisti Don´t Worry Darling (2022) de Olivia Wilde na HBOGo. Que filme! Muito impactada! O excelente roteiro é de Katie Silberman.

Tudo indica que é aquela época do estilo americano de viver (American Way of Life). Um casal ultra mega apaixonado vive em uma casa deslumbrante. Os dois estão ótimos, lindos e talentosos, Florence Pugh e Harry Styles. O personagem dela é muito complexo. No bairro há outros casais jovens, lindos e bem casados. Os maridos saem pra trabalhar em belos carros conversíveis e coloridos. Elas ficam cuidando do lar, cozinhando, se vestindo deslumbrante pra recebê-los, sempre fazendo festas em piscinas, jantares, ótima comida, muita bebida, ótima música e muita felicidade! Elas sempre estão ouvindo uma rádio local, com textos do prazer do lar, motivacionais. A trilha sonora é maravilhosa e está no Spotify.
Uma moradora do bairro, Kiki Lanes, está insatisfeita com o lugar. Falam que ela está doente e se recusando ao tratamento. A outra jovem se solidariza e passa a ficar intrigada com o que a jovem diz. Com isso ela passa a questionar e investigar o lugar.

O filme fala muito de feminismo e é desconcertante. A jovem que questiona o lugar passa a ser chamada de louca, que precisa de tratamento, e o mesmo passa a acontecer com a outra que passa a investigar o lugar. Elas são felizes lá, todos dizem, riqueza, luxo, boas companhias, muitas festas, amor. O casal apaixonado não quis ter filhos e ela começa a ser pressionada a querer, deve ser isso que falta pra tirar ela da loucura. A diretora interpreta a melhor amiga da protagonista. Alguns outros do elenco são: Chris Pine, Gemma Chan, Nick Kroll, Sydney Chandler e Tymothy Simons.
Vou falar detalhes dos segredos do filme: Eu fiquei muito horrorizada com o que de fato aconteceu. Ela casou com um marido fracassado. Ela, médica, trabalhava muito, e amava o que fazia. Ela chegava depois de 30 horas de trabalho e ele não tinha feito nada pra ele e ela comerem. Ele diz que não sabia o que ela iria querer. A casa uma bagunça completa, ele desleixado, sem nada fazer. Cabeça vazia, oficina do diabo. Ele passa a ouvir uns vídeos motivacionais, de que ele é capaz sugerindo outro modo de vida. Aí ele tem a ideia brilhante de, sem o consentimento dela, colocar vídeos nela com ela dormindo, pra levá-la a aquela realidade virtual machista. Os homens trabalham e elas cuidam da casa. Mas é tudo realidade virtual, portanto ele continua não trabalhando. Sim, há furos, mas diante dos horrores violentos contra as mulheres, o filme se torna fundamental. Com os vídeos que colocam nela, ela é programada mentalmente a mudar a história dela. Ela não sabe mais que é médica, acha que sempre foi dona de casa e que ele sempre foi rico e bem sucedido. Todas aquelas mulheres aprenderam que conheceram seus maridos no trem quando um bilhete caía. Todas as histórias parecidas, machistas e de ricos. Mas de fato, ela e o marido deplorável continuavam naquela casa caindo aos pedaços, ele continuava sem asseio algum. E na realidade virtual, ela finalmente era o que o marido vagabundo queria, uma mulher pra viver somente pra ele. Aterrador! Sim, o filme deixa o final aberto. Eu quero acreditar que ela acordou porque há o som dela acordando, e que ela pode retomar a sua vida e se possível casar novamente com um homem trabalhador, batalhador como ela. Acho que esse filme deve ter incomodado muito homens, porque como a maioria da crítica é masculina, eles só se atem a divergência dos dois atores na vida real, no período das gravações.
Beijos,
Pedrita

14 comentários:

  1. Se o diz é porque é mesmo um filme impactante.
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    Saudações poéticas
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Ah, vou tentar ver. Sou muito a favor das reflexões sobre as práticas socias, muito aceitas e há muito estabelecidas, que, no entanto, se sustentam sobre ideias injustas e até absurdas. Há muitos outros filmes que - de um modo ou de outro - abordam a questão da subjugação feminina.

    Beijo

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    1. marly, acho q vai gostar. sim, fizeram as reflexões ao contrário, nem todo mundo percebe. é muito original a abordagem.

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  3. Assisti e achei confuso. Acho Harry Styles tão feinho!!!!!!

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  4. Uau!!! Quero muito assistir! Fico louca da vida com as obrigações que ainda tentam colocar para as mulheres, mas fico feliz em saber que muito disso já se perdeu. Registrar isso pela via das artes, nos faz lembrar que sempre é tempo e precisamos estar atentas para continuar cuidando de nossa existência!


    Grata pela dica, Pedrita!

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    1. vanessa, se perdeu não. que bom que pelo jeito no seu entorno se perdeu, mas as mulheres continuam assumindo os afazares e mais recentemente junto com as contas. sim, não podemos esquecer.

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  5. Pela sua descrição parece muito bom mesmo!

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  6. Eu queria conseguir vê a quantidade de filmes que tu vê! Com esse fiquei um pouco absurdada com o desfecho e com vontade de vê, esses debates sobre as relações entre homens e mulheres sempre me interessam muito e o cinema quando aborda esses temas faz de uma forma muito potente!

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    1. pandora, eu queria estar com mais trabalho pra não ter tempo pra ver hahahaha esse filme aborda de uma forma muito original e muito devastadora. como acontece mesmo com algumas mulheres q sofrem violência, é aterrador.

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  7. Já queria muito assistir esse filme e fiquei com mais vontade ainda depois da sua resenha

    Bjs Luli

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