Começa com Lima Barreto chegando ao hospício, Luís Miranda está impressionante! Ele divide a cela, porque sim, o hospício parece uma prisão, com Felipe. Adoro Eduardo Silva e que personagem difícil. Há um texto de Lima Barreto com o médico (Ronny Kriwat) que virei do avesso, questionando o "tratamento", na verdade, a falta de tratamento, a forma desumana e sistemática como tratam dos doentes mentais, abandonados. Felipe encontra em Lima Barreto um amigo, é muito lindo. Felipe desenha na parede. O filme é muito filosófico, os diálogos são muito filosóficos, lindos demais!
O filme alterna nos momentos de Lima Barreto jovem quando escreve Triste Fim de Policarpo Quaresma, com a história do livro e os momentos no hospício. Sydney Sampaio Kuanza, outro ator que adoro, interpreta lindamente Lima Barreto jovem. Ainda cheio de ilusões. Há inclusive diálogos entre ele e o Lima desiludido do futuro. O filme fala muito da falta de perspectiva, das impossibilidades da vida, da arte que pouco vale, que não sustenta, que não liberta, porque pra libertar é preciso sobreviver da arte. Fernando Santana é o amigo de Lima jovem. Igualmente alcóolatra busca na bebida alento pras suas dores e frustrações. Que cenas! A iluminação é linda!
Ótimos atores também no núcleo do Policarpo Quaresma que é interpretado por Orã Figueiredo.A irmã por Gisele Fróes. A mãe de Ismênia por Cristiane Amorim, o pai por Camilo Bevilacqua.
Ismênia por Maria Clara Vicente.Recentemente eu li Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos de Lima Barreto que comentei aqui.
Triste Fim de Policarpo Quaresma comentei aqui.