sábado, 12 de dezembro de 2015

Inch´Allah

Assisti Inch´Allah (2012) de Anaïs Barbeau-Lavalette no TelecinePlay. Eu não sabia da existência desse filme, vi o poster no Now e fui ver o que era. Um dia me programei para ver. Não é um filme fácil. Nossa protagonista é uma médica canadense que vai trabalhar em um hospital no Ramalah. Ela vive em Jerusalém e todo dia atravessa a fronteira. A amiga dela de Jerusalém é uma oficial. A médica cuida de mulheres grávidas e crianças no hospital. Ela se veste de calça jeans, fuma, se diverte na noite de Jerusalém, a amiga também. Suas pacientes usam lenços e poucas de burca.

A diretora é canadense e o grande trunfo é ela fazer o filme na ótica das crianças, mães e mulheres. Essa médica é uma observadora, com os olhares de quem não está acostumada a aquela realidade. Ela se afeiçoa a uma de suas pacientes grávidas e começam a conviver. Essa família vive do que vende do que pega no lixão. As crianças, mulheres e idosos vão ao lixão buscar o seu sustento. Essa família tem um único homem, o outro está preso. São famílias na maioria de mulheres, idosos e crianças.

Inch´Allah é um filme doloroso, que lança um olhar sob esse universo. E esse é o grande valor do filme, mostra realidades duríssimas, violência, pelo observador. Deixa os questionamentos para nós. Abra um leque para pensar, sem ter a pretensão de julgar. Incrível os atores já que são cenas dificílimas de realizar. A médica é interpretada brilhantemente por Evelyne Brochu. A amiga paquistanesa por Sabrina Ouazani, a atriz é francesa. A amiga oficial por Sivan Levy, a atriz é de Israel.O paquistanês por Yoseuf Sweid, o ator é de Israel. As crianças também estão incríveis no filme. Inch´Alllan ganhou Prêmio de Melhor Filme na categoria Panorama.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Os Miseráveis

Terminei de ler Os Miseráveis (1862) de Victor Hugo da Cosac Naify. Finalmente terminei de ler. A leitura foi absurdamente prazerosa, deliciosa, mas pelo tamanho da obra, lenta. Hoje estamos na era da rapidez, é uma delícia ler uma obra que precisa ser degustada calmamente, mas fatalmente dá uma sensação de estar atrasada nas leituras. Agora vou ler livros fininhos para diminuir essa sensação. Eu amo livros extensos, mas fico dividida. E não gosto de ler vários livros ao mesmo tempo, gosto de focar em um de cada vez.

Obra Cosette de Émile Bayard feito para a primeira edição da obra.

Victor Hugo é brilhante. Nosso protagonista é condenado por roubar um pão, ele tenta fugir daquele inferno e só aumenta a sua pena. Quando sai um bispo o ajuda e ele se redime de ser mal, já que a galé o transformou em alguém ruim. Ele enriquece não só a ele como a toda uma cidade, ajuda os pobres. Victor Hugo escreve um folhetim como ninguém, uma aula de folhetim, quando estamos doidos para saber o que aconteceu, ele envereda para outro lugar. Os Miseráveis relata também muitos momentos históricos como a Batalha de Waterloo, uma revolta na França, trechos da guerra.

Obra Um Salteador Mortalmente Ferido Sacia a sua Sede (1825) de Eugène Delacroix

Os Miseráveis fala muito da maldade humana, do ser humano que maltrata o outro, às vezes sadicamente. Do quanto julga rapidamente sem conhecer. Da perversidade de quem se diz um homem de bem, da lei. Victor Hugo fala do poder, do quanto as pessoas se aproximam de quem tem poder, querem estar perto. Também há um enorme trecho falando sobre a guilhotina. Sobre religião, o protagonista fala como o convento é parecido com a prisão, lá as pessoas estão encarceradas. Victor Hugo parou de escrever esse livros por 5 anos, depois o retomou.

Essa edição é belíssima, esses desenhos das capas, internos, são do próprio Victor Hugo que fez quando escreveu. Triste ter lido no período que a Cosac Naify fechou. Eu comprei em uma promoção com 50% de desconto.


Há um tempo uns blogueiros fizeram o desafio de ler essa obra no Projeto Victor Hugo 2015  #ProjetoVictorHugo2015. Vou tentar achar uns posts.


Eu vi dois filmes da obra que quero rever, um preto e branco de 1935 e outro com o Liam Neeson de 1998. Os dois focaram em aspectos diferentes, como a obra é extensa, eles editaram cada um o que acharam mais relevante. O preto e branco foi impecável nas galés, em vi em 2013. Mas o de 1998 foi mais completo e vi em 2011. Quero ver os outros filmes e séries. Os links estão aqui:

Tanto o compositor, bem como os pintores viveram e criaram suas obras na época do escritor.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Chatô - O Rei do Brasil

Assisti no cinema Chatô - O Rei do Brasil (2015) de Guilherme Fontes. É livremente inspirado no livro do Fernando Morais que li há anos. Eu queria muito ver esse filme, acompanhei tudo o que saiu sobre ele. Assis Chateaubriand foi uma figura emblemática para dizer o mínimo. Excêntrico, poderoso, politicamente incorreto, criou um império da comunicação no início da televisão. Começou com um jornal, foi para a rádio, para o início da televisão, criou a famosa revista Cruzeiro. Como não tinham TVs nas casas dos brasileiros importou várias. O filme começou a ser realizado em 1995, parou em 1999 com uma enxurrada de denúncias e finalmente conseguiu ser lançado para a nossa alegria e de todos os brasileiros. Chatô - O Rei do Brasil está difícil de ver em São Paulo desde que estreou. Está em um único bairro de toda a cidade e em duas sessões cada sala. Triste país que não difunde o seu cinema e a sua cultura.

Chatô era um maluco visionário que gastou o que tinha e o que não tinha para levar a cabo as suas ideias. Manipulava, chantageava, articulava e criava. Adorei o filme Chatô - O Rei do Brasil. É igualmente visionário, tudo é extremamente caro, não há economia, típico de idealistas. Grande elenco só com figurões até mesmo em pequenas participações, várias locações, muitos, mas muitos figurantes, alta tecnologia, lindos cenários e figurinos, bela iluminação, deve ter sido um filme altamente dispendioso.
Gostei demais da forma como o filme foi editado. A história de Chatô é muito rocambolesca, muitas facetas, lugares, mas o filme não é esquemático, é ágil, inteligente. Andréa Beltrão interpreta uma personagem ficcional da alta sociedade incorporando características de mulheres importantes na política e nas artes do período. Assis Chateaubriand foi um dos fundadores do MASP. Ele descobriu que obras de arte davam prestígio.

Marco Ricca em entrevistas atuais disse que faria um Chatô diferente. Que bom que o filme pode ser finalizado e ele não fez diferente porque está sensacional. Debochado, arrogante, engraçado. Genial! O elenco todo é incrível, Gabriel Braga Nunes, Paulo Betti como Getúlio, Letícia Sabatella, Leandra Leal, Eliane Giardini, Ricardo Blat, Walmor Chagas e José Lewgoy.



Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Borgman

Assisti Borgman (2013) de Alex van Warmedam no Max. Eu tinha lido a sinopse pelo controle remoto e coloquei pra gravar. Um tempo depois fui assistir mas não lembrava nada do que se tratava, e é melhor assim. Ver esse filme sem nenhuma informação, se despir de qualquer raciocínio lógico é embarcar nesse surrealismo, nessa loucura que é Borgman. Fantástico! Amei o filme.  É muito violento. Soube que esse diretor tem vários outros e nunca vi. Agora vou querer conhecer outras obras dele.

Vou dar informações do filme. É difícil falar desse filme tão complexo que é. Um homem chega a uma bela casa e pede para tomar um banho. O marido violento o espanca. A esposa fica com pena desse homem e quando o marido sai ela vai ajudá-lo. O marido é preconceituoso. Esse homem que apanhou é uma pessoa estranha. Esse casal tem filhos lindos, uma babá, vivem no luxo. Agora que vi que o diretor interpreta um personagem. No elenco estão: Jan Bijvoet, Hadewych Minis, Jeroen Perceval, Sarah Hjort Ditlevsen, Annet Malherbe, Elve Lijbaart, Dirkje van der Pijl e Pieter-Bas de Waard. Borgman ganhou muitos prêmios. 

Beijos,
Pedrita

domingo, 6 de dezembro de 2015

Eu Te Amo

Assisti Eu Te Amo (1981) de Arnaldo Jabor no Canal Brasil. Vocês não imaginam como queria ver esse filme, foi uma realização. Agora com esse recurso de poder gravar é que consegui. Esse filme passa de madrugada e eu não vejo filmes nesse horário. Gravei e vi em outra data. Adoro esse diretor e a forma de desmembrar os relacionamentos. Paulo César Peréio é um sortudo, contracena com duas estonteantes mulheres, Sônia Braga e Vera Fischer.

O personagem dele acabou de ser abandonado pela mulher interpretada pela Vera Fischer, mas vemos flashbacks. A personagem da Sônia Braga é amante de um comissário interpretado pelo Tarcísio Meira. Ela fala que vai dar para o primeiro que aparecer e aparece o personagem do Peréio bêbado. Ela liga, vai deslumbrante a casa dele. O relacionamento passa em um pequeno período por várias fases, do encantamento, do interpretar um personagem, do tesão, da raiva, é genial, texto genial, catártico. Todos arrasam. O filme passa praticamente todo nesse apartamento, mas tem as memórias. Regina Casé também participa. Texto muito inteligente e atual. Filme intenso, denso, inteligente!

Beijos,
Pedrita