Terminei de ler
Servidão Humana (1915) de
William Somerset Maugham. Eu gosto demais desse autor e comprei vários livros dele em sebos. Esse já estava há um tempo por aqui e era o mais extenso de todos os que tenho dele. Comprei em um sebo por R$ 10,00. Não é da edição dessa capa e sim daquela coleção de capa vermelha da
Editora Abril. Por uma grande coincidência achei no livro um marcador cartão de Natal com uma dedicatória para alguém datado de 1982. Eu li com um marcador de Natal. Escolhi essa obra para ler agora porque eram as minhas férias e podia pegar um livro mais extenso para ler, mas é tão maravilhoso que devorei e li muito rapidamente. Não queria fazer outra coisa a não ser desvendar essa narrativa.
Obra
Olympia (1863) de
Édouard Manet
Nosso protagonista tem uma vida bastante difícil. Essa obra foi considerada um pouco biográfica, já que algumas narrativas lembram a vida do Maugham. Muitos acham a sua obra-prima e concordo plenamente. O protagonista perde a mãe no início do livro, ele é pequeno ainda e vai viver com o irmão de sua mãe, um pastor retrógado e sovina. Ele vive com pouco afeto, mas de forma correta. Achei que ele nunca ia se livrar da pressão religiosa que exercem sobre ele, queriam que ele viesse a ser um religioso, mas ele acaba convencendo os tios e passa então a tentar a vida de várias formas e em vários países.
Obra
A Grande Odalisca (1814) de
Jean Auguste Dominique IngresPrimeiro ele segue para a Alemanha onde estuda idiomas. Tenta ser contador em Londres, mas descobre não ter talento algum para os números. Segue para Paris onde vai estudar pintura. É lá que faz inúmeras visitas ao Louvre, conversas intermináveis sobre arte e literatura em bares. Esse período traz um texto tão rico que fiquei admirada. E a internet foi muito rica nesse processo. Ele fica admirado com a obra
Olympia de
Édouard Manet, com
A Grande Odalisca de
Ingres e a cada obra que mencionava eu vinha ao Google para vê-la. Portanto esse post não traz especificamente obras do país do autor e data de sua publicação, mas obras que são mencionadas durante a sua narrativa.
Obra
Gypsy Girl (1628) de
Frans HalsApós dois anos ele acha que não tem talento para a pintura e resolve estudar medicina. Servidão Humana me arrebatou e emocionou tanto, padeci com a trajetória difícil desse rapaz que viveu praticamente sem afeto. As relações amorosas no início não parecem muito românticas, são vistas sempre como algo ruim, destruidor e medíocre. Quando ele é amado ele não ama. E ele ama quem o despreza. Como se o amor não fosse um sentimento digno.
Obra
Vista de Toledo (1587) de
El GrecoAnotei vários trechos de Servidão Humana de William Somerset Maugham:
“O dia rompeu cinzento e triste.”
“Entusiasmo significava falta de distinção, de boas maneiras.”
“Há duas coisas insubstituíveis na vida – a liberdade de pensamento e a liberdade de ação. Na França dão-nos a liberdade de ação; faz-se o que bem entende e ninguém se intromete, mas é preciso que se pense como todos os outros. Na Alemanha a pessoa é obrigada a fazer o que os outros fazem, mas em compensação pode pensar à vontade. São duas coisas excelentes. Pessoalmente, prefiro a liberdade de pensar. Mas na Inglaterra não se tem uma coisa nem outra: é-se triturado pelas convenções. Não se pode pensar nem agir como se quer. Isso porque a Inglaterra é uma nação democrática. Desconfio que a América ainda seja pior.”
“Fez Philip reconhecer que aqueles alemães da Igreja dos jesuítas estavam tão firmemente convencidos da verdade do Catolicismo Romano quanto ele estava em relação à Igreja Anglicana, e daí levou-o a admitir que os maometanos e budistas estavam também convencidos da verdade de suas respectivas religiões. Dir-se-ia que a consciência da verdade nada significava: todos tinham a certeza de estarem com a razão."
Beijos,
Pedrita