sábado, 10 de janeiro de 2009

Cidade Negra

Assisti Cidade Negra (1950) de William Dieterle no Telecine Cult. Gostei muito desse filme noir! Na verdade adoro o gênero e o protagonista é o ótimo Charlton Heston. Estamos no submundo. Nosso protagonista é um jogador profissional. Trabalha em locais clandestinos. Eles resolvem então dar um golpe em um homem com um cheque polpudo. Há duas belas mulheres no elenco: Lizabeth Scott e Viveca Lindfors.

No meio achei que o filme iria para um final bastante difícil de acreditar, já que é possível esquecer o passado e reconstruir, mas dificilmente quando olhamos sempre para um grande erro. A trilha sonora é belíssima! Lizabeth Scott interpreta uma cantora de boate e ela canta belíssimas canções no filme.

Youtube: Film Noir Musicals: Lizabeth Scott in DARK CITY



Beijos,

Pedrita

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Leningrado

Assisti ao filme russo Leningrado (2007) de Aleksandr Buravsky no Cinemax. É uma co-produção com a Grã-Bretanha. Fiquei curiosa em ver esse filme. Foi muito difícil de achar informações porque as poucas que têm estão em páginas em russo. Li que o filme é baseado em fatos reais, mas não consegui achar informações para comparar o texto do filme e a vida da jornalista em que foi baseado. É a Segunda Guerra Mundial, Hitler está perto de ocupar Leningrado. A estratégia é impedir a chegada de alimentos para que todos enfraqueçam. Uma jornalista inglesa vai com um grupo fazer uma cobertura no campo de batalha, são atacados e ela é dada como morta. Ela acaba sendo resgatada por um carro e fica escondida em Leningrado na casa de uma família. Lá há duas crianças e ela começa a ajudá-las na sobrevivência.

Sempre li e ouvi da escassez de alimentos na guerra, dos cupons para receber o pouco que há, do mercado negro, mas nunca tinha visto nada tão radical como em Leningrado. A cota de pão vai diminuindo, até que eles começam a dar pelos cupons terra com açúcar. A jornalista é interpretada por Mira Sorvino, depois há um grande número de atores que não conheço. Gabriel Byrne faz uma participação.


Música do post: 09 - Rachmaninov - Piano Concerto No.2 in c- Piano Duet version - 1st Movement



Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

São Bernardo

Terminei de ler São Bernardo (1934) de Graciliano Ramos. Há muitos anos eu tinha esse livro aqui, da Editora Record. Às vezes alguém oferece livros e eu escolho alguns, esse veio pra cá assim. Tanto que quem leu riscava com caneta, às vezes com três linhas, lápis, azul e verde, em cima de algumas letras. Nunca entendo como algumas pessoas podem destruir patrimônios como livros que tantos podem ler e usufruir. O que li é uma edição antiga, não dessa capa. E dava pra ler apesar dos maus tratos de quem leu anteriormente.

Obra Café (1934) de Cândido Portinari
Graciliano Ramos sempre escreve maravilhosamente, com seu estilo próprio, vocabulário próprio, lacunas, que vamos unindo ou não aos poucos, ou nossa imaginação tece os pontos. Nosso protagonista é Paulo Honório, que tem uma moral ou não-moral própria. Ele que narra a sua história, como ele vê os fatos e nós percebemos e completamos de forma totalmente diferente.

Obra Samba (1925) de Di Cavalcanti

Anotei alguns trechos de São Bernardo de Graciliano Ramos:

“Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho.”

“Essa conversa, é claro, não saiu de cabo como está no papel. Houve suspensões, repetições, mal-entendidos, incongruências, naturais quando a gente fala sem pensar que aquilo vai ser lido. Reproduzo o que julgo interessante. Suprimi diversas passagens, modifiquei outras. O discurso que atirei ao mocinho do rubi, por exemplo, foi mais enérgico e mais extenso que as linhas chochas que aqui estão. A parte referente à enxaqueca de d. Glória (e a enxaqueca ocupou, sem exagero, metade da viagem) virou fumaça. Cortei igualmente, na cópia, numerosas tolices ditas por mim e por d. Glória. Ficaram muitas, as que minhas luzes não alcançaram e as que me pareceram úteis. É o processo que adoto; extraio dos acontecimentos parcelas; o resto é bagaço.”

“Se fosse possível recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modificar-me, é o que mais me aflige.”
Música do post: Dorival Caymmi - Nem eu




Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O Hospedeiro

Assisti ao filme coreano O Hospedeiro (2006) de Joon-ho Bong no Telecine Action. Eu tinha lido no Estadão, o Merten dizer que ia passar esse filme e que ele tinha ficado impressionado quando assistiu. Anotei para ver e até estranhei o Merten mencionar esse filme, não lembrava dele gostar desse gênero de filme. Eu gosto bastante de filmes de terror, mas ele eu não lembrava. A questão é que O Hospedeiro é muito mais do que um filme de terror. Na verdade é muito bem explicado cientificamente. E a questão central do filme é política. O filme faz uma série de denúncias a governos, além do deles, o americano, e suas formas acachapantes de modificar os fatos para informar a população e abusar de sua autoridade.

Logo no início minha irmã já ia gostar da denúncia que o filme faz. Estamos em um laboratório e aqueles chefes medonhos, que só querem maltratar funcionários, fala do pó a um funcionário cientista, quando ele vê que o cientista retruca, se vinga, exigindo que ele jogue todo o conteúdo de mais de mil frascos na pia. O rapaz explica que não pode fazer isso porque é produto tóxico, que vai cair no rio, mas o chefe quer é ter poder sobre o rapaz, e exige que ele jogue tudo na pia. Bom, agora vocês já sabem como o monstro aparece. Por ter ingerido esse produto. Gostei inclusive que não é um ataque de inúmeros bichos, é só um que se modifica com o produto tóxico.
O monstro aparece, mata um número de pessoas e o governo da Coréia do Sul isola a área. E quem aparece para atrapalhar mais ainda? Os Estados Unidos. Uma família é isolada em um hospital e começam as mentiras nos noticiários. Falam que quem teve contato com o animal adquiriu um vírus, só que nós não vemos ninguém com o vírus, ninguém isolado com máscaras. É tudo uma farsa. É surpreendente como mostram os americanos uns retardados, um até é vesgo. Só preocupados com a ciência e sem raciocínio lógico. O Hospedeiro me virou por dentro. Simplesmente maravilhoso!
O elenco é excelente: Hie-bong Byeon, Kang-ho Song, Ah-sung Ko, Hae-il Park e Du-na Bae.
O Hospedeiro ganhou 18 prêmios como Asia-Pacific Film Festival (Melhor edição, melhor som, melhor suporte aos atores), Asia Film Award (Melhor Filme).
Música do post: Isang Tanong Isang Sagot







Beiijos,

Pedrita

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Stardust

Assisti Stardust (2007) de Matthew Vaughn no Telecine Premium. Eu gosto muito desse gênero de filme e esse não faz feio, cumpre bem o seu papel. Não chega a ser um grande filme, mas é bem feito. Gostei pelo roteiro ser baseado nos quadrinhos de Neil Gaiman. O roteiro é muito bem desenvolvido, a fotografia de Ben Davis é bonita, o local para as filmagens é lindo e há um bom elenco. É uma boa diversão!

Eu gosto muito da Claire Danes e foi um dos grandes motivos de ver esse filme. Outros do elenco são a belíssima Michelle Pfeiffer, Robert de Niro e nosso protagonista, Charlie Cox. O rei é interpretado pelo Peter O'Toole e seus filhos por Jason Flemyng, Rupert Everett e Adam Buxton. Alguns outros são: Sienna Miller e Ben Barnes.


Queridos, a Tati Viana fez um post lindo sobre o meu blog no dela. Fiquei emocionada! E me diverti com o fato dela dizer que eu sou anônima! O blog dela é de quadrinhos, sempre que menciono quadrinhos aqui, que gosto tanto, aviso pra ela, porque ela entende muito de quadrinhos e é uma quadrinista de mão cheia. Obrigada querida, me emocionei com o seu post!

Youtube: At the Beginning - Stardust









Beijos,








From Mata Hari e 007

Pedrita

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Servidão Humana

Terminei de ler Servidão Humana (1915) de William Somerset Maugham. Eu gosto demais desse autor e comprei vários livros dele em sebos. Esse já estava há um tempo por aqui e era o mais extenso de todos os que tenho dele. Comprei em um sebo por R$ 10,00. Não é da edição dessa capa e sim daquela coleção de capa vermelha da Editora Abril. Por uma grande coincidência achei no livro um marcador cartão de Natal com uma dedicatória para alguém datado de 1982. Eu li com um marcador de Natal. Escolhi essa obra para ler agora porque eram as minhas férias e podia pegar um livro mais extenso para ler, mas é tão maravilhoso que devorei e li muito rapidamente. Não queria fazer outra coisa a não ser desvendar essa narrativa.

Obra Olympia (1863) de Édouard Manet
Nosso protagonista tem uma vida bastante difícil. Essa obra foi considerada um pouco biográfica, já que algumas narrativas lembram a vida do Maugham. Muitos acham a sua obra-prima e concordo plenamente. O protagonista perde a mãe no início do livro, ele é pequeno ainda e vai viver com o irmão de sua mãe, um pastor retrógado e sovina. Ele vive com pouco afeto, mas de forma correta. Achei que ele nunca ia se livrar da pressão religiosa que exercem sobre ele, queriam que ele viesse a ser um religioso, mas ele acaba convencendo os tios e passa então a tentar a vida de várias formas e em vários países.
Obra A Grande Odalisca (1814) de Jean Auguste Dominique Ingres

Primeiro ele segue para a Alemanha onde estuda idiomas. Tenta ser contador em Londres, mas descobre não ter talento algum para os números. Segue para Paris onde vai estudar pintura. É lá que faz inúmeras visitas ao Louvre, conversas intermináveis sobre arte e literatura em bares. Esse período traz um texto tão rico que fiquei admirada. E a internet foi muito rica nesse processo. Ele fica admirado com a obra Olympia de Édouard Manet, com A Grande Odalisca de Ingres e a cada obra que mencionava eu vinha ao Google para vê-la. Portanto esse post não traz especificamente obras do país do autor e data de sua publicação, mas obras que são mencionadas durante a sua narrativa.


Obra Gypsy Girl (1628) de Frans Hals
Após dois anos ele acha que não tem talento para a pintura e resolve estudar medicina. Servidão Humana me arrebatou e emocionou tanto, padeci com a trajetória difícil desse rapaz que viveu praticamente sem afeto. As relações amorosas no início não parecem muito românticas, são vistas sempre como algo ruim, destruidor e medíocre. Quando ele é amado ele não ama. E ele ama quem o despreza. Como se o amor não fosse um sentimento digno.
Obra Vista de Toledo (1587) de El Greco
Anotei vários trechos de Servidão Humana de William Somerset Maugham:
“O dia rompeu cinzento e triste.”

“Entusiasmo significava falta de distinção, de boas maneiras.”

“Há duas coisas insubstituíveis na vida – a liberdade de pensamento e a liberdade de ação. Na França dão-nos a liberdade de ação; faz-se o que bem entende e ninguém se intromete, mas é preciso que se pense como todos os outros. Na Alemanha a pessoa é obrigada a fazer o que os outros fazem, mas em compensação pode pensar à vontade. São duas coisas excelentes. Pessoalmente, prefiro a liberdade de pensar. Mas na Inglaterra não se tem uma coisa nem outra: é-se triturado pelas convenções. Não se pode pensar nem agir como se quer. Isso porque a Inglaterra é uma nação democrática. Desconfio que a América ainda seja pior.”

“Fez Philip reconhecer que aqueles alemães da Igreja dos jesuítas estavam tão firmemente convencidos da verdade do Catolicismo Romano quanto ele estava em relação à Igreja Anglicana, e daí levou-o a admitir que os maometanos e budistas estavam também convencidos da verdade de suas respectivas religiões. Dir-se-ia que a consciência da verdade nada significava: todos tinham a certeza de estarem com a razão."


Beijos,

Pedrita