domingo, 5 de novembro de 2017

Elle

Assisti Elle (2016) de Paul Verhoeven no Max. Eu queria muito ver esse filme. Sempre falam que é polêmico, confesso que não achei tão polêmico, gostei muito do realismo do filme que fala muito dos nossos lados escuros, sem filtros. De pessoas que não imaginamos que tenham histórias tão complexas. O filme é baseado no livro de Philippe Dijian.

Aos poucos descobrimos que Elle é uma mulher que veio de uma grande tragédia. E eu particularmente acho que muito do que achavam que podiam fazer com ela era porque sabiam do seu passado e a achavam um alvo fácil. Talvez por isso que ela tenha se tornado uma mulher dura, rude e de difícil convivência. Na infância o seu pai assassinou quase a vizinhança toda e junto com a filha queimaram a casa. Toda a mídia colocava a filha, uma criança, como psicopata também. Quanta crueldade. Poderia até ser, mas não pelo ato na infância. O filme começa com um estupro. Essa mulher está sendo atacada por um homem mascarado. Sim, é fria a forma como ela lida com a questão, mas parece sim se incomodar e muito. Ela é prática, vai fazer exames, troca as fechaduras da porta e vemos que de vez em quando tem medo. Mas para as pessoas que convivem com ela, parece que está muito tranquila. Gostei muito da fala da personagem: "Nós temos vergonha mas continuamos fazendo". 
Todos os personagens tem muitas camadas. Ela mesma nos irrita muitas vezes. Achei um absurdo ela entrar na casa da mãe com quem não vive sem tocar a campainha. Como tem a chave abre e invade a intimidade da mãe sem a menor cerimônia. O fato dela ter a chave não lhe dá esse direito. Isabelle Huppert está incrível e desconcertante. Ela ganhou César Globo de Ouro pelo filme. O filho dela também incomoda, aos poucos ela descobre que o filho queria um filho e mesmo vendo que o bebê era mais escuro que o casal não tava preocupado. E ele é muito imaturo pra tanto querer um filho, tem sub emprego, uma esposa possessiva, mas tudo fica como está porque sentimento não se explica. Tudo é complexo. Alguns outros do elenco são: Laurent Laffitte, Anne Consigny, Charles Berling, Virginie Effire, Christian Berkel, Judith Magre, Alice Isaaz e Jonas Bloquet.

Beijos,
Pedrita

14 comentários:

  1. Protagonista extremamente complexa com atitudes fora do comum.

    É um filme marcante.

    Bjos

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    1. hugo, não sei se são atitudes tão fora do comum. na realidade as atitudes são sempre complexas. no cinema é que colocam as reações mais previsíveis e fora da realidade.

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  2. Também achei a Isabelle Huppert incrível! Passei a gostar ainda mais dela depois desse filme.

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    1. bruxa, eu amo essa atriz. o q achei mais contundente na interpretação dela foi white material.

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  3. O texto me lembrou um pouco um programa (em que eu fui viciada) sobre esclarecimentos de crimes. Nesse programa a gente vê o mundo e as pessoas do jeito que elas são.Isso pode ser muito chocante, com relação a algumas pessoas.

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    1. marly, não conheço esse programa. exatamente, a reação de cada pessoa varia e isso não significa que não esteja em choque só porque parece calma.

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  4. Eu já vi este filme, gostei bjos http://anaherminiapaulino.blog.uol.com.br/

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  5. Pedrita,
    Depois da resenha é claro que não vou deixar de assistir.

    Beijos

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  6. Olá Pedrita
    Ainda não tive oportunidade de assistir
    Lembro que a atuação de Isabelle Huppert foi bastante comentada e muita gente apostava num Oscar, assim como o roteiro que diziam ser polêmico
    Estou curiosa ainda mais que vc disse que não é polêmico e sim realista.
    Já está anotado.
    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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