quinta-feira, 24 de outubro de 2024

A Mouthful of Air

Assisti A Mouthful of Air (2021) de Amy Koppelman no Telecine Play e Telecine Premium. Comecei a ver no Telecine Play, mas o filme simplesmente desapareceu. Precisei ir no Telecine Premium e achar na busca pra voltar pelo controle remoto. Eu vi aos poucos porque é um filme muito, mas muito difícil. Não aconselho. Tem que estar preparado. Não é fácil. Mas é urgente.

A protagonista não está bem. Ela é muito amada pelo marido (Finn Witrtock), apoiada pela mãe (Amy Irving), mas não está bem. Acabou de ter um bebê, mas não está lidando bem com a situação. Eu fiquei muito incomodada pela falta de apoio psicológico que ela não tem. Ela tem um médico (Paul Giamati), psiquiatra, não entendemos muito bem a função dele. Enfim, não dá muito pra saber, mas ela não faz tratamento psicológico com ninguém, nem o marido. Tem conversas dela com o médico e o marido que são constrangedoras. Os dois meio que dizendo o que e como ela tem que fazer. 
Me incomodou o tempo todo eles invalidarem os sentimentos dela e dizerem como ela teria que se sentir. Sim, o marido é carinhoso, mas o tempo todo invalida o que ela sente e diz como ela tem que se sentir, ou como vai se sentir. Quando o filme começa ela se recupera de uma tentativa de suicídio e mesmo assim não faz terapia. Ela precisaria muito de alguém com quem pudesse dizer tudo o que sentia, até mesmo os sentimentos ruins. O mesmo para o marido. Para que ele pudesse despejar a raiva que ele sente de tudo ter desandado. Ele não despeja nela, mas tenta o tempo todo forçar que ela dê continuidade aos sonhos dele ou aos sonhos do passado que mudou, não tem como por embaixo do tapete. Ele quer sair de um apartamento para uma grande casa perto da insuportável irmã dele. A cunhada acusa a jovem de ser culpada por ter tentado contra a própria vida. Culpa em um bar, publicamente. Humilhando a jovem e o marido só fica constrangido, não faz nada. O marido quer a casa para que o filho possa jogar basquete no quintal, mas o bebê nem fez um ano. Ele só quer realizar os seus sonhos e manipula a esposa pra conseguir. Como ela sente culpa pelo que fez, ela vai cedendo. Como ele mesmo diz, ela vai se acostumar. Eles querem o tempo todo definir os sentimentos que ela virá a ter.
Pra piorar eles resolvem ter mais um filho. Claro que dá ruim. O único que não a julga é o porteiro. A loja entrega o carrinho e a bolsa que ela largou em um surto, e ele só devolve. Ela fica em choque pelo desconforto e ele a faz sentir desconfortável. Sem julgar. A diretora é autora do livro que deu origem ao filme. Ao final relata que em 1992 não se falava em depressão pós-parto. Mas eu acho que essa família vivia mesmo fora da realidade, no ideal irreal de família perfeita. E muitos já se tratavam com psicólogos  antes mesmo da década de 90. Tudo muito triste. Eu achei muito egoístas todos que estavam à volta dela. Queriam esconder e viver como se nada tivesse acontecido. Amanda Seyfried está maravilhosa! Chorei muito! 
Beijos,
Pedrita

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