Oblómov é um personagem muito interessante. Eu fui ao delírio no primeiro livro. Ele passa os dias em casa deitado na cama. Riquíssimo, herdou propriedades rurais da família que não tem o mínimo interesse de saber como vão. Até para escrever cartas está sempre postergando. E o seu funcionário? É divertidíssimo! Ele detesta limpeza, a casa vive cheia de pó. Ele culpa o patrão de nunca sair e que por isso não tem como limpar a casa. E as louças? Como eu, ele as vive quebrando, é estabanado e desastrado. Vi o quanto mudamos com o tempo. Oblómov recebe várias visitas durante o dia. Sem telefone, as pessoas tocavam a campainha e apareciam sem a menor cerimônia. São inúmeros diálogos sobre negócios, política e vida noturna. Todos convidam Oblómov que nunca sai. Tem alguns anos que pouco visitamos os amigos, mesmo assim quando se organizam alguns eventos sociais, mas no geral, principalmente em São Paulo, cada um vive no seu canto e mal se visitam.
Na segunda parte Oblómov e Olga se apaixonam. Ela acredita que vai conseguir mudá-lo. A tia sugere que sempre arrume o que ele possa fazer, mas ele só faz o que ela pede, continua não fazendo nada sobre suas propriedades. Antes inclusive um parente oportunista disse que resolveria e designa pessoas pra cuidar da fazenda e também convence Oblomóv a alugar uma casa de veraneio e faz ele assinar papéis e algumas pessoas passam a extorquir muito dinheiro dele. Um bom tempo depois é seu amigo Stolz que percebe tudo e consegue desfazer os estragos. Nesse momento Olga já percebeu que não quer esse Oblómov que vive deitado, que ele não vai mudar, e ela casa-se com Stolz. Eu confesso se eu não sei se alguém deve mudar, deve desejar outra vida da que se sente confortável. Exceto a questão financeira, Oblómov vivia bem com pouco, sem grandes preocupações, em letargia com pessoas mais simples e pobres. Não sei se poderia dizer que é uma vida ruim, só é diferente. É uma bela obra! Com texto muito, mas muito bem escrito.
Beijos,
Pedrita
Pareceu-me interessante, já vou incluí-lo na minha lista de a ler, rsrs.
ResponderExcluirBeijo
marly, é ótimo.
ExcluirBoa tarde Pedrita, mais uma vez um livro com um tema interessante, obrigado pela dica.
ResponderExcluirluiz, é ótimo.
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ResponderExcluirSe diz que foi maravilhoso de ler é porque merece a pena ser lido.
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Abraço poético
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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rykardo, é sim, texto recheado, ótimo vocabulário. impressionante.
ExcluirGostei da sua publicação!
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"Uma janela para a vida"
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Uma excelente noite. Beijo :)
cidália, acho que vai gostar da obra.
ExcluirFaz-me lembrar o romance Ao arrepio de Huysmans por vezes traduzido como Às avessas, embora de facto o ócio não seja o pecado capital de Des Esseintes.
ResponderExcluirNão conhecia o autor nem a obra, pareceu me bem interessante
carlos, oblómov é um clássico. é bem impressionante. quanto texto, quanta qualidade de escrita, quanto vocabulário. impressionante. é, no caso dele ele tem dinheiro, mas vai perdendo e não liga muito pra isso.
ExcluirSua resenha está absolutamente apaixonante!
ResponderExcluirMinha vontade era ter o livro em mãos e correr para ler ❤❤
Que capa maravilhosa. Parece uma obra de arte.
E o texto rico em reflexões e diversidade.
Também penso que não existem estilos de vida errado. Existem estilos de viver diferentes. Se está bom para a pessoa, se é o número dela, está tudo bem ❤❤
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br
luli, leia, é incrível. sim, essa edição é uma obra de arte. sim, desde q a pessoa consiga viver com o mínimo de dignidade, qq forma de viver está valendo.
ExcluirUm dos muitos livros da Cosac que eu gostaria de ter comprado e não consegui, não deu tempo, sei lá... A sorte é que a Companhia das Letras relançou e tem o ebook, qualquer dia desses pego e leio.
ResponderExcluirpandora, eu comprei qd a cosac disse q ia fechar. aí vários lugares venderam a 50% de desconto. acho que tem na estante virtual. é uma edição deslumbrante.
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