O texto cria uma ficção onde Fernando Pessoa se candidata ao cargo de datilógrafo de um importante crítico que prepara uma conferência sobre o poeta. O crítico não conhece Fernando Pessoa, então não o reconhece quando este se disfarça e se apresenta como Jorge Madeira. É um texto muito delicado e bonito, que fala muito da obra de Fernando Pessoa, são lidos vários poemas. Nessa casa há uma empregada interpretada pela bela e talentosa Regina Remencius. Os heterônimos também estão no espetáculo representados por: Wagner Molina (Ricardo Reis), Antônio Dura (Alberto Caieiro) e Álvaro Augusto Motta (Álvaro de Campos). Outros do elenco são Laerte Mello e Rubia Reame. Gostei do cenário da Marisa Rebolo e me senti muito confortável com os livros no chão. Me soaram familiares já que alguns dos meus livros estão em uma caixa na sala porque não cabem mais na estante no quarto. No vídeo do youtube os livros estão em uma bela estante. O Fingidor fica até 28 de junho. Os ingressos são R$ 40,00. Vou colocar o trecho do youtube onde o crítico é realizado por outro ator e passou na TV Cultura. As fotos são do Arnaldo Torres.
Quando Ela Passa
Fernando Pessoa
Quando eu me sento à janela
Quando eu me sento à janela
P'los vidros qu'a neve embaça
Vejo a doce imagem d'elia
Quando passa... passa.... passa...
N'esta escuridão tristonha
Duma travessa sombria
Quando aparece risonha
Brilha mais qu'a luz do dia.
Quando está noite ceifada
E contemplo imagem sua
Que rompe a treva fechada
Como um reflexo da lua,
Penso ver o seu semblante
Com funda melancolia
Qu'o lábio embriagante
Não conheceu a alegria
E vejo curvado à dor
Todo o seu primeiro encanto
Comunica-mo o palor
As faces, aos olhos pranto.
Todos os dias passava
Por aquela estreita rua
E o palor que m'aterrava
Cada vez mais s'acentua
Um dia já não passou
O outro também já não
A sua ausência cavou
Ferida no meu coração
Na manhã do outro dia
Com o olhar amortecido
Fúnebre cortejo via
E o coração dolorido
Lançou-me em pesar profundo
Lançou-me a mágoa seu véu:
Menos um ser n'este mundo
E mais um anjo no céu.
Depois o carro funério
Esse carro d'amargura
Entrou lá no cemitério
Eis ali a sepultura:
Epitáfio.
Cristãos! Aqui jaz no pó da sepultura
Uma jovem filha da melancolia
O seu viver foi repleto d'amargura
Seu rir foi pranto, dor sua alegria.
Quando eu me sento à janela
P'los vidros qu'a neve embaça
Julgo ver imagem dela
Que já não passa... não passa.
Youtube: Douglas Simon - Serie Direções Teve Cultura - O Fingidor
From Mata Hari e 007 |
From Mata Hari e 007 |
Beijos,
Pedrita
Acabei parando aqui no seu blog por acaso, e vi seu comentário sobre O Fingidor. Muito obrigado pelo reconhecimento, querida. Grande beijo. Edu Semerjian
ResponderExcluirPedrita,
ResponderExcluirvoce eh uma privilegiada.....
Pedrita, vc nao perde uma oportunidade e sabe que depois que passei a visitar seu blog, passei a arranjar mais tempo para ao menos ver Tv de casa, já que ir ao cinema fica meio complicado ainda.
ResponderExcluirBjus
Quer dizer, Tv Filme, rs.
ResponderExcluirPorque outra coisa nao tenho paciência, rs.
Bjus
amo Fernando Pessoa e adoro esse espetáculo. O Samir acertou em cheio!!!! Que bom que curtiu! Beijocas, Erika Riedel
ResponderExcluirGenial essa peça! Para não perder.
ResponderExcluirQuando eu assisti, custou só 5 Reais em um festival de teatro.
eduardo, qt honra vc visitar o meu blog. eu que agradeço o belo espetáculo que me proporcionaram.
ResponderExcluirolho de pombo, concordo e adoraria q na sua cidade tivesse um pouco mais de cultura. na sua e em várias outras.
georgia, acho que é isso, colocar na rotina um filme ou outro ao menos na tv. realmente nem sempre dá pra sair.
erika, gostei bastante.
ana maria, é verdd, espetáculos em festivais ou com patrocínios podem colocar os ingressos bem mais acessíveis pq não precisam da bilheteria.
coincidência o termos colocado fernando pessoa nos nossos blog em dias consecutivos. pessoa é o meu poeta predilecto... e o resumo que fez da peça que assistiu fez-me imensa vontade de assistir, afinal tanto mar a impedir essa possibilidade, mar que une e separa estes dois países duma só língua.
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