Assisti Anna Karenina (2012) de Joe Wright na Netflix. Eu tinha lido a obra de Leon Tolstoi há muitos anos e amado. A maravilhosa Keira Knightley que interpreta magistralmente Anna Karenina. Os cartazes são lindos!
É deslumbrante a direção de arte dessa adaptação. Escolheram uma versão mais teatral, mas mesmo assim com escolhas surpreendentes. As ruas da cidade são os bastidores do teatro. Tudo é diferente e impactante. Os figurinos de Jacqueline Durran são lindíssimos e ganharam o Oscar.
Anna Karenina é nobre, casada e com um filho, mas ela apaixona-se por um jovem oficial. As cenas de dança são igualmente lindas. O elenco impressiona também. O marido é interpretado por Jude Law, o amante por Aaron Taylor-Johnson.
A personagem de Alicia Vikander que perde o noivo para Karenina. Ela acaba casando-se com outro homem interpretado por Domhall Gleeson. Mas o elenco continua: Matthew Macfadyen, Kelly Macdonald, Ruth Wilson e Bryan Hands.
Assisti Puzzle (2018) de Marc Turtletaub no Max. Eu procurava filmes e coloquei alguns pra gravar sem saber muito do que se tratavam. Esse é baseado em um roteiro de uma argentina, Natalia Smirnoff, que tem um filme homônimo de 2010, onde o roteiro concorreu a prêmios. Que grata surpresa! Que filme incrível! Quero agora achar o filme argentino!
A protagonista é uma dona de casa. O filme começa com ela preparando uma festa. É muito detalhista, coloca a faixa de Parabéns! Bolas. A casa enche de gente e ela não descansa um minuto até a hora do bolo. E pasmem, a festa era do aniversário dela, mas ela só servia. Fiquei na dúvida se ela era daquelas mulheres que não deixa ninguém fazer nada, muito detalhista, que é centralizadora. A escravidão dela incomoda demais. Terminada a festa ela vai arrumar tudo e só de manhã, com a casa toda arrumada, é que vai comer o pedaço de bolo do seu bolo. Muito assustador! Kelly Macdonald está impressionante!
Entre os presentes está um celular, mas ela não gosta e não se adapta. Ela vê então um quebra cabeça de 1000 peças e o monta muito rapidamente. Monta o mesmo mais algumas vezes, liga para a amiga que a presenteou, mas foi em uma loja em Nova York, ela não viaja há anos. Mas a vontade de ter mais um quebra cabeça é mais forte, então ela vai de trem. Na loja há uma anúncio de uma pessoa procurando um partner para montar quebra cabeça. Ela entra em contato e passa a treinar com essa pessoa para participar de um concurso. Ele é interpretado pelo indiano Irffan Khan.
O roteiro é muito delicado. Aos poucos ela vai mudando, já que não consegue ser mais tão eficiente nos cuidados domésticos, atrasa, esquece produtos que a família gosta. A família é uma sanguessuga. Ela tem dois filhos homens adolescentes (Bubba Weiler e Austin Abrams) e o marido (David Denman), todos estão acostumados que ela cuida de tudo, os acorda de manhã, prepara o café, compra os produtos, nada falta. Ela esconde que duas vezes por semana viaja para treinar para o concurso. O filme é muito feminino, feminista. O filho dela precisa fazer uma redação sobre quem é, seus planos, a mãe encontra e lê e fica chocada com o olhar que o filho tem dela. Interessante que ela lê a carta para o parceiro de quebra cabeças e ele diz que o filho a vê totalmente errada, que ela não é nada daquilo, já que ele nunca conheceu aquela mulher da carta que é praticamente um divisor de águas no comportamento dela. Tudo o que vinha sutilmente mudando-a parece que toma forma. Aos poucos ela começa a dizer não, passa a dizer que não está pedindo autorização, que só está comunicando. Passa a dizer o que pensa das escolhas dos filhos, do marido, a se posicionar, mas é delicado e sutil. A condução da trama é de uma delicadeza emocionante. Outra obra que mexeu demasiadamente e está deixando rastros e pensamentos dias depois. Gostei demais do desfecho também!
Assisti Adeus, Christopher Robin (2017) de Simon Curtis no TelecinePlay. A Liliane do Paulamar falou desse filme e fiquei com vontade de ver. É sobre o escritor Alan Alexander Mine que teve a infeliz ideia de fazer um livro infantil com desenhos e o nome do filho e seu Ursinho Pooh. Isso mesmo, aquele ursinho famoso até hoje. A Disney lançou no ano seguinte um filme também sobre eles.
Os pais adoravam festas, viagens e o filho parecia atrapalhar essa vida. Como era muito comum, o garoto é largado com uma querida babá. Fica muito tempo sem ver os pais. Em um momento de dificuldade criativa, o pai resolve mudar com a família para uma linda casa no campo. E esposa fica um pouco mas dá um jeito de desaparecer. A babá tem um problema pessoal e o escritor precisa conviver com o filho que mal conhecia.
Diferente do que o escritor imaginava, ele não consegue ficar no escritório escrevendo e fica impactado com a natureza, só quer atividades do lado de fora. O filho acaba acompanhando-o, o escritor não quer, tudo o que o casal quer é o filho longe. Mas como qualquer criança, ela vai se impondo e eles passam a ter uma linda relação de amizade. Ele resolve escrever uma história para o filho, tem a infeliz ideia de por o nome verdadeiro do filho no livro e a sua imagem. A esposa consegue publicação e o casal volta a se deslumbrar com o mundo que se abre e a explorar comercialmente o filho.
Claro, na época as pessoas não tinham muito ideia do que um sucesso pode fazer a uma criança, mas os pais são completamente levianos. Usam o menino e a sua imagem sem piedade. Voltam a abandonar o filho e só o procuram quando alguma TV ou jornal quer fotos e matérias. Coitado desse garoto que fica extremamente problemático com a falta de amor e excessiva exposição da mídia. O escritor é interpretado por Domhnall Gleeson. O garoto por Will Tilston e quando mais velho por Alex Lawther. A mãe por Margot Robbie. E a babá por Kelly MacDonald.
Achei os atores escolhidos muito parecidos com os que foram inspirados.
O trailer é fofinho, mas o filme é o maior dramalhão e fala muito de maus tratos a crianças. No final tentam até amenizar a relação entre pais e filhos mas é remendo. O pai continua um monstro.
Assisti Onde Os Fracos Não Têm Vez (2007) dos Irmãos Coen no Telecine Premium. Eu queria muito ver esse filme por tudo o que disseram dele e fiquei esfuzeante quando soube que ia estrear no Telecine. E mais feliz ainda quando soube que seria ontem, sábado à noite. Que presente! É incrível! É de uma genialidade devastadora! Tudo é sutil, inteligente, silencioso! Uma câmera que olha sob os mesmos ângulos, os mesmos pensamentos! E uma ilógica de raciocínio surpreendente! Onde Os Fracos Não Têm Vez não se explica. Temos ao longo da narrativa algumas ideias, mas são raciocínios tão diferentes de nossa lógica que temos dificuldade de compreender tanta insanidade. Onde Os Fracos Não Têm Vez é bastante violento!
Javier Bardem está maravilhoso! Gostei muito também do homem que é constantemente perseguido por ele, interpretado por Josh Brolin. E gosto muito de outros dois atores do elenco: Tommy Lee Jones e Kelly Macdonald.
Onde Os Fracos Não Têm Vez ganhou 4 Oscars de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Roteiro Adaptado. Ganhou 2 Globos de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Roteiro e 3 prêmios no BAFTA de Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Fotografia. Não consigo ver o Javier Bardem como ator coadjuvante e sim como um dos protagonistas.
Youtube: Miramax Films: No Country For Old Men Trailer
Assisti O Guia Mochileiro das Galáxias (2005) de Garth Jennings no Cinemax. Uma co-produção do Reino Unido e Estados Unidos. Eu queria muito ver esse filme e realmente é uma piração total. O Guia Mochileiro das Galáxias é baseado no livro de Douglas Adams e deseja fazer paródias com os filmes de ficção científica que tanto adoro. Tem momentos deliciosos.
Nosso protagonista tenta impedir que sua casa seja demolida. A casa atrapalha uma importante via para liberar o fluxo do tráfego na Terra. Nesse mesmo momento um grupo de alienígenas vai destruir a terra porque ela atrapalha o curso do tráfego hiperespacial. Ele é salvo por uma amigo. Ele não sabe que esse amigo é um alienígena, começam então as aventuras espaciais. É muito divertido!
Eu não me conformei que nosso protagonista passa o filme inteiro de pijama. Tem horas que dá uma agonia, só um maluco mesmo para ter uma idéia dessa. Também é muito engraçado a idéia de que para se defender dos alienígenas é preciso de uma toalha. Eles estão sempre com uma toalha. Outro personagem que amei é o robô deprimido. Descobriram como colocar sentimentos no robôs e o nosso fofo é um eterno deprimido, amei o robôzinho, lindo demais.
Os quatro atrapalhados são: Martin Freeman, Mos Def, Zooey Deschanel e Sam Rockwell.
Há várias participações especiais como a ótima do John Malkovich, o personagem dele é ótimo. Alguns outros são: Helen Mirren, que faz a voz do Pensador Profundo, Bill Nighy e Kelly Macdonald.
Vou deixar o trailer pra vocês se divertirem que ganhou o prêmio Golden Trailer.
Música do post: THE EAGLES - JOURNEY TO THE SORCERER (Hitchhikers Guide to the Galaxy Soundtrack) (É preciso apertar o play)