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sábado, 10 de abril de 2021

Amor de Mãe

Assisti a novela Amor de Mãe (2019-2020-2021) de Manuela Dias na TV Globo. A direção foi de José Luiz Villamarim. Que belíssimo trabalho, que roteiro! Essa novela foi atropelada pela pandemia, pararam as gravações. Fizeram um esforço de guerra pra retomar e fechar a história da forma que fosse possível e infelizmente algumas tramas ficaram sufocadas, mas nada tirou a maravilha que foi essa novela. Inesquecível! A trama entrelaça a história de três mulheres, incrível no final que entendemos a relação delas desde que foram mães. Vitória (Taís Araújo), uma famosa advogada, tinha sido uma jovem estudante grávida que dá o seu filho. Lurdes (Regina Casé) que tem seu filho vendido pelo marido para a mesma mulher que recebe o filho da Vitória. E Thelma (Adriana Esteves) que compra o filho dessa mesma mulher. Todas maravilhosas, que atrizes. Gostei de falar de co-responsabilidade. O quanto nossos atos podem interferir ou promover crimes, o quanto cada um de nós é responsável pelo todo.

Eu fiquei muito brava com um programa de fofoca de televisão que antes da novela começar já contou quem seria o filho de Lurdes (Chay Suede) e de sopetão, não deu nem ao trabalho de avisar que ia dar spoiler, quem não quisesse ouvir que zapeasse, bom, TVs não fazem isso, pedir pra pessoa sair do canal, então não dê spoilers. Sim, minhas amigas disseram que a novela deu várias pistas, mas antes da novela começar? Achei um desrespeito com o trabalho de todos os envolvidos. Um gosto por furo muito grosseiro. A cena da revelação foi emocionante! Pra novela poder ser realizada, todos tinham protocolos de segurança muito severos e eram testados periodicamente. Infelizmente todos os núcleos não poderiam voltar. Quanto menos elenco, cenas, equipes, mais seguro, mas valeu o esforço, foi lindo! Pena que alguns envolvidos não entendiam nada de protocolos. Acho que viviam em uma bolha porque em agosto já se sabia que não se sabia se a pessoa que tinha ficado contaminada não se contaminaria de novo. Achavam que poderia durar uns 5 meses, mas nada era certeza mesmo em agosto quando já se sabia também que dentro de casa não podem todos tirar as máscaras se vierem das ruas. A Lurdes poderia ter ficado na casa do Magno, e ter pouco contado com os jovens da casa e quando tivesse só por máscaras. Tirar as máscaras pra falar era muito assustador. Quando Sandro (Humberto Carrão) tira a máscara no hospital, local de contaminados, nem higienizando as mãos seria seguro, imagine sem higienizar como ele fez. Vitória também, depois de ficar com uma pessoa sem máscaras no carro, não ficou isolada em casa e nem fez teste pra se reaproximar da família. Já se sabia em agosto desses protocolos. E pior, foi na pior época de disseminação do vírus no Brasil. Colocaram em texto no final, mas eu acho que teria sido melhor em intervalos diferentes, uma pessoa, podia ser a ex-BBB Thelma, que é médica, explicar esses detalhes, já que há negacionista demais no Brasil. 
Lindo o amor de Penha (Clarissa Ribeiro) e Leila (Arieta Correa). A vida das duas foi se transformando na trama. Penha era a doméstica maltratada pela ricaça Lídia (Malu Galli). E Leila começou a novela em coma. Várias reviravoltas fazem as duas se unirem, se tornarem grandes bandidas e conseguiram fugir como no filme Thelma e Louíse, mas com final feliz. Por incrível que pareça eu torcia por elas.

Outro grande valor de Amor de Mãe foi ter chamado grandes atores não tão conhecidos da televisão. Como a talentosa Magali Biff como Nicette. Sua personagem acaba se misturando em quase todos os núcleos e tendo papel fundamental. Primeiro ela é mãe do homem (Paulo Gomes) que o Magno acha que matou. Magno namora sua filha Betina (Isís Valverde) que não sabe da história. Depois Nicette mora em Guapori, a região contaminada pela indústria de Álvaro, que depois descobrimos que Betina é irmã de Álvaro porque o pai dele abusou de sua mãe. Mas a teia continua, ela é avó do filho da mulher do Álvaro, que engravidou do filho dela. E Álvaro, um dos grandes vilões da trama, aceita o filho de outro homem da esposa, surpreendente. Outros personagens marcantes com atores pouco conhecidos da televisão foram interpretados por Démick Lopes, Dida Camero, Rodolfo Vaz, MC Cabelinho, WJ, Nando Brandão, Rodrigo Garcia, Isabel Teixeira, Giulio Lopes,  Aldene Abreu, Antonio Negrini, Stella Rabello e Mariana Nunes
A trilha sonora também era maravilhosa: Gal Costa, Gonzaguinha, Maria Bethânia, Cartola, Olodum, Chico Buarque, Clara Nunes, Elza Soares, Caetano Veloso, Elis Regina, Nina Simone, Jorge Benjor e Madredeus. Tem no spotify.
Amor de Mãe falou muito sobre questões sociais. Educação inclusive na personagem da Camila, da incrível Jessica Ellen. Professora de uma escola pública em lugar de vulnerabilidade, ela procura ajudar seus alunos a procurar um futuro diferente para as suas vidas. Inclusive vários de seus alunos tornam-se personagens importantes na trama como Cacá Ottoni, Dan Ferreira, Jennifer Dias, Dora Friend e Aisha Moura.
Foi uma novela de muitas perdas, estranhamente não por covid. E atores jovens como o belíssimo português Filipe Duarte e Léo Rosa que fez uma pequena participação como um jornalista.

E Durval, ai o Durval, que personagem carismático do Enrique Diaz e todo errado, todo não, mas sim, foi um pai ausente. Eu me incomodei da filha (Duda Batsow) exigir muito dinheiro na pandemia pondo o pai em risco. Ele vai trabalhar de entregador de aplicativo, correndo o risco de morrer de covid. Se a filha e e a mãe (Clarissa Kiste) estivessem passando necessidade, é certo, mas não era o caso, ela poderia esperar a pandemia passar pra exigir a responsabilidade financeira do pai. E principalmente quando o reencontrou. Acho que na pandemia nós precisamos muito mais lidar com a empatia e com a compaixão. E quem trabalha com artes ficou totalmente sem emprego, devia ter exigido antes quando ele tinha como correr atrás. Foi bem mais inteligente quando ofereceram moradia pra ele que não tinha dinheiro nem pra alugar uma vaga em pensão. Atrapalhado como sempre foi, teria grande chance de ir morar nas ruas como muitos nesse período escuro. E apesar de todos os defeitos, Durval era um bom dono de casa, bem bagunceiro, mas cozinhava, cuidava da filha, seria uma forma de ajudar no orçamento tendo funções domésticas. Mas a autora reserva um respiro pra ele, e a trama promove momentos deliciosos com a Dona Unicórnia.

Gostei demais da atriz e cantora que interpretou a Verena, a Maria. Linda e talentosa. Fez par romântico com o personagem do gigante Irandhir Santos. Pena que foi bem pequena a parte da mãe biológica (Olívia Araújo) do Tiago. Muitas tramas pareciam já ter sido pensadas desde o começo, mas a pandemia encurtou as abordagens, mesmo assim foi uma linda cena. Uma pena também que não puderam definir o destino amoroso de Lurdes disputada pelos personagens dos grandes Luiz Carlos Vasconcelos e Nanego Lira. As crianças eram demais, já bem grandinhos um ano depois quando voltaram a gravar. E foram mais poupados, pouco apareciam. A bebê da Vitória então nem apareceu, mais seguro assim. Eram interpretadas por Clara Galinari e Pedro Guilherme. A lista de grandes atores é imensa: Vladimir Britcha, Murilo Benício, Erika Januzza, Tuca Andrada, Débora Lamm, Milhem Cortaz, Letícia Lima, Douglas Silva, Vera Holtz, Ana Flávia Cavalcanti, Camilla Márdila, Lucy Alves, Júlio Andrade, Alejandro Claveaux, Dan Ferreira, Eliane Giardini  e Fabrício Boliveira.

E a família da Dona Lurdes? Que personagens ricos, complexos, só grandes atores, que saudade já! Juliano Cazarré, Nanda Costa e Thiago Martins. Foi esperançoso no final todos sem máscaras falando que a vacina chegou pra todos, pena que não é realidade. Triste!




Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Bingo: O Rei das Manhãs

Assisti Bingo: O Rei das Manhãs (2017) de Daniel Rezende na HBOGO. O roteiro é de Luiz Bolognesi. Eu tinha ressalvas em ver esse filme. Foram muitas matérias elogiosas e realmente é muito bom. Muito sombrio, o que eu achei justo, afinal tudo o que eu ouvi sobre a história do palhaço Bozo não era tão alegre assim. Gostei que não amenizaram os bastidores.

O filme conta a história de Arlindo Barreto que interpretou o Bozo por 10 anos. O nome Bozo não pode ser usado no filme por proteção da marca. E o ator que o encenava não podia aparecer por regra de contrato. Não sabia que o palhaço Bozo era um personagem de televisão americano líder de audiência. Arlindo Barreto que conseguiu abrasileirar o programa e tornar-se líder de audiência no Brasil. O produtor americano foi interpretado por Soren Hellerup. Claro, quando falamos de TV aberta e liderança de audiência dificilmente falamos em qualidade. O programa apelava mesmo sendo infantil, era bem de mal gosto. Sempre que alguma emissora reclama da liderança da outra, penso que só é possível superá-la com muita apelação e se vale esse recurso. 
A mãe de Arlindo Barreto era uma famosa vedete e atriz, Márcia de Windsor. Não sabia que foi Vladimir Brichta que interpretou o Bozo, está excelente. Sua mãe foi interpretada pela maravilhosa Ana Lúcia Torre. O filho por Cauã Martins. Gretchen por Emanuelle Araújo. Quando participou do teste para o palhaço, Arlindo era separado e tinha um filho. Sua ex era uma atriz e foi interpretada por Tainá Muller.

Arlindo Barreto era alcoólatra e fazia uso de drogas. Vivia em orgias, festas, causava muito. Antes da carreira, como ator, fez vários filmes de pornochanchada. No filme mostrava ele com várias mulheres, na biografia diz que ele foi casado várias vezes, inclusive com Gretchen. Após uma série de infortúnios de seu comportamento alucinado e de vícios, Arlindo Barreto resolve se tratar e torna-se evangélico, que é até hoje e faz apresentações em igrejas. Essa parte mostrou no filme. E após a conversão casou-se com a produtora do programa, que era também evangélica. A produtora foi interpretada por Leandra Leal. O câmera por Augusto Madeira. Fazem participações no filme: Pedro Bial, Domingos Montagner, Fernando Sampaio, Wagner Molina, Cleto Baccic, Arthur Kohl e Carol Vidotti


Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Rock Story

Assisti Rock Story de Marília Helena Nascimento na TV Globo. A direção era de Dennis Carvalho. Que novela incrível, inesquecível! Em geral não assisto novela das 19h. Só acompanho mesmo às das 18h porque o horário é mais favorável. Mas agora posso gravar, então o que eu perdia eu via no dia seguinte. Em geral sempre vejo o início de todas as novelas, às vezes só o primeiro capítulo. Mas essa me pegou logo e ansiava a hora de começar mais um capítulo diariamente. Que saudades!

Foi muito bem feita a parte musical. Com vários clipes, shows, muito bem realizados. Gordo (Herson Capri) é sócio da Som Discos com sua filha Diana (Alinne Moraes) que é casada com um famoso roqueiro, o Gui Santiago (Vladimir Brichta) que está em decadência. Estourado, ele faz cada vez menos shows. 

A vida de Gui vira do avesso. Um cantor pop, Léo Régis (Rafael Vitti) rouba sua música. Ele descobre que sua esposa está de caso com o rapaz e um filho adolescente que ele não tinha contato é preso e fica sob sua guarda. Muito bem feita a parte empresarial da novela. Lázaro (João Vicente de Castro) era seu empresário.

Surge então Lorena (Nathália Dill), na verdade Júlia, acusado de tráfico e começa a mudar a sua vida. Gui lança então a 4.4. Muito bem feita a construção da banda, o início dos ensaios, a profissionalização dos garotos interpretados muito bem por Nicolas Prattes, João Vitor Silva, Danilo Mesquita e Maicon Rodrigues. Depois um outro integrante apareceu na trama interpretado pelo Enzo Romani. Só a parte erudita é sempre um equívoco. Inacreditável que pesquisam tudo, todo o universo da música, mas acham que sabem como funciona o mercado erudito e cometem uma sucessão de erros. Deviam procurar consultoria exatamente como nas outras áreas.

Linda demais a relação da Gilda (Suzy Rêgo) com o Haroldo, o Coelhão (Paulo Betti). Casados há muitos anos, eles adoravam apimentar a relação e viver personagens. Muito fofo! O filho esconde deles que tem câncer. Inclusive muito bem feitas as cenas, sem exageros de músicas melodramáticas. Com bastante realismo. Mostrou a dureza do tratamento, mas sem sensacionalismo e melodrama. Haroldo era dono da Boi Inimigo, afinal, não há um único boi que seja amigo de uma churrascaria. Lá se apresentava a Rebola Embola, grupo musical que tocava em geral samba com apresentação específica para turistas. Gostei de Rock Story mostrar várias formas de se viver de música.

E vários outros clichês foram quebrados. Gui passa a viver sozinho com o filho. Volte e meia ele prepara lanches para a filha, interpretada pela fofa Lara Cariello, conversa com eles na cozinha lavando louça. Júlia mesmo fica sentada na mesa enquanto Gui prepara o lanche, lava louça. Quando todos vão morar juntos no ap, todos tem funções. Há vezes que o filho está lavando louça. E inclusive em uma cena Gui colocava roupa na máquina e Júlia lavava a louça.

Vários negros integraram o elenco e fora de esteriótipos. Nanda (Kizi Vaz) era o braço direito de Gordo na gravadora e muito talentosa. Ela se apaixona por ele e precisa de tratamento. O advogado (Rocco Pitanga) e o médico (Rodrigo dos Santos), pena que esses dois personagens não tinham histórias completas, atuavam sozinhos, não mostravam família. Mas Luizão (Thiago Justino) era o tio do JF. E sustentava o garoto para que ele pudesse estudar piano. Luizão era o maître da churrascaria.

Amei que Dona Néia ficou com o Ramon. Eu e vários internautas queriam #ForaAlmir. Almir (Evandro Mesquita) era o ex da Néia. Ele era casado, mas mesmo quando ficou viúvo não quis saber dos filhos. Só quando viu que eles viviam a larga em uma casa enorme. Um interesseiro. Ramon já gostava de verdade da Néia. Ajudava a Nèia em tudo o que ela precisava. Muito engraçado os dois fazendo faxina. Ela era muito brava, um dos grandes trabalhos da Ana Beatriz Nogueira. Gabriel Louchard que fez o Ramon também estava muito bem. Ele era explorado pelo Lázaro que o chantageava. Muito bacana mostrar várias famílias com formatos diferentes. Léo Régis que era o dono da mansão e levou a mãe e a irmã pra viverem com ele. A mãe era machista e conservadora.

Gostava muito também da família da Edith, em um grande personagem para Viviane Araújo. Ela era casada com Nelson (Thelmo Fernandes). Ele era o vocalista do Rebola Embola, ela tinha sido a primeira morena do grupo, mas escolheu ser dona de casa e cuidar da família e dos filhos. Ela que percebe que sua filha Vanessa (Lorena Comparato) tem uma paixão fora do normal por Diana, e com cuidado consegue ajudar a filha a ver que essa relação só faz mal a menina, que acaba se apaixonando por Bianca (Mariana Vaz). Para ajudar no faturamento, Edith fazia doces para a churrascaria e para outras pessoas.

Amava os patetas Romildo (Paulo Verlings) e William (Leandro Daniel). Fiquei feliz que eles foram para o interior cuidar de um bebê.  Sim, eram bandidos, mas nunca gostei tanto das trapalhadas desses dois. Eles bem que tentaram arrumar trabalho, serem honestos, mas não conseguiam. E a tia do William? Outros grandes momentos!! E gostei que não transformaram Mariza (Júlia Rabello) em uma mãe zelosa quebrando o clichê do instinto materno. Ela não estava nem aí para o filho, só engravidou para tirar dinheiro do Haroldo, já tinha tentado isso de outros. E foi embora do país largando o filho sem sofrimento. 

Os shows eram demais. Em entrevistas, o elenco contava que tinha todo um trabalho de preparação vocal, ensaios. Adorava a dupla Miro (Guilherme Logullo) e Nina (Fabi Bang). Atores conhecidos de musicais. A história deles também era muito boa. Eles começaram a cantar quando crianças e durante a trama descobrimos que eles não eram irmãos, mas namorados. E que mentiam para o público há anos. Bonito que o público os perdoa depois de um tempo e eles voltam a ativa. Ótimas as apresentações de Laila (Laila Garin), adoro essa atriz. Pena que a personagem não valia nada.

Adorava a Yasmin (Marina Moschen). Irmã de Léo Régis, tinha sido muito pobre e estava deslumbrada com o que o dinheiro poderia comprar. Lindo o romance dela com o Zac. Várias personagens eu adorava: Luana (Joana Borges), Zuleica (Cristina Müllins), Stefany (Giovana Cordeiro) e Astrid (Júlia Marini). Bacana também o personagem do Paçoca (Max Lima). Ele começa ajudando a banda e depois é contratado como técnico na Som Discos. Gostei que mostraram que nem todos se tornam artistas, mas nem por isso as profissões são desinteressantes. Não gostei no final que Lázaro mandou entregar convites gratuitos para lotar o show e colocar a culpa no Gui. Mesmo que ficou provado depois, dificilmente um artista se livra dessa mancha. Muitos vão achar que o Gui comprou alguém pra levar a culpa. E ainda teve uma morte. Foi pesado demais. 

Mas gostei de inovarem no casamento final. Gui e Júlia já tinham casado, inclusive todos os casamentos da novela foram lindos e caprichados. Até mesmo o não casamento da Diana. O casamento final foi do Gordo com a Eva (Alexandra Richter).  Eva era uma psicóloga talentosa.  Adorava os clipes, a trilha, a música de abertura com a Pitty. Foi lindo demais o final primeiro com Vladimir Brichta e Milton Nascimento cantando. Depois os que interpretaram músicos na novela e por último todo o elenco. Foi lindo demais! Inesquecível! Sou fã do Milton Nascimento, mas quem não é?

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Um Homem Só

Assisti Um Homem Só (2016) de Cláudia Jovin no TelecinePlay. Eu quis muito ver esse filme quando estreou nos cinemas, fiquei muito feliz quando vi no Now e é incrível. Em uma entrevista o Vladimir Brichta havia dito que apesar de uma comédia tinha uma trama complexa.

O protagonista trabalha em um escritório burocrático, é casado com uma mulher que faz quadros tenebrosos e o atormenta. Dentro da cabine do banheiro ouve um colega falando com outro sobre um médico que faz uma cópia dele mesmo. Que no dia seguinte será a cópia que passará a vir no lugar dele e ele estará livre para ser e fazer o que quiser. Nosso protagonista vai ao médico. A cópia é igual, mas com um temperamento um pouco mais calmo para lidar com as adversidades.

Livre ele vai viver em um cemitério de animais onde se apaixonou pela sobrinha da dona. Claro que muita confusão acontece. Gostei demais do roteiro. Além da complexidade de abordar vidas medíocres, pessoas aprisionadas em vidas medíocres, fala sutilmente da péssima forma como muitos lidam com animais. Eu adoro o elenco e todos estão ótimos. O amigo fiel de nosso protagonista é interpretado pelo Otávio Muller. A sobrinha da dona do cemitério de animais por Mariana Ximenez, a tia por Eliane Giardini.

A esposa por Ingrid Guimarães. O vizinho por Milhem Cortaz. O capanga do médico por Aramis Trindade. E vários outros atores: Letícia Isnard, Débora Lamm, Murilo Grossi, Mabel Cezar, Luiza Mariani,  Sandro Rocha, Paulinho Serra, Mary Scheyla e Natalia Lage. A trilha sonora do Plínio Profeta é ótima.
Beijos,
Pedrita

sábado, 24 de setembro de 2016

Justiça

Assisti a série Justiça (2016) de Manuela Dias na TV Globo. Direção geral e artística José Luiz Villamarin.  Apesar de algumas incoerências, foi incrível. Começa com quatro prisões, depois a cada dia da semana uma história é contada. Muito interessante como as tramas se cruzam ou se confundem. Em uma entrevista a autora disse que precisamos debater o tema. E Justiça mostra vários lados, várias soluções, para debate. Eu reparava que cada um percebia uma questão, ou perdoava e entendia outra, e era categórico em outrs, mas surgia alguém com uma visão diferente. Ambientada em Recife, a série tinha um tratamento mais realista. Lugares mais escuros, não tão belos, sujos, mas não sujeira inventada, mais natural. Adorei que cada dia tinha uma abertura nova, um prédio pardieiro, um pescador com uma rede, uma criança em um parquinho, corredor em um hospital. Tudo esteticamente realista.

A segunda é de Vicente. Um playboy ciumento que namora a filha de Elisa, interpretada pela linda Mariana Ruy Barbosa, ele por Jesuíta Barbosa e Elisa por Deborah Bloch. Logo no início já vemos o perfil dele que chega em um iate de jekski quase provocando um acidente. Elisa fala ao pai do moço a irresponsabilidade do rapaz e o pai diz que a juventude é assim. Como se ser jovem é cometer crimes. O pai é interpretado por Luiz Carlos Vasconcelos. E Vicente comete um crime, pega a namorada na casa da mãe com um ex no chuveiro e a mata. Em uma licença poética, todos os 4 saem da prisão no mesmo dia. Vicente será morto a tiros por Elisa. Mas na hora que ela vai atirar, ela vê a filha dele pequena e recua.Nesse núcleo ainda estão Camila Márdila, Pedro Nercessian, Cássio Gabus Mendes, Pedro Lamin, Priscila Steinman e Giovana Echeverria.
Na terça era a história de Fátima. Ela é a diarista da Elisa. Na segunda já vimos a Elisa negando a Fátima de ir buscar os filhos por um motivo fútil. Tinha um pintor no apartamento, mas tanto a Elisa, bem como a filha dela podiam cuidar já que estavam em casa. Elisa esquece de Fátima depois também quando desmonta o quarto da filha e manda para doação os objetos. Elisa inclusive ficou devendo a Fátima, mas nunca se deu ao trabalho de encontrá-la para pagar. Fátima sempre viveu em um ambiente violento, o marido era estourado, foi o marido que intensificou a velocidade e a raiva do Antenor para atropelar a dançarina. Ele foi esfaqueado em uma briga em um bar, era briguento, queria brigar com o vizinho. O cachorro do vizinho faz vários estragos, mas quando machuca o filho pequeno de Fátima, ela mata o cachorro. A autora se inspirou em uma história que leu no jornal de um homem que mata o cachorro do vizinho. O vizinho era policial, arma um flagrante para a polícia achar droga no quintal de Fátima e ela é presa. Fátima é uma linda personagem, há um texto dela que resume bem seu perfil. Que cada um escolhe o destino que quer. A filha desejou ser prostituta para vingar a vizinha. Mas Fátima resolve reconstruir sua vida com honestidade. Ela tem muita raiva do vizinho, mas aos poucos vai passando e eles se tornam amigos. Adriana Esteves está majestosa. E incríveis todos desse núcleo: Enrique Diaz, Leandra Leal, Tobias Carriere, Julia Dalavia irreconhecível e Júlio Andrade. O marido de Fátima é interpretado pelo Angelo Antonio. Há algumas incoerências nessa trama, a maior é o fato de Fátima não saber o que aconteceu com os filhos quando sai da prisão 7 anos depois. Hoje consegue-se saber o que quer na prisão. Mas de qualquer forma, os filhos não iriam visitá-la, porque sendo menores, iriam para algum orfanato. Inclusive demais os atores que fazem os filhos da Fátima crianças: Letícia Braga e  Bernardo Berruezo.

A trama que menos nos identificamos foi a de quinta, interpretada brilhantemente por Luisa Arraes. A amiga Rose por Jéssica Ellen que é presa. No dia que faria 18 anos, a mui amiga Débora marca um luau na praia. As duas compras várias balinhas de droga com Celso. Só a negra é revistada e presa por 7 anos. Rose não sabia fugir do perigo, sai e volta a se relacionar com Celso. Quando as duas se encontram, Débora tinha sido estuprada e é essa trama que ganha força, não a da amiga que sai da prisão. Débora é casada com  um egoísta, interpretado por Igor Angelkorte. Ele não quer perder o conforto da relação, quer colocar o estupro da esposa embaixo do tapete. A mãe da Débora é jornalista e deseja o mesmo. A mãe é uma covarde, fica aliciando os amigos de Débora, para que eles convençam a filha do contrário, mas nunca senta e conversa claramente o que pensa com a filha. É a amiga Rose que entende que essa história tem que ter justiça. Mas Débora confunde o tempo todo justiça e vingança. O público achou estranho Débora colocar um desconhecido para dormir em sua casa, mesmo sabendo que no mínimo ele era ladrão. Mas eu achei coerente. Pessoas sem proteção cometem muitos desatinos. E sim, corre riscos. E pelo jeito era familiar, porque a mãe que tanto condenou a filha não pensou duas vezes em levar a esposa de um político corrupto para dar entrevista no apartamento da filha. A mãe foi interpretada por Fernanda Vianna. Vladimir Brichta está incrível como Celso. Ele aparece em todas as tramas, na maioria das vezes fazendo mal as pessoas, até mesmo quando quer ajudar. Diferente das minhas amigas, achei coerente Débora ir pedir carona, se expondo ao risco mais uma vez, e pegando carona com o personagem do Cauã Reymond, um mal caráter e explorador de mulheres.

A última trama foi do Cauã Reymond. O Maurício era um contador casado com uma dançarina, interpretado pela Marjorie Estiano. Ela é atropelada, vai ficar tetraplégica e pede que ele faça eutanásia nela. Ele faz e fica 7 anos preso. Entendo que ela poderia viver como tetraplégica, mas a trama, proposital ou não, mostrou a fragilidade da saúde brasileira. O médico dá o diagnóstico para o marido, mas nenhum psicólogo vai ajudá-los a lidar com o trauma. Quem a atropela é o personagem do Antônio Calloni, o Antenor, casado com a Vânia, personagem da Drica Moraes, uma alcoólatra. Na prisão, com a ajuda do Celso, Maurício é contador de bandidos e fica rico. Abre uma sauna administrada por Kellen e Celso. Maurício passou a ser um explorador de mulheres. Não se incomoda de aumentar o seu patrimônio explorando mulheres e meninas na prostituição. E não tem escrúpulos em usar a mulher do Antenor para atingi-lo. Maurício é o responsável da morte da Vânia. Ele mesmo diz a Vânia que ela precisa procurar proteção, mas não se preocupa em ajudá-la. Não é a toa que a Débora pega carona com um homem que explorava mulheres. A trilha sonora era incrível. Gostei muito de várias tramas aparecerem no final no cemitério. Inclusive várias tramas ficaram em aberto, podendo ter uma continuação ou mesmo uma aparição de fundo em uma segunda temporada.


Beijos,
Pedrita

domingo, 10 de abril de 2016

Muitos Homens num Só

Assisti Muitos Homens Num Só (2014) de Mini Kerti no Canal Brasil. Nunca tinha ouvido falar nesse filme. Vi o elenco, adoro o Vladimir Brichta e a Alice Braga, coloquei pra gravar. Só depois que vi que é um filme de época, amo filmes de época, adorei esse. Só no final que descobri que é baseado em uma história real. Começa com Vladimir Brichta roubando em quartos de hotéis. Logo ficamos sabendo que o apelidaram de Antônio, um homem sempre elegante, hospedado em hotéis onde vários hóspedes eram roubados, mas nunca a política pegava o homem.

Ele segue então para outro hotel para roubar ações e lá conhece a bela Eva. Ela é uma mulher infeliz, com um homem insensível, presa a um casamento. Adora desenhar. Vladimir Brichta tem participado de filmes incríveis. Alice Braga também está em excelentes produções. A reconstituição de época de Muitos Homens Num Só é impecável. Os móveis nos hotéis de luxo, os figurinos, os detalhes em cada espaço. Encantador e fascinante.


Caio Blat faz o policial que quer resolveu os crimes com a ciência. Inicialmente ele mede a cabeça, tamanho de pé, mas logo é informado da nova tecnologia das digitais. Silvio Guindane faz o jornalista que se interessa pela história de Antonio e que futuramente escreve o livro Memórias de um Rato de Hotel de João do Rio que inspirou o filme, quero muito ler.

O marido da Eva é interpretado por Pedro Brício. O dono das ações por Miele. O ladrão que ensina tudo ao Antônio por César Troncoso. Lindas as locações em lugares históricos de Petrópolis e do Rio de Janeiro. Muitos Homens Num Só ganhou 12 Calungas no Cine PE, de melhor filme, direção, atores principais, roteiro, direção de arte, entre outros.

Beijos,
Pedrita