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domingo, 27 de julho de 2025

Coringa: Delírio a Dois

Assisti Coringa: Delírio a Dois (2024) de Todd Phillips na HBO Max. Nossa! Que filme! Absurdamente desconcertada. O primeiro já falava de saúde mental, esse vai tão profundamente no tema, que nos vira do avesso. Porque não é só sobre a saúde mental do Coringa, mas de toda uma sociedade delirante e dilacerante.

Coringa está no presídio depois de todas as barbaridades que fez. Enquanto ele diverte a todos com piadas, está tudo bem. Ele é humilhado, forçado a agradar, desrespeitado, mas enquanto a plateia ri, está tudo bem. Quando ele resolve se rebelar, falar tudo o que está engasgado, ele é violentamente espancado, estuprado e violentado. A advogada (Catherine Kenner) tenta tirá-lo do presídio e levá-lo para uma prisão psiquiátrica, mas a sociedade ensandecida não acha que ele tem graves problemas mentais. A advogada acha que na prisão psiquiátrica ele será tratado melhor, tenho minhas dúvidas. Relações de poder são sempre perversas, ele ia mudar de uma violência para outra. 
Joaquim Phoenix está impressionante, que ator, que entrega. Nesse aparece a igualmente maravilhosa Lady Gaga. O filme é musical! Ela canta demais, mas Phoenix também nos arrebata. As faixas foram pras minhas playlists. Eram músicas incríveis, conhecidas, na versão deles. Eles nos arrebatam. Muitos números musicais são só na cabeça do Coringa, muito bem feitos os cortes, achamos que está acontecendo, até que tudo foi só na cabeça dele. Em alguns momentos até achei que a personagem da Lady Gaga só existia na cabeça dele. O trabalho corporal do Phoenix pro filme é impressionante!
As cenas do tribunal incomodam um pouco, mas acabam sendo fundamentais pra mostrar essa horda de fanáticos por celebridades. Dessa sociedade delirante pelo show, pouco importa se seu ídolo sofre ou não. E achei coerente o dolorido final, não tinha muita saída para o filme porque tudo é trágico. Que filme!




Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Emilia Pérez

Assisti no cinema Emilia Pérez (2024) de Jacques Audiard. Eu quis aproveitar a Semana no Cinema que acaba dia 12 de fevereiro com ingressos a R$ 10,00. Queria no cinema aqui perto e esse que era no horário que gosto, logo depois do almoço. Como não falam bem do filme, estava com pé atrás, mas que grata surpresa. Gostei demais!

Antes de ver eu tentei fugir dos spoilers e das polêmicas, independente disso tudo, o filme é muito bom. O filme é Zoe Saldaña, como eu amo essa atriz. Ela é a protagonista, apesar da personagem de Karla Sofía Gascón levar o nome do filme e ser indicada a Melhor Atriz. É Zoe que protagoniza, que aparece o tempo todo. Karla é linda e talentosa, a personagem é interessante, mas eu fiquei fascinada pela personagem de Zoe, a Rita. Ela é uma grande profissional, advogada, subordinada ao chefe que leva os créditos. Rita é contratada para ajudar um líder de um cartel mexicano a fazer cirurgia de redesignação. Ele quer ser Emilia, mas ninguém pode saber. 
Ele terá que morrer para Emilia surgir. É Rita que cuida de todo esse processo, escolher cirurgião, todos os segmentos para ele poder ser ela. A documentação falsa. 
Pra piorar ele tem mulher e filhos que não vão poder saber, ninguém pode. Eles vão ter que ser afastados, vão para a Suíça, e devem acreditar que ele morreu. A esposa é Selena Gomez.

O filme é transgressor, não só por incomodar o sistema, mas porque incomoda também em vários segmentos como o fato de ser francês e não mexicano. Será que um filme para falar do crime no México só pode ser mexicano? Emilia Perez descobre o amor em uma mulher, já que o amor é complexo, o que se sente é diverso. O filme é um ótimo musical, muito diferente dos tradicionais, a trilha tem no Spotify e é ótima. Zoe Saldaña canta demais, mas longe de ser no lugar tradicional de subir voz e som para emocionar. Duas faixas usam um pouco esse recurso, mas na maioria a música desconcerta, tem uma mistura de ritmos, estilos, com texto afiado. A canção El Mal ganhou Melhor Música no Critics Choice Awards 2025. É quando Zoe Saldaña canta e dança uma incômoda canção que fala da ligação do crime com os políticos e com os ricos. O filme me lembrou muito o Brasil, com a criminalidade unindo todas as esferas, inclusive política, porque há muito dinheiro. Outra semelhança de espelhamento ruim, é que as duas resolvem montar uma sociedade para ajudar a localizar corpos de pessoas desaparecidas, exatamente como em Ainda Estou Aqui. No filme é o crime que desova os corpos, no Brasil foi a ditadura e atualmente é o crime e a polícia. Emilia fala que não é para investigar, nem julgar, mas para dar alento aos familiares com seus desaparecidos. A sociedade passa a encontrar lugares com inúmeros corpos e encerrar os processos doloridos com os familiares. 
Emilia Perez veio para ficar, é um filme para se pensar e questionar por muito tempo porque mexe nas estruturas da sociedade, da corrupção de toda uma sociedade que gosta de dinheiro, luxo e flerta com a criminalidade. Merece prêmio de Melhor Fotografia? Não! Mas é um filme importante, desconcertante e transgressor por incomodar inúmeros segmentos. O filme Emilia Perez veio para incomodar e esse é o seu grande valor.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

O Retorno de Mary Poppins

Assisti O Retorno de Mary Poppins (2018) de Rob Marshal na Disney. Eu amo a versão anterior, tinha vontade de ver essa. Gostei muito! Tem vários momentos mágicos exatamente como a anterior que quero rever porque faz muito tempo. Li que quiseram homenagear o filme anterior. Mas eu achei longo demais e bem chato em vários momentos. É lindo! Encantador! Mas tem um problema sério em não ter sido cortado em edição.

Dessa vez Mary Poppins vai ser babá dos filhos da antiga criança. Os irmãos adultos foram no passado cuidados pela Mary Poppins. E agora ela vai cuidar dos filhos de um deles. O pai ficou viúvo, está completamente perdido na casa, e ela reaparece voando do céu. Ele é o ótimo Ben Wishaw que está um pouco caricato demais. A irmã é Emily Mortimer. O garoto menor é a cara do Ben, Joel Dawson, fui até olhar se era filho mesmo. As duas outras crianças são Nathanael Saleh e Pixie Davies. A empregada é Julie Walters, achei meio etarista a atrapalhação dela e todos rindo. Ela devia estar aposentada e sendo cuidada, jamais ridicularizada.
Mary Poppins é a maravilhosa Emily Blunt. Ela está incrível. Li que no primeiro filme a Disney não queria que misturassem animação e atores, e que aceitaram pela insistência. O filme ganhou inúmeros prêmios e foi muito elogiado exatamente por essa união que deve ter sido bem difícil na época. São lindas as cenas mágicas com desenhos, efeitos, um verdadeiro sonho. Coloridas, felizes, são os melhores momentos do filme. Dessa vez é um acendedor de lampiões, da outra era um limpador de chaminés. Quem interpreta é o Lin-Manuel Miranda, que falam ser um grande ator de musicais. Não me identifiquei em nada, principalmente com a foz anasalada. Pior ainda insinuarem um romance dele com a personagem da Emily. Ideia pavorosa.
Depois do colorido maravilhoso, o filme fica profundamente escuro e chato. As cenas deles tentando parar o Big Ben pelo lado de fora, cenas que se arrastavam insuportavelmente. Chatas e desnecessárias porque na hora que eles não conseguem Mary Poppins voa e atrasa em um segundo. Por que não fez isso antes? São muito chatos também os personagens do Colin Firth e Meryl Streep. Não gostei nada do navegador no telhado e seu parceiro, totalmente sem função. Nem o dono do banco, Dick Van Dick, que aparece do nada também. Tudo muito chato. Acho que quiseram homenagear grandes atores, ou aumentarem o interesse colocando grandes atores no modo forçado. O filme tem mais de duas horas desnecessárias. 

Podiam ter investido em mais cenas coloridas.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 7 de maio de 2024

Cabaré Coragem

Assisti Cabaré Coragem do Grupo Galpão no Sesc Belenzinho. A direção é de Júlio Maciel. Eu amo esse grupo e fiquei sem fôlego quando meu amigo me convidou. Estava tudo lotado, só dessa forma conseguiria ver. Eles são de Belo Horizonte, e é sempre uma grande disputa conseguir ingressos quando vem a São Paulo. Só a ambientação me cativou. Transformaram o palco em um cabaré, mesinhas, luzes, toalhinhas, garçons que eram do próprio elenco, com água. Muita conversa, fotos e carinho.

E começa o espetáculo! Que maravilha! Uma trupe decadente apresenta números em um cabaré. Alguns são de Brecht. O espetáculo é muito musical. Como Inês Peixoto canta e diz no começo, nada é o que parece ser. É muito engraçado porque tudo dá a impressão de improvisado, que atuam pela primeira vez, muito inteligente! O Grupo Galpão comemora 40 anos de existência.

Incrível o número da boneca com o ventríloquo. Os dois estão maravilhosos, Inês Peixoto e Eduardo Moreira.

Foto de Zé Ronaldo

Eu amo a Teuda Bara. O espetáculo é bastante anárquico, que eu amo. Em um momento teve um grande intervalo onde pudemos dançar bastante. E assim eu pude me aproximar da Teuda e abraçá-la, nunca vou esquecer. Depois do intervalo ela faz um texto tristíssimo sobre filhos e guerra, me emocionei muito. Ainda no elenco estão Antonio Edson, Luiz Rocha, Lydia del Picchia e Simone Ordones

Foto de Zé Ronaldo

 


Beijos,
Pedrita

domingo, 21 de abril de 2024

Ó Paí, Ó 2

Assisti Ó Paí, Ó 2 (2023) de Viviane Ferreira no TelecinePlay. Divertido, musical, colorido, é um ótimo filme que foi realizado 15 anos depois do primeiro que comentei aqui.
 

Filmado em Salvador, agora o Pelourinho sofre com a especulação imobiliária. Todos se unem pra manter o espaço. São várias histórias, Dona Joana, pela maravilhosa Luciana Souza, está inconsolável com a perda do filho. Elas faz terapia com o personagem do Luís Miranda. Na volta leva três garotos pra casa. Fui às lágrimas na cena dela com o filho novo na praia. Boa parte do elenco é Bando de Teatro de Olodum. E também Érico Brás, Lyu Arisson, Rejane Maia, Clara Buarque, Edvana Carvalho e Dira Paes.  Os figurinos são muito bonitos.

São inúmeros musicais. Lázaro Ramos é o protagonista e sua música viraliza cantada por outra pessoa. Vários grandes músicos aparecem na trama, são reverenciados, cantam suas músicas. Lindo no final quando aparecem os créditos dos atores com imagens da equipe técnica e dos músicos. Tem a playlist no Spotify, várias foram pras minhas pastas.

As cenas finais foram na Festa de Iemanjá. Me emocionei demais!

Beijos,
Pedrita

domingo, 22 de outubro de 2023

Kafka e a Boneca Viajante

Assisti ao musical Kafka e a Boneca Viajante no Teatro Villa-Lobos. O espetáculo é baseado em uma suposta história de Kafka, que ele teria encontrado uma menina em uma praça. Ela tinha perdido a sua boneca. Kafka passaria a escrever cartas como sendo a boneca viajante. Não se sabe se o encontro realmente aconteceu, porque as cartas nunca foram encontradas. Vários autores já escreveram contos, livros e peças com essa história. A adaptação é de Rafael Primot, a direção de João Fonseca e a direção musical de Tony Lucchesi.

O espetáculo é uma graça. Quando Kafka (André Dias) lê as cartas para a menina (Carol Garcia), a boneca (Alessandra Maestrini) aparece para viver as viagens.

Fotos de Jessica Christina

Em casa, Kafka, bastante adoentado, vive com a esposa Lilian Valeska. Todos cantam lindamente! Adoro espetáculos com música ao vivo. Kafka e a Boneca Viajante fica em cartaz até 10 de dezembro. 
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Musical Dominguinhos

Assisti ao musical Dominguinhos no Teatro Bravos. Queria muito ver esse espetáculo desde que vi notícias que estava em cartaz no Rio de Janeiro. Fiquei muito feliz que veio pra São Paulo. A direção é de Gabriel Fontes Paiva, direção musical de Myriam Taubkin e dramaturgia de Silvia Gomes.

A lembrança que eu tinha do Dominguinhos era essa mais recente. Sabia que ele tinha sido um grande compositor e intérprete, que tinha tocado com grandes artistas, mas tudo muito vago.

Na infância Dominguinhos conheceu Luiz Gonzaga que o ajudou financeiramente. No adolescência ele procurou Luiz Gonzaga e passou a tocar com ele. Gostei muito do musical, é música que não acaba mais com ótimos músicos, muitos instrumentos: Cosme Vieira, Hugo Linns, Jam da Silva, Fitti, Wilson Feitosa Zé Pitoco. Liv Moraes, que está no elenco, é filha de Dominguinhos com Guadalupe, outra cantora que fazia parceria com o músico.

Eu vi o excelente trabalho da Fitti naquela série musical maravilhosa Só Se For Por Amor. E fiquei surpresa que ela interpreta Anastácia que nunca tinha ouvido falar. 

Foto de Priscila Prade
Anastácia é o nome profissional de Lucinete Ferreira, hoje com 82 anos. Grande compositora que eu desconhecia por completo, compôs inúmeras obras, várias muito conhecidas e muitas com Dominguinhos, como a famosíssima De Volta para o meu Aconchego. Eles foram casados de 1967 a 1978. Viajaram tocando, cantando e compondo loucamente. Ela é letrista de mão cheia e ele fazia melodias lindas com suas letras. Tem vídeos no Youtube, a discografia dela no Spotify e várias obras cantadas por grandes intérpretes.
Inesquecível a interpretação de Fitti para a lindíssima canção Contrato de Separação de 1979. Dominguinhos tocou com Gilberto Gil, Elba Ramalho, Toquinho e inúmeros grandes artistas, além de sua carreira solo primorosa. Suas músicas foram eternizadas por vários intérpretes. Gostei muito de conhecer um pouco mais de Dominguinhos.




Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Sing

Assisti Sing (2016) de Garth Jennings no TelecinePlay. Tinha tempo que queria ver essa animação, mas tenho olhado pouco o local dos filmes infantis. É uma graça, adorei!


 

Um produtor cultural falido e endividado, como a maioria dos produtores culturais no momento, resolve fazer um show de calouros para conseguir dinheiro pra pagar as suas dívidas e sobreviver. Vem cantor de tudo quanto é lugar. É animal que não acaba mais, uma delícia!

Uma graça e bem editado no começo mostrando a vida de cada um dos que virão a ser os protagonistas. A porquinha é uma exímia dona de casa com seus 25, isso mesmo, 25 filhos. O gorila que ajuda o pai e sua gangue em roubos, enfim, são vários e muito fofos.

A elefanta que é tímida e tem medo de cantar. Desnecessária a destruição do teatro. Essa exigência do gênero de criar catarse tornou a animação muito artificial e bem chatan essa parte. Por sorte passa logo. Uma delícia o show final. Que a cultura sempre vença!

Beijos,

Pedrita