Assisti
Cruz e Sousa - O Poeta do Desterro (1998) de
Sylvio Back no
Canal Brasil. Vocês não imaginam como sonhava ver esse filme, achava inclusive que era mais antigo. Soube dele há uns anos e perdi uma vez que passou nesse canal. Todo o texto são os poemas de
Cruz e Sousa. Esse filme é uma obra de arte, de beleza, interpretação, direção, fotografia, originalidade. Que beleza! Foi uma noite especial dedicada a
Cruz e Sousa e a essa obra. Passou primeiro o filme e depois o making of. Logo no início passam escrito na tela um resumo da obra de
Cruz e Sousa, todo o restante é relatado pelos poemas. Começa com
Cruz e Sousa morto, em um vagão de carga no trem sendo trazido para ser velado no Rio de Janeiro.
Cruz e Sousa estava vivendo, na verdade tentando sobreviver a uma tuberculose em Minas Gerais, mas não resistiu. É sua mulher que está com ele em todos os momentos.
Cruz e Sousa era filho de escravos alforriados. Foram os patrões dos pais que deram a ele todo o estudo e a formação que ele teve. O quanto é importante investir em formação e estudo para que as pessoas sem recursos possam prosperar ou mesmo se tornarem um gênio como esse poeta. Eu sempre amei os poemas de Cruz e Sousa. O poeta é interpretado brilhantemente por Kadu Karneiro e sua esposa pela incrível Maria Ceiça. Obviamente que Cruz e Sousa sofreu muito preconceito, viveu praticamente na miséria.

O elenco todo é muito bom.
Léa Garcia interpreta a mãe de
Cruz e Sousa.
Guilherme Weber é um dos amigos do poeta.
Danielle Ornellas uma de suas musas, belíssima, inclusive é o primeiro filme que ela atua. Outros do elenco são:
Carol Xavier, Jaqueline Valdívia, Luigi Cutolo, Marcelo Perna, Ricardo Bussy, Cora Araujo Ostroem, Julie Phillipe dos Santos e
João Pinheiro. Desse diretor eu vi outro incrível filme, outra biografia, a de
Lost Zweig que comentei
aqui. Também vi o maravilhoso
Aleluia Gretchen, mas esse ficou nos blogs antigos.
FLOR DO MAR
Cruz e Sousa
És da origem do mar, vens do secreto,
do estranho mar espumaroso e frio
que põe rede de sonhos ao navio
e o deixa balouçar, na vaga, inquieto.
Possuis do mar o deslumbrante afeto,
as dormências nervosas e o sombrio
e torvo aspecto aterrador, bravio
das ondas no atro e proceloso aspecto.
Num fundo ideal de púrpuras e rosas
surges das águas mucilaginosas
como a lua entre a névoa dos espaços...
Trazes na carne o eflorescer das vinhas,
auroras, virgens músicas marinhas,
acres aromas de algas e sargaços...
Há outros poemas nesse trecho do filme no vídeo.
Beijos,
Pedrita