Assisti Seis Minutos para Meia Noite (2020) de Andy Goddard no Telecine Premium. Eu não tenho mais esses canais, acho que um erro deles liberou. Até achei que poderia ser uns dias abertos, mas acho que era instabilidade mesmo. Resolvi assistir direto, tenho a mania de ver filmes picadinhos, com receio de sair do ar. Esse filme é bem sofrível!
Eddie Izzard é o novo professor da escola para moças. Canastrão que só, ele é na verdade um espião. O filme é praticamente ele correndo, se é que aquilo é correr, sem muita habilidade, em várias fugas mal feitas. De espião ele não tem nada, porque é muito incompetente. O ator participa do roteiro, talvez por isso só ele apareça.
O filme fala de uma escola na Inglaterra que só tinham moças alemãs, na época da Segunda Guerra. Confesso que achei engraçado o filme tentando proteger as jovens, Até o espião tenta salvar as meninas. Elas eram filhas de grandes líderes alemães, aqueles que enviaram milhares de crianças para os campos de concentração e câmeras de gás. O filme meio que tenta aliviar pra essas moças, mas o fato é que elas eram filhas de nazistas e seus privilégios. E o espião não ia ligar a mínima pra elas. Judi Dench é a governanta das meninas, mais alienada impossível.
Assisti Amsterdam (2022) de David O. Russell na Netflix. Eu comecei a ver esse filme faz tempo, na casa de uma amiga em outro streaming. A conexão deu problema e não vi mais. Fiquei muito feliz quando entrou na Netflix. Adorei o filme! É confuso, rocambólico, mas delicioso! Acho que o que mais gostei é que cada hora que eles falavam um personagem e o ator aparecia era um susto. Só feras. Os três protagonistas também são geniais Christian Bale, Margot Robbie e John David Washington.
O filme é baseado em fatos reais. Robert De Niro interpreta Gil Dillenbeck. Ao final aparece lado a lado o discurso do personagem e de Dillenback avisando sobre uma conspiração anterior a Segunda Guerra Mundial principalmente com clínicas de esterilização que eu já tinha ouvido falar no filme Nunca Deixe de Lembrar. Os nazistas esterilizavam sem consentimento pessoas que eles achavam que não tinham a pureza da raça.
Para chegar nesse desfecho o filme dá muitas voltas. O protagonista vai para a guerra e lá fica amigo Harold. Muito acidentados eles conhecem no hospital Valerie. Interessante como a base do filme é amor e amizade. Como o mundo poderia mudar se tivesse mais amor e amizade. Os três se separam. Burt passa a ajudar veteranos de guerra a minimizar seus sofrimentos. Assusta como o roteiro é atual.
E vão aparecendo muitos personagens e atores incríveis como Michael Shannon e Mike Myers.
Rami Malek, Anya Taylor-Joy, Chris Rock, Andrea Riseborough, Zoe Saldaña, Alessandro Nivola e Taylor Swift. As músicas também são lindas e já estão no meu Spotify.
Assisti Until Dawn (2025) de David F. Sandberg na HBOMax. Esse filme vem sendo muito elogiado, estava na lista de mais vistos e sábado é dia de fantasminhas. E ainda fala de outro tema que amo, passagens de tempo. O nome é ótimo, Até o Amanhecer. No Brasil completaram com spoiler ruim.
Sim, tem uma pegada adolescente, mas é muito bem feito. A irmã resolve voltar os passos da irmã desaparecida e leva seus amigos pra ajudar. A turma é ótima Ella Rubin, Michael Cimino, Ji-young Yoo, Odessa A'zion e Belmont Cameli. Tinha até me esquecido como eles chegam bonitinhos no lugar. O filme é inspirado em um video-game.
Um homem (Peter Stormare) sugere que eles sigam pra casa onde todos desapareceram. Está uma chuva torrencial, quando visualizam a casa não há chuva alguma. A chuva faz uma parede em volta do terreno da casa. E pronto, já estava fisgada. Amo lugares mágicos e sinistros, onde o tempo é outro. Pra me fisgar mais tem uma ampola que vira sozinha. O local é um hotel.
Os cenários e a fotografia são ótimos. Eles descobrem que morrem diariamente e revivem, mas sempre um pouco pior do que antes. E sofrem um bocado até morrer. As cenas são bem pesadas. Eles resolvem então investigar pra ver se conseguem sair desse looping. Se eles sobreviverem até o amanhecer, estão livres. E sim, o filme termina deixando no ar uma continuação, com outras vítimas.
Assisti Pecadores (2025) de Ryan Coogler na HBO Max. Eu tinha uma expectativa muito alta porque vi muitos críticos dizerem que é o melhor filme do ano, não, não é. É um belo filme esteticamente, com números musicais brilhantes, bela fotografia, mas está longe de ser um filme excepcional.
O filme começa contando sobre as lendas de várias tradições milenares que colocam a música como uma porta para o diabo. Essa é a premissa do filme. Lendas mais dramáticas que a história da Cigarra e da Formiga. A sociedade tem muito medo da profissão do músico, até porque não vê como uma profissão, que inclusive é exaustiva, horas, anos, décadas de estudos, turnês insanas. Como muitos adolescentes abraçam a música, os pais apavorados vão dando um jeito de tratar a profissão como hobby e menosprezar a escolha. Alguns e muitos inclusive, expulsam seus filhos músicos de casa, vai trabalhar vagabundo, algo que o músico não é é ser vagabundo. Estranho porque todos amam ouvir música e esquecem que são muitos profissionais para aquele som chegar aos seus ouvidos. O filme tenta se redimir ao final, quando o jovem resolve não aceitar a ordem do pai e cai no mundo como músico. Miles Catons está impressionante, como canta! A trilha sonora do filme é deslumbrante!
Michael B. Jordan está incrível, ele faz gêmeos. Eles compram um galpão para transformar em uma casa de blues, claro que tudo sai errado porque como diz as lendas do começo, música chama o diabo. Nesse caso os diabos são vampiros. É a parte mais chata do filme. Os vampiros tentando acabar com todos do bar.
O elenco é incrível, tanto de atores como de músicos. Os números musicais são de tirar o fôlego. Pena que as fotos só sejam da parte chata dos vampiros. Maravilhosos Wunmu Mosaku, Jayme Lawson, Hailee Stanfield, Deroy Lindo, Saul Williams, Omar Benson Miller, Jack O´Connell, Li Jung Li eLola Kirke. O genial Buddy Guy faz o rapaz no futuro.
O trailer também ignora a parte musical, que é o melhor do filme.
Quem fez o trailer tem preconceito também com música.
Assisti Delicious (2025) de Nelle Müller-Stöfen na Netflix. Tem tempos que estou arrastando com esse filme que é arrastado. Fala de luta de classes bem pouco convincente e tem um final catártico ruim, só nos últimos minutos.
Um casal milionário vai com seus dois filhos para uma casa igualmente milionária na Provença. Eles vão jantar em um hotel e caem em uma rede de funcionários oportunistas sem perceber. Uma jovem, Carla Díaz, finge sofrer um acidente que eles teriam provocado e se infiltra na casa como empregada. A esposa é a belíssima Valerie Pachner. O marido, Fahri Yardim, está com problemas profissionais graves que não divide com a esposa.
Sutilmente a infiltrada vai desestabilizando a família. Os pais são ausentes, estão em crise no casamento. Ninguém briga, nem a jovem, mas tudo é morno e o filme é arrastado. O que menos convence é que o grupo da jovem é bonito, talentoso, então mesmo que nunca venham a ser milionários, eles tem oportunidades. Configura muito mais inveja do que falta de oportunidades Não dá pra torcer por ninguém, porque eles não valem nada.
Os filhos são Naila Schuberth e Caspar Hoffmann. A música é dramática demais mesmo em momentos soníferos como aproveitar a piscina, conversas antes de dormir. Nada do que a jovem faz é tão grave assim pra aquela música. São só artimanhas que não levam a nada.
O final catártico, nos minutos finais, seria pra explicar qual motivo de tudo aquilo, mas se esvazia, o filme é esvaziado.
Assisti Exterritorial (2025) de Christian Zubert na Netflix. Mais um filme com uma veterana do Afeganistão. Esse filme é alemão.
A protagonista é alemã, lutava no Afeganistão e lá que se apaixonou por um americano e teve um filho, Rickson Guy da Silva. Uma graça o garoto.. Ela resolve ir com o filho para os Estados Unidos e vai levar a documentação no consulado americano em Frankfurt. Lá seu filho desaparece. Tem um filme, Plano de Voo com a Jodie Foster, com uma premissa igual, mas o sumiço da criança é em um avião. Nos dois filmes as mães passam procurando o filho desaparecido, ninguém acredita nelas, que elas estavam com seus filhos. Claro que cada um tem outros aspectos, mas são parecidos.
Jeanne Goursand está excelente. Claro que muitas cenas devem ter dublês, mas ela está muito bem. Ela acaba encontrando uma mulher que está há meses no consulado sem conseguir sair e ajuda a jovem de Lera Obova.
Quem nunca acredita nela é o personagem de Dougray Scott, que faz um inferno da vida dela. É um bom filme de ação, tem um bom roteiro.
Assisti Lahn Mah (2024) de Pat Boonnitipat na Netflix. O nome em inglês e no Brasil tem spoiler e resume um única aspecto do filme, Como Ganhar Milhões Antes que a Vovó Morra. Entendo que precisava mudar do original, mas a escolha para o nome foi ruim. O filme é tailandês. Muitos amigos amaram, muitas listas o indicavam, mas eu relutava porque fala de doença. Raramente vejo filme de doenças. Pelos elogios, foi muito menos do que eu esperava, mas é um bom filme. A minha dificuldade é compreender culturas diferentes.
Um jovem vê a prima ficar bem de vida depois de ter cuidado até a morte de um parente rico que em gratidão deixou o imóvel pra ela. Ele resolve então se mudar para a casa da avó que descobre um câncer. Diferente da prima, a avó vive em uma casa muito, mas muito modesta, ainda venda comida na barraquinha móvel todos os dias. E é claro que a relação de afeto deles vai sobrepondo todos os interesses financeiros. Os dois estão demais,Putthipong Assaratanakul e Usha Seamkhum.
Aos poucos ele vai percebendo que os filhos não ligam pra avó, principalmente os homens. Um está muito, mas muito bem de vida. Outro está sempre pedindo dinheiro ou roubando a avó. Mais carinhosa e próxima só a filha. Mas a cultura machista é assim, as filhas são criadas pra cuidar. Tanto que o neto no início tem dificuldade com as atividades do cuidado, como dar banho, e leva broncas da avó.
A minha maior dificuldade e meu preconceito é tentar aceitar que pessoas com vidas difíceis gastem fortunas em túmulos. Sei, é cultural. A avó mesmo dizia que quanto mais caro o túmulo mais chance dos descendentes prosperarem. Mas não consigo. A vida deles não era fácil, exceto de um filho que mexia com ações, então não vi muito sentido gastar uma fortuna em um túmulo. No Brasil mesmo eu nunca tinha costume com cemitérios, arrumar campas, visitar cemitérios, tanto que acho cremação bem mais lógico.
Assisti Sorria 2 (2024) de Parker Finn na Netflix. Eu não lembrava se já tinha visto e achei que o primeiro tinha uma pegada adolescente. Não, não tem. Fui procurar se já tinha visto no blog e reli o texto do primeiro e lembrei a profundidade de roteiro desses filmes.
A premissa é simples e isso eu me lembrava. Uma pessoa fica com a maldição do sorriso, costuma se matar e quem está na frente herda a maldição. A questão é toda a complexidade dos personagens. Gostei demais que escolheram uma atriz e cantora pop linda e talentosa para ser a protagonista, Naomi Scott. Como ela é uma atriz pop, acompanhamos a agenda insuportável da jovem e seus sanguessugas ao seu redor.
O principal sanguessuga é a sua mãe megera, Rosemarie DeWitt, que não dá uma trégua a filha. Drew Barrymore faz uma apresentadora em uma pequena participação.
No auge do sucesso a jovem fica dependente química. Cheia de substâncias ela está com o namorado, Ray Nicholson, no carro que também está repleto de substâncias. Eles brigam, sofrem um grave acidente e ele morre. Ela fica muito machucada e tem muitas dores. Agora não usa mais nada, mas ela procura um traficante, Lukas Gage, para comprar remédio pra dor bem forte. O traficante está possuído pelo sorriso e passa pra ela. Mesmo ela com muita dor pelo acidente, estar voltando aos poucos a carreira, ninguém quer saber, só querem a máquina de dinheiro que ela gera.
Ela passa a ter alucinações pela herança maldita e claro que ninguém acredita nela, acham que ela voltou a usar substâncias. Achei muito surpreendente a trama da amiga de Dylan Gelula. Um homem, Peter Jacobson, que sabe o que acontece procura a pop star pra ajudá-la, mas ela recusa, depois repensa. Enfim, o filme passa na agenda dela como popstar e na tentativa de se livrar da maldição. Gostei demais! Além de ser surpreendente na maldição, também falou muito desse universo de estrelas, os fãs irracionais e até perigosos, os interessados no dinheiro, os ensaios, os números musicais, os clipes, muito bom.