Assisti a 3ª Temporada da série Magnífica 70 (2018) de Cláudio Torres na HBO on Demand. Eu adoro essa série, as postagens das temporadas estão aqui. Quando essa temporada começou estava vendo outra no mesmo horário então vi aos poucos no Now. Essa temporada está mais sombria que nunca.
Vicente está em surto psicótico, chefe da censura. Ele resolve fazer um filme enaltecendo o regime militar, provocar um ato terrorista no final da exibição na estreia e atribuir aos comunistas. Marcos Winter está impressionante em um dos melhores papéis de sua carreira, que ator. Simone Spoladore, igualmente impactante como Dora, está traumatizada com os horrores que passou.
Novos personagens aparecem. Vinícius de Oliveira interpreta um jovem perturbado, sua mãe é interpretada pro Maria Zilda Bethlen. Cristina Lago interpreta uma jovem atriz.
Só grandes atores entre os militares: Roberto Pirillo e Gracindo Júnior. O filho de um deles é interpretado por Mário Gomes. Continuam no elenco Pierre Baitelli, Mariana Lima, Taumaturgo Ferreira, Charles Fricks, Adriano Garib, Leandro Firmino, André Frateschi, Carlo Mossy, Paulo César Pereio, Felipe Adib, Natália Rosa e Bella Camero.
A 3ª Temporada está mais feminina que nunca. Isabel de Maria Luísa Mendonça se une aos revolucionários em uma casa e começa a atrair mulheres que desejem se libertar dos homens como prostitutas e esposas. A temporada é muito violenta, difícil mesmo de assistir, mas igualmente incrível. E o filme dentro do filme, é mais cinematográfica ainda. Quase aulas de cinema.
Assisti a série Magnífica 70 - 2ª Temporada (2016) na HBO. A criação é de Cláudio Torres, Renato Fagundes e Leandro Assis. Dirigida por Cláudio Torres e Carolina Jabor. A realização é da Conspiração Filmes.Eu ficava pensando como seria a segunda, tinha sido maravilhosa a primeira, que comentei aqui, e imaginando se iam conseguir que fosse tão boa. E é impressionante! Maravilhosa! Incrível como surgiram segredos eletrizantes e como temas complexos como a Ditadura Militar, Censura, drogas e o cinema da Boca do Lixo foram abordados.
A segunda temporada está mais anárquica. Tudo está mudado. Dora Dumar (Simone Spoladore) sumiu. Seu irmão (Pierre Baitele) trabalha como ator na Magnífica e está com a Mestiça (Natália Rosa). Isabel (Maria Luísa Mendonça) está com Manolo (Adriano Garib). Na censura a doutora Sueli (Juliana Galdino) quer fazer cinema. Imagina as ideias mirabolantes dela. Eles acabaram de fazer um filme militar. Ela tem um romance com outro da censura (Rodrigo Fregman). Surge na censura um puxa saco (Felipe Vidal) do Vicente que começa a querer proibir tudo o que a Magnífica faz.
Vicente (Marcos Winter) endoidou de vez. Esquizofrênico agora fala com o cineasta (Hamilton Vaz Pereira) que se matou porque ele censurou um de seus filmes. Ele acredita piamente que está fazendo um filme paralelo a filmagem de A Máquina do Amor.
Surge um policial (Felipe Abib) que investiga a morte do Larsen (Stepan Nercessian). Ele e Dora são viciados em cocaína, já que a droga surge na época de forma devastadora na elite unida ao uísque. Tem também o Paladino da Família Brasileira (Taumaturgo Ferreira), um apresentador casado com uma beata (Mariana Lima). Achei incrível essa alusão as boas famílias brasileiras, ilibadas. Obviamente ele vive um devasso na clandestinidade, nem sua esposa sabe. Muitos atores que adoro estão no elenco: Charles Fricks, Mário Gomes, Ricardo Blat, André Frateschi, Leandro Firmino, Joana Fomm, Tammy Calafiore, Fábio Marcoff e Bella Camero.
No início do último capítulo eu achava que seria impossível uma continuação, mas eram delírios de um personagem, então há a possibilidade de uma terceira temporada. Espero que sim. Amo essa série. Até agora ainda estou impactada. Que texto, elenco, edição, reconstituição de época. Infelizmente a promoção da série foi muito precária. Quase não achei fotos, a página do facebook não foi ativada. Uma pena que a divulgação e promoção de Magnífica 70 - 2ª Temporada tenha sido tão precária, é uma obra e tanto. Entre as melhores séries que já vi.
Assisti Trash (2014) de Stephen Draldy no Telecine Premium. Estreou na semana passada na tv a cabo e por sorte eu coloquei pra gravar já que tinha um evento. Esse filme não entrou no TelecinePlay. Eu queria muito ver esse filme quando esteve em cartaz nos cinemas. Vi algumas matérias e queria muito ver. É absolutamente incrível por vários aspectos! Primeiro, é um filme de suspense muito bem realizado, ficamos agoniados o tempo todo. Segundo, por ser um grande filme social, sem ser panfletário. Me assustou o realismo do filme. E terceiro porque os meninos não-atores arrasam. Trash é baseado no livro de Andy Mulligan.
O filme é desses meninos. O roteiro é muito inteligente. Wagner Moura aparece muito pouco. Antes de ser pego ele joga uma carteira em um caminhão de lixo. Um desses meninos acha no lixão, pega o dinheiro, divide com o amigo e guarda a carteira. Vai olhar depois com calma e descobre que a polícia está atrás da carteira. Selton Mello faz um policial que oferece pagar mil reais pela carteira. Os meninos vivem no lixão e não consideram a polícia parceira e desconfiam. Se um policial quer tanto por uma carteira, algo deve ter. Se juntam aos dois amigos um outro que mora no esgoto. E que meninos inteligentes. Eles vão desconfiando e investigando, vão ao computador, e vão descobrindo os mistérios e cada vez mais se colocando em perigo. Os meninos arrasam:Rickson Tevez, Eduardo Luis e Gabriel Weinstein. Os três meninos não eram atores. Eles foram achados em lugares diferentes, em escola de samba e na Rocinha. Trash mostra o triste destino de crianças sozinhas que ficam completamente desprotegidas por não terem quem lute por eles. Tantos filmes que mostram como os órfãos viviam no passado, Trash mostra que pouco mudou a vida de quem não tem reclame por eles.
Lindos os princípios desses meninos, a solidariedade. Dão um banho de cidadania. No lixão um padre e uma ativista os ajudam e são interpretados por Martin Sheen e Rooney Mara. O político por Stepan Nercessian. Muitos atores fazem participações: Teca Pereira, Nelson Xavier, José Dumont, Leandro Firmino da Hora, André Ramiro, Charles Paraventi, Júlio Andrade, Enrique Dias, Jesuíta Barbosa, Adriano Garib e Gisele Fróes.
Assisti a série Magnífica 70 na HBO. Que obra de arte! A direção é de Claudio Torres e Carolina Jabor. Magnífica 70 é baseada em um roteiro de Toni Marques. Um dos melhores personagens da carreira do Marcos Winter, ele está impressionante. Ele interpreta Vicente, um funcionário público da censura que define se os filmes brasileiros serão ou não censurados. Ele tem esse emprego graças ao sogro, um militar, interpretado pelo Paulo César Pereio. Nunca sabemos as emoções do Vicente. Ele faz tudo do mesmo jeito, praticamente sem expressões. Vemos uma personalidade atormentada, um olhar apaixonado muito raramente, mas dificilmente estamos sabendo o que acontece. Parece um homem muito inteligente, sensível, mas que reprime completamente suas emoções. As duas mulheres, sua esposa e a atriz, são interpretadas por atrizes que adoro: Simone Spoladore e Maria Luísa Mendonça.
Vicente fica muito perturbado com uma atriz e personagem de um filme e o censura. O produtor e a atriz vão tomar satisfações e ele fica perturbado. Resolve então procurar o casal e dizer que sabe como fazer o filme passar na censura sem dizer quem é. É forçado a dirigir a cena e parece tomar gosto de fazer cinema. Mas, como disse, ele esconde as emoções. Começa uma trama complexa, onde ninguém parece ser o que é, cheia de reviravoltas, maravilhoso. A dualidade toda é incrível. Vicente envolvido na Boca do Lixo, apesar de desejar a atriz, ele permanece casto quase todo o tempo. A esposa resguardada, vai fazer um tratamento em uma clínica da elite na linha Reishniana e acaba vivendo orgias e loucuras que o marido na Boca do Lixo nem imagina. Essa inversão do pudico e do devasso é incrível em Magnífica 70. Nada é o que parece ser.
Magnífica 70 acaba falando desse período hediondo da ditadura e do cinema da Boca do Lixo. É sensacional. O produtor da Magnífica 70 é um ex-caminhoneiro interpretado por Adriano Garib. A esposa do militar por Joana Fonn. Stepan Nercessian o dono da produtora. André Frateschi o ator canastrão e narcísico. O irmão da atriz por Pierre Baitelli. Os patrocinadores por Fábio Marcoff, Shalon Hsu e Carlo Mossy. O auxiliar do produtor por Leandro Firmino. Os profissionais da censura por Juliana Galdino e Rogério Fregnan.
Vários atores fazem participações: Bella Camero, Julia Ianina, Charles Fricks, Roney Vilela, Hamilton Vaz Pereira, Eduardo Galvão e Milhem Cortaz. Tudo é impecável, luz, cenografia, figurinos, ambientação de época e a trilha sonora, encabeçada pela canção Sangue Latino dos Secos e Molhados. O sucesso foi tanto que está anunciada a segunda temporada. Aguardo ansiosamente.
Assisti Júlio Sumiu (2014) de Roberto Berliner no Telecine Pipoca. Eu tinha uma certa curiosidade de ver esse filme porque tinha gostado do trailer. No começo estava achando mais ou menos, mas o filme pegou um ritmo, caminhou tanto no absurdo com tanta lógica que adorei. Lilia Cabral é uma dona de casa, esposa de um militar aposentado. Eles vivem perto da comunidade. Começa o filme com ela acordando e descobrindo que o Júlio Sumiu.
Uma enorme comédia de erros começa a acontecer. Achava meio estranho a periguete vivida pela Carolina Dieckmann. Mas tudo passa a se encaixar. E a Carolina Dieckamann está excelente, a atriz não teve receio do ridículo, de se entregar ao personagem. Apesar da mãe estar preocupada com o Júlio, o filho que faz confusões é outro e é ele todo o causador de todos os problemas. Ele é interpretado por Fiuk. A mãe é uma mulher corajosa, dessas que faz tudo para resolver os problemas que vão aparecendo e proteger o filho. Além de corajosa, se mete em tantas trapalhadas que é muito divertido.
Uma das trapalhadas é que eles passam a vender drogas para repor dinheiro. Com isso muitos atores fazem participações: Luís Miranda, Sérgio Bezerra, Dani Barros e Pedro Nercessian. No elenco estão Stepan Nercessian, Hugo Gravitol, Augusto Madeira, Babu Santana, Dudu Sandroni e Leandro Firmino.
Assisti Trair e Coçar, é Só Começar (2006) de Moacyr Góes no Telecine Pipoca. Ontem eu estava no espírito certo para ver esse filme. Muito acalorada, cansada, queria ver algo leve, desprentensioso e divertido. E gostei! Outra vez que tentei ver e larguei no início. O texto de Marcos Caruso é ótimo! Mesmo não sendo a melhor montagem, é engraçado o filme. Em alguns momentos podia ser hilariante, mas perde um pouco o tempo da comédia e fica só engraçado. Adriana Esteves não parece ser a melhor Olímpia, mas é divertida! Eu, como muitos, já vi esse espetáculo no teatro há muitos anos. E foi bárbaro! Esse espetáculo está em cartaz com várias montagens diferentes desde 1986 e já levou ao teatro mais de 481.008 espectadores.
É a empregada Olímpia que faz todas as confusões, ela no início já tem que guardar vários segredos, que a patroa viajou, mas não viajou, que vai fazer um jantar. Ela já começa a se contradizer com essas mentiras, que só vão se avolumando na trama. O que menos gostei é o final. É quando toda a confusão é esclarecida. Fizeram os esclarecimentos picados, editados, todos na varanda, falando só pedaços, no meio de barulho, e perdeu muito do ápice do espetáculo teatral. Eu sei que no cinema menos é mais, mas para o grande público, acho que ficou meio confuso e menos engraçado, não funcionou.
O elenco é bárbaro! Gosto muito do Cássio Gabus Mendes e da Bianca Byington que fazem o casal principal. Sou saudosa do ótimo ator Mário Schoemberger. E recentemente passei a gostar do trabalho da Mônica Martelli que formam o segundo casal. Os outros atores também são ótimos: Ailton Graça, Márcia Cabrita, Otávio Muller, Cristina Pereira, Thiago Fragoso, Leandro Firmino, Fabiana Karla e Lívia Rossy.
Gostei muito do final com os créditos. Usaram um recurso ótimo de animações, colocaram os atores dançando, é divertido ver cada um mais engraçado que o outro.
Assisti O Homem que Desafiou o Diabo (2007) de Moacyr Góes no Canal Brasil. Quis muito ver esse filme quando esteve em cartaz nos cinemas mas não consegui. Chegou a passar na TV Globo, tarde da noite, e o 007 viu e falou para que eu não perdesse. Não tanto pelo filme, mas pelas belas atrizes que aparecem. São talentosas e lindas mesmo: Lívia Falcão, Fernanda Paes Leme, Flávia Alessandra, Gisele Lima e Juliana Porteus. O Homem que Desafiou o Diabo é baseado romance "As Pelejas de Ojuara", de Nei Leandro de Castro. Fiquei com vontade de ler esse livro.
Gostei, mas achei o desenvolvimento da trama um pouco irregular, e não achei graça em alguns momentos da comédia. Como a trama é longa e nosso protagonista viaja bastante há um elenco extenso. Nosso protagonista é o Marcos Palmeira, alguns outros do elenco são: Sérgio Mamberti, Renato Consorte, Lúcio Mauro, Otto Ferreira, Leandro Firmino, Antonio Pitanga, Antônio Pompeo e Leon Goes. A trilha sonora é do Gilberto Gil.
Assisti Cafundó (2005) de Paulo Betti no Canal Brasil. Eu queria muito ver esse filme, tinha acompanhado matérias e entrevistas com o Paulo Betti, mas me decepcionei. É um bom filme, mas cometeu alguns pecados irreparáveis. O pior dele está no roteiro de Clóvis Bueno que utilizou aquela técnica etérea de rebuscamento de texto que não diz nada. Querer falar difícil pra mostrar erudição e transformar em cult. Ficou forçado e ruim. A edição do filme também não é das melhores. E o início e o final nos dias de hoje é uma total viagem de mal gosto e falso intelectual. O 007 não gostou do final e disse que teve a sensação de que o dinheiro acabou e resolveram acabar ali mesmo. Também no final vem um texto que fala do João de Camargo, mas além de ficar pouco tempo na tela, não é visível na televisão, provavelmente só na tela grande, erro comum em filmes brasileiros, não pensar na visualização posterior da abertura e final para a televisão.
A história central é interessante, é ficcional baseada na verídica de um ex-excravo do interior de São Paulo que logo após a abolição fundou uma igreja que atendia aos pobres e negros. Incluvise eu já tinha visto uma das imagens desse santo em lojas afro com o nome de O Preto Velho, João de Camargo. Lázaro Ramos está muito bem como João de Camargo.
Alguns outros do elenco são: Leona Cavalli, Leandro Firmino, Flávio Bauraqui, Ernani Moraes, Valéria Mona, Luís Melo e Chica Lopes. O Paulo Betti faz uma pequena participação. Vários grupos atuam em Cafundó: Congada Da Lapa, Ka-Naombo, Art Negra e Banda Lyra. Cafundó foi gravado nas cidades de Lapa, Ponta Grossa, Paranaguá e Curitiba.
Música do post: Caboclo - Caboclo Da Moruganda (É preciso clicar no play porque o Auto Play não está funcionando por enquanto).