Assisti o Globo Repórter - Personalidades com Fernanda Torres na GloboPlay. Eu sou meio desligada com esse programa, não vejo mais comerciais, sempre zapeio, então só soube que era com a Fernanda Torres pelo blog De Olho nos Detalhes, só aí que fui procurar na GloboPlay. Nem sabia que existia esse quadro. O foco seria pra falar do maravilhoso filme Ainda Estou Aqui de Walter Salles e seus prêmios. Eu gosto demais da Sandra Annenberg, que talento!
O programa falou da carreira dessa atriz. Aos 12 ela já queria ser atriz e foi estudar no Tablado, uma das mais importantes escolas de teatro do país. Ela não gostou do curso para crianças e foi estudar na turma de adultos. Fernanda mostrou a Palma de Ouro que ganhou pelo maravilhoso Eu Sei Que Vou Te Amar, eu amo esse filme. Fernando comentou que esse nem é o seu preferido. Ela destacou vários que adora como o lindo e tão atual Terra Estrangeira,Saneamento Básico que também amo e não canso de rever trechos, o lindo Casa de Areia e o divertido Marvada Carne. Falou dos filmes, TV e peças.
Pena que não falou de Orlando da Bia Lessa que amo tanto. Na foto ela contracenando com Júlia Lemmertz. Das peças que Fernanda destacou estava a icônica com sua mãe dirigida por Gerald Thomas que não vi. Mostraram vídeos inclusive.
Gostei que colocaram trechos da entrevista da Fernanda Montenegro que tinha feito ao vivo para a GloboNews quando Fernanda Torres ganhou Globo de Ouro por Melhor Atriz. Essa entrevista foi histórica e eu vi ao vivo. Deixaram a Fernanda Montenegro falar o tempo todo, muito tempo, sem interrupção, é poesia pura. Inclusive ela achou que era gravada e disse que eles podiam cortar o que quisessem. O bom da tv a cabo é que os programas são mais livres, então deixaram ela falar o tempo que quisesse. Algo tão raro em TV. No Globo Repórter escolheram alguns trechos e ainda terminaram lendo uma carta de Fernanda Montenegro sobre a filha e o prêmio, foi lindo.
Claro que o Globo Repórter falou do lado cômico da atriz. Luiz Fernando Guimarães também foi entrevistado e mostrou fotos da viagem dos dois. Ele contou que Fernanda Torres estava muito triste com uma separação, então ele a convidou para viajar. E foi lá que pensou nos dois atuando juntos e surgiu Os Normais.
Andrea Beltrão falou de Tapas e Beijos. E Deborah Bloch da amizade desde o colégio. Claro, falaram ainda seu marido Andrucha Waddington, seu irmão Claudio Torres, Tony Ramos.
Reservaram um tempo para os memes. Já tinham mostrado o Carnaval de Fernanda Torres, as inúmeras fantasias, os drones montando o rosto dela. Ela amou e eu também os bonecos gigantes de Olinda. Foi um programa muito especial.
Assisti no cinema Ainda Estou Aqui (2024) de Walter Salles. Finalmente consegui assistir! É tudo e mais um pouco do que dizem. Contido, sem melodrama, o filme causa um silêncio ensurdecedor!
O filme conta a história de Eunice Paiva. O roteiro se baseou no livro de seu filho, Marcelo Rubens Paiva. Ela era dona de casa, como ela mesmo dizia, cuidar de cinco filhos. Ela tinha uma funcionária que ajudava na casa. Uma belíssima casa a beira mar no Rio de Janeiro.
Gostei que o filme contextualiza a história da família. Rubens Paiva (Selton Mello) era -ex-deputado e engenheiro. Ele se debruçava na construção da casa da família. Calorosos, afetuosos, recebiam muito em casa. Essa foto é em uma das festas. A filha (Valentina Herzage) ia viver nos Estados Unidos. Eles também adoravam tirar fotos, tinham uma caixa lotada delas. Interessante que no futuro, olhando as caixas, eles não lembram que dia foi esse, como acontece mesmo, já que eles viviam tirando fotos. Nesse período atuam Luiza Kosovski, Bárbara Luz, Pri Helena, Dan Stulbach, Humberto Carrão, Caio Horowicz, Augusto Trainotti, Carla Ribas, Maite Padilha, Charles Fricks, Thelmo Fernandes, Camila Márdila, Daniel Dantas, entre tantos outros.
Até que Rubens Paiva é levado pra depor. Ele vai no carro dele mesmo. Eles não conseguem saber quem o levou para depor. É quando o silêncio ensurdecedor se instala. Com crianças pequenas, Eunice escolhe o silêncio. Homens armados ficam alojados na casa dela, vários. Ela inventa uma história pros filhos. Dá muita angústia os filhos interagindo com os bandidos. A personalidade da Eunice era incrível. Ela oferece as refeições, eles dizem não precisar, mas ela faz questão. Ela não se intimida, pede que eles escondam as armas, fala que é uma casa de família.
Ela e a filha de 15 anos são levadas pra depor como em um sequestro, capuz preto, algemas. Desesperador a angústia de Eunice querendo saber da filha. A filha passa uma noite e é liberada. Nenhuma das duas são torturadas, o que normalmente acontecia. Ficar sozinha em uma sala fétida, sem banho, sem informação, sem direito a advogado, é uma tortura desesperadora. Nem assim Eunice se intimida. Ela pergunta sempre sobre o marido, sobre a filha e consegue de seu carcereiro a informação que a filha já foi pra casa. Imagine o desespero dessa mãe. Os filhos de uma hora pra outra ficaram sem os pais, só com a funcionária, sem ter notícias.
Ela começa a ter problemas financeiros. O marido desaparecido, nada pode-se mexer. E claro, os sequestradores negam que levaram o Rubens Paiva e que ele nunca mais saiu. Falam que ele fugiu com terroristas. Em um determinado momento, um conhecido em sigilo, conta que tiveram a informação que Rubens Paiva está morto. Ela começa a lutar pelo corpo como Zuzu Angel e para que o exército assuma o seu crime. Ela viu o carro do marido no pátio quando foi presa, consegue ir buscar, ela vai incomodando como pode. Diferente da Zuzu, ela não é assassinada para ficar calada. É nesse período que ficamos sabendo que aquela casa maravilhosa era alugada. Ela pega os cinco filhos e vem para São Paulo para a casa dos pais dela.
Eunice passa a trabalhar com tudo o que pode, traduções. Volta a estudar e se forma em advocacia aos 47 anos. Além de trabalhar pela liberação de presos políticos, informações sobre desaparecidos, ela se torna indigenista. No filme mostram uma palestra dela sobre a viagem que fez a floresta amazônica para denunciar os massacres indígenas na construção, muitas vezes irregular, da Transamazônica. Fernanda Torres está maravilhosa, que atriz! Mas eu concordo com a atriz em seus discursos, o filme só chegou onde está, pela Eunice, é a personalidade dela que espanta todos no filme. Corajosa, nunca calada, mas sempre estratégica na proteção dos seus.
Eunice Paiva levou 25 anos para receber o atestado de óbito de Rubens Paiva. Somente 25 anos depois que o exército admitiu ter torturado e assassinado Rubens Paiva. Ela sorri e fala que é estranho sorrir por um atestado de óbito e fala do sofrimento que é a família de um desaparecido. Quem já mexeu com inventário sabe muito bem o que ela estava falando. Sem falar na porta aberta de sentimentos com um desaparecido. Uma jornalista pergunta se não há questões importantes pra ser resolvidas para retomar ao passado. Eunice é rápida e categórica, não, enquanto os culpados não foram julgados e punidos por seus crimes, tudo pode acontecer novamente. Ao fundo está Marcelo Rubens Paiva, já escritor e autor do livro Feliz Ano Velho na época.
Eunice Paiva teve Alzheimer e ficou uns 15 anos com a doença. No final Fernanda Montenegro aparece como Eunice. Outros nesse elenco são Antonio Saboya, Maeve Jinkingis, Marjorie Estiano, Maria Manoella, Olivia Torres e Gabriela Carneiro da Cunha. A trilha sonora é incrível e tem no Spotify. A mais reverberada é a linda de Erasmo Carlos,
Eunice e Rubens Paiva.
Essa foto foi feita para uma matéria da revista Manchete.
Eu acabei assistindo no meu cinema preferido de São Paulo, o Espaço Augusta que agora finalmente ganha patrocínio da Petrobras. Fiquei muito emocionada porque o cinema ficou sem patrocínio e indefinição por bastante tempo, era muita angústia. E fiquei muito emocionada quando entrei perto da hora do almoço e estava lotado. Um amigo até perguntou se eu tinha conseguido comprar ingresso pra esse filme porque semana passada não tinha. Infelizmente eu não pago mais meia porque antes era Espaço Itaú de Cinema. Acham que o Itaú talvez continue dando desconto com alguma fidelidade. Assim espero porque fiquei bem irritada com o banco de deixar de apoiar esse cinema.
Assisti Tudo Bem (1978) de Arnaldo Jabor no Canal Brasil. Esse eu não tinha visto, eu adoro esse diretor. Falam que é o melhor filme dele e é genial! Tudo Bem faz uma crítica a classe média brasileira. Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo arrasam. Há anos casados, ele evita a esposa. Ela, sedenta, fica insistindo ao amor. Incrível a cena que ela fala da suposta amante e ele vai ficando empolgado. Que atores, que entrega!
O apartamento está em obras. Que agonia! Um monte de operários, cheio de comediantes e atores famosos. Stênio Garcia dá um show. Ainda integram esse grupo José Dumont, Anselmo Vasconcelos e Alby Ramos.
Os filhos do casal são interpretados por Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães. É ator que não acaba mais. O marido tem três amigos imaginários: Fernando Torres, Jorge Loredo e Luiz Linhares.
Zezé Motta interpreta a empregada. Ela é prostituta à noite, mas quer aumentar seu faturamento. Mente, dá o telefone de uma amiga pra forjar referência. Há dois números musicais com ela maravilhosos! Muitos atores aparecem, vários na festa de inauguração da casa após a reforma, muito engraçado o apartamento sempre lotado, abarrotado. Alguns que ainda aparecem são: Daniel Dantas, Álvaro Freire, Paulo César Pereio, Wellington Botelho e Guilherme Karam.
Assisti O Juízo (2019) de Andrucha Waddington no TelecinePlay. Eu tinha visto umas matérias sobre esse filme mas tinha esquecido. Nem prestei muita atenção quando entrou no Now, Programas de TV, Telecine, Suspense. Ontem, procurando um suspense pra distrair, escolhi esse e aí que redescobri. E eu amo filme de fantasminhas!
Começa no passado. Um homem e sua filha pedem hospedagem e querem pagar. O proprietário acha que é um negro ladrão, chama a polícia e os dois são mortos. Vem para os dias de hoje. O neto do proprietário está indo morar nessa casa. Aos poucos vamos entendendo por quê. Ele bateu o carro, está com problemas, então ele, a mulher e o filho adolescente vão morar na propriedade que herdou do avô. O trio está incrível: Felipe Camargo, Carol Castro e Joaquim Torres Waddington. Criolo faz o homem assassinado no começo, sua filha, que mal vemos o rosto, é interpretada pela belíssima Kênia Bárbara.
Que lugar lindo, foi filmado em Barra do Piraí. A casa é deslumbrante, ligada a uma belíssima mata. O filme também filmou em cachoeiras, quanta beleza natural! Logo vemos a moça que o avô matou se aproximando do filho do protagonista. Que filme angustiante!
O roteiro é de Fernanda Torres e muito bom, mas é bem clássico no gênero, então como gosto desse estilo, adivinhei vários momentos.
O elenco é incrível: Fernanda Montenegro, Lima Duarte e Fernando Eiras.
Assisti O Beijo no Asfalto (2018) no Canal Brasil. Esse texto de Nelson Rodrigues é muito atual e contundente, na verdade todos os seus textos são. Murilo Benício resolveu fazer um filme com ele que mistura teatro, leitura de peça e cinema. Que filme fantástico! Eu não li o texto, mas vi uma peça de teatro.
Murilo Benício escolheu um tom muito sombrio para o filme. O texto já é muito forte e ele carregou na angústia. Um homem é atropelado e pede a outro que vai acolhê-lo um beijo. Esse beijo vira um inferno na vida desse homem que vai a delegacia contar o ocorrido. Ele começa a ser tratado como criminoso, não como testemunha. A mídia violenta participa do depoimento que vira um interrogatório. O próprio jornalista interroga acusando também.
A esposa passa também a ser massacrada, como nunca tinha percebido que o marido era pederasta. Pra vender jornal a polícia e o jornalista manipulam como podem os interrogados e criam inúmeras matérias falsas, acusam inclusive o homem de criminoso, que teria empurrado a vítima. A atualidade da trama é muito desconfortante. Lázaro Ramos é o homem do beijo, sua esposa, Débora Falabella. O policial, Augusto Madeira, o jornalista Otávio Muller, o pai da esposa por Stênio Garcia, a irmã por Luiza Tiso e a viúva por Raquel Fabri.
Na mesa de leitura da peça estão Fernanda Montenegro e como diretor Amir Haddad.
Assisti ao documentário Sérgio Britto - O Mestre dos Palcos (2016) de Vince Tigre e Rozane Braga no Curta! Há um tempinho eu vi que tinha esse documentário na programação. Sempre fui fã do Sérgio Britto. No teatro eu vi duas peças com ele e foi muito impactante. Que eu me lembre, na televisão, eu vi um especial na TV Globo, a série Memorial de Maria Mourae Chiquinha Gonzagae na TV Manchete, Xica da Silva, Dona Beija, Pantanal e Marquesa dos Santos . E o maravilhoso filme O Maior Amor do Mundo.
O documentário falou de vários trabalhos, como Sérgio Britto começou. Nathalia Timberg fez vários trabalhos com ele e contou muitas histórias, Fernanda Montenegro também. E muitos outros depoimentos de grandes profissionais como Irene Ravache e Amir Haddad.
Entrevistas antigas com ele e com Gerald Thomas, Maria Della Costa. Gostei demais do documentário. Falaram de várias peças, o quanto ele ampliava funções, unia as pessoas. Muito emocionante!