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sexta-feira, 14 de julho de 2023

Força de um Desejo

Assisti Força de um Desejo (1999) de Gilberto Braga e Alcides Nogueira no Canal Viva. Finalmente consegui ver essa novela que tanto falam. Minhas amigas amam, Malu Mader elogia sempre e que primor. Entrou pra lista das novelas que mais amo como as minhas amigas. Não sabia que era livremente inspirado na Mocidade de Trajano de Visconde de Taunay que quero ler agora. Uma trama muito bem escrita, tendo o amor de Ester e Inácio como eixo central. Ela uma cortesã e ele filho de um rico fazendeiro. Ele é Fábio Assunção.

Mesmo sendo uma novela antiga e falando de pessoas escravizadas, não cometeu os erros comuns de colocar os negros gratos e obedientes. Sim, amavam a casa, a única da região que não praticava maus tratos, mas questionavam o tempo todo a escravidão, lutavam por liberdade. A personagem da Chica Xavier é incrível. Há uma cena final onde os patrões os libertam e vão pagar salários, em vez do autor colocar os negros comemorando, mostram Chica Xavier cantando uma música onde dizia que os patrões os libertaram, mas não os ensinaram a nada. Eles não sabiam o que fazer com a tal liberdade.

Mesmo as relações afetivas eram mais próximas da real. Tudo era escondido, mas tinham traições, filhos fora do casamento. Era uma época que se o casal queria se separar cada um ficava em uma cidade, um na fazenda e outro na cidade, ou até mesmo um na Europa e outro no Brasil, com a desculpa de negócios, ou um parente doente que precisasse de cuidados. Força de um Desejo tem então adultério e filho fora do casamento, que surpreendentemente o marido assume como seu. Mas o autor era complexo e criou personagens complexos. O marido perdoa mas castiga a mulher o tempo todo. Em um aniversário dá grades nas janelas de presente e ainda faz toda a cena intimidatória. O elenco todo é inacreditável! Ele é Reginaldo Faria, ela Sônia Braga.
Depois ele parece realmente arrependido do mal que fez a esposa, que a amava. E resolve reconstruir a vida com Ester, mas de novo o autor mostra que ele era um homem perverso, já que ele mente para segurar a amada a ele.

Higino Ventura era o grande vilão com o incrível Paulo Betti. Denise Del Vecchio tem um dos melhores personagens de novela de sua carreira, não só pelo desfecho final, mas pela riqueza do texto. Ele tinha sido mascate e volta para a vila para se vingar de todos. Sua mulher é dedicada, daquelas que fazem tudo pelo seu marido. Ele enriqueceu e agora eles almejam os títulos e posições que o dinheiro já os concede. São hilárias as cenas dela e suas atrapalhadas de uma mulher barulhenta e inconveniente. Pra piorar os dois mimaram tanto a filha que é outra insuportável, e outro ótimo personagem de Lavínia Wlasak.
Isabel Filardis é outra que tem um grande personagem, a dúbia Luzia, é escrava, mas consegue juntar dinheiro pra comprar sua alforria. E claro,  a forma como consegue é bem questionável. A personagem então entra pro núcleo cômico, começa a aprender como obter favores financeiros para ter uma vida mais confortável.
Jesus, Sérgio Menezes, é um personagem fundamental para os temas abolicionistas e sobre liberdade. Liberto, ele passa a escrever para o jornal. Ele apaixona-se por Zulmira, Ana Carbatti, que tem dois filhos. Louise Cardoso era cortesã. O dono do jornal Daniel Dantas

Selton Mello está maravilhoso como o instável Abelardo, que saudades deu do ator nas telinhas, é um excelente diretor, mas o personagem trouxe saudade. A doce Juliana, Júlia Feldens, era apaixonada por ele que só a tinha como amiga. Proposital ou não, Abelardo é o personagem que mostrava a farsa dos patrões bonzinhos. Zulmira some e ele se contenta com a resposta do capataz, o ótimo Chico Diaz. Depois em um acesso de fúria manda açoitá-la. O personagem do Cristovão, Alexandre Moreno, que tinha Abelardo como melhor amigo, se revolta e percebe que eles são bem tratados na fazenda, mas que a linha é tênue até eles sofrerem maus tratos dos donos como os outros patrões.

Cláudia Abreu é a escrava branca que sofre o diabo na novela. Quando ela vai ser vendida no mercado negro, mostraram todos os horrores que todos passavam, violência, humilhações, crianças sendo vendidas. Cenas impactantes. Inclusive Olívia é estuprada. Ela era apaixonada pelo médico Mariano, Marcelo Serrado.

Natália Timberg é outra que teve um dos melhores personagens de sua carreira como a insuportável Idalina, ela fazia o inferno do marido, Cláudio Correia e Castro.
O elenco incrível não para: Antonio Grassi, José Lewgoy, Luiz Magnelli, Delma Silva, Dira Paes, Vinícius Marques, Rosita Tomaz Lopes, André Barros, Cosme dos Santos, Jayme Perriard, Clemente Viscaíno, Helena Fernandes e Nelson Dantas. Até o elenco que aparecia ocasionalmente era incrível Marco Ricca, Abrãao Farc, Victor Fasano, Murilo Rosa, Linneu Dias, Mariana Ximenez e Giovanna Antonelli.


Beijos,
Pedrita

domingo, 4 de setembro de 2022

O Silêncio da Chuva

Assisti O Silêncio da Chuva (2022) de Daniel Filho no Telecine Play. Fiquei sem ar quando vi que esse filme entrado no streaming. Aguardava ansiosamente e entrou de surpresa. Eu li o livro do Luiz Alfredo Garcia-Roza e comentei aqui. É livremente inspirado. Fiquei com vontade de ler o livro de novo.

Espinosa é interpretado por Lázaro Ramos e um pouco diferente do original. O Espinosa do filme tem alimentação saudável, diferente do livro. Ansiava pelas conversas gastronômicas do personagem, mas só quem come mal é o seu amigo e só em uma cena. Thalita Carauta está incrível, no filme, o personagem dela é bem mais rico e completo que o Espinosa. Ela é a parceira policial dele.


 

Um homem foi assassinado em uma breve participação de Guilherme Fontes. Descobrimos então que ele é casado com uma mulher rica da sociedade interpretada pela Cláudia Abreu e tem uma amante, Mayana Neiva. O incrível elenco continua: Otávio Müller, Peter BrandãoCristina Lago, Anselmo Vasconcelos, Pedro Nercessian, Késia Estácio, Bruno Gissoni, Dida Camero e Raquel Fabbri.

Beijos,
Pedrita

domingo, 28 de novembro de 2021

Guerra de Canudos

Assisti Guerra de Canudos (1997) de Sergio Rezende no Canal Brasil. Sempre quis ver esse filme, mas por ser muito longo raramente é programado, tem 3 horas de duração aproximadamente. O Canal Brasil programou vários filmes com a Marieta Severo em comemoração aos seus 75 anos.

É um épico, com textos de Euclides da Cunha, sobre a guerra insana (1896-1897) contra um povoado. Era a República, tinha acontecido o fim da escravidão e era logo após a maior seca do sertão. Antonio Conselheiro (1830-1897) caminha com fiéis pelo sertão da Bahia, até que acha um lugar e montar um povoado. Todos muito pobres, passam a ter pouco, uma vida quase miserável, mas melhor e com alguma dignidade. Ele é interpretado por José Wilker

Cismam com o povoado e declaram guerra a ele. Durante seis meses morrem brasileiros de todos os lados. É de uma insanidade atroz. Não é um filme fácil porque as três horas são praticamente de guerra.

O elenco é primoroso:  Claudia Abreu, Paulo Betti, Roberto Bomtempo, Tonico Pereira, Selton Mello, José de Abreu, Tuca Andrada, Dandara Guerra, Denise Weinberg, Camilo Beviláqua, Murilo Grossi, Jorge Neves e Ernani Moraes.




Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Berenice Procura

Assisti Berenice Procura (2018) de Alan Fiterman no Canal Brasil. Tentei ver no cinema mas não consegui. Esse filme premiadíssimo é maravilhoso! É mesmo tudo o que disseram sobre ele. É baseado no livro de Luiz Alfredo Garcia-Roza que agora quero muito ler. Eu só li uma obra dele e comentei aqui.


Começa com o assassinato de uma mulher lindíssima na praia de Copacabana, uma criança que acha o corpo. O filme volta então 36 horas antes. 


Cláudia Abreu é uma taxista. Ela está com problema com o seu filho adolescente. Caio Manhente está impressionante, que ator ele se tornou. Eduardo Moscovis é o marido monstro. Ele é um repórter sensacionalista de TV. Ele não se conforma que a mulher passou a ser taxista, reclama que ela deixa a casa a desejar.


Outro núcleo é uma boate em Copacabana liderada pela personagem da Vera Holtz. Emílio Dantas é o irmão da mulher que foi morta e Brigitte de Búzios a mãe. Leonardo Brício faz o policial. Fábio Herford o passageiro costumaz da taxista. Carol Marra uma profissional da boate.

Beijos
Pedrita

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

O Rastro

Assisti O Rastro (2017) de J. C. Feyer no TelecinePlay. Como eu queria ver esse filme, pena que não consegui ver nos cinemas. Eu tinha visto matérias, ficado muito instigada e amo esse gênero. Confesso que achei que teriam fantasminhas, não, não tem, mas é genial!!! Amei!!!

Dr. Renato, quer dizer, Dr. João Rocha, interpretado pelo Rafael Cardoso, tem a espinhosa missão de desativar um hospital em frangalhos. Eu fiquei com dó, mas logo vi que o hospital estava péssimo, realmente não tinha como atender pacientes naqueles pedaços de tudo, caindo os pedaços de tudo. Fiquei com o dó do médico chefe interpretado pelo Jonas Bloch que insiste em ficar no hospital. 

As remoções dos pouquíssimos pacientes é feita de madrugada para não ter tanta comoção popular. Até que o Dr. João percebe que uma paciente sumiu e ele não acha nada sobre ela. É muito angustiante. O Rastro é incrivelmente bem editado, com elenco maravilhoso e uma locação de dar medo. Simplesmente amei!

Leandra Leal é a esposa do médico e para aumentar a tensão do filme ela está grávida e no final da gravidez. Alguns outros estrelados do elenco são: Claudia Abreu, Natália Guedes, Felipe Camargo, Érico Brás, Alice Wegmann, Domingos Montagner e Sura Berditchesvky

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Rio Eu Te Amo

Assisti no cinema Rio Eu Te Amo (2014). É um filme com várias histórias com vários diretores, o que fez a unidade final e as ligações é Vicente Amorim. Eu e minha mãe gostamos muito, várias histórias são muito bonitas. Não me identifico muito com projetos de vários grupos, linguagens, mas no geral é muito bom. Esse filme é um projeto, já teve de Paris, Nova York, o próximo será Xangai.

A primeira história é dirigida por Andrucha Wadinggton e estrelado pela maravilhosa Fernanda Montenegro. É maravilhoso, emocionante. Ela interpreta uma mulher que vive na rua e é encontrada pelo seu neto interpretado por Eduardo Sterblich. Participam do episódio Stephan Nercessian, Regina Casé, Sandro Rocha e Hugo Carvana.


Lindo também o episódio dirigido por Carlos Saldanha, interpretado por Rodrigo Santoro e Bruna Lizmeyer. Eles são bailarinos. Bela a solução para mostrar eles dançando no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Vincent Cassel protagoniza o episódio dirigido por Fernando Meirelles.

Gostei muito do episódio Texas dirigido por Guillermo Arriaga. Um casal sofre um acidente, ele é lutador, ela foi modelo. Adoro os dois atores, Land Vieira e Laura Neiva.

Adoro o elenco de Quando Não Há Mais Amor Vanessa Paradis e John Turturro que inclusive dirige o episódio. Delicado e lindo!

Uma graça o episódio Milagre dirigido por Nadine Labaki com o incrível Harvey Keitel. Incrível o menino interpretado por Cauã Antunes. O elenco é enorme já que são dez episódios: Cláudia Abreu, Michel Melamed, Roberta Rodrigues, Tonico Pereira, Wagner Moura, Emily Mortimer, Marcelo Serrado, Cléo Pires, Caio Junqueira, Débora Nascimento,  Ryan Kwanten, Basil Hoffman, Priscila Assum, Bebel Gilberto e Marcio Garcia.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A Vida Como Ela É...

Assisti em DVD A Vida Como Ela É (1996) baseado nos contos de Nelson Rodrigues, dirigida por Daniel Filho. São 40 episódios com os contos que eram escritos diariamente para um jornal em 1950. Nos extras entrevistas sobre a confecção da série onde o Daniel Filho disse que escolheu fazer com um grupo pequeno de atores, como uma companhia de teatro. Eles fariam vários personagens e teriam atores convidados. A narração é do José Wilker.

Os atores são excelentes: Malu Mader, Claudia Abreu, Isabela Garcia, Giulia Gam, Maitê Proença e Débora Bloch, Cássio Gabus Mendes, Leon Góes, Antonio Calloni, Marcos Palmeira, José Mayer, Tony Ramos e Guilherme Fontes. Os atores convidados são: Tarcísio Meira, Georgina Góes, Nívea Maria, Laura Cardoso, Mauro Mendonça, Gabriela Duarte, Jece Valadão, Nelson Xavier, Caio Junqueira, Maria Mariana, Yoná Magalhães, Tonico Pereira, Mônica Torres e Eduardo Moscovis.

Eu adoro os textos do Nelson Rodrigues. Acho incrível que alguém que é na vida pessoal tão preconceituoso, conseguisse ver com um olhar tão clínico a classe média, suas neuroses e taras. Eu tinha visto alguns episódios na época e amado, e foi incrível rever e me surpreender novamente com o desfecho. São tramas curtas, mas tão bem elaboradas. Daniel Filho disse que escolheram pela primeira vez utilizar a película de cinema e a direção de fotografia queria remeter a série na iluminação dos filmes noir. Então as cenas eram gravadas por ambientes. Se iam usar uma praça, faziam tudo o que era pra ser na praça, então os atores precisavam fazer vários personagens de vários contos naquele período. A máquina de escrever que aparece no início dando o nome ao conto era a do próprio Nelson Rodrigues. No final do segundo DVD há uma entrevista com o Nelson Rodrigues.
Tudo é impecável, figurinos, cabelos, cenários. É inspirado na década de 50, mas não é rígido. Estão lá as invejosas, que fazem de tudo para envenenar quem está feliz, as traidoras, os vingativos. Os suicídios são outras pérolas. A pessoa quer causar, vingar e se mata, como se ela pudesse desfrutar depois as consequências dos seus atos. São as relações nos limites.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cheias de Charme

Assisti Cheias de Charme (2012) de Filipe Miguez e Izabel Oliveira na TV Globo. No começo seguia, depois me afastei, mas essa novela tinha um magnetismo incrível. Volte e meia via uma personagem que gostava, parava pra ver e quando percebia, tinha visto o capítulo inteiro. Ágil, alegre, bem editada e com roteiro consistente, Cheias de Charme inovou realmente no gênero. Foi também uma das primeiras vezes que realmente a internet esteve ligada com a trama. Não de forma falsa e sim de forma real. Achei bacana que elas aproveitam a ausência da patroa artista para usar o que ela tinha em casa e fazer o vídeo, além de coerente, é brincadeira comum de que as patroas saem e as empregadas se divertem. A abertura também era linda!

Quando as empreguetes disseram que o vídeo delas estava no ar, lá estava ele, foi trending topic, liderou visitações, e também é uma graça. Achei bem interessante que no final a personagem da Cida escreveu um livro e que a TV Globo lançou o livro realmente. O elenco era ótimo. As empreguetes interpretadas brilhantemente pelas Leandra Leal, Isabelle Drummond e Taís Araújo. Chaynne foi interpretada pela Cláudia Abreu que também brilhou muito. Outro que estava ótimo foi  Ricardo Tozzi, ele parecia canastrão como Fabian. Engraçado que quando o Inácio ficou no lugar do Fabian ele não era tão canastrão. O ator estava incrível. E eu adoro a Leandra Leal, desde o filme A Ostra e o Vento 

Gostei demais também do tema social da personagem da Cida. A mãe era empregada da casa e faleceu, a família alardeava sempre que não deixou a menina ir para um abrigo, que deram casa, comida e estudos, mas faziam desde pequena ela trabalhar sem remuneração. Inclusive no último capítulo explicaram bem o trabalho infantil e escravo tão comum no Brasil. Sempre ouvi sobre famílias que "adotavam" crianças, mas as tratavam como empregadas, exigindo quase um pagamento pela benevolência de dar casa e comida. A personagem da Alexandra Richter falava sempre que deu casa, comida, tratamentos médicos e estudos, como se fosse muito generosa.

Queria muito que a Penha ficasse com o Otto, personagem do Leopoldo Pacheco. Não gostei nada do personagem do Marcos Pasquim que caiu de paraquedas na trama, na verdade de prancha de surf, e muito menos que a Penha ter ficado com o ex-marido interpretado pelo Marcos Palmeira. Embora tenha achado o roteiro bem realista no romance com o surfista. Depois de viverem intensamente a paixão, a vida dos dois geraram intrigas, mas ficou esquisito depois o surfista mudar tão rapidamente para o Rio de Janeiro e pelo namoro ser tão categórico que não podia largar a escola de surf no Nordeste. Também achei meio forçado o personagem do Otto redescobrir a beata, interpretada pela Kika Kalache, e ela virar uma perua.

O elenco todo era ótimo. No núcleo cômico estavam ótimos Bruno Mazzeo, Titina Medeiros, Fábio Lago e Luiz Henrique Nogueira. Adoro os atores que integraram o elenco: Daniel Dantas, Tato Gabus Mendes, Dhu Moraes, Aracy Balabanian, Edney Giovenazzi, Malu Galli, Humberto Carrão, Jonatas Faro, Simone Gutierrez, Rodrigo Pandolfo, Sérgio Malheiros e Tainá Muller. O vídeo das empreguetes pode ser visto aqui.


Beijos,
Pedrita