Terminei de ler Os Anos (1937) de Virgínia Woolf da Editora Nova Fronteira. Comprei esse livro faz um tempinho no sebo aqui perto de casa que fechou. Fechou essa unidade, as filiais ainda resistem.
O marcador de livro é russo e ganhei de presente de uma amiga. Não dá pra entender o idioma no verso e nas buscas por foto pelo google eu não consegui saber que obra é.
O camafeu de porcelana foi pintado por Peggy-Lou.
Obra Dolce Far Niente (1904) de John William Godward
Eu adoro essa autora, li várias obras dela. Incrível como apesar dela ter um estilo mais predominante, volte e meia alguma de suas obras são completamente diferentes. É o caso dessa. A obra fala da passagem do tempo, começa em 1880 e termina em 1918. É muito interessante porque a família Pargiter aparece no livro, mas de várias formas. Ou como protagonistas do trecho, ou de passagem na história de alguém. É sempre uma surpresa como vão aparecer na trama e se vão continuar na seguinte. São pinceladas, com tons ácidos, sempre falando do tempo.
Obra L´Angelus (1859) Alphonse Legros
O livro começa com a esposa acamada. Sutilmente a autora mostra que tanto uma filha bem como o pai estava cansados daquela situação, dos cheiros e sentem um certo alívio quando ela parte. A autora coloca muito delicadamente que não era por piedade, por achar que seria o melhor, mas simplesmente porque a situação incomodava e se arrastava por anos. O tempo vai aparecendo nos momentos seguintes, o tempo que passou pra casar, o alívio por não ter casado. Os pensamentos nada honrosos da mudança do tempo nas pessoas. Que autora! Virgínia Woolf é sempre tão ousada que sempre me esqueço que ela viveu entre 1882 e 1941.
Obra Relaxation (1908) de Thomas Benjamin Kennington
Eu fiquei muito impactada com o livro que acabei anotando alguns trechos.
Trechos de Os Anos deVirgínia Woolf
“Abriu o livro. Vai dizer
exatamente o que estou pensando. Livros abertos ao acaso sempre fazem isso.”
“North ficou contente de
escapar. Mas para onde iria? Era um corpo estranho, pensou, olhando em volta.
Todas aquelas pessoas conheciam-se umas às outras. Chamavam-se uns aos outros –
ele estrava na orla de um pequeno grupo de rapazes e moças – pelos prenomes e
apelidos. Cada um fazia parte de uma roda, sentiu, escutando-lhes a conversa e
mantendo-se à parte, queria saber o que diziam, para situar-se; mas não queria
envolver-se. Fez- todo ouvidos. Discutiam. Política e dinheiro, disse consigo,
dinheiro e política. A frase vinha em cheio. Mas não podia compreender o motivo
da discussão, a essa altura já acalorada. Nunca se sentira tão sozinho, pensou.
O velho lugar-comum sobre solidão na massa era bem verdadeiro. Pois se colinas
e árvores aceitam qualquer um, seres humanos o rejeitam.”
Assisti Orlando (1992) de Sally Potter no Telecine Cult. Faz um tempo que coloquei esse filme pra gravar. É inspirado no livro Orlando de Virgínia Woolf que amo e li há muitos anos. No começo Tilda Swinton estava mais para o Cândido de Voltaire que para o Orlando da Woolf. A direção de arte do filme é incrível!
O elenco também é extenso: Charlotte Valandrey, Quentin Crisp, Billy Zane, John Wood, Toby Stephens, Toby Jones, HeathCote Williams, Thom Hoffman e Matthew Sim.
Terminei de ler O Quarto de Jacob (1922) de Virginia Woolf da Editora Nova Fronteira. Adoro essa autora e comprei recentemente esse livro em um sebo aqui perto de casa. É o primeiro livro da autora que traz o estilo que a consagrou. É uma narrativa entrecortada, cheias de lacunas, sobre Jacob.
O marcador é um golfinho.
Obra de Matthew Smith
O livro começa com Jacob criança e desaparecida na praia, a família está doida procurando-o e ele está aprontando. Assim vamos acompanhando Jacob até sua viagem a Grécia, mas tudo é fragmento, tudo é lacuna. A orelha dessa edição conta o fim do livro.
Eu estou lendo a biografia do Mao, mas como o livro é muito pesado e com mil páginas, pego livros fáceis de carregar quando vou sair.
A Luli do Café com leitura na rede fez a postagem Oscar 2018 - Adaptações Literárias. Eu fiquei com vontade então de fazer uma postagem que falassem de filmes, séries e teatro adaptados em livros que amei. Eu adoro todas as artes, cada uma com sua linguagem, uma com a palavra, a outra com imagens e uma ao vivo. Um livro às vezes precisa páginas para compreendermos um sentimento, enquanto às vezes um único olhar em silêncio resume todas essas páginas. Cada um com seu estilo de diálogo. Vou começar com o filme Desejo e Reparação que eu simplesmente amei, entre meus filmes preferidos, e foi esse filme que me apresentou para Ian McEwan autor de minha preferência atualmente. Amo os dois, o livro Reparação, e o filme.
A Mulher do Tenente Francês. Mais um que primeiro vi o filme e depois li o livro. Os dois são fascinantes e muito diferentes. O livro é a história da Mulher do Tenente Francês. O filme, outra obra de arte, é uma equipe de cinema que vai a uma cidade filmar a Mulher do Tenente Francês. Há vários trechos de ópera, o filme é uma obra de arte. Simplesmente maravilhoso!
Eu amei o livro O Visconde Partido ao Meio de Italo Calvino. Quando soube que o Grupo Galpão tinha adaptado o livro, organizei uma viagem a Belo Horizonte que encaixasse na temporada. Inesquecível! Muito interessante, porque o visconde aparece no livro pela metade, a metade boa, e depois a metade ruim aparece. Na montagem do Galpão todos eram metades, absurdamente genial, Na frente uma pessoa e atrás outra. Nunca me esqueço da moça que era um ganso atrás. Fantástico!
Eu tinha amado Orlando de Virgínia Woolf. Li dessa edição que peguei emprestado de uma biblioteca e enlouqueci quando soube que tinha uma montagem no teatro. A montagem de Bia Lessa está entre os melhores espetáculos que já vi na vida. A diretora e a autora estão entre as minhas preferidas.
Primeiro eu li o livro Desonra do Coetzee, autor contundente, livro indigesto, fiquei bastante surpresa quando soube do filme.
Fiquei imaginando como o diretor faria aquelas cenas indigestas. E um grande filme igualmente surgiu.
Primeiro eu vi a série O Tempo e o Vento. Majestosa! Depois comecei a ler um a um dos volumes dessa saga maravilhosa de Érico Veríssimo. É impressionante como Tarcísio Meira incorporou Capitão Rodrigo, eu não conseguia visualizar o meu Capitão Rodrigo que já estava imaginado pela série.
Primeiro eu li o maravilhoso Memorial de Maria Mourade um clube de um livro. Depois vi a minissérie incrível!
Primeiro eu vi as obras adaptadas desse livro incrível A Outra Volta do Parafuso. Inacreditável como essa obra é adaptada, já vi filmes e ópera.
Mas o filme com a Nicole Kidman Os Outros, é de longe o melhor, infinitamente melhor do que os que vi.
Bom essa postagem não acabaria nunca, tem muito livro e expressão artística que vi de obras majestosas que amei! Essas são uma parcela delas.
Faz tempo que falo sobre escritoras, resolvi fazer um levantamento das que li. São 103 até agora. E qual não foi a minha surpresa que na infância e adolescência li várias. Adorei Soprinho de Fernanda Lopes de Almeida, o segundo livro que mais me marcou na infância, o primeiro foi Heidi de Johanna Spyri.
Agatha Christie é a responsável pela minha paixão pela leitura. Comecei a ler com uns 10 anos, nosso entusiasmo resultou em livros de presente nos natais e posso dizer que li quase todos. A ponto de já adivinhar um pouco a lógica da escritora e acertar alguns palpites. Mas qual não foi a minha surpresa em descobrir que li obras importantes de escritoras na adolescência. Foi quando li A Muralha de Dinah Silveira de Queiroz que adorei. Era um livro da família, encapado em tecido. Li também Pearl Buck e pela escola Clarice Lispector. Na adolescência comecei lendo a pequena biblioteca de casa que tinha vários livros de fácil assimilação. Li várias escritoras nessa época, algumas poucas representativas. Passei a complementar a leitura com a biblioteca da escola e a da vizinha. Só depois que passei a anotar listas de livros a ler e comecei a ler livros mais consistentes de forma constante.
Fui sócia gratuitamente de várias bibliotecas. Adorava andar pelos seus corredores vendo os livros que ia ler. Foi assim que conheci os poemas de Hilda Hilst. Em uma dessas bibliotecas tinha esse exemplar desse foto, lembro que de pé comecei a ler esse e não queria parar, fascinada com o andamento de trem do texto e fiquei fã dessa poeta. Nessa biblioteca que achei o único livro da Añais Nin traduzido no Brasil. Autora que é considerada escritora de livros eróticos no Brasil, mais um equívoco. Passei a querer ler essa autora depois do filme Henry and June. Invejava minha amiga que podia ler no francês e lia os diários de Añais Nin. Hoje em dia há outras publicações, mas todos com a peja de eróticos. Vários escritores colocam cenas eróticas em seus livros e nunca recebem esse estigma.
Entre os meus autores preferidos estão Marguerite Yourcenar e Virgínia Woolf. Da Marguerite o meu preferido é A Obra em Negro, mas sou fascinada por várias de suas obras que li. Seus livros são fáceis de encontrar em sebos e em geral por bons preços. Comecei lendo Memórias de Adriano que estava em uma das minhas listas. Não é o que mais gosto. Li em um clube de leitura onde se pagava um valor por mês e podia ler quantos livros quisesse, comigo não funcionou muto bem.
Depois comecei a ler os vencedores do Prêmio Nobel. Já tinha lido Pearl Buck na adolescência e comecei lendo Toni Morrison, A Canção de Solomon que comentei aqui. Apesar das escritoras já serem mencionadas em possíveis ganhadoras, o Brasil só as traduz após o prêmio. Foi assim com Herta Müller que li O Compromisso e é incrível. Li também ensaios da incrível Nadime Gordimer e estou devendo ler suas ficções. Tempos de Reflexão comentei aqui. Ainda faltam várias a ler.
Foi na novela Lado a Lado que ouvi falar de Júlia Lopes de Almeida. Comprei então A Falência e adorei. Comentei aqui. Comprei outro livro da autora que está na estante de livros a ler. De uma indicação da Livraria Nobel, passei a ler os livros da Jennifer Egan que está entre as minhas favoritas também, li dela O Torreão e A Visita Cruel do Tempo. Recentemente também li Tempos Extremos de Míriam Leitão e gostei muito.
Na Livraria Acervo Editorial que vou de vez em quando, o livreiro sabe do meu gosto em conhecer escritoras. Ele indicou então essa série Mulheres e Letras que tem inclusive uma ganhadora de Nobel. Eu comprei esse da Kate Chopin e outro de outra coleção, o livro No Bosque da Noite de Djuna Barnes. Culpados está entre os melhores livros que li no ano passado. O que mais me surpreendeu na escritora é que ela tinha uma vida convencional nos Estados Unidos. Esposa de um fazendeiro vê sua vida mudar quando fica viúva e assume os negócios. Seus livros foram tão contundentes que foram proibidos por um bom tempo. Culpados não está entre os livros proibidos. Quero ler esses agora. Difícil vai ser encontrá-los no meu idioma.
Gertrude Steinchegou por caminhos tortos. Li o livro À Margem Esquerda de James Campbell e lá falam dela. Tinha na Cosac Naify e li. Que grata surpresa. A Cosac Naify tinha uma coleção Mulheres Modernistas, comprei outro da coleção que aguarda ser lido.
Já tinha lido e gostado de alguns livros da Simone de Beauvoir. Muito recentemente li Os Mandarins e fiquei impactada. Estou com outro na estante mas soube que é de uma trilogia e o que tenho não é o primeiro. Estou vendo se consigo os outros.
Li várias biografias de mulheres corajosas que resolveram contar suas tragédias:Infielde Ayaan Hirsi Ali e Malala. Mas outras mulheres também contaram suas histórias como Jung Chang em Cisnes Selvagens. Em biografias, Antonia Frase escreveu sobre Maria Antonieta. E em livros históricos, há os excelentes da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz como As Barbas do Imperador e o primeiro que li, A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis que mais parecia um livro de ação. Misturando ficção e reportagem, descobri em um sebo Laura Restrepo, antes dela vir a Flip. Já li dois livros dela e são fascinantes: A Noiva Escura e Heróis Demais.
Atualmente estou lendo Dôra, Doralina de Rachel de Queiroz e adorando. Tinha gostado demais de Memorial de Maria Moura. Adoro também Lygia Fagundes Telles, o meu preferido é Antes do Baile Verde que comentei aqui. Vou parando por aqui senão essa postagem não termina nunca. De 103 escritoras mencionei 31, realmente muito pouco. Adoraria que vocês também fizessem um post sobre as escritoras que leram.
Farei uma breve Retrospectiva dos melhores eventos culturais de 2008. Uma pincelada nos melhores, porque acho que 80% do que vi culturalmente neste ano mereceria estar aqui. Relutei em escrever esse post com insegurança de ser injusta com tantos eventos maravilhosos. Vou elencar alguns. O critério maior foi o que lembrava de pronto, sem nem ao menos pesquisar. Algo que guardei tanto na memória merece ser priorizado.
Obra: Antigo (1969) de Di Cavalcanti
Vou começar com o teatro, já que é o mais fácil de selecionar, porque infelizemente é a arte que menos vou. Há uns anos eu percebi que via poucas peças durante o ano e me propus aumentar o número. Tenho conseguido ver mais peças no ano, vi ótimas nesse, mas destaco a que entrou para os espetáculos da minha vida, a peça Não Sobre o Amor de Felipe Hirsch onde o Leonardo Medeiros simplesmente arrasa.
No cinemavi várias preciosidades. Vou destacar o belíssimo Desejo e Reparação, baseado na obra de Ian McEwan e Feliz Natal do maravilhoso Selton Mello, com o incrível Leonardo Medeiros, acho que já repararam que sou muito, mas muito fã desse ator.
Em exposições, eu amei Brasil Brasileirono Centro Cultural Banco do Brasil. Onde eu vi pela primeira vez ao vivo uns dos quadros que mais amo na vida: Cinco Mulheres em Guaratinguetá (1930) de Di Cavalcanti.
Na música eu destaco o espetáculo A Voz em Bernesteinque vi na CPFL em Campinas com a soprano Adélia Issa e o pianista Ricardo Ballestero. E o evento internacional gostei mais foi o recital da Frederica Van Stadena Sala São Paulo.
Foi um ano que assisti alguns DVDs. No início na casa da minha irmã, depois da minha mãe, da minha vizinha e agora muito recentemente aqui em casa. Vi filmes antológicos e que desejava ver há anos: Boa Noite e Boa Sorte, O Iluminado e Solaris.
Pintura de Désirée como a Rainha Desideria da Suécia