sexta-feira, 16 de maio de 2008

Gabrielle

Assisti Gabrielle (2005) de Patrice Chéreau no Telecine Cult. Uma co-produção entre França, Alemanha e Itália. Eu adoro esse diretor e a atriz principal Isabelle Huppert, não queria perder esse filme por nada e é absolutamente maravilhoso. Coincidentemente o tema é muito parecido com o do livro abaixo. É uma adaptação do livro do Joseph Conrad, O Retorno, que já anotei para ler. A estrutura de narrativa do Patrice Chéreau é maravilhosa. Tentei entender quais eram os motivos que fazem o filme estar em pxb ou colorido, mas não havia uma lógica óbvia. Começa com o marido indo para casa e nos relatando em pensamento a sua vida maravilhosa e sua ótima relação com sua esposa. Eles estão bem de vida, recebem amigos em eventos sociais, ele tem uma verdadeira adoração pela esposa.

Ele chega em casa e encontra um bilhete. É angustiante o quanto sofremos com ele sem saber o que ele leu, incrível essa forma de narrativa do diretor. Até que muito rapidamente aparece em uma tela negra o texto da carta. A mulher havia abandonado-o para viver com outro homem. Só que ela retorna. Então os dois passam a se agredir verbalmente e temos preciosidades maravilhosas. Um texto sublime interpretado magnificamente pelo casal. Ele é o excelente Pascal Greggory.
Nesse texto ela debate sobre a segurança de um não-amor. De uma relação já determinada até o fim dos dias do casal. Uma relação fria, mas mais segura que o amor. O amor é imprevisível, é visceral. O casamento estável, sem sobressaltos e sem amor traz segurança. Também ela tem uma vida burguesa muito estável. Me surpreendi com a quantidade de empregados que os despem e os vestem. Eles não fazem nada praticamente sozinhos. Há quatro empregadas vestindo-a, ela não abre um único botão.

Gabrielle ganhou César de melhor figurino e melhor produção de design.

Gabrielle é de uma beleza estética maravilhosa, um texto primoroso, atuações majestosas. Obra de arte!
Música do post: Fauré






Beijos, Pedrita

4 comentários:

  1. Pedrita,

    Gosto do nome Gabrielle, é o nome da mãe do Vampiro Lestat e foi nome de uma gatinha que eu tive.
    Gostei da temática do filme, fiquei interessada.

    Sobre o fato de eles terem empregados para vesti-los isso me fez lembrar do filme Maria Antonieta. Ela também tinha um monte de gente para fazer tudo por ela. Beirava o absurdo! Como pode isso???

    beijos

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  2. Ai ai ai ... Fiquei morrendo de vontade de assistir.

    Bjs.
    Elvira

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  3. "Gabrielle" é ótimo! Também adoro a Isabelle Huppert.

    Que luxo a música do post!

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  4. marion, quero muito ver maria antonietta, estréia nos hbo esse mês. perdi no cinema infelizmente.

    marion e elvira, acho que vcs vão gostar muito do filme.

    camila, eu adoro qd algum leitor do meu blog tb dividiu essa experiência cultural comigo. é muito bom. e em filmes mais raros como esse a experiência é mais emocionante ainda. tb gostei da música.

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Cultura é vida!