Assisti Dona Flor e seus Dois Maridos (2017) de Pedro Vasconcelos no TelecinePlay. Eu confesso que não ter muita vontade de ver essa adaptação. O icônico de 1976 eu tinha visto mais recentemente, está entre os filmes mais vistos no Brasil, diziam que as filas nos cinemas davam volta no quarteirão, então não me animei muito em ver uma montagem mais recente. O texto é baseado na obra de Jorge Amado.
Marcelo Faria tinha sido Wadinho na montagem teatral que viajou por várias cidades em vários anos, então achou natural que esse texto fosse ao cinema. Juliana Paes foi uma das atrizes que fez Flor na peça. O farmacêutico foi interpretado por Leandro Hassum. O filme lembra muito o anterior. A parte cômica é um pouco mais atual, com menos sutilezas.
É difícil lidar com a relação de Flor e Wadinho. Era uma relação abusiva, ele a extorquia financeiramente, vivia no jogo e com mulheres. Mas na intimidade a relação era muito intensa que foi bem retratada no filme, toda a força química dos dois personagens. Gostei da tentativa de Flor de fazer o atual marido melhorar a intimidade. Acho possível investir mais na relação que se tem.
O elenco todo é muito bom: Fábio Lago, Duda Ribeiro, Cassiano Carneiro, Ana Paula Bouzas, Fábio Lago, Rita Assemany, Dandara Mariana e Nivea Maria.
Assisti Lutador Misterioso (2018) de Fred Cheung no TelecinePlay. Que filme engraçado. Está em ação e aventura, é mais suspense cômico. O filme é de Hong Kong. O roteiro é de Rami Choy.
Li que o protagonista, Lee Min-Ho, é astro pop oriental, é muito lindo mesmo. Muitos filmes orientais do gênero falam de questões mundiais. Lutador Misterioso não é diferente. O protagonista aparece no mar desacordado, um homem o ajuda, o hospeda, mas depois cobra tudo, a comida, o leito. Não há solidariedade alguma com imigrantes.
Ele vai parar em um restaurante de uma família que dá comida para moradores de rua. Há um texto muito contundente sobre o desconforto de alguns com quem morador de rua. Uma dinastia está intimidando os estabelecimentos da região, inclusive de alimentos a fechar. Falam então de alimentos ultra processados. O roteiro é bem entrecortado, esquisito mesmo e termina bem misterioso. Até revela o enigma, mas deixa no ar algumas questões.
Nos créditos há um clipe com os atores cantando. Coloquei depois do trailer.
Assisti Guerra Fria (2018) de Pawel Pawlikowisck no TelecinePlay. Nunca tinha ouvido falar nesse filme polonês, que fotografia maravilhosa! É o final da Segunda Guerra Mundial. Os países passam a exacerbar o nacionalismo, no Brasil não foi diferente.
Dois músicos seguem para o interior da Polônia para achar camponeses músicos e expressões artísticas da cultura popular polonesa. Eles montam uma escola seleção em uma mansão e passam a escolher os artistas e analisar as expressões locais. São muitas músicas e danças tradicionais. O músico se apaixona por uma concorrente. A parceira no trabalho alerta que a moça não é camponesa e tem um histórico complexo, ele não se importa.
Essa moça que ele se apaixona é bastante instável e faz da vida dele um inferno. Com isso o filme mostra toda a dificuldade de liberdade e de adaptação em países com culturas muito diferentes. Os selecionadores ficam muito felizes com o resultado e com o espetáculo, mas os decisores querem mais, querem que os artistas passem a fazer campanha a favor do governo cantando músicas de ordem e de exaltação ao governo.
O músico não concorda e foge. A amada não segue com ele. Os dois ficam anos em uma infinidade de idas e vindas traumáticas e desestruturadas. Os dois são lindíssimos: Joanna Kulig e Tomasz Kot.
Assisti a 2ª Temporada da série Riviera (2019) na Fox Premium. Eu tinha amado aprimeira, confesso que estou bem confusa em relação a essa. Primeiro porque tenho muitas perguntas e não achei uma única matéria que respondesse. Naprimeira temporadali que os autores, um é um escritor que amo John Banville, estavam muito insatisfeitos com a confecção da série. Que a série era solar e positiva, que eles diziam não ser assim o roteiro. Eu gostei dessa temporada, é boa, mas tem muito tema impossível e reviravolta forçada.
A 2ª Temporada é bem mais forte e amoral, mas com clichê e carimbo psicológico que discordo, então não sei se essa temporada se aproximou mais do texto original, ou se perdeu de vez, queria muito saber. Eu gosto que essa série traz protagonistas mulheres e fortes.
Eu achei que a protagonista, Georgina Clios, mudou muito de personalidade. Julia Stiles continua maravilhosa na personagem. E a série tentou explicar forçando os argumentos. O pai da Georgina morre e ela vai aos Estados Unidos. Há muitas questões estranhas, primeiro ela vai com a ex do marido, a Irina (Lena Olin), e com a filha do marido (Roxane Duran). A enteada não foi tão estranho, mas a ex foi bem surreal, nunca foram muito amigas. Aparece então um irmão mais velho da personagem (Will Arnet) que caiu de paraquedas. Se eles fossem tão unidos, ele teria ido quando ela ficou viúva. Nada a ver ele só existir na segunda temporada, e pior, ser tão invasivo. Ele passa a investigar a irmã e o namorado dela, julgá-la, machista demais. Georgina, na verdade ela tinha outro nome, teve um grande trauma na infância, então essa temporada tenta justificar os assassinatos que ela provoca pelo trauma. Georgina era muito coerente na primeira temporada, equilibrada, o desequilíbrio na segunda temporada fica muito artificial. Se ela tinha trauma e a influenciasse, era um trauma nunca resolvido, estaria sempre presente nas atitudes dela, não só na segunda temporada. A série também tenta reforçar o argumento que qualquer pessoa em uma situação limite comete assassinatos. Forçado demais.
Outros personagens estão em uma família que tem dois psicopatas (Julie Stenvenson e Jack Fox). Outra integrante da família é interpretada por Poppy Delevingne. Constantine (Anthony LaPaglia) não morreu. Essa temporada virou muito novelinha impossível. Uma mulher guarda Constantine em quase coma em uma torre inacessível. Ela quer ele só pra ela. É avisada por enfermeira ou médico, que ele corre risco de vida, que precisa de UTI, mas ela ignora. A série ignora essa paranoia dessa mulher, e põe tudo na conta do filho dela que mata Constantine um pouco depois. Vários episódios guardando o segredo que Constantine está vivo pra matar ele em menos de 3 minutos.
Mas como disse carregam a mão nas teorias psicológicas, querendo rotular e fica pobre o roteiro.
Eu achei o final dessa temporada muito estranho. O incêndio na exposição foi muito esquisito. Achei meio incoerente. Vai ter uma terceira temporada. Lena Olin não estará. Vamos ver como vão seguir com as tramas.