sábado, 19 de dezembro de 2020

Por Onde Anda Makunaíma?

Assisti ao documentário Por Onde Anda Makunaíma? (2020) de Rodrigo Séllos do Canal Curta! no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro no Canal Brasil. Mais um festival que, pela impossibilidade de ser presencial, usou as redes e os streaming para apresentar seus filmes. Esse filme foi realizado pelo canal Curta! Deve passar lá mais pra frente e é uma preciosidade, quanta poesia, quanta história.


 

O documentário fala dos dois Macunaímas. O Makunaímamito de origem de etnias da tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana e do Macunaíma de Mário de Andrade, o herói sem nenhuma caráter. O documentário é repleto de história.


Belíssimas cenas no Monte de Roraima, que paisagens deslumbrantes, que lugar lindo pra se conhecer. Lá realizaram entrevistas com  indígenas venezuelanos, da guiana e brasileiros de várias etnias Macuxi, Taurepang, Arekuna e Wapixana.

Apresentaram fotos do etnólogo alemão Koch-Grünberg, de 1910, sobre os povos indígenas, material de pesquisa que encontra-se em Berlim. Alguns reconheceram seus ancestrais nas fotos, lembraram de músicas.

Em paralelo falaram com os pesquisadores de Mário de Andrade, tiveram acesso ao IEB, Instituto de Estudos Brasileiros. Tatiana Longo Figueiredo falou do livro Macunaíma.

E desmembrou para o filme de Joaquim Pedro de Andrade. Falaram sobre o filme Paulo José, Milton Gonçalves e Joana Fonn. E mencionaram também o filme de Paulo Veríssimo.
A peça de Antunes Filho também foi lembrada. O saudoso diretor comentou que a censura ia sempre assistir para ver se proibia e que estava só preocupada com o nu das atrizes e deixou passar despercebido os textos polêmicos. Ainda falam sobre a peça Lígia Cortez e Cacá Carvalho. Mas o documentário traz muitos depoimentos, muita história, é de uma riqueza profunda. 

Fizeram ainda uma exposição com fotos de indígenas na cidade, cartazes nas ruas, junto com pessoas que por lá passavam. Tudo poético e de uma genialidade estarrecedora.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Histórias de um Casamento

Assisti Histórias de um Casamento (2019) de Noah Baumbach na Netflix. Eu tinha uma expectativa altíssima por esse filme e pelas críticas que recebeu. Amo Scarlett Johansson e Adam Driver. O filme é bom, mas não gostei tanto assim. Há momentos trágico-cômicos caricatos, pra fazer gracinha, nada engraçados, beirando a grosseria. Inclusive um desses momentos é bem deslocado da trama. Quando termina segue para um final apressado e desfocado das cenas anteriores.

O filme é sobre um casal que está se separando. Apesar de ser um filme sobre o casal se separando, é ele que protagoniza. A personagem da Scarlett tem poucas pinceladas, fica bem superficial. Descobrimos durante o filme que ele meio que podou as possibilidades da carreira dela. O que gostei mais é que fala do universo cultural. Ele é um grande diretor de teatro, tem uma companhia de teatro, e ela a grande atriz dessa companhia. Ela trabalhava em produtos mais comerciais, ele a chamou para ser atriz com ele e ela se tornou uma grande atriz conceituada. Ficamos sabendo que ela sempre quis dirigir e ele dizia sempre que seria no próximo projeto que nunca chega. Gostei que mostrou a dificuldade dos advogados, assistentes sociais e juízes em compreender a dinâmica de profissionais da cultura. Naquele momento Los Angeles era muito promissor para a carreira dela, e Nova Iorque para a carreira dele. Não é uma profissão que independe de onde mora. 

Ela passa das mãos controladores dele de volta as mãos controladoras da mãe e depois cai nas mãos insanas de uma advogada narcisista oportunista e igualmente controladora. E vai aceitando tudo o que mandam ela fazer. Eles tinham combinado uma separação amigável, mas ela aceita a indicação de uma amiga e se deixa seduzir pela falsidade da advogada. O filme tem um viés meio machista, a esposa fica meio a megera da situação. E mais estranho não acorda nunca. Deixa a advogada fazer o que quer com a causa que transforma em uma vingança pessoal. Infelizmente eu já vi uma advogada tentar levar vantagem e insuflar a discórdia de um casal. É pavoroso. Ela é interpretada por Laura Dern.

O garoto é uma graça, Azhy Robertson. Alguns outros do elenco são Ray Liotta, Alan Alda, Merrit Wever e Julie Hagerty. As cenas de canto finais tanto com a família dela e do Adam Driver são incríveis, o melhor do filme.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

CD Mauro Brucoli Violoncelo Solo

Ouvi o CD Mauro Brucoli Violoncelo Solo (2020). Nossa, que CD! E que repertório! O músico resolveu gravar obras de difícil execução no instrumento. Em uma entrevista, ouvi ele dizer que sempre ouvia essas obras quando era criança e que agora teve a oportunidade de gravá-las. Brucoli é Primeiro Violoncelo Solista da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e integrante do Aulustrio formado pelos irmãos Brucoli, Fábio, Mauro e Paulo.

Foto de Marcelo Donatelli

Brucoli interpretou obras do britânico Britten e do húngaro Kodály. O obra do Britten tem 9 movimentos, e a do Kodály, 3.

Benjamin Britten (1913-1976)

Suíte para violoncelo solo n° 1 Op. 72

01. CANTO PRIMO, Sostenuto e largamente 

02. I FUGA, Andante moderato 

03. II LAMENTO, Lento rubato 

04. CANTO SECONDO, Sostenuto 

05. II SERENATA, Allegretto: pizzicatto 

06. IV MARCIA, Alla marcia moderato

07. CANTO TERZO, Sostenuto 

08. BORDONE, Moderato quasi recitativo 

09. MOTO PERPETUO E CANTO QUARTO, Presto 

Zontán Kodály (1882-1967)

Sonata para violoncelo solo Op.8

10. Allegro maestoso ma appassionato

11. Adagio (con grand’spressione)

12. Allegro molto vivace

O CD está disponível em várias plataformas.

Beijos,

Pedrita