sábado, 23 de setembro de 2017

Ouija: A Origem do Mal (2016)

Assisti Ouija: A Origem do Mal (2016) de Mike Flanagan no TelecinePlay. Achei estranho que esse filme tinha entrado nas estreias, achei que já tinha visto, aí vi a data recente. É que o anterior tem o mesmo nome, que eu vi e comentei aqui. Esse é novo sim. Eu adoro filmes de fantasminhas.

Uma mãe tem duas filhas. Ela ficou viúva e resolve fazer sessões paranormais para sobreviver. As filhas ajudam nos efeitos, apagar a vela do sim, a do não. A mãe só procura dar conforto a quem quer falar com os mortos. Que a pessoa saia da casa em paz, que tudo está bem, ou que algo está perdoado. A adolescente acha que está tudo muito monótono. Descobre o tabuleiro Ouija na casa de uns amigos e sugere para a mãe incrementar as sessões com um daqueles.
A mãe treina mexer as peças com um imã e vemos a filha menor, no andar de cima, falando com alguém. Logo a mãe descobre que a filha fala com os mortos, teria herdado o dom de um parente. É assustador como a mãe explora a menina que passa a faltar na escola para elas receberem pessoas e usarem o tabuleiro para ter dinheiro para as contas. É claro que tudo começa a dar muito errado. Gostei bastante. Eu jamais permitiria que um filho meu trabalhasse em um filme assim. Sim, fazem efeitos especiais, mas que criança que não vai querer ver o resultado? No elenco estão: Lulu Wilson, Elizabeth Raiser, Annalise Basso, Henry Thomas e Parker Mack. Obviamente o final fica em aberto.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 19 de setembro de 2017

A Garota do Trem

Assisti A Garota do Trem (2016) de Tate Taylor no Telecine Premium. Eu tinha muita expectativa em ver esse filme. Gostei muito! No começo achei que tinha me enganado e era só um drama sobre uma alcoólatra que não se conformava com o fim de um relacionamento. Mas o filme engrenou em um bom suspense. O roteiro é  baseado no livro de Paula Hawkins.

Além do suspense tem uns aspectos bem interessantes. Nós vamos conhecendo os personagens aos poucos. A protagonista anda diariamente de trem e gosta de olhar uma casa da janela do trem. Um casal aparentemente feliz vive na casa. Na narração, A Garota do Trem imagina que aquela mulher é o que ela queria ser e o casal que ela queria ter tido. Lembra bem aquele ditado da grama do vizinho que é mais verde.

Em uma dessas bebedeiras uma mulher desaparece e ela não lembra o que aconteceu. Gostei bastante da trama, do encaminhamento. Só achei um pouco simplista a questão do alcoolismo. Sim, a protagonista passou a ficar sempre bêbada após a separação, mas não é tão simples assim, após o problema ser resolvido ela parou de beber definitivamente. Sim, há pessoas que conseguem abandonar os vícios por algum gatilho, porque algum problema emocional foi resolvido, mas é raro. O vício pode voltar a qualquer momento de stress ou mesmo por qualquer outro motivo. Emily Blunt está muito bem no papel dessa moça perturbada e sem objetivos. Outros do elenco são Justin Theroux, Rebecca Ferguson, Haley Bennett, Luke Evans, Allison Janney e Edgar Ramirez.
O trailer é bem eletrizante, o filme é mais lento.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Burundanga

Assisti a peça Burundanga de Luís Alberto de Abreu no Teatro Paulo Eiró. A direção é de Paulo Olyva e o espetáculo é da A Tal Companhia de Teatro. É uma comédia muito engraçada que fala bastante de política. Daquelas clássicas que a confusão nunca acaba, só aumenta.

Dois mortos de fome atacam dois militares pra usar suas roupas e conseguir comida de graça. Obviamente eles são confundidos com oficiais e que vieram fazer uma revolução. Um coronel que está morre não morre resolve voltar o país a monarquia. A prefeita quer continuar a ser prefeita. O deputado quer ficar rico. Uma empregada aumenta as confusões. Enfim, uma barafunda. Muito divertido. No elenco estão: Elaine Alves, Filipe Robbe, Leandro Ivo, Lilia Nemes, Márcio Macedo, Nathalia Kwast e Welder de Lavor. A iluminação é de Rodrigo Palmieri. Burundanga tem só mais um fim de semana e os ingressos custam menos que um cinema, R$ 20,00.

Beijos,
Pedrita

domingo, 17 de setembro de 2017

Elis

Assisti Elis (2015) de Hugo Prata no TelecinePlay. Tinha um certo pé atrás de ver esse filme. É muito difícil ver obras de pessoas que somos muito fãs e tinha lido umas críticas que diziam que o filme era suave com Elis, mas não concordo. O filme é incrível, mostrou o temperamento difícil, sim, o uso de cocaína foi bem sutil, mas mostrou ela tomando pílulas, usando drogas e bebendo muito, mas muito whisky, combinação explosiva que a levou a morte. Andreia Horta está impressionante como Elis, mereceu todos os prêmios: Festival de Gramado, Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Festival de Cinema Luso-Brasileiro e Troféu APCA. Gostei da solução do filme de dublar a atriz nas músicas. Causa um certo desconforto, mas a voz de Elis era única, difícil representá-la vocalmente.

O filme Elis é muito bonito, muito bem editado, lindos figurinos. É muito difícil fazer uma filme de uma pessoa com uma vida tão intensa, tantas viagens, tantas turnês. Souberam pontuar bem. Eu conhecia muito pouco da vida de Elis, principalmente do começo. O filme começa com Elis chegando com o pai no Rio de Janeiro. Ela vinha fazendo muito sucesso no Rio Grande do Sul, seu estado natal, e tinham oferecido gravar um disco dela. Mas eles demoram a vir, uns meses, entra o golpe de 64 e a gravadora pede que eles esperem. A situação da família dela é precária, então Elis resolve aproveitar alguns poucos dias para conseguir trabalho. Vai em uma audição para uma peça de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, mas é escorraçada. Ela então descobre um bar onde só cantam feras liderado por Miele e Ronaldo Bôscoli. Ela consegue um teste, depois cantar lá e é o início de tudo. O estilo de se apresentar dela veio de Lenni Dale, dançarino e coreógrafo que é orientado a ajudar Elis no palco que era muito contida. Sempre achei estranho aqueles braços, não tinha ideia que vinham de um coreógrafo. É impressionante como esse bar tenta explorá-la, só queriam pagar cachê depois, não diziam quanto iam pagar. O machismo no filme é bem evidente. O filme Elis mostrou bem a exploração que as mulheres sofriam. Eram musas, mas tentavam ao máximo podar as asas delas. Ter o controle sobre elas.
Elis recebe uma proposta de um empresário, começa a se apresentar em São Paulo até que ganha o programa de TV com Jair Rodrigues. Ela se reaproxima de Miele e Ronaldo Bôscoli. É nesse momento que Bôscoli fala dos cabelos curtinhos, ela corta e muda seu estilo de roupa. Os dois se casam. Logo vem a turnê internacional. Gostei que editaram bem, mostrando os lugares famosos que Elis cantou, com quem dividia o mesmo palco. Não sabia que na Europa Elis tinha criticado duramente o regime militar e chamado os militares de gorilas. Ela foi chamada a depor no Brasil, ameaçada e coagida a cantar para os militares. Henfil fez uma charge de Elis cantando no túmulo para Hitler, passou a ser hostilizada e vaiada em suas apresentações. Tempos escuros. Difícil julgar. 

O relacionamento com Bôscoli é bem conturbado, mulherengo, ele não queria ter uma vida em família. Elis mãe, com criança pequena, ele fazia o que podia para se esquivar de ficar em casa. Eles se separam.

Elis começa então a se apresentar com César Camargo Mariano, até que se casam, vão viver em uma casa no campo e tem mais dois filhos. Toda a carreira da Elis é incrível, mas é essa fase musical que mais gosto. O relacionamento só começa a ficar instável porque Elis começa a ficar mais intempestiva, muito provavelmente pela influência da cocaína. Seu temperamento já era forte, acentuou e com as substâncias deve ter beirado o insuportável e eles se separam. Ronaldo Bôscoli é interpretado por Gustavo Machado, César Camargo Mariano por Caco Ciocler, o empresário por César 
Troncoso, Miele por Lúcio Mauro Filho, Lenni Dale por um irreconhecível Júlio Andrade, Nelson Motta por Rodrigo Pandolfo, o pai por ZéCarlos Machado, Henfil por Bruce Gomlevsky, Jair Rodrigues por Ícaro Silva e Nara Leão por Isabel Wilker.
Foto de Elis Regina e Ronaldo Bôscoli na década de 70.

Elis Regina morreu de overdose com 36 anos.


Beijos,
Pedrita