Que filme desconcertante! Um bebê é o narrador. Estamos no futuro. A protagonista trabalha em um cartório, ela cuida dos pedidos de divórcio. Ela faz o possível e o impossível para tentar reconciliar os casais. Ela acredita que a fé é a solução e que está ajudando as pessoas coagindo-as a não se separarem.
Ela convida então os casais que aceitam repensar o casamento a ir no culto do Divino Amor. Lá os casais ajudam outros a se reconciliarem. Primeiro com rezas e leituras da Bíblia, depois com um ritual que aos poucos vamos conhecendo a fundo. O ritual faz o casal que quer se reconciliar ser cuidado pelo casal que convidou. "Quem ama divide" é o lema então os casais trocam de parceiros, mas o bebê avisa que a semente só é colocada na esposa, então eles destrocam no final.
A protagonista vai direto no drive thru falar com o pastor interpretado por outro excelente ator, Emilio de Mello. Ela não se conforma que deus não a escolheu pra ser mãe já que ela faz tanto o "bem". Ela já uniu mais de 11 casais, porque não engravida?
A forma como ela descobre que está grávida é muito assustador, na verdade quase tudo é assustador. Ela vai a uma loja e a loja acusa ela estar grávida pra todo mundo ver, podem imaginar? Ela vai fazer o teste e descobre que não é do marido, chega inclusive a fazer teste com vários que se relacionou no Divino Amor, mas não acha o pai. Se ela transou com mais de 11 homens, pode ser qualquer um. O filme não é histriônico, tudo é suave, com falas baixas, poucas palavras, e mesmo assim é dilacerante. Que filme desconfortável!
O elenco é muito grande, muitas participações, com atores incríveis: Teca Pereira, Mariana Nunes, Thiago Jusatino, Tuna Dwek, Thalita Carauta, Sandro Guerra e Arthur Canavarro. Agora que vi que o diretor Gabriel Mascaro faz o carteiro, fiquei curiosa, vou tentar rever pra achá-lo.
Beijos,
Pedrita