sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Nos Tempos do Imperador

Assisti a novela Nos Tempos do Imperador (2021-2022) de Thereza Falcão e Alessandro Marson na TV Globo. Após o sucesso de Novo Mundo, a emissora programou a continuação, agora contando parte da história de Dom Pedro II. A novela começou a ser gravada antes da pandemia. Parada por um bom tempo e depois retomada com várias restrições e protocolos. Selton Mello emocionou como Dom Pedro II, culto, ponderado. Letícia Sabatella arrasou como a imperatriz Teresa Cristina. Conhecia pouco da história dela, muito devota, culta, colecionadora, diplomática, era adorada pelo povo. Há pouco tempo localizaram cartas sobre o romance do monarca com a Condessa de Barral interpretada por Mariana Ximenez.
 

A novela reconstituiu a Pequena África onde viviam negros libertos ou cativos. O casal líder foi interpretado pelos maravilhosos Dani Ornellas e Rogério Britto. Triste demais a história do casal Mari Sheila e Alan Rocha. Eles desaparecem e Mãe Cândida tem uma visão deles mortos. Dom Lú era muito amigo de Dom Pedro II e sua visão pacifista incomodava. Ele perdoava muito os horrores da realeza com os escravizados, mas era implacável com os seus.
Eu adorava alguns casais como Lupita (Roberta Rodrigues) e Batista (Ernanin Moraes). A trama da Lupita não teve final em represálias às denúncias de racismo nas gravações. A trama da Lupita tinha erros graves, ela era cativa porque o seu "dono" não a vendia, mas ela tinha cativas. Sim, mulheres negras libertas costumavam ter cativas, mas Lupita não era liberta, então suas cativas eram na verdade de seu "dono". O mesmo caso do imóvel que Lupita herda, era do seu "dono". Tudo o que os cativos ganhavam eram dos seus "proprietários". Por uma gama de erros na novela, vários mostrando o branco salvador, a trama contratou uma consultoria para regravar cenas e mudar contextos, mas alguns erros passaram.
Foi uma grata surpresa o casal Dolores e Nélio interpretados brilhantemente por Daphne Bozaski e João Pedro Zappa. Linda também a transformação da personagem da Paula Cohen.

Quando achávamos que já tínhamos um casal preferido eis que surge Clemência e Vitória. Uma esposa e mãe do dono do casino e a outra uma arqueóloga. Maria Clara Gueiros e Dani Barros arrasaram, que lindo o amor delas.

O casal protagonista foi interpretado pelos belos Gabriela Medvedovski Michel Gomes. Ela tornou-se a primeira médica do Brasil, na época as faculdades não aceitavam mulheres, então ela estudou nos Estados Unidos. Samuel tornou-se engenheiro. Teve a Guerra do Paraguai e surgiu a figura histórica da Ana Neri (Cyria Coentro), enfermeira. Adorava os atores que interpretaram Solano Lopez, Roberto Birindelli e sua amada Lana Rhodes.


O elenco era bem extenso. As princesas adultas foram interpretadas por Giulia Gayoso e Bruna Griphão. Seus cônjuges por Daniel Torres e Gil Coelho. Eu não me incomodo muito com licenças poéticas em novelas, mas Nos Tempos do Imperador passou um pouco da conta nas liberdades nos personagens históricos, principalmente com excesso de textos de amor romântico não praticado na época. Dom Pedro II não era abolicionista e a Princesa Isabel não era tão inoperante, entre outras alterações. O Barão de Mauá foi interpretado por Charles Fricks e José de Alencar por Alcemar Vieira. Ainda no elenco estavam: Augusto Madeira, Bel Kutner, José Dumont, Heslaine Vieira, Gabriel Fuentes, Alexandre Nero, Maicon Rodrigues, Cinnara Leal, Lu Grimaldi, Raffaeli Casuccio e Jackson Antunes. Apareceram brevemente da novela anterior: Viviane Pasmanter, Guilherme Piva e Ingrid Guimarães.
Há algumas obras que tentam diminuir as lacunas da história do Brasil. Eu li alguns, comprei mais um recentemente e quero ler das cartas entre o imperador e a condessa. Vou colocar as postagens aqui de alguns que li:
No final a novela fez uma linda homenagem ao Museu Nacional que pegou fogo em 2018. Selton Mello, como professor nos dias de hoje, conta que Dom Pedro II nasceu na Quinta da Boa Vista que depois transformou-se no Museu Nacional. Lá uniram seus acervos, já que Teresa Cristina era uma grande colecionadora e igualmente Dom Pedro II. O professor lembrou que no incêndio 85% do acervo se perdeu e que atualmente o museu tenta se reconstruir com a ajuda de alguns empresários, mas que continua precisando de ajuda para poder ser restaurado.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Escape Room 2

Assisti Escape Room 2 (2021) de Adam Robitel na HBO On Demand. O nome original tem o complemento O Torneio dos Campeões. Eu tinha amado o primeiro, fiquei eufórica pra ver o segundo. Não é tão incrível como o primeiro, mas é sempre muito bom. Gosto muito dos jogos pra adivinhar onde é a saída, muito tenso.

Dessa vez há o lado de fora. Descobrimos quem cria todas aquelas salas. A família de quem cria todas aquelas salas. A menininha que ama colecionar objetos. Zoey quer voltar ao jogo porque ela quer descobrir quem está por trás de todos aqueles horrores, quem mata as pessoas para terminar com aquela maldade. Eu adoro a atriz que interpreta a Zoey, Taylor Russell, o elenco é sempre muito bom, são ótimas as escolhas dos atores. Acaba em um metrô com seu amigo (Logan Miller) e descobre que lá estão todos os vencedores de outras edições. Começam então os suplícios. Lindo mesmo o cenário de mar.

E tem de tudo, chuva ácida, areia movediça, o que não falta é imaginação. No elenco ainda estão: Deborah Ann Woll, Thomas Cocquerel, Holland Roden, Indya Moore, James Frain e Isabelle Fuhrman. E claro, fica óbvio que terá continuação, que bom. 

Beijos,
Pedrita 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Adú

Assisti Adú (2020) de Salvador Calvo na Netflix. Uma frase final resume bem o filme e infelizmente muitos vão concordar: "cada um cuida dos seus problemas". Eu só consigo pensar como o ser humano é torpe. Adú tem três histórias absurdas, ligadas de alguma forma.

Adú (Moustapha Oumarou) e a irmã (Zayiddiya Dissou) viram o que não deviam. Eles viram caçadores matando um elefante pra tirar as presas em uma reserva florestal. Fogem. Eles vivem em uma comunidade muito pobre em Camarões, mas vivem com a mãe, tem amigos, mas a bicicleta os denunciam e os dois irmãos fogem. Uma parente consegue dinheiro do pai para que eles fujam até ele. Dá pra imaginar que imigrar ilegalmente é algo tão impossível e violento, que nada, mas nada mesmo vai indo minimamente razoável. Massar é interpretado por Adam Nourou. Fui até olhar no mapa, Adú viaja ilegalmente de Camarões até o Senegal de avião, depois em transportes clandestinos até o Marrocos, e a nado até a Espanha.
Outro personagem tem uma ONG que tenta localizar os caçadores de elefantes. Insensível com os moradores locais, é um verdadeiro troglodita. Ele (Luis Tosar) tem uma relação dificílima com a filha rebelde (Anna Castillo). A terceira trama é que começa o filme, quando imigrantes tentam pular a cerca para entrar na Espanha e há conflitos com poucos policiais. É um filme insuportável de ver, mas muito, muito necessário, chega de desumanidade. No final o filme informa que mais de 70 milhões de pessoas fogem de seus países e que a maioria são crianças.
Beijos,
Pedrita