sábado, 6 de maio de 2017

O Amante do Rainha

Assisti O Amante da Rainha (2012) de Nikolaj Arcel no Telecine Play. No Telecine Cult comecei a ver que tinha um filme de época com a Alicia Vikander e Mads Mikkelsen, atores que adoro. Aí localizei no Now e comecei é ver. É sobre Christian VII, Rei da Dinamarca interpretado brilhantemente por Mikkel Boe Folsgaard, que ganhou pelo personagem prêmio de Melhor Ator no Festival de Berlim. E é baseado no livro de Bodil Steensen-Leh.

Caroline Mathilde da Grã BoBretanha casa-se com seu primo, o Rei da Dinamarca, Christian VII. Eles eram primos. Christian era bem perturbado, considerado louco na corte. Muitos nobres tinham sérios problemas mentais já que casavam muito entre si. Eles consumam o casamento, mas a Rainha vive vendo o rei em orgias. Assim que engravida, evita o Rei. Assim que a Rainha chega a corte na Dinamarca tem parte de seus livros confiscados porque eram proibidos. A Rainha era muito culta e não concordava com o obscurantismo religioso da Dinamarca.

A corte quer contratar um médico para o Rei. Os iluministas procuram um médico para se candidatar e influenciar o rei pelas ideias novas. O Rei era muito culto, amava teatro, literatura e o iluminista também. O rei escolhe então o médico iluminista que passa a acalmá-lo e influenciá-lo para as ideias iluministas. O conselho conservador ridicularizava o rei o tempo todo que nunca tinha voz. Até que o rei resolve ser rei, dissolve o conselho e ele e o médico começam a implementar ideias mais humanitárias. Autorizam a vacinação em massa contra a varíola que o conselho impedia, Mais coletores de lixo para diminuir a imundície. Proíbem a tortura. A habilidade do médico para chegar ao poder se perde. O médico começa a governar sozinho e virar as costas aos que o ajudaram a chegar lá. Vulneráveis, a mãe do rei e o padre começam a conspirar contra o atual governo e aproximar os insatisfeitos.
Para piorar a crise, o médico e a Rainha se envolvem e quando nasce a filha deles, mesmo o rei dormindo com a rainha, o ódio e o moralismo incendeiam a população. O médico é decapitado, o rei inutilizado, criam um gabinete retrógrado dominado pela igreja, a rainha é exilada  na Alemanha sem os seus filhos. A Rainha escreve então um grande relato de como tudo aconteceu e quanto os filhos estão adolescentes, uma amiga entrega a eles. O filho da Rainha, Frederico, se une ao pai e eles juntos dissolvem o gabinete e a Dinamarca sai novamente do obscurantismo religioso. Frederico volta a quase todas as ideias iluministas do médico e a Dinamarca floresce novamente. Alguns outros do elenco são David Dencik, Trine Dyrholm, Cyron Melville e Bent Mejding

Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Vulgo, Grace de Margaret Atwood

Terminei de ler Vulgo, Grace (1996) de Margaret Atwood da Marco Zero. Uma amiga que tem um gosto literário parecido com o meu perguntou se eu queria uns livros que ela estava doando. Eu nunca tinha ouvido falar nessa autora, amei essa capa e escolhi esse para começar. Essa capa maravilhosa é da Leda Catunda.

É um livro de ficção inspirada na história de Grace Marks (1828-1873). Aos 16 anos ela foi acusada de assassinar duas pessoas junto com James Mc Dermott e condenada à morte. Por pressão e por falta de provas conseguiram que ela não fosse morta e sim somente presa, com prisão perpétua. O estilo narrativo de Margaret Atwood é absolutamente incrível. A autora começa com o poema que fizeram na época a Grade Marks e com esse desenho dos dois acusados. James Mc Dermott foi morto.

Obra Vila Rounstone em Connemara de Letitia Marion Hamilton

Grace Marks nasceu na Irlanda. Seu pai só bebia e uma irmã da mãe que ajudava a família praticamente miserável. O marido da irmã arruma dinheiro para a família seguir para o Canadá. A mãe morre na viagem. O pai só fica nas ruas, não paga a hospedagem, as crianças passam fome, até que o  pai decide que Grace, com 12 anos, deve começar a trabalhar. E ela vai a uma casa de família junto com outros empregados fazer serviços domésticos. Margaret Atwood mostra muito a miséria humana, a falta de recursos, de solidariedade.

Obra Harvest Grow (1898) de Lucius Richard O´Brien.

Eu me surpreendi com o feminismo da obra. A autora mostra a péssima condição que vivem as mulheres, principalmente as pobres. Três são abandonadas por seus homens que bebiam e torravam todo o dinheiro com a bebida. Ficam à míngua, algumas mães, todos passam fome. É sutil o feminismo, mas muito claro. O quanto as presidiárias são abusadas pelos oficiais do presídio. A baixíssima perspectiva de uma vida melhor. As mulheres não podiam ficar sozinhas, sofriam todo o tipo de afronta. Triste a história da amiga de Grace que engravida, aborta e morre. Tudo parece que a culpa é do filho do patrão que prometeu casamento para poder seduzir a moça e a abandonou a própria sorte depois. Também mostra o quanto culpavam Grace mesmo nunca tendo prova contra ela. Muitos relatos diziam que Grace que tinha feito a cabeça do Mc Dermott, que ela que era má, como se um homem, muito mais velho que ela que só tinha 16 anos, só mataria por influência e que a maldade fosse só dela. Só há certeza que ela foi cúmplice, todo o resto é especulação, porque ninguém estava na casa na hora dos assassinatos e a ciência pouco desvendava dos casos na época.
Obra Church at Testin (1932) de A.J. Casson

Muitos irlandeses imigraram para o Canadá. Margaret Atwood fez uma grande pesquisa sobre Grace Marks em jornais, livros sobre ela, coloca trechos no início de sua história, mas escreveu ficção. No final a autora comenta que acredita que todas as obras sobre a assassina se aproximam mais de ficção do que da realidade. Relata que uma inclusive era muito sensacionalista. A autora coloca em geral dois relatos, do médico que vai ouvir a história de Grace para tentar entender a mente dela ea  da Grace. Nunca ficamos sabendo se Grace só contava histórias que queriam ouvir, mostrando sempre sua inocência, ou se realmente era inocente. Ela é submetida a hipnose por um homem, acompanhada por todos, e uma outra pessoa fala por ela. O médico acredita ser outra personalidade, o padre, o espírito de uma morta. O padre e as pessoas do entorno da Grace acreditam então que ela é inocente. Independente de acharem que era o espírito ou outra personalidade, qual a certeza que eles tinham que esses seres não voltariam e ela não voltaria a matar? Mas eles começam em uma luta para que ela seja solta e finalmente conseguem. Grace Marks realmente foi libertada muitos anos depois, levada pelo Governador e sua filha. Grace trabalhava na casa do Governador do presídio. Ela foi levada aos Estados Unidos, onde casou e viveu uma vida pacata com outro nome. 

Obra Fire´s Ranger´s Cabin (1919) de Frank Johnston.

O livro é extenso, complexo, inteligente, com um texto maravilhoso. Cheio de nuances sobre a mente humana. Fala muito de miséria, fome, maldade, dificuldade. É simplesmente fantástico! Fiquei fã dessa autora.

Geocrusoe fez uma postagem bem completa sobre a autora.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Eraserhead

Assisti Eraserhead (1977) de David Lynch na ClaroTV. Eu amo esse diretor, fiquei eufórica que vi que esse filme estava lá. É completamente maluco e surreal, simplesmente fantástico! O nome na ClaroTV não tem nada a ver.

Tudo é estranho. Nosso protagonista parece morar em um hotel. Ele vai visitar uma moça. Incríveis as ruas. A moça mora com os pais e a avó. Lá ele descobre que a moça teve um filho. Ele é interpretado brilhantemente por Jack Nance.

O bebê é estranho. Os dois vão viver com o bebê naquele quarto que é igualmente estranho. Na grade do aquecedor ele sempre vê peças de teatro. O bebê só chora. A mãe não aguenta, vai embora e ele fica cuidando. É muito angustiante. Bastante macabro. Alguns outros do elenco são: Charlotte Stewart, Jeanne Beats, Laurel Near, Jack Fish, Jennifer Lynch e Judith Roberts
Beijos,
Pedrita