sexta-feira, 24 de julho de 2020

O Filho Uruguaio

Assisti O Filho Uruguaio (2017) de Olivier Peyron no Festival Varilux de Cinema no Looke. Que filme delicado e bonito! Uma mulher e um homem vão ao Uruguai buscar uma criança.

Bem aos poucos e muito aos poucos  mesmo, vamos entendendo o que aconteceu. O pai do menino morreu e a mãe vai buscar o filho. A mãe desesperada é interpretada por Isabelle Carré.

O filme é muito importante para essas famílias que tem problemas com filhos de ex-relacionamentos. O quanto um deles pode cometer desatinos e criar uma vida de mentira para uma criança. O quanto uma pessoa pode interferir emocionalmente na vida da outra não falando a verdade. Descobrimos que contaram ao menino que tanto o pai, bem como a mãe, morreram. Ele vivia com uma tia que não sabe que a mãe não morreu, então acolhe o menino como filho. Eles vivem muito, mas muito bem. O menino é muito feliz. Como desfazer essa farsa? Um assistente social vai ajudar no processo e é interpretado por Ramzy Bedia. A tia por Maria Dupláa. A avó do menino por Virginia Mendez.
O menino por Dylan Cortes. A trilha sonora é linda. Tudo é muito poético no filme.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Green Book

Assisti Green Book (2018) de Peter Farrelly na HBO Go. Tinha ressalvas com esse filme que só aumentaram. O roteiro é bom, inspirado em uma história real, na turnê de um grande pianista pelo sul dos Estados Unidos levado por um motorista que servia de guarda costas e serviços gerais.

O Green Book era um livro editado até recentemente com dicas de locais que permitiam negros e os atendiam bem. O editor disse que com as mudanças nos Estados Unidos, parou de ser editado muito recentemente, mas que com o aumento do conservadorismo, talvez retorne. O que mais me incomodou foi a construção do roteiro na fórmula de bolo dos filmes americanos. As histórias foram ordenadas artificialmente para os momentos de impacto conforme os critérios de emoção forçada do cinema americano. Essa falta de naturalidade acaba com uma boa história. Lembrou os causos contados pelo motorista, organizados para dar mais impacto em quem ouve, e não tanto pautados na realidade. É esquisitíssimo também pautar um filme sobre racismo como comédia, não vi graça na maioria das cenas.
Não sabia que o protagonista é o motorista, que o pianista fica de suporte para o outro personagem. Viggo Mortensen está bem, mas as interpretações são muito caricatas. Um é deselegante, não sabe comer, falar, grosseiro mesmo. E o outro um poço de educação e arrogância. Bem clichê de músico erudito que só toca pra rico, que é rico. Mahershala Ali também está bem, mas igualmente estereotipado. 

No filme, o pianista erudito diz que foi aconselhado a tocar composições próprias,alegaram que ele teria dificuldade de agendar concertos pelo mundo se tocasse Brahms, Chopin, Beethoven, repertório clássico tradicional. Que não aceitariam e ele não conseguiria agendar apresentações. Quero checar essa informação. Pode ser que seja fato quando pensa-se em agendar naquela época concertos no sul dos Estados Unidos, mas não sei se essa restrição existiria pelo mundo. Mesmo antes da época do filme, havia um interesse pelo exótico. Sim, é um pavor achar exótico um negro tocar brilhantemente Chopin, Beethoven, mas acho que o pianista não teria dificuldade de agendar apresentações com um repertório mais virtuosístico. E o personagem parecia muito querer quebrar paradigmas para aceitar essa orientação. Essa sensação de falsidade na construção do roteiro acompanha o filme todo.

Beijos,
Pedrita

domingo, 19 de julho de 2020

Marvin

Assisti Marvin (2017) de Anne Fontaine no Festival Varilux de Cinema no Looke. Eu queria muito ver esse filme porque tinha gostado muito de As Inocentes dessa diretora sensível. E que filme esse também. Essa diretora entrou para a lista dos meus diretores preferidos. Comentei no blog 4 filmes dirigidos por ela.


Com narrativa entrecortada, o filme mostra dois momentos da vida de Marvin, criança e jovem.  Excelentes os atores que interpretam Marvin: Jules Porier e Finnegan Oldfield. De uma família disfuncional, Marvin sofre com as brigas constantes, agressões verbais e intolerância familiar. Sensível e introspectivo, Marvin sofre na escola também com muita violência, assédio sexual e buylling. É uma professora (Catherine Mouchet) que leva o Marvin para o teatro, e vê nele uma possibilidade. Ela logo percebe os problemas familiares do garoto. É a professora que muda o destino desse rapaz. A família não incentivava os estudos, não tinham uma boa renda, a cidade era pequena e conservadora. A professora faz Marvin participar de um concurso para um internato onde teria teatro, assim ele sai daquele núcleo familiar nocivo, da escola opressora, e consegue vislumbrar um outro futuro.
Através de um relacionamento, Marvin conhece Isabelle Hubbert que atua como ela mesma. A atriz faz uma peça com o roteiro do rapaz que é autobiográfico. Sua família fica revoltada com o olhar do rapaz sobre a sua infância. Ironicamente é o pai que mais compreende e acolhe o filho. Ele tinha se separado e parece que com a nova família ganhou um olhar mais tolerante. Os pais de Marvin são interpretados por Grégory Gadebois e Catherine Saleé. O companheiro de Marvin por Charles Berling. O casal amigo do rapaz por Vincent Macaigne e Sharif Andoura).

Beijos,
Pedrita