sábado, 16 de julho de 2011

O Quarto do Pânico

Assisti O Quarto do Pânico (2002) de David Fincher no Maxprime. Eu sempre quis ver esse filme. Como não costumo ler nada sobre o filme antes de ver, eu imaginava que era daquele gênero que gosto, de terror psicológico. Na verdade O Quarto do Pânico é um bom thriller. Tem alguns furos, não chega a ser um grande filme, mas dá para assistir. Eu gosto muito de dois atores do elenco: Jodie Foster e Forest Whitaker. Gostei de algo que eu percebi no início e que é mencionado no final. Jodie Foster interpreta uma mulher que acaba de se separar. Ela procura com a filha uma casa para morar. Não entendia porque ela desejava uma casa tão grande se não tinha empregados e ia morar só com a filha. Sim, ela tem grandes recursos financeiros, mas nunca acho inteligente morar em uma casa tão grande, além de achar arriscado. No final, quando elas procuram outro apartamento, a mãe fala exatamente isso, porque a filha procura um apartamento tão grande, elas não precisam de tanto.

Nessa casa há um quarto do pânico, um lugar onde as pessoas podem se esconder em um caso de assalto. O filme trata esse quarto como algo corriqueiro em casas de luxo nos Estados Unidos, mas eu nunca tinha ouvido falar. Eu gosto do fato dessa mãe ser muito corajosa, ela não desiste de tentar proteger a filha dos bandidos. Gosto de filmes de mulheres inteligentes e determinadas. A filha é interpretada pela Kristen Stewart.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 14 de julho de 2011

XIV Prêmio Carlos Gomes de Ópera e Música Erudita

Fui a cerimônia de entrega do XIV Prêmio Carlos Gomes de Ópera e Música Erudita na Sala São Paulo. A realização é da Algol Editora. Fiquei muito feliz que o compositor Edmundo Villani-Côrtes ganhou o Troféu Guarany, o mais importante da noite, pela sua brilhante carreira. O concerto foi com a Orquestra Sinfônica de Santo André, sob regência de Carlos Moreno e com os solistas Rodrigo Esteves e Niza de Castro Tank. Começou com a bela abertura da ópera Fosca de Carlos Gomes, eu gosto demais dessa ópera. Nessa noite teve a estreia mundial de uma obra do Carlos Moreno, a Canção do Sentir que foi composta sob um poema de Fernando Pessoa. Belíssima obra! Rodrigo Esteves ainda interpretou da ópera Macbeth de Verdi a ária Pietà rispetto amore. O concerto terminou com a Niza de Castro Tank interpretando a ária Vitória de Carlos Gomes. A apresentação foi da Mônica Waldvogel. Eu gosto muito que esse prêmio sempre traz vídeos dos indicados, com trechos das óperas e dos profissionais dessas óperas que concorreram. O prêmio de Melhor Ópera do ano foi para O Barbeiro de Sevilha da Cia. Brasileira de Ópera que viajou e viaja ainda pelo Brasil todo, que eu vi no Teatro Alfa e comentei aqui.
Essa foto é da Luciana Aith e é do final, quando os vencedores subiram ao palco.


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 12 de julho de 2011

O Livreiro de Cabul

Terminei de ler O Livreiro de Cabul (2006) de Åsne Seierstad. Minha irmã que me emprestou esse livro que é da BestBolso, inclusive esse livro é fácil de achar em livrarias virtuais por 9 a 10 reais. O Livreiro de Cabul  ficou por muito tempo entre os livros mais vendidos. Me surpreendi no início por descobrir que a autora é norueguesa e que era correspondente internacional da guerra no Afeganistão. Sempre admiro a coragem de jornalistas que cobrem conflitos. Em geral esses livros desses países são escritos por pessoas que vivem neles, é diferente alguém olhar de fora e narrar aquelas vidas. O desing da capa é de Leonardo Iaccarino sobre a foto de Kate Brooks/Polaris. Foi o primeiro livro conforme a Nova Ortografia que li. A Georgia escreveu sobre esse livro no blog O Que Elas Estão Lendo? 

Enquanto cobria a guerra,  Åsne Seierstad conheceu um Livreiro de Cabul e pediu se poderia retratar a sua família e que para isso precisaria morar e passar um bom tempo com eles. Ele concordou e ela escreveu esse livro. Como muitos, ela se chocou com a forma com as mulheres são prisioneiras de um regime retrógado e violento. Ela mostra inclusive que a rigidez piorou nas últimas décadas, fala que a burca foi instituída muito recentemente. Relata que a maioria da população é analfabeta.  A preocupação da maioria é em seguir os rígidos costumes, há muito medo, principalmente das mulheres em estimular pensamentos nos homens. Eles passam a maior parte do tempo com medo, rezando e combinando casamentos onde o casal, em geral, só vai se conhecer na cerimônia. Estudo, informação e cultura parecem não existir para essas famílias. Tanto que Åsne Seierstad relata que escolheu uma família diferente de uma maioria, já que o pai é um livreiro. E eu me surpreendi que apesar do pai ser livreiro, ele quer que os filhos trabalhem desde pequeno horas a fio, sem dias de descanso e impede que os filhos estudem. Mesmo vivendo dos livros e amando os livros, ele não autoriza os filhos de estudar. Åsne Seierstad relata inclusive que mesmo quando alguns governos são menos rigorosos nas leis castradoras, que as próprias famílias não aceitam e seguem tradições. Como sempre as mulheres são vítimas de um sistema opressor, o que significa muitas vezes serem assassinadas pela própria família e o ato ser aceito no grupo porque era preciso limpar a honra.

Eu anotava muitos trechos, chegou uma hora que achei melhor parar. Vou escolher alguns.

Trechos de  O Livreiro de Cabul de Åsne Seierstad:

“Quando Sultan Khan achou que estava na hora de procurar outra esposa, ninguém queria ajudá-lo.”

“Eu havia passado seis semanas com os comandantes da Aliança do Norte no deserto perto da divisa com o Tadjiquistão, nas montanhas de Hindu Kush, no vale do Panshir e nas estepes ao norte de Cabul. Acompanhei suas ofensivas contra o Talibã, dormi em chão de pedra, em cabanas de barro, na linha de frente. Viajei na boleia de caminhões, em veículos militares, a cavalo e a pé.”

“-Primeiro os comunistas queimaram meus livros –ele contou-, depois os livros foram saqueados pelos mujahedin, e em seguida queimados de novo pelos talibãs.”

“A família de um livreiro é incomum em um país onde três quartos da população não sabem ler nem escrever.”

“O que me revoltava era sempre a mesma coisa: a maneira como os homens tratavam as mulheres. A crença na superioridade masculina era tão impregnada que raramente era questionada. Em discussões, ficava claro que, para a maioria deles, as mulheres são de fato mais burras que os homens, que o cérebro delas é menor e que não podem pensar de maneira clara como os homens.”

“Também vestia a burca par saber como é ser uma mulher afegã. Como é espremer-se num dos três bancos traseiros de um ônibus quando há muitos bancos livres na frente. Como é dobrar-se no porta-malas de um táxi porque há um homem no banco de trás.”


Não consegui localizar pintores do Afeganistão. Pelos relatos no livro, a cada novo governo no país muitos lugares históricos eram destruídos.






Beijos,
Pedrita

domingo, 10 de julho de 2011

Um Homem Sério

Assisti Um Homem Sério (2009) dos Irmãos Coen no Telecine Cult. Recentemente que comecei a ver vários filmes desse diretor, não lembro qual blogueiro falou que eu tinha que ver esse e se esse blogueiro ainda me visita. Como sempre os filmes dos Irmãos Coen causam desconforto e não sei o motivo desse ter me incomodado muito. Nosso protagonista é Um Homem Sério que está com problemas em todas as áreas. A mulher quer se separar porque quer se relacionar com um amigo deles. Os filhos adolescentes estão mais rebeldes que o normal. Ele mora com a família e com um irmão que está encostado neles e ainda atrapalha todo mundo. E no trabalho ele é pressionado por um sul-coreano que tirou nota zero. Ele ainda no trabalho está para ser efetivado mas com os problemas de denúncias que recebe pode não conseguir.

Michael Stuhlbarg está excelente como o Homem Sério. Outros do elenco são: Richard Kind, Fred Melamed, Sra Lennick, Aaron Wolff e Jessica McManus, O filme Um Homem Sério é bastante crítico em relação a cultura judaica. As conversas com os rabinos são constrangedoras. Um Homem Sério insinua bem mais do que dá respostas. É angustiante!

Beijos,
Pedrita