Terminei de ler
A Noiva Escura (1999) de
Laura Restrepo. Comprei esse livro por um acaso, estava no sebo, é novo, da
Companhia das Letras e na contracapa estavam indicações da autora de
Isabel Allende e
Gabriel García Marquez. Depois na internet vi que a autora ganhou vários prêmios.
Laura Restrepo é jornalista, nasceu em Bogotá e fez uma pesquisa com prostitutas de uma região onde há extração de petróleo.
A Noiva Escura é um livro de ficção onde ela conta a história da Sayonara e por essa personagem mostra um pouco dessa região, misturando ficção e realidade. Gostei muito!
Obra
Beijos que Matam (2002) de
María de la Paz Jaramillo
Sayonara chega na cidade e é apadrinhada pela Todos los Santos. Sayonara sempre quis ser prostituta. Gostei como autora mostra como as prostitutas se dividiam. Luzes nas casas mostravam a hierarquia das prostitutas. Prováveis ou fictícias francesas tinham mais status que as colombianas, principalmente porque loiras, brancas e de olhos claros eram raridade. Mulheres de pele mais escura, com traços indígenas e cabelos pretos eram muitas e usavam a luz branca. Sayonara apesar de estar nesse perfil, foi criada pela Todos Los Santos para ser a mais rara, apesar da pele escura, foi criada para ser a única oriental da região. Eu fiquei tão encantada com a obra que não parava de anotar trechos, vai ser difícil escolher alguns para colocar aqui.
Obra
Jarro Violeta (1999) de
Teresa CuéllarTrechos de
A Noiva Escura de
Laura Restrepo:
“Então a noite se abria de par em par e acontecia o milagre: ao longe e ao fundo, na escuridão grande e sedosa, apareciam as résteas de lâmpadas coloridas de La Catunda, o bairro das mulheres.”
“Elas nos chamavam de cabeludos porque o orgulho do petroleiro era aparecer em La Catunga com jeito rude, queimado de sol, cabeludo e barbado. Mas limpo e cheirando fino, de bota de couro e camisa branca, e também com um bom relógio, cordão e anel de ouro, para o pagamento dar na vista. E com o crachá no peito, bem à mostra, como uma medalha. O crachá que identificava você como operário petroleiro. Não tem jeito, parceiro, nunca se conheceu honra maior.”
“Nenhum de nós as chamava de putas nem de rameiras, nem de outros nomes de ofender – rememora Sacramento. – Só as chamávamos assim, “as mulheres”, porque para nós não existiam outras. No mundo petroleiro, o amor de aluguel era a única forma reconhecida de amor.”
“Na rigorosa classificação por nacionalidade, logo abaixo das francesas vinham as italianas, geniosas mas profissionais do ofício, e, descendo na escala, as de países vizinhos, como Brasil, Venezuela e Peru, depois as colombianas das várias regiões e no último degrau as indígenas do lugar, que estavam em desvantagem por causa do preconceito racial e por serem mais abundantes.”
Tanto os pintores como o compositor são colombianos.
Beijos,
Pedrita