sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Sol Se Põe Em São Paulo

Terminei de ler O Sol Se Põe em São Paulo (2007) de Bernardo Carvalho. Queria muito ler uma obra desse autor e essa é simplesmente fascinante! Fiquei fã desse autor! Gostei do estilo entrecortado, com fragmentos, muitos silêncios e a dúvida se em algum momento eu soube realmente o que aconteceu. Comprei esse livro na Livraria João Alexandre Barbosa da USP. Eu não resisti quando passei na livraria e comecei a andar pelos corredores pra escolher um livro. Quando levei ao caixa alguns pra saber quanto custavam descobri que vários tinham descontos enormes. 30% na maioria e umas surpresas em outra maioria. Saí carregada e esse estava no meio. A livraria comentou que costuma fazer promoções sempre no início dos semestres, não consegui arrancar se são promoções sempre mágicas como essa. Esse é da Companhia das Letras.

Obra Esquina do Anhangabaú (1951) de Jorge Mori

Nosso protagonista é um escritor, na verdade ele nunca escreveu um livro, mas se diz escritor. Ele se interessa por uma senhora, dona de um restaurante japonês na Liberdade, ela resolve contar a sua história. Ela some, e ele segue suas pistas. Tudo é subjetivo, mágico, duvidoso e fascinante!   O estilo de narrativa é todo entrecortado, nada é completo. Gostei demais das inúmeras interpretações que podemos ter em toda a narrativa.



Obra Cidade II (1984) de Claudio Tozzi 

Trecho de O Sol Se Põe em São Paulo de Bernardo Carvalho:

“Não vejo nenhuma metáfora no que eu digo.”

“Mesmo as obsessões mais compreensíveis na juventude ganham um aspecto degenerado quando se perpetuam até revelar o sintoma de algum tipo de fracasso na maturidade.”

Os dois pintores são paulistanos.

O Júlio Pimentel Pinto do Paisagens da Crítica escreveu uma resenha detalhada sobre esse livro nesse link, que vou ler detalhadamente agora.

Não localizei uma entrevista do Bernardo Carvalho sobre esse livro, então vou colocar uma para o Entrelinhas da TV Cultura sobre outro de seus livros.














Pedrita

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Paixão Perdida

Assisti Paixão Perdida (1999) de Walter Hugo Khouri no Canal Brasil. Eu adoro esse diretor! Gostei muito! É um filme muito subliminar, psicológico, com vários temas tabus. Um garoto está praticamente autista desde que ele sofreu acidente com sua mãe que faleceu. Começa com uma moça chegando na casa para trabalhar cuidando do menino, várias já tentaram, ou desistiram, ou não tiveram jeito. Essa moça é interpretada pela Mylla Christie, quem mostra o serviço é uma governanta prepotente, que se comporta praticamente como dona da casa. A governante é interpretada pela excelente Zezeh Barbosa.

A relação vai bem, o menino apresenta algumas melhoras até o pai ausente aparecer interpretado pelo Antônio Fagundes. Ele chega com a namorada interpretada pela Paula Bulamarqui e a outra filha chega um pouco depois. A relação que já era de posse entre o menino e a sua "enfermeira" se desestrutura. Há imagens do passado do menino com a mãe interpretada pela Maitê Proença. O ciúme e posse entre todos é forte, sufocante. Todos se incomodam com a relação entre uns e outros.  Até mesmo a relação entre mãe e filho extrapola. .

Incrível como o diretor consegue em olhares e silêncios transparecer todos os sentimentos tumultuados e possessivos de todos. O menino é interpretado por Fausto Carmona. A irmã por Andrea Dietrich.











Beijos,











Pedrita

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Quincas Berro D´Água

Assisti no cinema Quincas Berro D´Água (2010) de Sérgio Amado no Projeta Brasil, que o Cinemark promove em um dia, segunda-feira, com vários filmes brasileiros a R$ 2,00 na programação. Queria ver vários que tinham passado pelo cinema e não tinha conseguido ver, mas alguns que queria não estavam na programação. Escolhi esse que é baseado no livro do Jorge Amado. Eu achava que talvez não me identificasse muito, que poderia achar meio cansativo e me surpreendi. É incrível! Muito bem realizado, editado, ótimo elenco, fotografia, ótima adaptação do roteiro, sensacional! Quando terminou eu já fiquei com saudade e achei que acabou muito rápido de tanto que gostei!

Paulo José é Quincas que morre duas vezes. Ele saiu de casa, passou a viver com artistas, boêmios, bêbados e pobres. A filha envergonhada, inventa que o pai é um Comendador e vive fora do país. Quando ele morre, o marido que não quer perder a posição no trabalho e continua a farsa do grande Comendador. Adorei os atores que fizeram os amigos de Quincas,  Flávio Bauraqui,  Luis Miranda, Frank Menezes e Irandhir Santos. Marieta Severo está maravilhosa como a mulher que o Quincas foi apaixonado.

Mariana Ximenes também está ótima. Fizeram uma barriguinha divertida no Vladimir Brichta, bem sutil. Alguns ótimos atores ainda aparecem no elenco: Othon Bastos, Walderez de Barros, Germano Haiut e Milton Gonçalves. Construíram dois bonecos a semelhança do Paulo José para a realização de algumas cenas.








Beijos,







Pedrita