sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Rios Vermelhos

Assisti ao filme francês Rios Vermelhos (2000) de Mathieu Kassovitz no Cinemax. Queria ver porque tem o Jean Reno que gosto, embora ele atue em filmes bem ruizinhos de vez em quando. Rios Vermelhos tem um excelente roteiro baseado na obra de Jean-Christophe Grangé. O problema é que em algumas momentos tem umas bobagens homéricas. Jean Reno interpreta um grande policial que é enviado para uma cidadezinha investigar mortes por um serial-killer. Só que ele se depara com uma universidade que busca a pureza da raça. Para que não percam sua qualidade de sangue, eles se reproduzem entre si, entre a elite daquela cidade e as gerações começam a apresentar problemas genéticos.


Essa questão dos intelectuais dessa comunidade é o que se mostra mais interessante em Rios Vermelhos, a busca pela pureza da raça. Mas no final, quando Jean Reno descobre quem é o serial killer, o filme termina. Também há uma cena tenebrosa com outro policial, que também veio de outra cidade, ele luta com um grupo de jovens rebeldes, até achei que ele seria o vilão do filme, mas o diretor resolveu mostrar que é muito natural um policial sair violentamente a tapa com jovens só porque ofenderam sua mãe, patético. O ator que faz esse policial demente está péssimo e é interpretado por Vincent Cassel. Muito linda a jovem que se aproxima de Jean Reno, interpretada por Nadia Fáres.


Beijos, Pedrita

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Paraíso Tropical


Assisti a novela Paraíso Tropical (2007) de Gilberto Braga e Ricardo Linhares na TV Globo, dirigida por Dennis Carvalho e José Luiz Villamarim. Eu não tenho muito hábito de ver novelas das 21hs, perco muitos capítulos, então evito. Mas Paraíso Tropical foi irresistível. Como perco muito, até o último capítulo eu só consegui ver na reprise, quando todos já sabiam tudo.

Paraíso Tropical foi impecável. Ágil, com uma edição excelente, várias histórias interessantes. No começo patinou um pouco, mas reuniram grupos que assistem a novela pra comentar e fizeram ótimos ajustes. Alessandra Negrini simplesmente arrasou. Ela interpretou duas gêmeas e estava muito bem. Fábio Assunção também estava ótimo. Ele era o mocinho, mas como um alto-executivo, todo pilhado, muito interessante.


Os personagens Bebel e Olavo roubaram a cena. Pelo que li estava previsto que Bebel seria a grande vilã e iria se unir ao Ivan depois de se envolver com figurões, mas a química com o Olavo foi tanta que atenuaram inclusive suas maldades. Ela não ficou boazinha, mas batalhadora. O casal inclusive incrementou bastante humor nas suas cenas, que os escritores gostaram e ampliaram, eram impagáveis. Camila Pitanga e Wagner Moura estavam maravilhosos! Tanto que eu queria que eles acabassem juntos e acho que era unânime.


O elenco era imenso. Tony Ramos era um vilão, mas acabou se regenerando. Ele contracenou com grandes atrizes: Renée de Vielmond e Glória Pires. Estavam excelente também Vera Holtz, Bruno Gagliasso.

As histórias paralelas também eram deliciosas e bem amarradas. Adorava o casal Dinorá e Gustavo, interpretados divertidamente por Isabela Garcia e Marco Ricca. Gostava bastante também do casal formado pelos ótimos Fernanda Machado e Marcelo Antony. Inclusive ela ganhou um papel denso e estava excelente. E do casal interpretado por Daniel Dantas e Beth Goulart.


Gostava muito do triângulo amoroso entre Camila, Fred e Mateus. E gostei do desfecho. É muito comum garotas se apaixonarem por um rapaz na adolescência, amadurecerem, enquanto eles ainda não tanto. Fred era realmente melhor pra ela, mais maduro, inclusive emocionalmente, resolvido profissionalmente. Mateus era um garotão, ainda aprendendo a dirigir, sem destino profissional, sem saber o que fazer. É comum mesmo com o amadurecimento a garota não se encontrar mais com quem mais estava apaixonada e passar a amar mais aquele que amadureceu com ela. Gostei bastante da atriz Patrícia Werneck. Paulo Vilhena também estava bem, só não podia tentar chorar. Gustavo Leão estava bem fraquinho. As crianças também eram umas fofas Thavyne Ferrari, Dudu Cury e Vitor Novello.


O último capítulo teve vários problemas. Tanto que a versão do sábado foi diferente da sexta. Não consigo comparar porque só vi a do sábado. O que mais detestei foi o fato de deixar todos os desfechos para o último capítulo e expremer histórias paralelas que amava de paixão. Podiam ter espalhado durante a semana boa parte dos desfechos das histórias que não estavam envolvidas no quem matou e aproveitarmos melhor. Tiveram questões tão confusas, como a do casal Rodrigo e Tiago que soube que a explicação ficou mesmo no sábado, mas o rapaz ficou sub gerente enquanto o outro tirava férias, portanto assim que o outro voltava ele voltava a ser peão de novo. Ficou tudo atropelado e confuso, uma pena, porque Paraíso Tropical foi uma excelente novela.





Beijos,


Pedrita

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Os Cafajestes

Assisti Os Cafajestes (1962) de Ruy Guerra no Canal Brasil. Obra-prima! Simplesmente maravilhoso! Fazia tempo que queria ver esse filme e não conseguia. Que fotografia! A direção de fotografia é de Tony Rabatoni. O roteiro é do próprio diretor que apesar de algumas questões típicas da década de 60 é muito atual quando mostra essa juventude sem rumo, abusando de mulheres para conseguir dinheiro com extorção e as mulheres, mesmo sofrendo violência, se aliando para ajudar em outros golpes. Claro, na década de 60, fotos de mulheres nuas, mulheres que não casavam virgens, eram um escândalo e famílias honradas pagavam qualquer coisa por essas fotos. Mas pagar por fotos e evitar escândalos é uma prática muito usual hoje, mesmo que tenha mudado o motivo.
O elenco é excelente. Os cafajestes são interpretados maravilhosamente por Jece Valadão e Daniel Filho. A mulher principal é a maravilhosa Norma Benguell, inclusive ela aparece no primeiro nu frontal do cinema brasileiro, uma das cenas antológicas da história do cinema. Esses dois cafajestes levam essa mulher a uma praia, ela acha que foi com um só, ela vai nadar nua, estimulada por quem a levou e eles passam a fotografá-la, tiram totalmente a sua dignidade. É uma cena filmada incrivelmente e dificílima de ver pela violência com que ela é tratada mesmo que eles não cheguem perto dela. É a lente da câmera que a violenta. Ela passa então de abusada a abusadora. Para se livrar do problema, ver seu pai sendo chantageado e sofrer represálias, ela sugere que eles façam isso com outra mulher mais rica. Há um texto incrível depois dela passar por tudo aquilo, ela pergunta para o personagem do Jece Valadão quanto ele ganhou para fazer aquilo e ele diz: Um velocípede. Ela então acha que ele fez um bom negócio. Um velocípede vale mais que o respeito a uma mulher. Tudo é deprimente em Os Cafajestes, um filme maravilhoso e contundente.

Os Cafajestes passa em um único dia, em uma época em que haviam praias desertas, lugares belíssimos, fotografia majestosa. O som infelizmente está bastante prejudicado, legendas ajudariam bastante. O texto é maravilhoso!

Outros que aparecem no elenco são: Lucy de Carvalho, Glauce Rocha, Hugo Carvana, Germana Delamare, Fátima Sommer, Aline Silvia e Mariana Ferraz.


Beijos,

Pedrita

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Ernani

Assisti ao concerto Ernani de Giuseppe Verdi, com trechos da ópera, no Theatro Municipal de São Paulo, com a Orquestra Sinfônica Municipal, sob regência de José Maria Florêncio e Coral Lírico. Os solistas foram Adélia Issa, Kaludi Kaludov, Lício Bruno e Pepes do Valle. Foi um concerto maravilhoso, fiquei espantada com a complexidade musical dessa obra.

crédito da foto: João Pires
A soprano Adélia Issa simplesmente arrasou, queria ter guardado aqueles momentos para sempre, que interpretação, que voz, fiquei muito, mas muito emocionada. Pena que não estavam gravando, absolutamente inesquecível. Gostei bastante também do tenor Kaludi Kaludov, voz vigorosa, um controle da técnica e muito sentimento, ele se entregava ao seu personagem, mesmo cantando em forma de concerto. Gostei muito também da dicção de Adélia Issa e Lício Bruno, conseguíamos claramente compreender o que cantavam.
O Coral Lírico estava excelente. Gostei muito também do desempenho da Orquestra Sinfônica Municipal, surpreendente e do fraseado e interpretação regidos por José Maria Florêncio, pena que o maestro não conteve os ímpetos dos volumes da orquestra e coro e em vários momentos encobriam os cantores. Foi um belíssimo concerto, baratíssimo, muitos ingressos de R$ 15,00 e R$ 10,00, menos que um ingresso de cinema.

Bejios,

Pedrita

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Orquestra Barroca de Veneza

Fui ao concerto da Orquestra Barroca de Veneza no Teatro Cultura Artística, com o solista Giuliano Carmignola, ao violino. Gostei muito, são excelentes músicos, só senti falta do regente Andrea Marcon que por motivos de saúde na família não pode vir, uma pena, porque o grupo estaria mais seguro e unido com um a presença de um regente. Mas eles são excelentes, foi um maravilhoso concerto. Gostei muito do repertório, principalmente com obras de Vivaldi e uma de Tartini: de Vivaldi interpretaram Três Concertos para Cordas e Baixo-contínuo – RV.114, RV.156 e RV.127 e Três Concertos para Violino, Cordas e Baixo-contínuo – RV.190, RV.278 e RV.331. De Tartini, o Concerto para Violino, Cordas e Baixo-contínuo, D.96.

Gostei muito da interpretação de Giuliano Carmignola, simplesmente maravilhoso. Ele é muito, mas muito acelerado. Foi interessante, que nas obras que ele não participou, vimos que a Orquestra Barroca de Veneza tem um ritmo mais tranqüilo nos movimentos, mais melodioso. A orquestra precisou agilizar muito com a presença de Giuliano Carmignola, ele é tão ágil e preciso que impressiona. Simplesmente sensacional! Amei o repertório, a Orquestra Barroca de Veneza e o excelente violinista Giuliano Carmignola. Belíssima noite!
Beijos,
Pedrita