sábado, 21 de setembro de 2019

Amazônia - O Despertar da Florestania

Assisti ao documentário Amazônia - O Despertar da Florestania (2019) de Christiane Torloni e Miguel Przwodowski no É Tudo Verdade no Canal Brasil. Eu queria muito ver esse filme, tentei inclusive nos cinemas, mas só estava em uma única sala de um único bairro, em um único horário. Não pude ir. É urgente! É necessário!

Eu vi uma entrevista da Christiane Torloni sobre o documentário onde ela dizia que quando foi gravar a minissérie Amazônia - de Galvez a Chico Mendes (2007) tinha dias que tudo era coberto por um fog londrino e que depois ela descobriu que era porque era época de queimadas. Percebeu a urgência de fazer algo e junto com Victor Fasano e Juca de Oliveira começaram a levantar assinaturas que levaram ao congresso pedindo o desmatamento zero. Depois resolveu realizar o documentário que chega em um momento crucial, onde as queimadas aumentaram demasiadamente pelo afrouxamento das punições.
É um documentário que entrevista pessoas que vivem na Amazônia, faz um contexto histórico começando por Marechal Rondon, passando pela Ditadura Militar, Diretas Já chegando aos dias de hoje. São vários entrevistados, índios como Benki Piyãko e Ailton Krenak, ativistas, ambientalistas, o artista plástico polonês Franz Krajcberg que faz esculturas com as madeiras queimadas, o jornalista André Trigueiro, a atriz Lucélia Santos. Entrevistas feitas para o documentário e outros de arquivos como dos irmãos Villas-Boas, das viagens a Amazônia por Milton Nascimento para compor, da Transamazônica, do Greenpeace. Mostraram árvores que podem ter mais de 500 anos, que podem existir antes mesmo da colonização. E fico pensando como as pessoas acham que é possível reflorestar, sim, reflorestar é uma forma de remediar, mas é remendo, o melhor seria não desmatar. O sociólogo Sérgio Abranches e a jornalista Míriam Leitão começaram há vários anos a plantar espécies da Mata Atlântica em sua propriedade e a ação passou a gerar veios de água.
O documentário realizou várias viagens à Amazônia, para várias aldeias e pequenos povoados. Entrevistaram um filho de um cortador de árvores, que passou a infância vendo o pai cortar árvores e hoje é ativista. Marina Silva falou sobre Chico Mendes e contou sobre o empate. Ativistas entram na floresta quando ficam sabendo de um desmatamento. Cada um vai fazer o empate, se postar em frente a uma árvore para impedir o seu corte. Outro político entrevistado foi Fernando Henrique Cardoso.

Em uma narrativa do filme Christiane Torloni questiona onde foi que nós esquecemos que o nome desse país veio de uma árvore, o Pau Brasil. Por enquanto Amazônia - O Despertar da Florestania vai passar mais algumas vezes no Canal Brasil, está disponível para compra no Now.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

As Viúvas

Assisti As Viúvas (2018) de Steve McQueen no TelecinePlay. Queria muito ver esse filme pelos elogios que recebeu. Gostei demais do roteiro da inglesa Lynda La Plante. Todos os personagens são complexos, cheios de camadas.

Em um roubo, os maridos morrem, As Viúvas não se conhecem. A personagem da Viola Davis é felicíssima com o marido (Liam Neeson). Casal lindíssimo! Eles tem um alto padrão de vida, um belíssimo apartamento. Mas todas sofrem com a morte dos companheiros.

Há dois candidatos a cargos políticos. Um rico e branco (Colin Farrell) e outro negro (Brian Tyree Henry). Mas os dois são desprezíveis. No enterro vemos que o rico tinha relações com o marido bandido. A política misturada com a criminalidade. O pai do candidato branco era político e é interpretado por Robert Duvall.

Incrível como o filme fala do feminino, de vulnerabilidade, crime, corrupção. A rica recebe do marido um livro pra o próximo roubo. Ela resolve se juntar com As Viúvas para realizá-lo. Ela está sendo ameaçada e precisa devolver ao candidato negro o dinheiro que estava com o marido, 2 milhões. Também precisa se organizar financeiramente, está para perder tudo o que tem. A situação das outras não é menos difícil, até porque elas tem menos recursos. Elas são interpretadas por Michelle Rodriguez, Elisabeth Debicki e Cynthia Erivo. Que roteiro inteligente! A trilha sonora é maravilhosa!
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Quaternaglia

Assisti ao Quaternaglia na série Música de Câmara do Teatro Opus. Eu adoro esse quarteto e que repertório. O quarteto é formado por Chrystian Dozza, Fabio Ramazzina, Thiago Abdalla e Sidney MolinaEles tocaram a belíssima West Side Story de Leonard Bernstein, com arranjo de Thiago Tavares, que inclusive estava na plateia. Achei incrível a adaptação.

Leo Brouwer está entre os meus compositores favoritos. Ele fez uma obra especialmente para o quarteto que foi interpretada nessa apresentação, Así era la dancita aquella! Mas eles tocaram outros compositores que adoro, Egberto Gismonti, com a delicada Anjo. Inclusive um integrante do Quaternaglia, o Christian Dozza, fez uma música que adoro em homenagem ao Gismonti, Sobre um Tema de Gismonti que estava no programa. Do Paulo Bellinati, que estava na plateia, interpretaram um maxixe, A Furiosa. Adorei também a obra do Torroba, Estampas, título de um dos CDs desse grupo.
Foto de Gal Oppido

Programa:

LEONARD BERNSTEIN (1918-1990)
Symphonic Dances from West Side Story (1961) arranjo: Thiago Tavares

1.Prologue (Allegro moderato)
2.Somewhere (Adagio)
3.Mambo (Meno presto)
4.Cha-cha (Andantino con grazia)
5. Meeting Scene (Meno mosso)
6.Cool Fugue (Allegretto)
7.Final (Adagio)



FEDERICO MORENO TORROBA (1891-1982)
Estampas (1976)

1.Bailando un fandango charro
2.Remanso
3.Fiesta en el pueblo



LEO BROUWER (1939)
Así era la dancita aquella! (Divertimento) (2018)*



EGBERTO GISMONTI (1947)
Um Anjo (1999) arranjo: Paulo Porto Alegre



CHRYSTIAN DOZZA (1983)
Sobre um tema de Gismonti (2012)*



PAULO BELLINATI (1950)

A Furiosa (Maxixe) (1997)*
O Teatro Opus é lindo. Adorei a vista do terraço.
Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Piratas da Somália

Assisti Piratas da Somália (2017) de Bryan Bruckley no TelecinePlay. O filme conta a história do jornalista canadense Jay Bahadur que escreveu um livro e agora quero muito ler. Não existe a edição traduzida no Brasil. Muito jovem, ele não consegue trabalho em nenhum veículo de comunicação. Ele está começando a ter emancipação em casa e ganha o direito de morar o porão da casa dos pais. Ele faz pesquisa em supermercados sobre a melhor localização para guardanapos de papel nas prateleiras.

Para pagar o aluguel do porão ele precisa tirar a neve da frente da casa, ele se machuca, vai ao hospital e lá conhece um grande jornalista que ele é fã interpretado pelo ótimo Al Pacino. O jornalista diz que o rapaz está errado, que ele tem que ir para algum país ser correspondente por conta própria, um país que precise de correspondente. Ele vê então uma matéria com um correspondente contando sobre os Piradas da Somália, sobre o novo Presidente, mas que o correspondente não tem como checar porque não há mais jornalistas na Somália, ou foram mortos, ou saíram de lá pelos riscos. Jay manda um email para uma rádio da Somália, ligam para ele e falam que ele pode ir. Só que ninguém o banca e ele pede dinheiro aos pais. Ele resolve escrever um livro sobre os Piratas da Somália.
O radialista é filho do Presidente, coloca um somaliano pra ajudar nas entrevistas que ele precisa. O rapaz não consegue que os jornais se interessem pelas entrevistas. Só quando acontece o sequestro do Capitão Phillips é que a mídia passa a se interessar pelas notícias no país. Para conseguir as entrevistas ele tem que levar khat, uma droga local, como "pagamento". O rapaz é interpretado por Evan Peters e está ótimo. O somaliano, por um ótimo ator somaliano, Barkhadi Abdi. Marian por Sabrina Hassan. A mãe, que faz uma pequena participação, por Mellanie Griffith. Acho admirável jornalistas que se arriscam em zonas de conflito. 


Jay Bahadur tornou-se um grande especialista sobre a Somália e passou a ir com regularidade a países do continente africano.

Beijos,'
Pedrita