Assisti
Através do Espelho no
Tucarena. O texto é de
Ingmar Bergman e a direção de
Ulisses Cruz. Eu queria muito ver esse espetáculo, já tinha lido a respeito e visto uma entrevista instigante com a
Gabriela Duarte no
Blog do Dirceu. Eu adoro os três atores,
Gabriela Duarte, Nelson Baskerville e
Marcos Suchara. Eu não conhecia o trabalho do
Lucas Lentini. Todos excelentes.
Foto de
Jairo Goldflus
Eu tinha visto esse filme e quando vi que tinha a peça quis ver. Demorei bastante, por sorte a peça tem voltado a ter temporadas. Eu adoro o trabalho do Ulisses Cruz e está incrível a direção dele, gostei de tudo, cenários de Lu Bueno, iluminação de Domingos Quintiliano e figurinos de Cassio Brasil. Esse texto é muito atual, denso e complexo, não é fácil interpretá-lo. Todos estão brilhantes.
Fotos coloridas de João Caldas
Esse texto é muito feminino. Uma mulher atormentada viaja com a família para uma casa de veraneio na praia. Ela é muito bem casada com um médico, seu pai é um escritor ausente, seu irmão tem 16 anos.
Aos poucos ficamos sabendo que ela tem uma doença, que as crises tem se intensificado, que ela ficou internada antes das férias. O que mais me surpreende nesse texto, é abrangência de temas. A questão da loucura, quem é realmente louco neste núcleo. A relação dessa mulher com o pai e o irmão é no mínimo estranha. Os silêncios, as ausências. Fiquei muito impressionada quando a protagonista diz ao marido que a atenção dele soa falsa. E realmente dá essa sensação. Ela depois fala mais abertamente com o irmão. Claro, ela diz que não conversa com o marido sobre as vozes, ela não sente liberdade para se abrir com ele. Mas é perceptível que ele não age naturalmente com ela. É sempre muito solícito, muito dedicado, mas parece realmente muito mais uma relação de médico e paciente do que de marido e mulher. Belíssimo e complexo texto. Permite muitas leituras.
Beijos,
Pedrita