sexta-feira, 6 de junho de 2025

Assassinos da Lua das Flores

Assisti Assassinos da Lua das Flores (2023) de Martin Scorsese na AppleTV. É baseado na trilogia do jornalista Davi Grann sobre a série de assassinatos, principalmente de indígenas Osage. Leonardo DiCaprio e Lily Gladstone arrasam, e como ela é linda! Faz tempo que comecei a ver. Só agora que a ClaroTV fez uma confusão danada pra trocar um equipamento que quebrou é que passei a ter esse canal. Agora tenho Claro Box sem querer, tenho acesso a quatro canais  de streaming "gratuitos" com anúncios que ainda não me incomodaram. E o preço da tv a cabo diminuiu muito, R$ 100,00 a menos. 
No século 19, os Osage foram alocados para uma reserva indígena. E lá apareceu petróleo e eles enriqueceram. Bons partidos, agora começam a casar com brancos até que começam a ser assassinados em série. No filme, Robert De Niro é o tio, ele se coloca como protetor dos Osage, mas manipula a tudo e a todos para ir ficando com as terras deles. Ele é tio de fato do personagem do DiCaprio e promove o casamento com a bela Osage, que personagem. Ele a ama de fato, mas o tio vive convencendo ele a contratar matadores para os familiares da esposa. É revoltante como ele vai fazendo tudo o que o tio quer, mesmo que isso faça muito mal a sua amada esposa.
Os Osages ficam revoltados e seguem para Washington para exigir providências. O caso chama a atenção do FBI e de J. Edgar Hoover que envia uma equipe para as investigações. Tem o filme J. Edgar e DiCaprio o interpreta. O filme é quase uma série, mais de três horas, 3h26 ao todo. Incrivelmente bem realizado, uma verdadeira obra-prima. Cenários, figurinos, elenco, fotografia, edição, é impecável!

O elenco é extenso: Jesse Plemons, Tantoo Cardinal, Cara Jade Myers, Jillian Dion, William Belleau, Louis Calcemi, John Lithgow, Tatanka Means e Brendan Fraser.
Beijos,

Pedrita

terça-feira, 3 de junho de 2025

Libertárias

Assisti a série Libertárias - Mulheres Inspiradores na História do Brasil (2024) da Kinopus do Curta on no Canal Curta! Me falaram desse projeto e fiquei ansiosa pra ver. Os 8 episódios contam trajetórias de mulheres que foram apagadas da história. 

O primeiro episódio é sobre Dandara, guerreira do Quilombo dos Palmares no século 17. Como essas histórias passavam pela oralidade, há muitas dúvidas. Às vezes uma mulher unificava o que foi feito por um grupo de mulheres. Ela acabava sintetizando o que várias faziam. Esse é cortesia do Curta On. Eu achei um no Canal Curta!, fui colocar pra gravar e vi que era possível clicar em gravar todos os episódios, então aos poucos todos foram aparecendo nas gravações e consegui ver todos, em geral fora de ordem. O formato traz uma atriz interpretando a protagonista como uma peça de teatro e historiadores variados falam sobre a sua vida, pesquisas, dúvidas, já que há poucos registros. Algo bem interessante é que várias não se sabe a aparência. Dandara foi interpretada por Thainara Pereira. Falaram sobre ela Amanda Crispim, Marilea de Almeida, Salomão Jovino e Stella Franco.
O segundo episódio foi sobre Maria Felipa de Oliveira que no século 19 lutou pela Independência do Brasil na Bahia contra os colonizadores portugueses. Ela e outras mulheres passavam informações sobre a chegada de portugueses. Se espalhavam pela ilha de Itaparica e espionavam. Também atacavam. Elas usavam o que tinham como urtiga, incendiavam embarcações. Maria Felipa foi interpretada por Luli.
O terceiro episódio retrata Tia Ciata, Hilária Batista de Almeida interpretada por Edna Aguiar. Baiana, ela vai se estabelecer na Pequena África no Rio de Janeiro na época que a capoeira e outros ritos africanos eram proibidos. Na Pequena África, as tias como se chamavam, acabavam agregando núcleos de difusão cultural afro na comida, música, dança, costumes e religião. Tia Ciata trouxe a influência musical da Bahia, que se fundiu com os ritmos banto dos descendentes do Rio de Janeiro, gerando o samba. Várias mulheres eram chamadas de tia porque abrigavam quem chegava. Tia Ciata foi subindo na religião até chegar a Mãe de Santo. A ela é atribuída a composição de Pelo Telefone. Inicialmente as músicas eram feitas coletivamente, só quando precisaram ser registradas é que surgiram nomes de compositores específicos, não mais o coletivo, mesmo sendo de vários.

O quarto episódio é sobre Filipa de Sousa (1556-1600). Eu só soube que a inquisição veio ao Brasil  no filme As Órfãs da Rainha.  Quando a inquisição estava no Brasil duas mulheres confessaram ter relações com Filipa, que foi chamada para ser interrogada. Ela confessou ter tido relações com 8 mulheres, mas ela foi orientada antes negar que teve penetração porque isso impedia dela ser queimada na fogueira. Segundo a regra da época, sodomia só levava a fogueira se tivesse penetração. Em todos os depoimentos ela sempre diz que sim, teve relações com 8 mulheres, mas sem penetração. Com isso conseguiu fugir da execução na fogueira em Portugal. Após as condenações, eles seguiam do Brasil para Portugal, para serem queimados na fogueira em Portugal. Filipa não foi morta. Ela foi apedrejada no Brasil e teve que ficar em frente a uma igreja de pé confessando os seus pecados. Depois foi degredada para o continente africano e não se soube mais dela. Os historiadores mostram o contrassenso da inquisição, que na tentativa de coibir a sodomia, registrava todos os depoimentos, deixando os relatos para a história. Simone Iliescu que interpretou Filipa.
O quinto episódio foi sobre Clara Camarão, indígena que lutou com os colonizadores contra a invasão dos holandeses. A série mostra que várias mulheres foram guerreiras em conflitos. Ludimila D´Angelis interpreta Clara Camarão.
O sexto traz Maria Quitéria de Jesus que se vestiu de homem para lutar pela Independência do Brasil no Batalhão dos Periquitos na Bahia. Seu pai descobriu e foi buscá-la, mas seus superiores não deixaram ele levá-la. Ela era exímia atiradora e faria falta no batalhão. Desde pequena na fazenda ela caçava. Ela é inclusive promovida. Mas pedem que façam para ela uma saia para colocar em cima da farda. Maria Quitéria foi interpretada por Maria Palma.
O sétimo é sobre a escritora Narcisa Amália. Inclusive a autora finalmente vai estar com uma obra na obrigatoriedade de livros para a Fuvest. Ela trabalhou como jornalista. Julia Ianina fez Narcisa.

O último foi com Esther Góes que interpretou Leolinda Daltro, sufragista, lutou pelo voto feminino. Também foi indigenista. Amei a série, de conhecer um pouco mais da história do Brasil e dessas mulheres libertárias. Belo trabalho!



Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Aftersun

Assisti Aftersun (2022) de Charlltte Wells na Netflix. Novamente Miguel Barbieri indicou um filme no seu instagram. Esse estava na lista de filmes para se emocionar. É muito bonito e delicado!

Um pai e uma filha viajam para a Turquia no verão. Ele lembrava do  hotel, mas está decadente agora. Em obras, eles tem que conviver com os barulhos. Eles levam uma filmadora e o filme começa ela filmando o pai no quarto. Ela tem 11 anos. O filme é muito delicado e é filmado no hotel, então eles chegam branquinhos e começam a ficar avermelhados. Não demais porque eles passam protetor, limpam a pele à noite, mas é engraçadinho como a cor dos dois vai mudando com o tempo. Tem a praia perto, eles vão de vez em quando, mas a maior parte do tempo ficam na piscina. Os hóspedes do hotel também.
A relação dos dois é muito bonita. Uma graça Frankie Corio e Paul Mascal. Acompanhamos esses dias, as conversas, os momentos de alegria e tédio. O cuidado dele com ela cativa. Ele quer que ela interaja com pré-adolescentes como ela, mas ela acaba interagindo mais com adolescentes mais velhos.

Ele inscreve os dois para alguns passeios de barco, no entorno. Aos poucos percebemos que a situação financeira do pai é precária. Ele fica meio irritado quando ela grava e pergunta como pensava que estaria quando adulto. Ele pede pra ela desligar a câmera. Em poucos momentos, vemos que ele não tem a vida definida e fica sempre deprimido assim que é confrontado pela filha, mesmo que por uma única frase. O filme termina com ela no aeroporto e ele filmando a despedida. Sim, fica subentendido que ele morreu, e sim que foi suicídio, mas não dá pra afirmar, é tudo sutil demais.

Beijos,
Pedrita

domingo, 1 de junho de 2025

Recital do Centro de Música Brasileira

Assisti ao recital do Centro de Música Brasileira na Universidade Presbiteriana Mackenzie em Higienópolis. Primeiro tocou o pianista João Pedro Sigoli que ganhou essa apresentação como prêmio pelo 2º lugar no Concurso de Piano Hotel Toriba 2024. Ele começou com a belíssima Estudo nº 7 de Osvaldo Lacerda. O pianista gosta de repertórios instigantes como as obras de Brasílio Itiberê II e Camargo Guarnieri que interpretou brilhantemente.

Programa

Osvaldo Lacerda: Estudo nº 7 e Ponteio nº 5

Brasílio Itiberê II: Suíte Litúrgica Negra

Camargo Guarnieri: Sonata

Depois tocou o Duo Cerri-Botelho com Sérgio Cerri na flauta e Flávia Botelho ao piano. E que repertório lindo, me emocionei várias vezes. Flávia falou dos dois primeiros compositores. Nelson Salomé nasceu em Minas Gerais e a obra interpretada tem características de choro. Altino Pimenta que é do Pará e a obra tinha elementos do jazz. De Mignone, Cerri disse que ia tocar uma obra que o compositor assinou como Chico Bororó. Era comum compositores eruditos usarem pseudônimos quando suas obras tinham algumas características consideradas populares, linda demais a Céo de Rio Claro. Outro elemento é que o compositor escreveu céu errado propositalmente para se aproximar de pessoas mais simples, outra característica da época. Cerri é de Rio Claro e disse que a cidade é chamada de Cidade Azul pela seu céu. Fiquei curiosa em conhecer a cidade. Eu gosto muito de Poemeto de Osvaldo Lacerda.

Programa

Nelson Salomé: Capão Triste e Clarice

Altino Pimenta: Suíte Funcional (Quase Sonatina, Toada, Swing Valsa e Olympia)

Osvaldo Lacerda: Cinco Variações sobre “Escravos de Jó” (piano solo), Momento Lírico e- Poemeto

Francisco Mignone: Céo de Rio Claro

Marlos Nobre: Desafio nº 9


Beijos,
Pedrita