Eu tinha visto muitas matérias e entrevistas e tinha ficado encantada com detalhes da vida de Irmã Dulce. Incrível ela ter continuado católica depois de tudo o que a igreja aprontou com ela. Como muitas religiões, fizeram um inferno da vida dessa mulher pelas regras de segregação, por falta de caridade, por falta de amor cristão. A igreja católica deve ter vergonha de homenagear a Irmã Dulce depois de tudo o que fizeram, ou pelo menos deveria.
Irmã Dulce era bombardeada de tudo quanto é lado. Quando jovem ela invadiu uma casa abandonada e o prefeito reclamou, exigiu que ela saísse com os doentes, mas não fez nada para ajudar os doentes achando outro lugar. Era a insistência da Irmã Dulce que fazia com que as pessoas ajudassem e dessem um pouco mais. Belíssima história de amor. Quando o Papa veio ao Brasil, não colocaram o nome da Irmã Dulce para estar perto. Foi o filho adotivo e a cidade que pressionou para ela ser convidada. Por sorte esse Papa viu a importância da Irmã Dulce e a visitou mais uma vez depois.
Irmã Dulce foi interpretada brilhantemente por Bianca Comparato e Regina Braga. A Irmã Dulce criança foi interpretada por Sophia Pereira Brachmans. Uma graça o menino que faz o filho adotivo interpretado por Lisandro Eduardo de Castro Oliveira. Ele mais velho foi interpretado por Amariuh Oliveira. Incrível como Irmã Dulce nunca abandonou esse filho, mesmo depois dele entrar pelo crime. Ela nunca desistiu dele, de procurá-lo pelas ruas. De visitá-lo na prisão. Até como mãe ela é um exemplo.
Muitos outros bons atores estão no elenco. Irene Ravache faz uma irmã megera que parecia que tinha vindo do tempo da Inquisição. Luiz Carlos Vasconcelos um padre. O pai por Gracindo Jr. e a mãe por Glória Pires. Elenco incrível com Malu Valle e Zezé Polessa, Ótimas todas as atrizes que fizeram as freiras, Patrícia Oliveira e Zeca de Abreu. O amigo do Acordeon por Edinho Lima e Dudu dos Oito Barcos. O filme é incrivelmente bem realizado, belo esteticamente, corajoso de mostrar uma igreja católica tão pouco acolhedora e tão pouco cristã.
Beijos,
Pedrita