sexta-feira, 18 de outubro de 2019

A Possessão de Hannah Grace

Assisti A Possessão de Hannah Grace (2018) de Diederik Van Rooijen na HBOGo. Que emoção quando descobri que a HBOGo resolveu disponibilizar vários filmes do gênero em comemoração ao Halloween, espero que eu consiga ver todos. Já larguei um que não estava gostando. O Hugo do Cinema Filmes e Seriados também aproveitou a seleção e já viu um, mesmo ele não elogiando, se eu conseguir ver todos, vou arriscar. Como disse pra ele no comentário, eu sou muito pouco seletiva com o gênero que adoro. Vejo qualquer porcaria. Mas esse é bom. No Brasil está como Cadáver e estranhamente eu prefiro o nome que está no Brasil. O diretor é dos países baixos.

O comecinho é uma cena clássica de exorcismo e eu desanimei, achei que ia ser uma cópia do gênero, mas passam-se os anos e o filme ganha um roteiro inteligente e muito interessante de Brian Sieve. Gostei muito como é construída a história da protagonista e a originalidade do contexto. Ela vai a um hospital e consegue um emprego noturno pra trabalhar no necrotério. Entendemos que ela teve algum problema e perdeu o emprego anterior, e isso dificultou uma nova colocação. Uma amiga ajuda e mesmo sendo um trabalho estranho para uma jovem tão bonita, ela sabe que precisa desse tempo sozinha, de estar sozinha em um trabalho. Aos poucos vamos conhecendo mais a fundo a trama dela, e é muito bem construída. Eu gosto muito desses filmes porque eles falam das fragilidades humanas, de comportamentos e pensamentos que escondemos, que dificultam a socialização. Do julgamento e moralismo das outras pessoas.
Uma morta aparece e fatos estranhos começam a acontecer. Interessante também que os primeiros fatos que acontecem não são sobrenaturais, bem consistente o roteiro. Gostei muito da atriz protagonista, Shay Mitchell. O filme é praticamente só ela. Os outros aparecem pontualmente e bem menos. A monstrinha é interpretada por Kirby Johnson. Alguns outros são: Grey Damon, Nick Thune, Louis Herthum e Stana Katic. Muito bem feito o final. Clássica a dúvida se tudo resolveu, muito sutis os comportamentos que deixam dúvida.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

CD 12 Valsas Brasileiras

Ouvi o CD 12 Valsas Brasileiras em Forma de Estudos de Francisco Mignone por Edelton Gloeden. Que belíssimas obras e interpretações. No texto, Gloeden fala que Mignone (1897-1986) compôs pouco para o violão, mas que o número de obras aumentaram quando ele se aproximou do violonista Antonio Carlos Barbosa Lima (1944). É a primeira gravação mundial dessas obras, mesmo elas tendo sido compostas na década de 70.

Eu adoro valsas e são lindas demais. As que mais gostei são as de número 2, 5 e 8, mas todas são muito lindas. O CD pode ser encontrado na lojas virtuais, nos serviços de streaming e no youtube.

Foto de Gal Oppido
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Eu Compartilho. Eu Gosto. Eu Sigo.

Assisti Eu Compartilho. Eu Gosto. Eu Sigo. (2017) de Glenn Gers na HBOGo. Eu estava na dúvida se falava desse filme, é bem mais ou menos. Mas eu gosto de filmes que abordem a tecnologia que avançam muito rapidamente e ainda não há muitos estudos sobre os seus impactos. Sim, esse filme tem um viés meio moralista, mas acaba falando de digitais influencers e das relações humanas pelas máquinas.

Um jovem carismático (Keiynan Lonsdale) vive de postar vídeos e jogar em grupo. Ele tem inúmeros seguidores, é famoso e por isso tem uma regra que não é se aproximar dos fãs. A regra é boa, mas uma fã questiona se ele a põe em prática. Realmente é muito difícil a pessoa não querer se aproximar de quem "convive" diariamente. Um ou outro pode ser, mas a chance de ter curiosidade é grande. Pode funcionar para uma maioria, mas pode ser quebrada.
Uma fã (Emma Horvart) arma uma aproximação fingindo não conhecê-lo. Ela é muito perturbada. Pessoas perturbadas existem em qualquer lugar, então não dá, por moralismo, achar que só aconteceu porque era na internet. O filme mostra o próprio despreparo do policial (Abraham Benrubi). Ele até dá orientações importantes, mas outras nem tanto porque desconhece o sistema. Hoje em dia é muito difícil se afastar totalmente da tecnologia. Tudo está realmente conectado. Dificilmente é possível estudar sem pesquisar nas redes, sem falar com colegas, sem reunir em grupos para discussões. Imagine trabalhar. Muitos realmente não sabem como ajudar alguém com problemas virtuais porque é tudo muito novo. A internet, as redes sociais, hoje são ferramentas que vieram pra ficar, poucas profissões não precisam das redes sociais. Temos necessidade de aprender a lidar com elas e os profissionais que ajudam as pessoas precisam se atualizar também. Com a velocidade que mudam, fica difícil estudá-las.

A perseguição fica cansativa, mas o final tem uma discussão bem interessante, um pouco artificial, mas um bom tema para conversas. Quando o jogador está passando perigo e pedindo ajuda, a luz é cortada. Os jogadores vão beber algo, se divertir com outra coisa, como se nada tivesse acontecido. Bom debater o quanto aquelas pessoas que temos a impressão de conhecer profundamentem de ser nossos amigos, não se sentem verdadeiramente ligadas a nós na vida real. Mesmo que um pouco artificial, é bom abrir o debate do quanto são realmente os nossos amigos as pessoas que nos relacionamos somente nas redes sociais.
Beijos,
Pedrita

domingo, 13 de outubro de 2019

Mao - A História Desconhecida

Terminei de ler Mao - A História Desconhecida (2005) de Jung Chang e Jon Halliday da Companhia das Letras. Eu queria muito ler esse livro quando foi lançado mas o preço era muito salgado, com motivo, é uma belíssima edição com 954 páginas, fotos em preto e branco, capa dura. Fiquei eufórica quando achei recentemente em um sebo com preço bem mais acessível. Atualmente é muito difícil achar essa edição, a outra com capa mole é mais achada.

A foto está com o marcador de páginas que é da Estação Liberdade.


Quando eu li Cisnes Selvagens de Jung Chang, passei a querer ler essa biografia. Jung Chang é chinesa, seu pai apoiou Mao Tsé Tung até ser preso e a autora ser enviada para os campos de arroz. Ela conheceu portanto a cidade que apoiava Mao e os campos. Independente do que conhece por ter vivido, ela e o autor inglês fizeram uma intensa pesquisa, entrevistaram inúmeras  pessoas como Dalai Lama, Kissinger, muitos chineses na China e fora dela, há muitas páginas com registros biográficos, de inúmeros livros consultados. A biografia ficou entre os livros mais lidos e tornou-se um best-seller. Fico pensando quantas pessoas realmente leram todas as suas páginas. Essa edição mesmo que comprei parece que foi lida, mas não em toda a sua totalidade. Por ser um livro muito extenso ele acaba ficando marcado pelo manuseio. Eu mesma levei muito tempo para ler, primeiro pelo tamanho, mas também porque não é uma leitura fácil, muitas guerras, violência, tortura.

Foto da Segunda Guerra Mundial

Era época da Segunda Guerra Mundial, primeiro Stalin apoiava Hitler, depois o outro lado. Eu não tinha ideia que Mao não era um líder como Hitler, não era carismático, nem tinha inúmeros seguidores. Ele era um dos líderes que tentavam tirar a China do poder minoritário.
Tinham vários líderes. Inicialmente ele ficou com o grupo nacionalista e depois com os comunistas, nacionalistas e comunistas querem a derrubada do poder da época. Mao era muito inteligente, quando ele achava que uma função não era para ele, ele sabia escolher muito bem quem ia realizar o trabalho. Grande estrategista, ele foi aumentando o seu exército, ganhando visibilidade. Mao ganhava poder pelo medo, tortura e violência. Era uma época onde os líderes do mundo todo queriam expandir território, queriam estar entre as superpotências. Era costume querer dominar países e aumentar suas potências. Rússia, Estados Unidos e China estavam sempre em guerra para tomar o poder em países. Fico imaginando como deve ser terrível viver em um país sempre em guerra, dentro a civil e fora com outros países.  Toda a guerra leva a torturas, escassez, violência e falta de tudo, inclusive alimentos. São décadas e décadas de conflitos.
Foto de Mao Tsé-Tung e sua esposa Jiang Qing

Por ser um livro escrito por uma mulher, a autora ressalta bastante as mulheres de Mao, que teve várias. A mais conhecida é a temida Madame Mao, Jiang Qing, sua última esposa, que ficou a frente da Revolução Cultural e era muito cruel. A autora relata que na década de 70 acharam nas paredes da casa da primeira esposa de Mao poemas e cartas que ela escreveu ao líder sem enviar. Na longa marcha uma de suas esposas caminhou grávida, teve o filho e o deixou pelo caminho. Não que tenha deixado com tudo certo, nem sabia se o filho tinha sobrevivido e com quem tinha ficado. Eu não sabia que a União Soviética pegava filhos de líderes comunistas e os treinava, vários sequestrando-os. Usava-os como negociação com os líderes comunistas dos outros países. 


Beijos,
Pedrita