sexta-feira, 28 de março de 2008

Xeque-Mate


Assisti Xeque-Mate (2006) de Paul McGuigan no Telecine Premium. Fui assistir meio às escuras e sem opções. Vi que era com um bom elenco, resolvi arriscar e foi uma grata surpresa. É muito boa a construção de trama, muito original. O roteiro de Jason Smilovic é bem tradicional, mas o estilo de edição de Andrew Hulme torna o filme muito criativo e intrincado.

Demoramos para compreender Xeque-Mate e é aí que está todo o charme do filme. Há dois rivais. O pacto é quebrado com a morte do filho de um deles e um rapaz é contratado para eliminar o filho do outro. O elenco é ótimo. Os dois jovens são muito bonitos Josh Hartnett e Lucy Liu. Gostei muito do desempenho do Hartnett.
Os dois rivais são os ótimos Morgan Freeman e Ben Kingsley. Ainda completa o elenco principal o Bruce Willis.

Música do post: Going To Kansas City


Going To Kansas Ci...

Beijos, Pedrita

quinta-feira, 27 de março de 2008

As Ondas

Terminei de ler As Ondas (1931) de Virgínia Woolf. É um dos meus escritores preferidos e queria muito ler esse livro, mas não me lembrava que tinha presenteado minha irmã com ele e que poderia depois pegar emprestado. É simplesmente maravilhoso! Agora compreendo porque Virgínia Woolf se disse estafada ao terminá-lo e se refugiou no campo para descansar. O obra é construída em diálogos, como pensamentos, onde as ações se passam como se fossem conversas. Não chego a ser uma estudiosa de sua obra, mas acho magnífico o estilo de narrativa de Virgínia Woolf e em As Ondas é muito peculiar.

Obra Sea Study de Adrian Scott Stokes
Os personagens passam pela vida em ondas. A cada fase, o estilo de pensamento é condizente com a idade. Começa na infância e os olhares são tipicamente infantis, o que observam são o que descobrem. Na juventude com preocupações de afirmação em grupo, das conquistas.

Obra Brimham Rock (1937) de Graham Sutherland
Nós percebemos o passar do tempo só pelos pensamentos em diálogos dos personagens. Há um momento que falam de trabalho, filhos e casamento. Por último claro, a maturidade, onde os pensamentos começam a ser mais densos, existenciais e profundos. É uma obra simplesmente magnífica! Para ler e se deixar levar pelos pensamentos e sentimentos.
Obra Women's Canteen at Phoenix Works de Flora Lion
Trechos de As Ondas:
“O sol ainda não nascera.O mar se distinguia do céu, exceto por estar um pouco encrespado, como um tecido que se enrugasse.”

“As histórias que perseguem as pessoas até seus quartos de dormir são difíceis.”


“Vou até a prateleira. Se escolho, leio meio página de qualquer coisa. Não preciso falar. Mas escuto. Estou maravilhosamente alerta. Certamente não se pode ler sem esforço esse poema. Muitas vezes a página está decomposta e manchada de lama, rasgada e grudada por folhas fanadas, fragmentos de verbena ou gerânio. Para ler esse poema é preciso ter miríades de olhos, como um daqueles faróis que giram sobre as águas agitadas do Atlântico à meia-noite, quando talvez somente uma réstia de algas marinhas fende a superfície, ou subitamente as ondas se escancaram e delas emerge algum monstro. É preciso pôr de lado antipatias e ciúmes, e não interromper. É preciso ter paciência e infinito cuidado e deixar também que se desdobre o tênue som, seja o das delicadas patas de uma aranha sobre uma folha, seja o da risadinha das águas em alguma insignificante torneira. Nada deve ser rejeitado por medo ou horror. O poeta que escreveu essa página (que leio em meio a pessoas falando) desviou-se. Não há vírgula nem ponto-e-vírgula. Os versos não seguem a extensão adequada. Muita coisa é puro contra-senso. É preciso ser cético, mas lançar ao vento a prudência, e, quando a porta se abrir, aceitar resolutamente. Também, por vezes, chorar; também cortar implacavelmente com um talho de lâmina a fuligem, a casca e duras excreções de toda a sorte. E assim (enquanto falam) baixar nossa rede mais e mais fundo, e mergulhá-la docemente e trazer à superfície o que ele disse e o que ela disse, e fazer poesia.”
Todas as telas são de pintores ingleses do período do livro.
Música do post: Vaughan Williams- Stadsknapenkoor-Gorcum_MC1994_09_O-taste-and-see PART-I
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 25 de março de 2008

Vídeo Show


Semana passada o Vídeo Show da TV Globo completou 25 anos. A semana toda fizeram especiais sobre o programa e foi muito bacana ver quadros antigos, o Falha Nossa de vários anos e modalidades. No Vídeo Game participaram todas que estiveram no programa na apresentação e em entrevistas. Eu adoro esse programa, sempre tive curiosidade de conhecer bastidores de programas, novelas, a concepção das novas novelas, elenco.

Nem me lembrava de algumas brincadeiras que fizeram no passado, como essa da foto, foi muito divertido relembrar. No Vídeo Game, Renata Ceribelli lembrou que sentia falta do quadro O Túnel do Tempo que era também um dos meus preferidos. Adorava ver clipes antigos do Fantástico. Gosto muito também de saber antigos papéis dos atores, como começaram.

Em uma matéria mostraram como o Hans Donner faz as aberturas de novelas, em que momento a tecnologia avançava e passava a interferir no resultado. Muito bacana!
O Vídeo Show criou um site para a comemoração dos 25 anos e há várias fotos dos programas especiais no site.

Música do post: Mistérios da Meia Noite - Zé Ramalho
Zé Ramalho - Roque...



Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 24 de março de 2008

Pequena Miss Sunshine

Assisti Pequena Miss Sunshine (2006) de Jonathan Dayton e Valerie Faris no Telecine Premium. Sempre quis ver esse filme pelos elogios que recebeu e é uma graça! Minha mãe não gostou muito. Fala muito da infelicidade das pessoas, do desentendimento entre elas, da falta de diálogos, de solidão e da falta de sonhos na vida das pessoas. Muitos parecem sonhar em Pequena Miss Sunshine, mas é mais um delírio, sem bases reais, delírios de sonhadores sem análises de objetivos. Até mesmo o pai da família busca na auto-ajuda e nas respostas "fáceis" uma solução para o seu fracasso, mas não pensa em procurar um emprego e ajudar sua esposa no sustento da família. Acredita realmente que os seus delírios de soluções fáceis irão torná-lo, naquela altura da vida, um vencedor em um piscar de olhos. Típica fórmula fácil de resultado nulo do mundo moderno e do estilo de vida do americano.

O que mais me surpreendeu é que a criança é a única mais lúcida dentro daquilo tudo. Ela é criança, apesar da maioria das meninas do concurso que ela vai participar não serem mais. Ela vive a realidade clara de uma criança, os raciocínios típicos de uma menina que não atropela a infância, que não se torna uma aberração de adulto antes do tempo. E a atriz Abigail Breslin é realmente muito fofa.
O elenco é muito bom, Paul Dano está muito bem, já tinha gostado muito desse ator em Sangue Negro. Gosto bastante também de Steve Carell. Outros são: Toni Collette, Greg Kinnear e Alan Arkin.

Adorei que eles viajam em uma kombi e tive momentos de saudosismo. Meu pai tinha uma, verde clara, o nome dela era Paulistinha, e fizemos várias viagens nela com a família. Era muito divertido!

No final fica claro o quanto a família era desconectada e como viviam cada um em seus processos. Eles nem tinham idéia do que o avô tinha escolhido para a menina dançar tal o distanciamento e a alienação de todos.

Pequena Miss Sunshine ganhou 2 Oscars, Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin) e Melhor Roteiro Original. 4 prêmios no Independent Spirit Awards, Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin) e Melhor Roteiro de Estréia. 2 prêmios no BAFTA de Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin) e Melhor Roteiro Original. César de Melhor Filme Estrangeiro. Prêmio do Público, no Festival de San Sebastián. Prêmio Especial, no Festival de Deauville, Prêmio do Público, no Festival de Estocolmo e os prêmios de Melhor Diretor, Melhor Atriz (Abigail Breslin) e do Público, no Festival de Tóquio.

Música do post e do filme: DeVotchKa - The Winner Is


DeVotchKa - The Wi...




Beijos,
Pedrita