sábado, 12 de julho de 2008

Os Três Mosqueteiros

Terminei de ler Os Três Mosqueteiros (1844) de Alexandre Dumas, pai. Eu comprei em um sebo por R$ 10,00 daquelas coleção de capa vermelha da Editora Abril, não é a edição dessa foto. Esse livro é facilmente encontrado em livrarias e em sebos também. Logo que ia começar pensei: "Nossa, vou demorar pra ler", já que Os Três Mosqueteiros é um livro extenso, com letras pequenas. Mas como me enganei! Li rápido para o tamanho do livro. Eu só queria ler e devorar suas páginas. Foi interessante eu ver claramente cenas do filme em minha mente nas páginas que lia, já que vi uma edição mais nova do filme há muitos anos e uma única vez.

Obra Mère et son enfant se reposant (1770) de François Boucher

Nosso protagonista D'Artagnan quer ser um mosqueteiro. Ele leva uma carta a um amigo de sua família para ingressar nos estudos. Claro que tudo acontece e se complica, ainda mais no início quando ele marca um duelo com cada um dos três mosqueteiros no mesmo dia. O texto é claramente romântico. Com frases enormes de nobres em profundas declarações de amor.


Estátua do D´Artagnan

Eu não sabia que D'Artagnan foi inspirado em uma pessoa que realmente existiu. Todo o pano de fundo de Os Três Mosqueteiros remete aos conflitos da França e Inglaterra.

Nessa edição de Os Três Mosqueteiros que li há notas explicativas:

“D´Artagnan não é apenas uma personagem de ficção, inventada por Alexandre Dumas, como poderíamos supor. Para criar o seu tão famoso herói, baseou-se o autor na vida e nos feitos de Charles de Batz Castelmore, quinto filho de Bertrand de Batz e Françoise de Montesquieu, nascido em 1620 no castelo de Castelmore, na comuna de Lupiac, que mais tarde acrescentou aos dois nomes o de d´Artagnan, domínio pertencente à família de sua mãe... Para escrever o seu livro, Alexandre Dumas inspirou-se, sobretudo, nas Memórias de Sr. D´Artagnan, publicadas por Courtilz de Sandras.”

Obra (1812) de Jean-Auguste-Dominique Ingres

Eu achei vários trechos interessantes como de um que dizia: “Ai de mim! – suspirou Bazin – Bem o sei senhor; tudo está de pernas para o ar no mundo de hoje”. E sobre o quanto é tolo usarmos essa expressão. É uma frase envelhecida, sem fundamento, de pessoas que não conseguem viver o hoje plenamente e se remetem a um passado onde eram felizes e confundem isso com a mudança dos tempos. Período em que conseguiam viver intensamente sem a mediocridade que passaram a viver no futuro. Notem que esse livro foi publicado em 1844 e alguém já tinha essa frase envelhecida entre o seu repertório.
Selecionei também outras frases que remetem claramente ao romantismo.


Obra A execução de Lady Jane Grey (1833) de Paul Delaroche

Trechos de Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas, pai:

“Na primeira segunda-feira do mês de abril de 1625, a vila de Meung onde nasceu o autor do Romance da Rosa, parecia encontrar-se numa revolução tão completa como se os huguenotes lá tivessem ido fazer uma segunda Rochela.”

“Mas também nunca dissestes que não me amáveis; e, com efeito, dizer-me tais palavras seria da parte de Vossa Majestade a maior das ingratidões. Pois, dizei-me, onde encontrareis um amor semelhante ao meu, um amor que nem o tempo, nem a ausência, nem o desespero lograram extinguir; um amor que se contenta com uma fita que caiu, um olhar perdido, uma palavra solta?”

“Mas, no meio de tudo isso, também observou que ninguém respondia às galanterias de Porthos. Eram apenas quimeras e ilusões. Mas, para um amor verdadeiro, para um ciúme real, haverá outra realidade além de quimeras e ilusões?

“Os versos estavam longe de ser excelentes; mas como se sabe, os protestantes não se presumiam de poetas.”

Todas as telas são de pintores franceses próximos a época da edição do livro. O compositor também é francês do mesmo período.

Música do post: 05_Gounod_Fausto_1acto_2parte

05_Gounod_Fausto_1...

Beijos,

Pedrita

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Alatriste

Assisti Alatriste (2006) de Agustín Díaz Yanes no Telecine Cult. Uma co-produção entre Espanha, França e Estados Unidos. O 007 disse que tinha visto há um tempo o cartaz desse filme no cinema e que dizia breve. Ele aguardou ansiosamente, mas o breve nunca chegou. Ele levou um susto quando descobriu o filme na grade de programação do Telecine. Ele não deve ter visto já que tem acompanhado Pantanal e pediu que eu visse que outro dia ia passar. Nesse mês não vai mais passar. O Telecine tem disso. Eles volte e meia passam filmes recentes e raros, às vezes uma única vez. Acho que eles conseguem algum acordo, mas não conseguem autorização para colocar mais vezes. Deve ser algo referente ao custo dos direitos autorais. Esse filme é maravilhoso! Vejam se em agosto ele passa de novo! Eu li que esse filme foi lançado diretamente em vídeo no Brasil, mas não sei se deve ser fácil de encontrar. As cenas de lutas são impecáveis. O roteiro é baseado na obra de Arturo Pérez-Reverte e sim é o Viggo Mortensen o nosso protagonista Alatriste.

Por uma coincidência o filme é do mesmo período do livro que estou lendo, Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas e devo terminar em breve, século XVII, e com alguns personagens históricos em comum. Alatriste começa por volta de 1600, 100 anos depois do Descobrimento do Brasil. A Espanha praticamente domina a Europa, mas está sempre em conflito. Começa com nosso bravo soldado Alatriste em Flandres, lutando dentro d´água e com muita neblina. Um soldado amigo seu morre e fala para que Alatriste cuide de seu filho Diego. Alatriste é um bravo soldado da Espanha. O filme mostra armações de poder da igreja, dos reis pela luta do poder e os soldados se tornam manobras dessa tirania.


Há atrizes lindas interpretando as poucas mulheres que aparecem no filme e são interpretadas por Ariadna Gil e Elena Anaya.

O menino adotado por Alatriste, quando é jovem é interpretado por Unax Ugalde.

O elenco é bastante extenso e com grandes atores, alguns são: Javier Cámara, Enrico Lo Verso, Juan Echanove, Javier Mejía e Blanca Portillo.

Alatriste tem muitas lutas de uma época insensata e desumana. É um filme bastante violento e impecável. Ganhou 3 Goyas de Melhor Figurino, Melhor Direção de Arte e Melhor Desenho de Produção. A trilha sonora de Roque Baños é muito bonita.

Youtube: alatriste trailer 5



Beijos, Pedrita

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sal de Prata

Assisti Sal de Prata (2005) de Carlos Gerbase no Canal Brasil. Queria muito ver esse filme e as chamadas eram muito interessantes. Gosto muito do elenco! Mas não gostei muito da colcha de retalhos do roteiro. O roteiro foi inicialmente chamado de Roteiros Encontrados Num Computador e foi selecionado para participar de oficina do Sundance Institute. Há vários clichês e algumas colagens são de mal gosto. Há colagens de técnicas diferentes de cinema e algumas com belíssima fotografia. Sal de Prata é mais significativo como um estudo de cinema do que como um filme para o público.

Sal de Prata tem uma relação forte com a música, principalmente a música clássica. Uma orquestra é regida pelo maestro Tiago Flores. Logo no início lemos Andante na tela, então achei que o filme ia seguir os movimentos musicais, portanto aquele momento parado inicial era proposital. Mas Sal de Prata se arrasta o filme todo. Mesmo quando aparece Allegro na tela.
Eu gosto bastante do elenco: Maria Fernanda Cândido está muito bem. Alguns outros são: Camila Pitanga, Marcos Breda e Bruno Garcia.


Música do post: La Corda D'Oro ~primo passo~ - Third Selection Hino Kahoko~Tchaikovsky: Mélodie in E-flat major, Op.42 No.3~
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Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Noites de Amor, Dias de Confusão


Assisti Noites de Amor, Dias de Confusão (1968) de Melvin Frank no Telecine Cult. Vejam no pôster o nome original. Tomo sempre o cuidado de colocar os pôsteres no nome original já que muitas vezes há uma viagem na escolha do nome no Brasil. Esse é um caso típico. Amei esse filme! É delicioso! A protagonista é a bela Gina Lollobrigida! Ela mora em uma cidade italiana por onde passaram os soldados americanos na Segunda Guerra. Ela tinha então 16 anos e a cada soldado que passou uns dias em sua casa teve um romance. Três ao todo. Ela fica grávida, escreve aos três, já que não sabe qual deles é o pai e passa a receber por 20 anos cheques deles para a sua filha.

Para que ela não fosse discriminada em sua cidade, ela inventa um oficial que morreu em combate, com nome de uma sopa, Campbell. Buona Sera, Mrs. Campbell começa 20 anos depois quando esses três oficiais resolvem aceitar a homenagem e voltar a cidade com suas famílias e todos querem conhecer sua filha. Imaginem a confusão! É uma graça de filme. Os oficiais são ótimos atores: Phil Silvers, Telly Savalas e Peter Lawford. Ainda estão no elenco: Janet Margolin, Naomi Stevens, Shelley Winters, Marian McCargo


Música do post e do filme: Marino Marini - Buona sera signorina
Marino Marini - Bu...



Beijos,
Pedrita