Nosso protagonista D'Artagnan quer ser um mosqueteiro. Ele leva uma carta a um amigo de sua família para ingressar nos estudos. Claro que tudo acontece e se complica, ainda mais no início quando ele marca um duelo com cada um dos três mosqueteiros no mesmo dia. O texto é claramente romântico. Com frases enormes de nobres em profundas declarações de amor.
Estátua do D´Artagnan
Eu não sabia que D'Artagnan foi inspirado em uma pessoa que realmente existiu. Todo o pano de fundo de Os Três Mosqueteiros remete aos conflitos da França e Inglaterra.
Nessa edição de Os Três Mosqueteiros que li há notas explicativas:
“D´Artagnan não é apenas uma personagem de ficção, inventada por Alexandre Dumas, como poderíamos supor. Para criar o seu tão famoso herói, baseou-se o autor na vida e nos feitos de Charles de Batz Castelmore, quinto filho de Bertrand de Batz e Françoise de Montesquieu, nascido em 1620 no castelo de Castelmore, na comuna de Lupiac, que mais tarde acrescentou aos dois nomes o de d´Artagnan, domínio pertencente à família de sua mãe... Para escrever o seu livro, Alexandre Dumas inspirou-se, sobretudo, nas Memórias de Sr. D´Artagnan, publicadas por Courtilz de Sandras.”
Eu achei vários trechos interessantes como de um que dizia: “Ai de mim! – suspirou Bazin – Bem o sei senhor; tudo está de pernas para o ar no mundo de hoje”. E sobre o quanto é tolo usarmos essa expressão. É uma frase envelhecida, sem fundamento, de pessoas que não conseguem viver o hoje plenamente e se remetem a um passado onde eram felizes e confundem isso com a mudança dos tempos. Período em que conseguiam viver intensamente sem a mediocridade que passaram a viver no futuro. Notem que esse livro foi publicado em 1844 e alguém já tinha essa frase envelhecida entre o seu repertório.
Selecionei também outras frases que remetem claramente ao romantismo.
Obra A execução de Lady Jane Grey (1833) de Paul Delaroche
Trechos de Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas, pai:
“Na primeira segunda-feira do mês de abril de 1625, a vila de Meung onde nasceu o autor do Romance da Rosa, parecia encontrar-se numa revolução tão completa como se os huguenotes lá tivessem ido fazer uma segunda Rochela.”
“Mas também nunca dissestes que não me amáveis; e, com efeito, dizer-me tais palavras seria da parte de Vossa Majestade a maior das ingratidões. Pois, dizei-me, onde encontrareis um amor semelhante ao meu, um amor que nem o tempo, nem a ausência, nem o desespero lograram extinguir; um amor que se contenta com uma fita que caiu, um olhar perdido, uma palavra solta?”
“Mas, no meio de tudo isso, também observou que ninguém respondia às galanterias de Porthos. Eram apenas quimeras e ilusões. Mas, para um amor verdadeiro, para um ciúme real, haverá outra realidade além de quimeras e ilusões?
“Os versos estavam longe de ser excelentes; mas como se sabe, os protestantes não se presumiam de poetas.”
Todas as telas são de pintores franceses próximos a época da edição do livro. O compositor também é francês do mesmo período.
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