sábado, 24 de agosto de 2019

Arranha-céu

Assisti Arranha-céu (2015) de Ben Wheatley no TelecinePlay. Fiquei um tempão tentando descobrir  no que já existia, um filme pra ver. Esse pôster e o nome no Brasil, No Topo do Poder sempre me desanimaram, mas resolvi arriscar e que filme genial! Perde um pouco o prumo, ou sai completamente do prumo no final, mas é interessantíssimo! É baseado no roteiro de J. G. Ballard.

O protagonista muda-se para um Arranha-céu, ele vai morar bem no alto e é interpretado genialmente por Tom Hiddleston. O autor cria a sociedade de castas no Arranha-céu. No topo, o arquiteto que construiu o projeto interpretado por Jeremy Irons, podre de rico tem todos os luxos e excentricidades de quem não sabe o que fazer com tanto dinheiro, sua esposa também, Keeley Waves.

O protagonista é rico também, então mora no 20º andar. Ele utiliza o supermercado do 15º andar, destinado aos ricos. Quanto mais para baixo, mais pobres são os moradores. Os problemas no prédio começam, primeiro com constantes faltas de luz, depois de água.

Cada grupo social faz sua própria festa. Com a falta de luz as festas vão perdendo o controle. Tudo vai perdendo o controle. na verdade. A surrealidade do filme é desconcertante. O elenco é enorme. Um ator (Luke Evans) é o bode expiatório, tudo de ruim que acontece é atribuído a ele, é fato que ele promove vários dos conflitos, mas as atrocidades são realizadas por muitos, pra não dizer, por todos.

Elisabeth Moss está no elenco. Dá muita agonia ela bebendo e fumando muito com o barrigão do seu terceiro filho. E andando com seus filhos no meio dos escombros. Todos fumam e bebem demasiadamente. Uma graça o garotinho que faz o filho da personagem da Sienna Miller, Louis Suc. Na verdade são muitas crianças no meio daquela balbúrdia e animais também, bem angustiante. Alguns outros do elenco são: James Purefoy, Peter Ferdinando, Sienna Guillory, Stacy Martin e Bill Patterson.



Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Invocadxs

Assisti a peça infantil Invocadxs da República Ativa de Teatro no Teatro Alfredo Mesquita. Que genial! O espetáculo busca ampliar o diálogo sobre educação, professores, família e alunos. A direção é de Marcelo Soler. E o elenco é formado por Leandro Ivo, Rodrigo Palmieri, Thiago Ubaldo e Vivi Gonçalves. Com o aumento da tecnologia, as árduas jornadas de trabalho dos professores e familiares, as crianças tem mais dificuldade de compreender o mundo em que vivem.

As fotos são de Fernanda Oliveira
A peça mostra também a dificuldade dos professores de lidar com esse novo modelo, tudo parece defasado, desatualizado, dificultando a comunicação. A distância entre professores e alunos parece só aumentar, sem falar na sobrecarga deles nesses tempos atuais.

Muito interessante que todas as conversas são debaixo pra cima. A montagem utilizou o recurso de colocar vozes vindas praticamente do além pra conversar inicialmente com os alunos. Mas os professores passam pelo menos processo quando vão falar com o diretor, e o diretor com os seus superiores. Sempre de cima pra baixo, de modo autoritário. Os alunos resolvem montar uma banda, a Invocadxs. Além de ótimos momentos, de risadas, a peça me emocionou demais.

Eu gosto muito da República Ativa de Teatro. Eles criam peças para pensar, para promover o diálogo. Essa peça integra o projeto Sonhos em Tempos de Guerra que vão realizar vários espetáculos sempre com temas atuais para provocar conversas. E ainda transitam em escolas. Invocadxs fica em cartaz até 8 de setembro no Teatro Alfredo Mesquita e o mais incrível, é de graça.

O vídeo não é desse espetáculo, mas é de outro do grupo que eu amo.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Interiores, Retratos e Paisagens de Luiz Braga

Fui a exposição Interiores, Retratos e Paisagens de Luiz Braga na Galeria Leme. Eu adoro esse fotógrafo e essa mostra traz ensaios ambientados no norte do país, onde ele vive e gosta de trabalhar dando uma identidade única, inquietante e deslumbrante.

Essa foto é Rabeta na Chuva (2019)

Obra Barco no Tapajós (1999)





Obra Constelação na Cozinha (2019)

Além de fotos de paisagens, Luiz Braga gosta muito de fotografar o modo de vida das pessoas, os objetos, as cidades rurais.

Obra Interior em Casa Verde (2019)

Eu já vi uma mostra individual do fotógrafo e fotos dele em outros trabalhos.

A exposição Interiores, Retratos e Paisagens de Luiz Braga fica em cartaz na Galeria Leme até o dia 28 de setembro e é grátis!

O vídeo é de outra mostra.

Beijos,
Pedrita

domingo, 18 de agosto de 2019

O Beijo no Asfalto

Assisti O Beijo no Asfalto (2018) no Canal Brasil. Esse texto de Nelson Rodrigues é muito atual e contundente, na verdade todos os seus textos são. Murilo Benício resolveu fazer um filme com ele que mistura teatro, leitura de peça e cinema. Que filme fantástico! Eu não li o texto, mas vi uma peça de teatro.

Murilo Benício escolheu um tom muito sombrio para o filme. O texto já é muito forte e ele carregou na angústia. Um homem é atropelado e pede a outro que vai acolhê-lo um beijo. Esse beijo vira um inferno na vida desse homem que vai a delegacia contar o ocorrido. Ele começa a ser tratado como criminoso, não como testemunha. A mídia violenta participa do depoimento que vira um interrogatório. O próprio jornalista interroga acusando também.
A esposa passa também a ser massacrada, como nunca tinha percebido que o marido era pederasta. Pra vender jornal a polícia e o jornalista manipulam como podem os interrogados e criam inúmeras matérias falsas, acusam inclusive o homem de criminoso, que teria empurrado a vítima. A atualidade da trama é muito desconfortante. Lázaro Ramos é o homem do beijo, sua esposa, Débora Falabella. O policial, Augusto Madeira, o jornalista Otávio Muller, o pai da esposa por Stênio Garcia, a irmã por Luiza Tiso e a viúva por Raquel Fabri

Na mesa de leitura da peça estão Fernanda Montenegro e como diretor Amir Haddad.

Beijos,
Pedrita