Assisti Pearl (2022) de Ti West no TelecinePlay. Queria muito ver esse filme, só depois que vi que é de terror! Eu não tinha ideia do que era o filme e é bom ir descobrindo aos poucos. Indigesto, difícil, levei um tempo pra conseguir prosseguir, Fui vendo picadinho, que trocadilho infeliz, mas cai perfeitamente. Pearl é um filme complexo, profundo, com textos inacreditáveis, chorei várias vezes. Que filme forte!
Eu gosto de filmes de terror porque eles podem se aprofundar em questões pavorosas. Pearl é uma jovem sonhadora que nunca quis a vida que tem. Ela vive em uma fazenda com uma mãe megera. É 1918, guerra, falta tudo. As refeições da casa são muito precárias, o dinheiro é escasso. E tem a gripe espanhola. É um horror o que a mãe faz com a filha. A jovem é casada mas o marido foi pra guerra.
Mia Goth está majestosa! Que atriz! Sim, claramente a filha tem problemas graves, mas não é desprovida de sentimentos, muito pelo contrário. Tem uns monólogos da jovem que são dilacerantes. Esse filme é muito desconcertante. Os extremos violentos incomodam, mas é de revirar ouvir as falas da jovem sobre o destino que não se escolheu. A vida que não se quis. O pai adoeceu e é dependente de tudo. Ela ajuda a mãe nos cuidados, na verdade ela que cuida mais do pai. Ela também tem todos os afazeres da fazenda no cuidado dos animais.
Mas o sonho dela era atuar no cinema, dançar. Tem muitas cenas poéticas, mas desconcertantes. É um filme de uma profundidade avassaladora. Esteticamente o filme é muito bonito também, com uma fotografia linda!
Assisti o episódio Taperoá da série Avisa Lá que eu Vou com o Paulo Vieira na GNT. Eu já tinha visto trechos desse programa que eu adoro, mas inteiro só agora. Tinha visto no Fantástico, mas é sempre um compilado do episódio, então fiquei aguardando pra ver todo.
Esse foi na cidade de Itaperoá, na Paraíba, de Ariano Suassuna, onde vivem dois de seus filhos. Um é artista plástico! Linda a escultura que está construindo na pedra inspirada nas obras do pai que viu parte do trabalho que vinha sendo feito.
Gosto muito das escolhas dos entrevistados, da edição e Paulo Vieira é muito divertido. Encantada com a menina poeta e feminista.
O cemitério teve muita presença com o coveiro que já tinha programado todo o seu velório e enterro e o coveiro gato. Até encenação do velório do coveiro teve.
Assisti ao documentário Metrópolis 35 anos na TV Cultura. Eu amo esse programa cultural e fiquei impressionada que existe desde 1988. Tantos anos falando diariamente de cultura na TV aberta, é muita emoção!
Eu não tinha ideia como era no começo. O programa levou muitos músicos que iniciavam ou até mesmo apareciam pela primeira vez na televisão. Marisa Monte, Planet Hemp, o primeiro disco de Cássia Eller.
Liniker aos 18 anos. Foi a apresentadora Adriana Couto que sugeriu.
Adoro os dois apresentadores atuais Cunha Jr. e Adriana Couto. Entrevistaram eles e vários profissionais dos bastidores como Marcos Maciel que ficava na pauta e hoje é o diretor.
E mostraram vários outros apresentadores que passaram pelo programa como a Lorena Calábria.
Falou dos cenários, quando decidiram convidar sempre artistas plásticos para decorá-los. Os Gêmeos deram entrevistas lembrando da experiência. Mostraram Tomie Ohtake pintando e dando entrevista. E inúmeros outros. Lembraram também do Metrópolis de domingo que eu amava, quando se juntavam aos apresentadores Marina Person e Manuel da Costa Pinto. No final cada um indicava algo cultural pro público. Eu já assistia com o caderninho na mão pra anotar as dicas. Que saudade!
Assisti Narvik (2022) de Erik Skjoldbjaerg na Netflix. Para ajudar os algoritmos, procurei por filmes noruegueses. Volte e meia procuro por filmes de algum país na busca, para que os algoritmos me enviem sugestões diferentes.
O filme é ambientado na Segunda Guerra Mundial quando os alemães tomam Narvik pelo interesse no minério. Para contar a história escolhem uma família, ela sabe alemão e trabalha no hotel da cidade que vira base dos alemães e ele é soldado. Eles tem um filho pequeno e vivem também com o avô. Ótimos todos Carl Martin Eggesbø, Kristine Hartgen e Christoph Gelfert Mathiesen.
O filme, que é muito bem realizado, mostra que a cidade vira um fogo cruzado entre aliados e alemães, enquanto os civis padecem sem proteção alguma de quem quer que seja. O filme é bastante corajoso em mostrar que no fundo ninguém estava nem aí em proteger os civis que ficam a própria sorte se defendendo como podem. A cidade fica completamente destruída. Primeiro os britânicos conseguem expulsar os alemães. Nesse momento os poucos civis que restaram fogem da cidade que é bombardeada por aviões alemães e deixa de existir, fica sem pessoas, prédios, tudo destruído. Eu achei Narvik hoje no instagram e é uma cidade belíssima, turística inclusive.
Assisti ao encerramento do Festival Chopin com Eva Gevorgyan no Teatro B32. Que concerto lindo! Já estou com saudades do evento. A belíssima russa-armênia toca maravilhosamente! Ela tem só 19 anos e ganhou o Concurso Chopin na Polônia com apenas 17 anos. Tem inúmeros prêmios no seu currículo, 40 prêmios em concursos internacionais de piano e composição nos Estados Unidos, Alemanha, Itália, Espanha, Polônia e Rússia.
Fotos de Isadora Vitti
A pianista intercalou Tchaikovsky/Plenet e Liszt a Chopin. Intensas as obras de Chopin, me emocionei com trechos da Suíte Quebra Nozes, muito linda a obra de Liszt. Foi um concerto majestoso, lotado, nesse teatro belíssimo!
Programa completo
F. Chopin – Noturno No 1 em Si maior op. 62
F. Chopin – 02 estudos
No 5 em Mi menor op. 25
No 4 em dó sustenido menor op.10
F. Chopin – Polonaise em fá sustenido menor op. 44
F. Chopin – 4 Mazurkas op 17
No 1 em Si bemol maior
No 2 em Mi menor
No 3 em Lá bemol maior
No 4 em Lá menor
P.I.Tchaikovsky/Pletnev – Peças da Suite Quebra Nozes .
Assisti ao curta Big Bang (2022) de Carlos Segundo no Canal Brasil. Eu queria muito ver esse filme que vem amealhando prêmios por onde passa, como de Melhor Curta no Festival de Locarno.
O protagonista conserta fornos. Que agonia que dá. Ele vive em situações difíceis no trabalho. Em 14 minutos o curta fala de tantas questões que eu fiquei muito impactada. Fala da invisibilidade e precariedade do trabalho informal. Da exploração da mão de obra. A filmagem é genial. Só vemos o excelente Giovanni Venturini, todos os outros personagens aparecem só com parte do corpo.
Só quando ele está em um hospital é que vemos outra personagem, que como ele, é igualmente uma excluída. Agora Big Bang concorre ao César. Na torcida!
Texto de Giovanni Venturini"eu nem imaginava um dia ir para a Suíça. se dissessem que era para a estreia de um filme que sou protagonista, acreditaria menos ainda. se ainda dissessem que eu iria falar, em um painel, sobre diversidade e representatividade na indústria cinematográfica... aí seria impossível. mas é isso. essa profissão vive a me surpreender nos momentos de maiores crises."
