sábado, 15 de dezembro de 2018

Trem Noturno para Lisboa

Terminei de ler Trem Noturno para Lisboa (2004) de Pascal Mercier da Editora Record. Eu tinha adorado o filme que comentei aqui e quis ler o livro. Fiquei muito feliz quando o sebo aqui perto de casa tinha um exemplar. Bela edição! Não dava certeza se quem teve o livro antes chegou a lê-lo.

Eu gostei infinitamente mais do filme de 2014 do que do livro. Não sei se foi o fato de ser o Jeremy Irons o protagonista, ou se o filme soube condensar mais a trama. O fato é que eu achei o livro arrastado em alguns pontos. Eu amo a trama central. Um fato tira um professor do eixo e faz ele de repente mudar completamente sua vida. Ele era um professor universitário, viúvo, tinha uma vida cotidiana e solitária. Um livro que ele se defronta no início da história faz ele querer conhecer sobre o autor, um médico português já falecido. Ele fica curioso pela qualidade do texto, que homem escreveria com tanta profundidade. Também acaba tendo identificação com o que o médico diz. Ele viaja então para Lisboa e começa a conhecer pessoas e histórias. Sim, o livro é muito bom, mas eu achei que o filme soube compilar melhor a trama. Claro que são artes completamente diferentes. uma lida com a imagem e a outra com o texto, mas nesse caso específico a compilação fez muito bem a trama. O fato do autor ser filósofo e o protagonista um professor faz a trama ficar muito interessante, pelas lógicas de pensamento, pelos caminhos que o raciocínio segue ou se perde. Gosto do protagonista ser motivado pela curiosidade, de ir desatando os nós e das conversas que passa a ter com desconhecidos.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Trama Fantasma

Assisti Trama Fantasma (2017) de Paul Thomas Anderson no TelecinePlay. Não tinha muita vontade de ver esse filme que recebeu muitas críticas negativas. Realmente não é um grande filme. Amo esse diretor, mas esse filme é muito arrastado. Fala de pessoas neuróticas que quando contrariadas passam do ponto. E não falo da Alma e sim do trio, os dois irmãos e a intrusa.

O irmão é dessas pessoas arrogantes que acham que o mundo existe para eles. Ninguém pode atrapalhar o trabalho, é metódico, perfeccionista, mimado,prepotente e insuportável. O entorno todo tem que ser exatamente como ele deseja para o prazer dele. Usa as pessoas conforme as suas conveniências. Ele tem uma relação simbiótica com a irmã que resolve os "problemas" pra ele. As mulheres são como os pratos, a casa, os vestidos, mero objetos. Quando deixam de ter utilidade, a irmã se livra deles.

Alma vem para desequilibrar esse esquema. Igualmente neurótica e perversa, ela vai encontrando meios para ter esse homem dependente dela. Ela faz algo que já li que algumas mães fazem. Quando seus filhos começam a voar e não serem dependentes dela, o fazem doente. Há um nome essa síndrome. O filme dá a entender que o marido percebe, mas que gosta de se deixar ser adoentado, o que costuma acontecer também. Um neurótico sempre precisa do seu contraponto e de outro neurótico que alimente o ciclo. Ok, todos nós somos neuróticos, há vários graus, mas esse trio ultrapassa um pouco o limite do aceitável. No início eu achei que Alma seria diferente e iria desestabilizar pelo diferente, mas ela é doente e neurótica igual aos irmãos. Quando uma mulher bebe demais em um evento com um vestido dele, Alma não tem a mínima compaixão. Arrancam o vestido dessa mulher. Inclusive a irmã do estilista disse que essa mulher que teve o vestido era a dona da casa que ele estava. Eles continuam se achando acima de todos os outros e das dificuldades dos outros. Não tem o mínimo de empatia com as dificuldades dos outros. Verdadeiros monstros. Os dois estão lindíssimo. Vicky Krieps está impressionante. Todos os seus gestos são leves, calculados e pensados. Ela interpreta uma mulher silenciosa e pensativa. Gosto muito de Daniel Day-Lewis, mas o personagem não existe muito. A irmã é interpretada por Lesley Manville.
A fotografia e a trilha sonora são belíssimas. Os vestidos são bonitos, mas é uma época de exageros que não me agradam muito. É muito bacana ver a equipe de costureiras chegando ao trabalho, o perfeccionismo dos trabalhos. O filme é ambientado em 1950.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Conectando Vila Mariana

Fui ao evento Conectando Vila Mariana - 1º Circuito Cultural. Participaram galerias, museus, lojas, bares e restaurantes, das 10h às 19h. Uma efervescência cultural em um único bairro, muito impressionante. Gosto muito da ideia ao estímulo em conhecermos o bairro que vivemos, não sou da Vila Mariana, mas fiquei encantada com a iniciativa de fazer todos visitarem os espaços do seu bairro.


Fiquei impressionada com a quantidade de espaços ligados a arte na região. Além de muitas galerias, há muitos espaços para cursos e oficinas de cerâmica, xilogravura, plantios, terrários. Quanto mais eu andava mais espaços e ideias se descortinavam, que mundo criativo. Não tinha ideia que a Vila Mariana concentrava tantos espaços culturais.

Foto da Galeria Conectando com a mostra de Fernando Spaziani

Há espaços colaborativos onde vários profissionais se unem pra apresentar os seus trabalhos. Na Craft Art Brasil artistas pintavam ao vivo. Para saber que espaços participavam, eles tinham casinhas de madeira na frente. E uma fitinha que carregávamos dava descontos em vários lugares.

Vários puderam participar de pequenas oficinas pra entenderem um pouco dos ofícios, equipamentos de criação.

Paulo Mattos ministrando oficina.

Na Floreali essa bela peça de cerâmica já tinha sido vendida.

A criatividade era tanta que tinha até rede que se transformava em arte ou arte que se transformava em rede conforme a preferência de quem a tivesse.

Obras de Júnia Melluns

Fiquei encantada também com os terrários. Eu sei, muitos já podem conhecer, mas eu não e achei fascinante. Riciane Pombo que deu aulas de terrários. Em um vidro cria-se um pequeno ecossistema, terra, pedras, água, plantas, fecha e o próprio sistema se retroalimenta. As aulas aconteceram na A Casa que também tinha uma infinidade de artistas participando e mostrando os seus trabalhos, fotógrafos, desenhistas, artesãos. Foi um passeio e tanto. Descobri que apesar de eu ter visto mais de 20 espaços, faltaram muitos outros a serem descortinados. 


Beijos,

Pedrita